Dr Germano
Hoffmann.
Medicina
O
entrevistado desta semana é o médico e grande figura humana Dr
Germano Hoffmann, filho de Moritz Germano Hoffmann e Ida
Willrich Hoffmann, nascido em Brusque aos 01.08.26; casado com Lya
Vianna Hoffmann (in memorian) tem um irmão: Erich.
Nosso
entrevistado Dr Germano Hoffmann com
o filho primogênito, Dr. Germano Hoffmann
Filho
Uma palhinha
da descendência?
Maritza casou com Gilberto Rau: filhos: Christoph
Germano, Mayara e Tadjana; Ricardo casou com Ana Fátima Petruschky:
Ana Lya, Ricardo Henrique, Egon Germano (in memorian) e Riana
Ida; César casou com Joceline Laube: Sanatiel e Iander Luther; Fábio
casou com a Simone (filha da Carmelita e do Armando Sassi): Fabio
Germano, Paulo Vicente, Natália e Tamara; Christian casou com Vanusa
da Silva: Christian Filho, Arthur Germano e Renan Leonardo; Germano
Hoffmann Filho e Iasmine são solteiros. 1 irmão: Erich Hoffmann. 7
filhos (5m e 2F)15 netos (9m e 6F)1 Bisneto: Pedro Ricardo Hoffmann
Russi.1. Germano Hoffmann Filho2. Maritza Hoffmann Rau: Christoph
Germano, Mayara e Tadjana.3. Ricardo: Ana Lya, Ricardo Henrique e
Riana Ida.4. Cesar: Sanatiel e Iander.5. Fabio: Fabio Germano, Paulo
Vicente, Natalia e Tamara. 6. Iasmine 7. Christian: Christian Filho,
Arthur Germano e Renan Leonardo.
A
família: filhos, netos, genro,
noras e bisneto.
Formação escolar?
Cursei
o Primário no Alberto Torres, o ginasial e o secundário no Colégio
Catarinense em Florianópolis e Medicina na Universidade do Paraná.
Como foi sua
infância e juventude?
Minha infância
foi futebol no Paysandu, quilica, peão, mocinho e bandido, circo
idealizado pela Flore de Nair Hor Craher.
Como surgiu a
Medicina em sua trajetória? Algum antecedente familiar?
Surgiu
quando sofri uma cirurgia – apêndice aguda – em 1945, no
hospital de Azambuja em contato com o Dr Nica e Dr Carlos e outro
médicos, aconteceu o estalo para a medicina, resultando aí em
cursar na Universidade do Paraná, já que havia faculdade de
medicina em Santa Catarina.
Trajetória
profissional?
.....
em São Paulo, em 57 vim para Brusque, fui nomeado para o Posto de
Saúde do Jardim Maluche, na época o Prefeito era o Dr Carlos
Moritz, em seguida no SAMDU, juntamente com Dr Francisco R. Dal’
Igna e o Dr Nica em plantões de 24 por 48 horas. Fiz parte da
Clínica dos Hospitais Azambuja, Evangélico e atualmente do
Hospital Evangélico.
E as
especializações médicas?
Na
época em que me formei médico, todos eramos generalistas. Já havia
as especializações, mas antes de se especializar o formando tinha
que passar por clínica geral, para depois fazer especialidade, pois
o ser humano é um todo, e não uma parte.
O médico de
ontem e de hoje?
Nesses 50 anos
–formei-me em 17.12.54 – que exerço a profissão observei uma
mudança radical na forma em que a medicina é exercida. Antes
tínhamos o médico da família. O mesmo médico tratava praticamente
toda a família. As pessoas adquiriam confiança nesse profissional
da área da medicina, que tratava de quase todas as doenças,
registre-se com acompanhamento dos pacientes. Hoje, predomina os
especialistas.
Os avanços
tecnológicos e a medicina?
O
avanço tecnológico contribui fortemente para a melhoria da saúde.
Atualmente temos exames bem mais detalhados, como ultrassonografia,
ressonância magnética e tomografia computadorizada e a
vídeo-cirurgia, que é um avanço extraordinário na clínica
cirúrgica, ressaltando-se que, não é mais preciso fazer cirurgia a
“céu aberto”, além de reduzir o tempo de hospitalização e de
convalescença . E destaque-se hoje, os estudos e as pesquisas de
célula-tronco.
A
globalização contribui com a medicina?
Sim, porque
possibilita o intercâmbio de informações com uma rapidez
instantânea.
A medicina
vencerá as doenças, hoje, ditas incuráveis?
A
evolução tecnológica trouxe grandes esperanças nesse particular,
valendo salientar que sempre surgem novas contribuições, não só
em detalhamento de exames laboratoriais, como em termos de
instrumentalização, sabe-se também, que os cientistas não param
de pesquisas e avançar em descobertas importantes.
O cigarro é
um veneno?
Sim,
tranquilamente.
Como se lida
com o envelhecimento?
Apenas vivendo,
pois para envelhecer é preciso continuar vivo.
Participação
na comunidade?
Participo
do Lions Clube Brusque-Centro desde 1957, tendo presidido o Clube em
quatro oportunidades, fui associado do
Santos Dumont, da Sociedade Beneficente, do Caça e Tiro Araújo
Brusque, da S.E. Bandeirante, do Clube Atlético Carlos Renaux e do
C.E. Paysandu.
Que lema
adota?
Entrega o teu
caminho ao Senhor, confia nele, e o mais Ele fará (Salmo 37, v 4 e
5)
Se não fosse
médico?
Com certeza
seria padeiro, haja vista que a profissão de meu pai era confeiteiro
e dono de uma padaria.
Além de
exercer a Medicina, o que faz Dr Germano Hoffmann?
Participo do
Lions e do Grupo Amigo do Canto Alemão.
Grandes
atletas?
No
CACR: Arthur Olinger- que trouxe a bolo de couro do RS – os seus
filhos Hélio e Mário, mais famoso trio tricolor. Mosimann,
Afonsinho e Ivo Willrich. Mais os atlestas: Dirceu e Sarará, Pitsch
Tensini, Nilo Bianchini, Evaldo Schaefer, Tesoura, Teixeirinha,
Petrusky, Pilolo, Esnel, Aníbal Diegoli, Andrade (arqueiro), Leba e
no Paysandu: Herbert e Osvaldo Appel, Chico e Heinz Appel, .....
Domingos, Janga Rosin, Wilimar Ristow, Arthur e Érico Appel, Curt
Appel, Aristides Salces, Nego Kuhn, Julinho R. Hildebrandt
Grandes
Dirigentes:
Érico
Trindade, Ayres Gevaerd, Arthur – Polaco – Jacovicz, Arthur Appel
– que está fazendo renascer o mais querido da Pedro Werner e Bilo
(W.W.Ainchinger)
Brusque
comporta três clubes?
Acredito
que três clubes não, um deles deveria ser fundido no Brusque, vez
que três agremiações divide muito. Dois sim, porquanto o desafio
levará as equipes para frente.
Quais dos
filhos estão e/ou estiveram ligados aos esportes?
Ricardo
e César: Ricardo era zagueiro do C. A. Carlos Renaux, Ricardo
inclusive presidiu o Brusque. César atuou no infanto-juvenil da
equipe esmeraldina. O Gemano Hoffmann Filho, popular Mano, joga
futebol suíço na S.E. Bandeirante, atuando pela equipe Catareira, e
é responsável pelo BADEJO, equipe que participa há 24 anos, desde
1989 do Campeonato Paralelo de Futebol de areia no Balneário de
Camboriú, tendo sido campeão por 4 vezes: 1990/96/99 e 2004,
ressalte-se que, sem que os cronistas esportivos locais tomassem
conhecimento e registre-se o feito, nem mesmo com uma pequena nota. O
Mano é também patrão de CTG- Laço do Bom Vaqueiro. Em 2014, será
realizado o 30º Rodeio Crioulo
Nacional, nos dias 31 de julho a 3 de agosto.
De que sente
orgulho?
Depende
do sentido, primeiro de que orgulho quer que eu fale? Primeira
opção, daquele orgulho de ser orgulhoso, vaidoso e arrogante,
aquele orgulho negativo pejorativo de julgar-me o tal, o maior, o
mais bacanudo, o Super Shell, the Best, o mais querido, mais amado e
mais atuante, ou do outro orgulho, tranquilo, pacífico, da
satisfação pessoal, do viver normal, do respeito e bem querer ao
próximo. Sinto orgulho de muitas coisas, uma infinidade de coisas,
de pessoas, de animais, de obras de arte, de músicas, eventos, atos
e fatos vividos, principalmente do setor familiar, social e
profissional.Sinto orgulho dos meus filhos, do sucesso de cada um
deles, da convivência, encontros pessoais, das notas que meus filhos
e netos alcançam nas faculdades, no exercício de suas profissões,
nas suas alegrias e datas festivas. Sinto orgulho das minhas
amizades passadas e atuais, dos meus clientes, que me deixam alegre,
feliz e gratificado quando me declaram o seu carinho, amizade,
simpatia, afeição e bem querer. Quando me relatam fatos, palavras e
atitudes que eu dividi com eles(as) em algum momento de suas vidas,
dos quais relembram com saudades, alegria e emocionados, ou com
angustia e dúvidas. Amigo Luiz, sinto orgulho sim, e muito orgulho,
quando recebo mensagens no facebook, em que me relembram momentos
emocionantes na sala de parto e outros, nos quais eu pude ser
instrumento de Deus.
Para que equipes
torce?
Meu caro
Luiz, nasci Paisandú e o sou até hoje, apesar de ter nascido e
vivido minha infância e grande parte de minha vida adulta, vizinho
do campo e da sede do Esporte Clube Brusquense, na Av. Lauro Muller.
Na minha infância, o bambuzal que cercava por três lados o campo do
brusquense, me isolava do campo, e minha amizade com os Appel e
demais amigos da Rua Pedro Werner eram todos paisanduanos. Alem
disso, não havia muita afinidade entre as torcidas do lado de cá
do Rio Itajaí Mirim, chamado de Nitério, pela torcida do
Brusquense, do lado de lá do rio, considerada a elite de Brusque, a
maioria torcida do Brusquense. Mas nem por isso deixei de torcer
sempre pelo Brusquense e Carlos Renaux, do qual sou dono da Cadeira
Cativa Permanente nº 37. Em Florianópolis, torci pelo Avaí Futebol
Clube. Em Curitiba, torci pelo Curitiba Futebol Clube, time do
Fedato. No Rio, pelo Fluminense, onde o Helio Olinger treinou por
uns tempos, mas retornou à Brusque. Nunca fui apaixonado por time
algum, era torcedor do Botafogo e do Vasco da Gama, pelo zagueiro
Augusto, que conheci pessoalmente. Em São Paulo, fui do Palmeiras e
hoje pelo São Paulo. Em Porto Alegre, torço pelo Internacional.
Quais foram as
alegrias e tristezas que teve?
Muita
alegria quando consegui namorar com a que foi minha esposa, Lya
Vianna, quando estudava em Florianópolis. Muita alegria quando
passei no vestibular em Curitiba. Muita alegria e agradecimento à
Deus, quando consegui residência na Santa Casa de São Paulo. Pura
alegria quando com a minha filha Iasmine, como participante do Grupo
Amigo de Canto Alemão, visitamos a Europa, passando pela Alemanha,
França e Itália. Alegria intensa na visita ao túmulo de Napoleão
Bonaparte, em Paris, e de seu filho, chamado Rei de Roma. Joguei
moeda e formulei desejo na Fontana de Trevi, em Roma. A visita à
torre Eiffel foi uma alegria a parte. Feliz e alegre pelo nascimento
dos meus 7 filhos e 16 netos, sendo que todos nascidos comigo, à
exceção do Mano, primogênito, que nasceu em Florianópolis, terra
de sua mãe. Me alegro com os Rodeios do CTG Laço do Bom Vaqueiro,
cujo patrão é o meu filho Mano. O sucesso do Laboratório
Hoffmann, do filho Mano. Torcedor do Badejo no Futebol de areia, em
Balneário Camboriú, onde jogavam 4 de meus filhos, Mano, Ricardo,
Cesar e Fabio. E o quinto, o Guto, era o adjunto do treinador,
torcedor incentivador dos jogadores. Alegria pela minha filha
Maritza, que me deu o 1º neto, Christoph Germano Rau. Feliz pelas
formaturas dos meus filhos e netos. E na expectativa alegre de poder
assistir a formatura em Direito de minha filha Iasmine, em 2015. E as
alegrias que as minhas noras e genro, sempre amigos, me proporcionam.
Tristezas foram poucas, mas grandes e marcantes. 1ª a morte de meu
pai, meu grande amigo e meu orgulho, nos meus braços em um domingo
a tarde. O falecimento de minha mãe, o falecimento de minha esposa
Lya, muito jovem, com 54 anos. O óbito de um neto com 1 ano e 10
meses. A morte de um meu tio, Otto Rodolfo Hoffmann. A morte do Dr.
Carlos Moritz, meu amigo, mestre e professor, do qual muito aprendi,
e considero meu 2º pai. Tenho muita tristeza pela morte de amigos.
Pensa em escrever
um livro pela bela vida que teve?
Sem
dúvida, sou obrigado a fazê-lo, pois meu filho Ricardo me
pressiona a cada semana para iniciar. Mas pretendo publicar o livro
do meu pai, Moritz Germano Hoffmann, antes do meu.
Grandes nomes em Brusque?
Esta é
uma solicitação difícil de atender, pois implica em uma lista de
destaques de “grandes nomes” muito grande, enorme mesmo, de
difícil execução sem que se magoe alguém ou alguma família, que
não tiver citado algum membro de destaque. Acredito que nesta
imensa lista estariam escritos os seguintes nomes: 1. O Cônsul
Carlos Renaux, por ter importado a primeira fabrica têxtil da
Inglaterra e ter montado o parque fabril de Brusque. 2. João Bauer,
pioneiro da usina hidro-elétrica da Guabiruba, transferida para
Blumenau, onde cresceu como empresa Força e Luz, encampada pela
Celesc. 3. Johann Phillip Heinrich Hoffmann, cidadão imigrado da
Alemanha e que
emprestou
45.000 contos de réis, ao estado de Santa Catarina, para a
construção da primeira ponte de Brusque, e que nunca foi
reembolsado desta quantia .4. Ayres Gevaerd, filatelista e numismata,
fundador do Rotary Clube de Brusque e da Sociedade Amigos de Brusque,
paisanduano de coração e joalheiro de renome. 5. Arthur Appel,
fundador do primeiro Lions Clube de Brusque, que é também o 3º
Clube de Lions de Santa Catarina e o 12º Clube de Lions fundado no
Brasil. 6. Dr. Guilherme Renaux, importou os pardais para Brusque.
Havia uma praga de não lembro o que, e ele, como engenheiro
agrônomo, trouxe os pardais para acabar com esta praga. 7. Arthur
Olinger, pai de Mario e Helio, jogadores do Carlos Renaux, por ter
trazido a primeira bola de couro, do Rio Grande do Sul. Era tropeiro
e trazia gado do Rio Grande. Tenho para mim, que Arthur Olinger
merece uma estátua ou ao menos um busto, como o Sr. Arthur
Schlosser, criador e patrono dos JASC, por ter trazido a ª bola e
que ensejou que o Clube Esportivo Brusquense, fosse o Vovô do
Futebol Catarinense e
honra para Brusque.
Finalizando
Obrigado
amigo Luiz, por ter me levado a tantas lembranças e recordações,
que fazem um bem estar às nossas mentes e coração.
Erich Hoffmann
O
entrevistado desta semana é ERICH HOFFMANN: filho de
Moritz Germano e Ida Willrich Hoffmann, natural de Brusque, nascido
aos 30.09.32; são em três irmãos: Maud (falecida com
aproximadamente 8 meses de idade), Germano e Erich. Cônjuge:
Edith da Silva Hoffmann, casados aos 28.03.57. Cinco filhos:
Newton Maurício, Letícia, Morgana, Karina e Janaína; oito
netos: Monique, Mariana, Maria Luiza, Isadora Edith, Maria
Antônia, Thaís, Leonardo e Frederico Augusto e três bisnetos:
Marina, Marthina e Enrico .Marina e Marthina, filhas de Monique -
Monique filha do Neuton ). Enrico, filho de Thaís Hoffmann Appel
Hering (Thaís filha da Letícia)
Erich e Edith
Uma palhinha sobre a
descendência
Newton Maurício
casou com Marisa Amorim, filhos: Monique, Mariana e Maíra;
Letícia com Wlademir Appel, filha: Thaís; Morgana com
Sérgio Luiz Knihs, filhos: Isadora Edith e Maria Antônia; Janaína
com Edison J. Bertão jr, filhos: Leonardo e Frederico
Augusto e a Karina .
Como foi sua vida Profissional?
Comecei na Panificadora
Hoffmann de meu pai e ao obter o grau de técnico em contabilidade
abri o Escritório Contábil- registre-se primeiro Escritório
Contábil de Brusque – o qual mantive por uns 8 anos, ou seja, até
os idos de 62. Em seguida integrei o Escritório da Cia. Schlosser
até 1969 e, em 1970, fui para a tecelagem Santa Luzia, permanecendo
até o encerramento das atividades daquela empresa, nos idos de 1962.
Como esportista?
Gostava de acampar e
dar umas caçadas.
Três grandes
atletas do Renaux?
Entre outros citaria:
Pilolo, Isnel e Mosimann.
E do Paysandu?
Wilimar Ristow,
Péquinha e Osvaldo Appel.
Como vê o retorno
do Renaux e Paysandu?
Ficou difícil em
virtude da infelicidade dos próprios dirigentes, que deixaram de
investir na ‘prata da casa’.
Quem presida o mais
querido da Pedro Werner na época em que o Sr integrava a Diretoria?
O mais
querido era presidido por Arthur Appel e o clube da colina , no
período 1958 até 1961 foi presidido por Ary Wehmuth e no biênio
61/64, foi o pai dos Jogos Abertos de Santa Catarina, Arthur
Schlosser que presidiu a entidade vermelha e branca.
Quais as principais
contribuições de Ary Wehmuth?
Na
sua gestão foram lançados os JASC, inaugurada a piscina , a sede
aquática e duas quadras de tênsi.
Integrou alguma
diretoria de Clubes, associações?
Sim, no
Clube Esportivo Paysandu, como tesoureiro em 59/60 – ano de
Centenário de Brusque - na S.E. Bandeirane, também como tesoureiro
de 60 a 65 e na Comissão Organizadora dos Primeiros Jogos Abertos de
Santa Catarina, em 1960.
Como
foi a criação do JASC?
Trabalhávamos
na Cia. Schlosser. Em 57, Rubens Fachini foi a São Paulo para
acompanhar os Jogos Abertos do Interior. Em 58, o saudoso Manfredo
Hoffmann e eu fomos a Piracicaba, também acompanhar àqueles jogos.
Em 1959, também foi o Pipóca. Assim, com as observações feitas
foi criado os JASC. Registre-se que o Bruno Appel, popular China,
sempre acompanhava, até por ser treinador da equipe de vôlei
feminino que participava dos Jogos Abertos do Interior de São Paulo.
Jogos
Abertos de São Paulo
A cidade
de Brusque foi convidada oficialmente a participar dos jogos abertos
de São Paulo, e prontamente as equipes do SEB partiram para o
desafio e com uma comitiva para o intercambio com intuito de buscar
informações para concretizar os JASC (Jogos Abertos de Santa
Catarina), segue os anos de participação. Em 1957 em São Carlos,
1958 em Piracicaba e 1959 em Santo André.
JASC (Jogos Abertos de Santa Catarina)
Em 1960
através de seu principal fundador Arthur Schlosser o JASC nasce no
estado de SC nas dependências do SEB. Considerada a segunda maior
competição poliesportiva do país, atrás somente dos jogos abertos
do Interior de SP. Considerada o principal evento do desporto amador
catarinense.
A competição ainda retornaria para a cidade de Brusque em 1965, 1985, 2000 e 2010.
A competição ainda retornaria para a cidade de Brusque em 1965, 1985, 2000 e 2010.
Brusque participava
em São Paulo?
Sim, eram convidados
duas a três equipes em destaque para participar daqueles jogos,
entre elas Brusque/Bandeirante.
Um fato curioso?
O emblema olímpico –
na portaria da Sociedade Esportiva Bandeirante - estava de cabeça
para baixo. Interessante que ninguém observou a não ser o saudoso
Arthur Schlosser que viu depois.
Nunca pensou em ser
candidato a vereador ou outro cargo?
Não, política nunca
fez minha cabeça. Apenas trabalhei nas eleições por determinação
da Justiça eleitoral.
Como compara a proteção ambiental, ontem e hoje?
Hoje está um pouco
mais protegido, houve uma redução dos furtos de palmito e na caça
predatória, apesar do problema não estar resolvido.
Os órgãos governamentais estão preparados para proteger o meio ambiente?
Com certeza, ainda não.
Alguns nomes na proteção ambiental?
Ernesto Guilherme
Hoffmann e Vilson Morelli.
Fatos marcantes?
Ter participado da
Comissão Organizadora dos JASC – 60 e 65 – juntamente com o
saudoso Arthur Schlosser, Ari Wemuth, Alfredo Kohler (in memoriam),
Rubens Fachini, Manfredo Hoffmann (in memoriam), Pipóca, entre
outros. A participação do filho Niltinho, na equipe do Paysandu em
86, quando retornamos à primeirona. O fato de ter integrado as
diretorias do Paysandu e Sociedade Esportiva Bandeirantes.
O que faz Erich
Hoffmann, hoje?
Estou aposentado,
administro - como contador – os bens da família.
A família: Janaina,
Neuton Maurício, Erich, Edith ,Letícia, Morgana e Karina
Uma palhinha sobre
sua trajetória e como conheceu a Edith?
Era o
início da década de 50 e Brusque vivia seus anos dourados: época
das primeiras geladeiras à querosene, a indústria têxtil a pleno
vapor. Na movimentada rodoviária da cidade, a rotina incansável e
incessante de ir e vir só contrastava com a doce visão da moça
chamada Edith, funcionária do local. Quem a observava, logo ali ao
lado, em meio ao trabalho da confeitaria vizinha, era o jovem, vivaz
de nome Erich. E foi ali, imersos no afã do dia a dia que surgiram
os olhares, que surgiram as palavras, que surgiram as conversas de
vizinhos, que surgiu a amizade, que surgiu o deseja de estar junto...
e o desejo se realizou. Nos cincos anos seguintes, Erich e Edith
aprenderam um sobre o outro e, ainda que inconsequentemente, fizeram
um pacto: o de crescer juntos. Entao, os dois formaram uma equipe.
Edith começou a auxiliar na confeitaria. Erich perseverou nos
estudos e graduou-se Técnico Contábeil em 1955. Como consequência
abriu, no ano seguinte, seu escritório de contabilidade, o primeiro
de Brusque, juntamente com Rubens Fachini e Euclides Visconti. O
tempo passou. A parceria se fortaleceu. E os sentimentos que os dois
já conheciam há tempos veio oficializar-se no dia 28 de março de
1957 (quinta feira, dia anterior ao aniversário da noiva), ante o
Pastor Lindolfo Weingartner, as testemunhas e apenas 4 convidados. O
sim que pronunciaram selava o exemplo mais sincero de altruísmo:
doar-se um ao outro por todos os dias de suas vidas; doar o melhor de
si, sem esperar recompensas, mas pelo bem de uma família. Os três
anos seguintes podem ser definidos em uma palavra: alegria. Não
faltaram bailes, festas, os carnavais no Paysandu. A estratégia da
equipe continuava dando certo. Havia tempo para o trabalho (foi nessa
época que Erich tornou-se tesoureiro da Sociedade Esportiva
Laranjeiras e do Clube Esportivo Paysandu. Também envolveu-se na
história pioneira que criou o JASC, juntamente com os colegas
Manfredo Hoffmann, Rubens José Fachini, Orlano F. Muller, China coma
equipe de vôlei feminino que foram a São Paulo em 57,58 e 59, por
conta de Arthur Schlosser). Também havia tempo para os hobbys como
jipes (trouxe o primeito Pampa tração 4 rodas, o primeiro jipe da
Engesa e o primeiro Gurgerl), como o mato, como o sítio. A partir de
1960, o foco da diversão do casal teve uma ligeira mudança: chegava
o primeiro filho, Niltinho. E a diversão só aumentou com a chegada
de Letícia ( em 1961) e Morgana (em 1962). Em 1967, Karina trouxe o
“cheirinho de bebê” de volta à casa da família. E quando se
pensava que a prole estava completa, surge a pequena Janaina, em
1975. O casal aperfeiçoava a estratégia da equipe: agora, além de
viver um para o outro, apredem a viver também para os filhos. Esta
estratégia levou o jovem pai Erich a mudanças profissionais. Em
1962, trabalhava para a Companhia Industrial Schlosser, que fez dele,
em 1968, seu procurador. Em 1970, dividia seu tempo entre Cortume
Brusquense e Tecelagem Santa Luzia, onde se aposentou em 1992. A
estratégia funcionou. Os filhos criados com todo o zelo cresceram e
também formaram suas vidas. Povas vivas disso são os netos Thaís,
Monique, Mariana, Maíra, Isadora, Maria Antônia, Leonardo,
Frederico e o mais novo membro da família que inicia uma nova
geração: a pequena Marina, Enrico e Marthina. A este ponto, a
curiosidade apura: qual o segredo para tanto tempo de casamento? Um
simples “é muito fácil conviver com ela. Sempre nos demos bem...”
sai instantaneamente como resposta de Erich. E Edith complementa:
“nem parece que passou tanto tempo”. O bem mais valioso que
poderão deixar para os descendetnes é o exemplo do que viveram,
que, para eles, se resume num simples conselho: “a gente tem que
viver e deixar viver “, concorda o casal! (texto de Patrícia H.
Giraldi).
50 anos de Bandeirante
Dentre tudo o que foi passado era
vários os motivos para comemorar cinco dezenas de vida esportiva e
social. Para tal a diretoria resolveu promover um mega evento que
seriam realizados nos dias 9,10 e 11 de junho, evento que foi um
sucesso e parou a cidade de Brusque por três dias.

Em paralelo a isso, a Sociedade Esportiva Bandeirante anunciou o lançamento do Hino oficial do clube.
Em paralelo a isso, a Sociedade Esportiva Bandeirante anunciou o lançamento do Hino oficial do clube.
Hino Oficial do Clube
Vem ginasta, leal companheiro,
Nas fileiras gloriosas formar!
Bem unidos, coesos e fortes,
Nossos hinos irão cantar. Hip-Hip!
Vem ginasta, leal companheiro,
Nas fileiras gloriosas formar!
Bem unidos, coesos e fortes,
Nossos hinos irão cantar. Hip-Hip!
Altaneiros Bandeirantes
Fonte erguida, alma leal,
Eia! Avante a marchar triunfantes
Em conquista d`um nobre ideal!
Fonte erguida, alma leal,
Eia! Avante a marchar triunfantes
Em conquista d`um nobre ideal!
Os fanais que acesos na
Olímpia
Iluminam com eterno fulgor
O caminho as nossas falanges
Dedicados ao esporte com amor! Hip hip
Iluminam com eterno fulgor
O caminho as nossas falanges
Dedicados ao esporte com amor! Hip hip
Sem Inveja, cobiça e ódio
Formaremos nos campos a lutar
Um troféu tão somente, o louro
Da vitória nos há de hornar, hip hip.
Letra: Leopaldo Germer / Música: Aldo Krieger
Formaremos nos campos a lutar
Um troféu tão somente, o louro
Da vitória nos há de hornar, hip hip.
Letra: Leopaldo Germer / Música: Aldo Krieger
Publicado no Jornal EM FOCO aos 31 de janeiro de 2014.
O entrevistado da Semana é o Professor Telmo José Tomio, filho de José Airton Tomio e Ivaci Nunes Alves Tomio; natural de Itajaí, nascido aos 12.06.73; cônjuge: Simone Jaqueline Dalsóquio Tomio. Professor efetivo de Sociologia e Filosofia, da Rede Pública Estadual de Santa Catarina, lecionando na Escola de Educação Básica Conselheiro Astrogildo Odon de Aguiar, em Barra Velha. Torce para o Vasco da Gama.

Telmo José Tomio e a esposa Simone
Você sabe por que seu nome é Temo José?
Meu pai quando tinha uns 12 anos, morava no bairro de Cordeiros, em Itajaí. Ali conheceu um menino que se chamava Telmo José Mezzadri, hoje dentista em Itajaí. Meu pai diz que sempre achou o nome bonito. O meu segundo nome, José, era o segundo nome do meu bisavô Daniel José Tomio, e é o primeiro nome do meu pai, José Airton Tomio.
Como foi sua infância e juventude?
Tive uma infância feliz, marcada pelas festas de família, férias no sítio, onde os primos se encontravam, marcada pelas descobertas do dia a dia.
Sonho de criança?
Tive vários: ser capitão de navio, ser fazendeiro, ter muitos filhos, ser maestro, ser padre...
Saudades do tempo de criança?
Sim.
Quando era criança queria ser adulto?
Sim.
Como foi a educação recebida de seus pais?
Recebi uma educação dada com muito amor dentro dos princípios cristãos e da moral Católica.
Pessoas que influenciaram?
Os padres.
Como conheceu a esposa?
Embora sejamos parentes distantes, nosso primeiro contato foi pela Internet.
Que escolas frequentou?
Colégio Fayal, em Itajaí. Seminário São José, em Orleans. Seminário São Leonardo Muriado, em Araranguá, onde estudei no Colégio Nossa Senhora Mãe dos Homens (hoje Colégio Murialdo) e no Colégio Estadual. Estudei também no Seminário Nossa Senhora das Dores, da Ordem dos Servos de Maria, em Turvo – SC. Estudei um ano no Seminário Arquidiocesano de Azambuja, em Brusque. Depois estive no Seminário Servos de Santa Maria, em Curitiba, e no Noviciado Nossa Senhora de Fátima, em Buenos Aires – Argentina. Foram 10 anos de Seminário: 3 anos com os padres Josefinos de Murialdo, 1 ano com os padres diocesanos, 6 anos com os padres da Ordem dos Servos de Maria. Fiz 3 anos de Composição e Regência, na Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Formei-me em Filosofia, com habilitação em História e Sociologia, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Fiz pós-graduação em Psicopedagogia pelo ICPG/IFES.
Primeiro/a Professor/a?
dona Eli de Camargo Prange – no Colégio Fayal.
Grandes Professores:
Padre Cornélio Dall’Alba -CSJ, Sr. Alexandre Merico, Monsenhor Valentim Loch, Frei Joacir Maria Borges -OSM, Frei Valdir Maria Borges - OSM, Frei Clodovis Boff – OSM, Frei Eduardo Quirino de Oliveira – OP, Dr. Nildo José Von Lübke.
Como surgiu o desejo de montar a árvore genealógica?
Em 1997, quando eu ainda estava no seminário, tive um grande desejo de saber sobre minhas origens, sobre os antepassados de meus pais.
Há muitas dificuldades em receber dados para montar a árvore genealógica?
Sim. Muitas pessoas têm medo de fornecer informações. Deixam pra depois, acabam se esquecendo.
Grandes nomes na área de montagem de árvore genealógica?
Salvador de Moya, Moacyr Domingues, Regina Cascão, Aguinaldo Valentim Fidelis, Elpídio Novaes Filho, Inácio Silva Mafra, Antônio Roberto Nascimento, Ricardo Costa de Oliveira, Brigitte Brandenburg, Aderbal Philippi, Gilson Justino Rosa, vários membros do CBG e do INGESC.
Que famílias constam da árvore genealógica?
A primeira árvore que comecei a montar tem as famílias: Tomio, Gianesini, Azzini, Colzani, Censi, Melato, Barni, Rezini, Maestri, Rampelotti, Dalzocchio (Dalsóquio, Dalçóquio, etc), Lana, Souza da Silva, Borba, Espíndola, Nunes, Rocha, etc. Enfim, famílias interligadas. Após eu me associar ao Colégio Brasileiro de Genealogia (CBG), no Rio de Janeiro, e ao Instituto de Genealogia de Santa Catarina (INGESC), tornei-me um pesquisador genealogista constante, pois, descobri uma coisa que gosto muito de fazer. Atualmente, estou trabalhando numa grande pesquisa onde estou montando as genealogias de todas as primeiras famílias que habitaram a região da Foz do Itajaí, desde o rio Camboriú até o rio Itapocu, de aproximadamente 1750 à 1880, do litoral ao interior. Estou trabalhando também com as genealogias dos italianos de Brusque, Botuverá, Nova Trento, Gaspar, Luís Alves. E pesquiso também as genealogias das famílias de Imaruí, na região de Laguna, de onde é minha família materna.
Como está na árvore a família Gianesini?
A família Gianesini é a família da minha trisavó Giuseppina Gianesini Tomio, casada com eu trisavô Daniele Antônio Tomio. Eu aprofundei bastante os estudos sobre os Gianesini. Estive em Telve, na região de Trento. Há algumas lacunas nos dados de duzentos anos atrás, pois, alguns livros de registros foram destruídos no período da Primeira Guerra Mundial. Porém, consegui remontar aos anos 1600. Ainda tenho que concluir. Uma parte bastante incompleta é aquela das gerações atuais.
Que percentual você calcula dos encaminhamentos que faz na busca de dados e que retornam?
Uns 40 % respondem à pesquisa e fornecem seus dados.
Alguns reconhecimentos?
Poucas pessoas dão valor à pesquisa genealógica.
Maior medo é de envelhecer ou de entristecer?
Entristecer.
Você se arrependeu de alguma coisa que disse ou fez?
Sim. O arrependimento e a constante conversão nos faz crescer na graça de Deus.
Qual o maior desafio que enfrentou?
O pós-operatório da cirurgia bariátrica.
Fale de sua trajetória pessoal e profissional:
Sou professor há 11 anos. Sou maestro-regente do Coral Fratelli d’Italia, de Guaramirim, que canta também na Paróquia Senhor Bom Jesus, e na Paróquia Santos Anjos. Na minha vida fui maestro dos corais: Santa Cecília – Paróquia Nossa Senhora Mãe dos Homens, em Araranguá; Pequenos Cantores do Santíssimo Sacramento e Pequenas Cantoras da Imaculada Conceição, da Igreja Matriz, no centro de Itajaí; Coral Maria Mãe da Igreja, em Curitiba; Coral Infantil da Capela São Judas Tadeu, em Itajaí; Coral Infantil do Parque Dom Bosco, em Itajaí; Coral Litúrgico do Santíssimo Sacramento de Itajaí. Coral Padre Antônio, de Nereu Ramos – em Jaraguá do Sul; Coral do Círculo Trentino de Nereu Ramos, em Jaraguá do Sul. Como maestro de banda, fui regente da Banda Paula Pedroso do Amaral, da Escola Tia Paula, em Curitiba; fui contra-mestre da Banda Guarani, em Itajaí; fui maestro-regente da Banda do Lar Fabiano de Cristo, em Itajaí. Como organista, atuei por mais de 10 anos na Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento de Itajaí; na Paróquia Nossa Senhora Mãe dos Homens, em Araranguá, por 2 anos; no Santuário de Azambuja, por 1 ano; na Catedral Basílica Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba, por 3 anos; na Paróquia Maria Mãe da Igreja, em Curitiba, por 6 anos; no Santuário de Fátima, em Pilar, Buenos Aires, por 1 ano; na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Nereu Ramos–Jaraguá do Sul, por 3 anos.
Algo que apostou e não deu certo?
A vida religiosa. Quase me tornei padre. Foi uma experiência magnífica. Admiro muito meus amigos que perseveraram.
O que aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?
Fazer as coisas com perfeição. Ter muita paciência. Ser bondoso sempre.
Quais as maiores decepções e alegrias que teve?
A falta de reconhecimento me decepciona. Grande alegria da minha vida: minha mulher, Simone.
O que faz hoje?
Estou de férias. Aproveito para colocar umas pesquisas em dias, e para agilizar uns mutirões genealógicos que coordeno pela internet.
Quais os lazeres preferidos?
A pesquisa genealógica, música, viagens (estivemos visitando os Canyons na divisa de SC com o RS, na semana passada). Fotografar fotos antigas de pessoas, parentes ou não, para a genealogia. É uma grande dificuldade conseguir fotos. Por isso, eu sempre tiro fotografias das fotos que as pessoas me mostram, já que as pessoas têm medo de emprestá-las. As fotos enriquecem muito a pesquisa.
Finalizando, contatos?
Contatos: telmotomioosm@yahoo.com.br Resido atualmente em Balneário Piçarras, Santa Catarina.
Referências
- Jornal Em Foco. Edição de 19/02/2013. Pág. 10-11.

Celso Deucher
O entrevistado da semana é o Jornalista, Professor e Escritor Celso Deucher, filho de Doralino Deucher e Alzira Alves da Silvaloca, nascido em Bom Retiro; cônjuge: Rosangela Ribeiro. Têm três filhos: Celso Junior, Celso Guilherme e Johanna
Quais são as lembranças que você tem da sua infância?
Uma vida bastante sofrida na roça e uma família grande que tinha que ajudar meus pais a sustentar, pois sou o filho mais velho dos nove.
Você tem amigos da infância ainda?
Perdi contato praticamente com todos. Revejo vez por outra um ou outro.
O que sente falta da infância?
Da maneira com que encarávamos a vida, mesmo tendo todas as dificuldades que uma vida na roça tem. Tudo parecia bem mais simples e tranquilo.
Quando você era criança queria ser adulto?
Sim... Agora em muitos casos gostaria de voltar a ser criança.
Sonho de criança?
Sonhava ser advogado ou médico. Virei Jornalista.
Como foi sua juventude? O que você mais gostava de fazer para se divertir?
Geralmente os bailões e discotecas improvisadas da época eram o espaço de sociabilidade para nós que morávamos em periferia. Eu gostava muito dos bailes gauchescos. Mas passei grande parte da juventude dentro de seminário.
Pessoas que influenciaram?
Meu pai e minha mãe e alguns professores de primário, como o professor Osni, a professora Denorme, entre outros. Já na juventude o Padre Geraldo Locks e o Padre Nicolau Heinzen que foram grandes reitores no seminário.
Como era a escola quando você era criança? Quais eram suas melhores e piores matérias? De que atividades escolares e esportes você participava?
Eu estudei em escola isolada... Tínhamos além das aulas nas salas, aulas práticas na horta, como se fosse na própria roça. Em relação a matérias, pior que química, física e matemática era impossível prá mim. Até hoje, corro longe destas matérias. Sempre me dei bem nas matérias humanas, história, geografia, filosofia, sociologia, etc. Meu negócio era futebol de campo e salão. Nas atividades escolares sempre fui fera em literatura, pois tínhamos a obrigação de sermos os melhores em compor e declamar poesia, conto e crônica.
Primeira professora?
Dona Denorme... Não lembro o sobrenome dela, só que era “braba” que era uma “tigra”.
Grandes professores?
Padre Nestor Eckert e o Professor Osni.
Como foi o início na literatura?
Comecei em 1984 escrevendo contos, crônicas e poesia regionalista na serra catarinense. Meu primeiro livro, “Volta ao Berço” (Instituto Vianei – Lages - 1984) tratava do conflito agrário em Santa Catarina, principalmente os ligados a posse de terras na serra e oeste. Eu fazia a chamada literatura libertária, que misturava ao mesmo tempo os três principais ramos (conto, crônica e poesia), porém com um propósito especifico: defender uma causa. Daí vem a expressão “libertária”.
Todo escritor tem, por obrigação, a paixão pela literatura. Você se lembra de quando começou a gostar de ler?
Desde muito novo gostava de leitura. No entanto nossas leituras eram basicamente regional. Aos 8 anos lembro que fiz minha primeira redação de destaque sobre a heroína Anita Garibaldi. Com esta redação ganhei um prêmio na escola, um par de congas novinho e uma caixinha de quitutes contendo cocadas, pé de moleque e outros doces.
Geralmente, há sempre alguém que nos influência a começar a ler. Alguém te mostrou o universo literário, ou você o descobriu por si próprio?
Comecei a ler por obrigação... Quase que na marra. Tinha uma professora, a dona Cida, que era muito enérgica e ela mandava a gente ler um livro e depois tinha que ir lá na frente dos colegas explicar para todos o que havia entendido. Caso a coisa não saísse de acordo com o que ela entendia como certo o pau pegava e ficar ajoelhado no milho na hora do recreio era quase certo. Para não passar este vexame, eu me dedicava e sempre me saia bem. O gosto pela leitura veio logo depois quando o governo mandava uns livros para a escola dar de presente aos alunos. Eu ganhei alguns e a partir daí não parei mais de ler.
Quando surgiu a ideia de escrever?
Logo que entrei no Seminário Diocesano de Lages, os padres incentivavam muito a leitura e a produção de textos para as atividades do dia a dia. Tínhamos lá a Academia Vianei que semanalmente promovia sessões e quem preparava as apresentações éramos nós. Ficavam os padres lá na frente avaliando desde dicção, texto, apresentação, etc... No final eles faziam uma avaliação geral. Comecei a escrever para estas apresentações. Fiz peças teatrais, poesia, músicas, paródias, e tudo isso sob a supervisão dos padres. Queiramos ou não ao final de cada ano a gente tinha uma produção razoável de material. A partir do final de 1984, comecei a catalogar isso tudo e me dedicar a escrever outras coisas também.
Fale de suas publicações? Ao longo do tempo lancei 12 livros, além de centenas de publicações em jornais, revistas e publicações especializadas do Brasil e exterior. Ao todo são 21 obras, estudos e teses, nestes 28 anos de atuação como pesquisador e escritor. Comecei com poesia libertária regional no livro “Volta ao Berço” (1984). Já em Brusque veio outro livreto de poesia gauchesca regionalista chamado “Prás tuas Guampas” (1988). A partir daí passei a trabalhar meus estudos e teses encima do Movimento O Sul é o Meu País, dando embasamento teórico as teses do direito de autodeterminação do Povo Sul-Brasileiro. Nasceram os livros “Direito dos Povos no Continente Brasílico” (2002), “Povos e Nações Sem Estado - 2° Fórum Social Mundial” (2002), “Autodeterminação significa simplesmente Democracia” (2003), “A Tomada de Laguna Ontem e Hoje” (2003), “Reflexões sobre a Formação de Lideranças Sul-Brasileiras” (2004), “Autodeterminação e Globalização” (2005), “O Direito de Autodeterminação e seu reflexo na Sociedade Brasileira” (2005), “Comentários às Declarações e Pactos de Direito dos Povos” (2005), “O Sul nas pesquisas de Opinião” (2005), “Direito de Autodeterminação dos Povos segundo Lênin” (2005). Na história regional lancei “Dossiê: Repatriamento dos Restos Mortais de Anita Garibaldi” (2006), enfocando a vontade do Povo Sul-Brasileiro em ter os despojos de sua maior heroína enterrados em Laguna, sua terra natal. Também lancei em co-autoria com Saulo Adami “O Perigo Alemão?” (In Brusque vai a Guerra - S&T Editores - Brusque, 2007), “Braços Cruzados em Luta” (In Brusque Operária - S&T Editores - Brusque, 2008), “Notas à história Política de Brusque (In Histórias e Lendas da Cidade Schneeburg - S&T Editores - co-autor - Brusque, 2009). Ainda sobre a questão separatista Sulista lancei “Sul Livre” (1ª edição: 2006 – 2ª edição: 2008). No campo da micro história e da história regional publiquei “Genocídio Cultural no Brasil Meridional” (2008), enfocando os trágicos tempos em que fomos proibidos de falar a língua de nosso antepassados, incluindo-se os arroubos nazifascistas do ditador Getúlio Vargas. Sobre os temas étnicos lancei “Brusque Polonesa” (2009) e o livro “Brusque Anteontem-Ontem-Hoje” (2010). Minha última obra lançada é em parceria com Saulo Adami, “A Revolução do Voto – 21 anos do Voto Eletrônico no Brasil” - (2011). Preparo para breve outros livros, sendo que um deles lanço em dezembro: “História das Famílias de Rio do Cedros” em parceria com Gian Pietro Bontempi. Quem sabe ainda este ano ainda lanço o livro “Famílias Afrodescendentes no Vale do Itajaí Mirim”, tratando da presença de mais de 100 famílias de origem africana nesta região marcada pela imigração européia.
Escritores em Brusque em atividade? Número de Obras publicadas?
Segundo minhas pesquisas, temos hoje cerca de 150 escritores(as) em Brusque. Este número envolve desde aquelas pessoas que já tem alguma obra publicada, até aquelas pessoas que ainda buscam a publicação dos seus trabalhos. Destes escritores vamos ter no total algo em torno de 210 obras publicadas. Porém, estamos falando apenas de pessoas que estão ainda atuando. Se fossemos analisar as publicações ao longo da história, teríamos bem mais. Desde 1860, pelos levantamentos que fiz, o número aproximado de obras lançados em Brusque chega a mais de 300. Isso sem falar de escritores de fora que vieram a Brusque, escreveram uma obra e foram embora, caso típico do historiador Oswaldo Rodrigues Cabral, entre outros.
Das obras lançadas aqui na terrinha, quais você sugere como leituras?
Temos obras maravilhosas de autores brusquenses e certamente ao citar algumas vou cometer injustiças. Vou citar apenas autores que se dedicaram a escrever sobre a história de Brusque. Em primeiro lugar creio que não podemos deixar de citar nosso historiador maior, Ayres Gevaerd; Padre Eloy Dorvalino Koch, Maria Luiza Renaux, João Carlos Mosimann, Giralda Seyferth, Arno Ristow. Mais recentemente temos Reinaldo Cordeiro, Saulo Adami, Ricardo Engel, entre outros. Mas quero deixar claro que temos uma safra muito boa de escritores em outras áreas como na poesia, na filosofia, no direito, nos livros técnicos, no conto e crônica.
O Diário Brusquense? A Revista Sete?
A ideia de dotar a cidade de Brusque de um Jornal Diário nasceu a partir da evolução de um jornal que eu tinha chamado Correio Regional, que foi o substituto do Tribuninha (Tribuna de Brusque) ligado as peleias do MDB brusquense. Este Correio foi o primeiro semanário em offset e o primeiro a cores de Brusque. Havia uma saudável concorrência entre o meu jornal e o jornal “O Município” na época. Era uma espécie de Paysandu e Carlos Renaux da imprensa. Eu era o “pobrinho” e “O Município” era ligado a então poderosa Buettner e dirigido pelo meu ex patrão Herbert Pastor. A gente até ria quando íamos os dois para a banca jardim. Antes ele vendia 10 jornais e eu vendia 2, mas depois que passei para o offset a coisa se inverteu, por que eu enchia meu jornal de fotos e o jornal Município não conseguia fazer isso por que ainda era no sistema Lino Type. A coisa evoluiu e o jornal O Município também passou a ser impresso no sistema offset. Por ser tradicional, logo passou a novamente estar na minha frente. Não me restava outra alternativa que não fosse passar para bi-semanário ou ir direto para o diário. Fiz uma parceria com o grupo RBS e decidi passar a circular diariamente. Tripliquei o número de colunistas e ao mesmo tempo contratei meia dúzia de estagiários de jornalismo da Univali e fomos a luta. Cheguei a adquirir uma gráfica em São Paulo para imprimir aqui o Jornal. Foi ai que a situação se agravou, pois além do meu jornal tentei ganhar dinheiro fazendo jornais para terceiros. Até hoje procuro receber na justiça os quase R$ 300 mil que ficaram me devendo. Junto a isso uma série de planos econômicos do governo e os valores do dólar (pois papel e todos os insumos de impressão eram em dólar), me mandaram a lona. Mas, circulamos pioneiramente cinco anos de terça a sábado. Quanto a Revista Sete, foi um projeto que não conseguiu decolar. Era prá ser uma revista semanal para nossa cidade, mas morreu após algumas edições.
Das suas ocupações qual você executa com mais naturalidade (um dom natural): Jornalismo, Professor, Conselheiro ou a atuação no “Sul e Meu Pais?”
Gosto de todas as ocupações e elas se complementam. No jornalismo posso desenvolver a capacidade de falar sobre o cotidiano, assim como na pesquisa histórica, gosto de vasculhar o passado e trazer a tona as nossas mais variadas facetas e olhares da história regional. Como professor, tenho a oportunidade de contribuir na formação de uma nova geração de cidadãos mais conscientes e engajados na defesa dos nossos valores e crenças. No entanto ser professor hoje é uma profissão bastante ingrata, já que não há como sobreviver apenas do magistério. Chega a ser vergonhoso o que se paga de salário a um professor. A grande maioria continua no magistério por vocação e por gostar do que faz. Uma boa parcela também continua militando na área por acreditar na remota possibilidade que um dia, algum governo acorde e resolva acreditar que educação é a chave para nosso futuro e remunerar bem os professores é condição importantíssima para melhorar a situação da educação. Dou aulas a 15 anos e confesso que só uma revolução pode resolver o assunto. Quem sabe seja por isso que acredito tão fervorosamente que através da criação de um novo país, menor, mais fácil de se governar, com compromisso social e principalmente com um povo que tenha vergonha na cara, consigamos reverter este quadro. Acredito que o Sul do Brasil já é um país de fato e seu desenvolvimento só não vai adiante por que está amarrado a uma maldita federação, cujo poder central corrupto e corruptor age como um estado colonial: suga as riquezas e distribui pobreza e miséria. Acredito sim que o Sul é o meu verdadeiro País e isso não tem absolutamente nada contra outros povos dos brasis. Tem haver com amor próprio do nosso povo e da nossa vontade de construir um futuro juntos, tirando Brasília do nosso bolso. Tem haver com uma verdadeira revolução libertária na razão primeira da existência do Estado.
A missão do professor hoje é além de ensinar suprir a falta dos pais na formação das crianças e dos jovens?
Muitas vezes é, porém isso está totalmente errado. Há duas missões complementares, pois se os pais não dão uma boa educação aos filhos em casa, certamente o professor terá grande dificuldade em cumprir a sua missão na escola.
Uma palhinha sobre os trabalhos de Saulo Adami e Reinaldo Cordeiro?
Saulo Adami e Reinaldo Cordeiro tem o grande mérito de terem promovido, por caminhos diferentes, uma remexida geral na história da cidade nos últimos 15 anos. Os livros históricos do Adami, além de muitos inéditos, resgataram textos, muitas vezes esquecidos, pelos historiadores de hoje. Vejo muita gente escrevendo sobre a cidade que nega-se a dar este crédito ao Adami. Mas foi graças a ele que estes novos pesquisadores conseguiram encontrar os textos antigos. Já no campo da literatura os trabalhos do Adami são de grande valor e reconhecidos, inclusive fora de Brusque, de Santa Catarina e do Brasil. Adami é criticado por não seguir a metodologia cientifica nos seus livros, no entanto, mesmo com esta pequena falha, é hoje um dos nossos mais profícuos escritores. Reinaldo Cordeiro é um historiador que prima pelo rigor nas suas pesquisas e destaca-se nas suas produções, principalmente biografias. Creio que é um dos nossos mais destacados escritores acadêmicos da região. Uma outra faceta do Reinaldo, e que muita gente não sabe, é que a maioria dos grandes discursos de políticos (e até de empresários) de Brusque são da sua lavra. Quando escuto um político discursando, logo identifico se o que ele está dizendo foi ou não foi escrito pelo Reinaldo. É um profundo conhecedor em especial da história política da cidade. Continuo esperando um livro dele sobre este assunto.
Neri Merlo escreveu “O ouro de Hitler”. Você leu a obra?
Sim, li. Não sou muito fã da história da II Guerra, mas o livro trás uma pesquisa robusta sobre a questão das riquezas surrupiadas por Hitler e que no fim da guerra muita gente se perguntava onde teria ido parar... Vale a pena ler
Qual sua avaliação sobre o encontro de escritores?
Muito bom... Ótimo. Foi uma noite histórica pois pela primeira vez conseguimos reunir 43 escritores e conhecer um pouco mais sobre suas obras. O sucesso deve ser creditado em grande parte a equipe da Uniasselvi/Assevim, que prestaram todo o apoio ao evento, em especial a diretora da Biblioteca Dante Alighiere, Bárbara Lipinski, que ombreou o evento conosco. Fruto deste encontro deve ser fundada nas próximas semanas a Associação Brusquense de Escritores (ABE). O nosso próximo evento que reunirá os escritores de Brusque e região vai acontecer na Unifebe, no dia 19 de outubro, as 19h30min e vamos homenagear um grande escritor brusquense.
O Jornal EM FOCO está na trilha certa?
Com certeza estamos no caminho certo. Hoje somos o semanário de maior circulação em Brusque e região. Sinal de que os leitores aprovaram o formato que estamos dando a notícia.
Quais medos você tem ou teve? maior medo é o de envelhecer ou o de entristecer?
Morro de medo de altura. Quase borrei a bombacha quando tive que viajar a primeira vez de avião. Em relação ao outro medo, creio que seja o de entristecer, já que envelhecer ainda não inventaram um remédio.
Programação da televisão de hoje?
Na TV aberta, uma calamidade pública. Na TV por assinatura, exploração e repeteco 24 horas por dia.
Qual foi o maior desafio até agora?
Fundar o primeiro jornal Diário da história de Brusque e mantê-lo durante cinco ininterruptos anos. Só consegui esta façanha graças a um grande grupo de colaboradores.
Arrependimentos?
Não ter feito o curso superior de história antes.
Você se arrependeu de alguma coisa que disse ou que fez?
Não.
Você tem algum ressentimento?
Por ter origem alemã fui acusado injustamente pela Rede Globo e por outros setores da mídia nacional de defender ideias ligadas ao neonazismo e ao fascismo, quando na verdade sou um ferrenho combatente contra tais ideologias. O fato de ser descendente de alemães e de ser um separatista Sulista muito me orgulha, porém, isso não tem absolutamente nenhuma ligação com tais ideologias espúrias. Acredito que só pode haver unidade em um país quando se tem a diversidade e ela é respeitada. A xenofobia contra descendentes de alemães e italianos no Brasil assemelha-se muito a que certos brasileiros nutrem contra as etnias africanas. O Estado brasileiro é um dos que mais incentiva a xenofobia e a discriminação entre seus cidadãos.
Algo que você apostou e não deu certo?
No Jornal Diário Brusquense. Infelizmente, graças a minha falta de capacidade administrativa e a ajuda espetacular do governo (que me arrancava quase 48% da minha produção em impostos), tive que encerrar suas atividades.
O que faria se estivesse no inicio da carreira e não teve coragem de fazer?
Iria residir alguns anos na Suíça. Ainda pretendo voltar algumas vezes lá para conhecer melhor o seu sistema político (Confederação Helvética), que considero o mais perfeito da atualidade.
O que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?
Penso como diz Paulo Freire que a Educação é libertadora e assim sendo, é a mais pura prática da verdadeira liberdade.
Quais as maiores decepções e alegrias que teve?
Alegrias foi quando nasceram meus filhos, Celso Jr., Celso Guilherme e a minha princesinha Johanna, de 10 meses de idade. Em relação a decepções, no meu caso, são ligadas a área política. Ajudei com minhas habilidades muita gente a se eleger para diversos cargos políticos. Depois de eleitos o coice sempre foi grande.
Existem novos projetos em pauta? Você está escrevendo algum livro atualmente?
Estou escrevendo dois outros livros que devem ser lançados nos próximos meses: “Famílias Afrodescendentes no Vale do Itajaí Mirim” e “Breve História das Famílias de Rio dos Cedros”. Mas junto com estes dois há diversos outros projetos que já estão em pleno andamento, como o livro “Octogenários” onde entrevisto 32 idosos de Brusque com mais de 80 anos. Este sai no ano que vem.
Qual o seu conselho para os escritores que estão no processo de escrita de seus livros?
Que saibam escolher bons conselheiros e não deixem de dar seus originais, antes de publicá-los, para pelo menos duas pessoas ler. Com a critica destas pessoas é possível aperfeiçoar muito o conteúdo. Logo depois, é importante escolher um bom editor e projetista, que vai fazer além da edição, um projeto gráfico para o livro. Isto tem um custo pequeno, mas é de grande importância para o sucesso de uma obra. Eu faço este serviço de edição e projetista gráfico já à alguns anos e todos os livros de terceiros (além dos meus) que projetei foram um sucesso.
Um livro e um autor?
“A Independência do Sul” de Sérgio Alves de Oliveira (Martins Livreiro Editor – 1986).
Um filme?
Jornada pela Liberdade. Este filme é maravilhoso, pois mostra a luta de um parlamentar britânico (da Câmara dos Comuns) que pela primeira vez na história conseguiu fazer aprovar uma lei contra o tráfico de escravos pela Inglaterra.
Um desejo?
Ver a região Sul do Brasil independente e soberana, pois o Sul é o meu verdadeiro País.
Uma Citação?
“Algum dia, não muito longe outras gerações vão olhar para os que negam o Direito de Autodeterminação dos Povos aos Sul-brasileiros, como nós olhamos os anti-sufrágistas e os escravagistas do passado. Eles os chamarão de ridículos e antidemocráticos”
Finalizando, o que faz atualmente?
Atuo como Jornalista Editor do Jornal Em Foco, professor de história, geografia, filosofia e sociologia. Também me dedico a alguns anos a atividade como pesquisador (Escritor), especialmente em relação as etnias da região Sul. Sou ex-Conselheiro Municipal de Cultura de Brusque e atualmente Secretário geral do Grupo de Estudos Sul Livre (Gesul), Presidente nacional do Movimento O Sul é o Meu País (gestão 2009 – 2013), Coordenador geral da Organização Não Governamental "Pacto das Araucárias", entidade ambientalista que dedica-se ao plantio do nosso pinheiro araucária, espécie única no mundo e nativa do Brasil Meridional.

Celso Deuch Jornal Em Foco. Edição de 18 de setembro de 2012.
Neri Merlo
O entrevistado da semana é o corretor de imóveis e escritor Neri Merlo. nascido em Ibicaré/SC. aos 13.04.1956. filho de Luiz Domingos Merlo e de Ema Rover Merlo. casado com Silvana Heinig Merlo. com a qual tem um filho: Arthur. É torcedor do Brusque e do Santos. Como surgiu Brusque em sua vida?Em 1989 vim para Brusque transferido de Florianópolis para trabalhar no Banco Bradesco.
Quais são as memórias de criança?
Pescaria, futebol de salão.
Sonho de criança?
Montar uni time de futebol.
Como foi sua juventude?
Eu sempre gostei de dançar, eu era frequentador da matinês de domingo e bailes nos interiores, pois pegava o trem para ir dançar em Piratuba. Capinzal e outras cidades. Tinha meu próprio time de futebol o Ferroviário Futebol Clube. Trabalhei no IBGE, Caixa Econômica Federal e. Sempre gostei de natação.
Pessoas que influenciaram?
Os padres e as freiras nos educandários onde estudei. pois tinha que ler muito e estudar latim era um problema. porque eles cobravam e meu pai também. Tinha que ajudar o padre que celebrava missa para as finuras freiras de um convento. tocar os sinos e segurar a patena quando o padre dava comunhão durante a missa. Tinha que levantar às 5 da manhã. (A Patena é unia espécie de prato utilizado pelos católicos nas Missas onde se consagra o pão e o vinho).
Como conheceu a Silvana?
Conheci na balada. no antigo samurai por um acaso.
Vida escolar?
Primeira Série educandário São José em Herval d'Oeste. segunda série Governador Celso ramos em Joaçaba e posteriormente em Barracão no estado do Paraná pois fui trabalhar na Alfândega. "Custom". Aos 44 anos fui estudar direito na Unifebe e me formei em direito. Fiz Pós Graduação em direito Constitucional
Primeiro Professor/a?
Irmão Marista Waldemar Correia.
Grandes professores/as?
Dr. Moreira. Dr. Schmidt. Dr. Rodrigo José Leal, Mestre. Adriana Bina Silveira. Dr. João José Leal.Mestre. Ricardo José Engle. Luiz Elias Valle e o Dr. Luiz Henrique C'ademartori "Hermenêutica Constitucional e a prática do direito".
Como surgiu a ideia de escrever o livro O Ouro de Hitler?
Durante minha Pós - graduação em direito constitucional aprendi a pesquisar com os meus professores. doutores em direito aqui na UNIFEBE. O OURO DE HITLER. é um trabalho de fôlego de 1 (um ano e seis meses de pesquisa que envolveu quase 5 mil páginas pesquisadas. compra de livros etc. possui 379 páginas. Quando você escreve com o intuito de aprender você transfere conhecimentos aos outros de forma sublime e quase não se escuta nem a respiração dos que estão ouvindo você fazer a transferência de conhecimentos. Um livro sem a intuição de ganhar dinheiro. A falta de opções desse gênero nas livrarias. religião. política, ciência. ficção.
Uma palhinha sobre a obra?
A cor da pele é apenas uma mutação genética. O livro mostra como os judeus foram exterminados durante a segunda r queira mundial, como foram descrimina- dos desde a crucificação de Jesus cristo e a lança de longinus que poderes sobre as nações que ela tem, mas o livro não é só isso. envolvimento dos falsários. argentários, envolvendo como neutros, não só a Suíça mas todos os países satélites. como se a Alemanha fosse o centro de tudo. Vai ver também porque algumas nações estão em apuros econômicos hoje. O ouro monetário, você sabe é lógico que um dólar era considerado uma grama de ouro. mas o que você não sabe é quanto ouro monetário foi roubado, quanto ouro do holocausto foi tirado das mãos, dos dentes. das contas bancarias dos judeus. ciganos e outros povos. Como fez para encontrar tantos judeus e saber onde moravam quanto possuíam e quantos deveriam morrer para se apoderar desse ouro e diamantes para unia oferenda do holocausto: A palavra holocausto tem o significado de oferenda queimada. E a bomba atômica o porque dessa matança e porque foi lançada no Japão. existe uma outra narrativa ou você ainda acredita emi mentiras contadas a 62 anos atrás, estamos no século XXI. Hitler falou ao povo alemão até a -ultima gota de sangue" para defender o que? existia algo? Outra frase dele "Uma mentira contada muitas vezes se toma unia verdade". Não é só no Brasil que estão lendo este livro mas em mais "Cinquenta e duas línguas".
E você já leu dê sua opinião eu sou suspeito a falar Esse escritor esporta cultura é isso... ?
Combinamos assim: fica a curiosidade para o leitor? Só unia palhinha? Será uma das obras mais lidas nos últimos tempos.
Pensa em lançar o segundinho? (Livro), que assunto abordaria?
Tenho já outro pronto e posso até adiantar "TERCEIRIZAÇÀO DOS SERVIÇOS PARA MANUTENÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS PENAIS COMO ALTERNATIVA À FALÊNCIA DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO. E tem ainda um terceiro que não posso revelar.
Tem preferência ao escrever por algum tema?
Não. escrevo ou pesquiso o que eu gosto.
O que aplica de seus aprendizados no dia a dia?
Paciência. ética e humildade.
Em que apostou e não deu certo?
Loja de loterias.
Algo cômico que aconteceu na sala de aula?
Durante a minha Pós Graduação minhas notas foram muito boas tinha tirado tudo A. Foi durante um apresentação para o Mestre professor Ruy Samuel Espindola, na Pós Graduação em direito constitucional. quando na minha apresentação sobre vetores constitucionais. uma explanação de (15) quinze minutos ao final lógico eu falava do livro do ilustre professor. quando ele fez a pergunta. Quem escreveu sobre isso que você acaba de transmitir aos seus colegas. respondi bem alto na sala foi (Ruy Manoel Espindola). ele respondeu o maneca? Foi cômico. mas uma letra B nas minhas notas alertaram para a minha falta de atenção ao não referir ao professor errando seu nome.
O que faria se estivesse no inicio da carreira e não teve coragem de fazer?
Afrontar alguém.
Grandes obras que leu e gostou?
Rex Deus. Irmandade do Santo Sudário. O livro Negro do Capitalismo. Dialogo no inferno entre Montesquieu e Maquiavel. O príncipe, e o Homem Delinquente.
Quais as maiores decepções e alegrias que teve?
Sonhos que não deram certo, foram minhas maiores decepções. Minhas maiores alegrias meu casamento e o nascimento de meu filho.
Costuma ler jornais? Já leu o EM FOCO? Está trilhando no caminho certo?
A folha de São Paulo. jornal do estado Santa Catarina e os jornais do município de Brusque. O Em Foco leio sim é muito bom e tem bons jornalistas.
Referências
- Jornal Em Foco. Edição de 18 de outubro de 2011.
ROGÉRIO
SANTOS PEDROSO
GRANDES
NOMES NO MAGISTÉRIO
Apresentação
O
entrevistado da semana é o Professor Rogério Santos Pedroso,
nascido em Taubaté, no interior
do Estado de São Paulo, aos 17.10.1959; filho primogênito de
quarto filhos (Celso, Regina e Rosângela) de Benedicto Pedroso e
Benedicta Apparecida Santos Pedroso.1986 - Casei-me com Raquel Maria
Cardoso Pedroso em 1986; dois filhos: Ronaldo Luiz Pedroso (26 anos)
e Raul Luiz Pedroso (22 anos); em 2009, nasceu o seu netinho Benjamin
Lins Pedroso.
Professor e Membro da Equipe de TI da Prefeitura de Brusque;
Professor do Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE ; Membro da
Equipe de Formadores e Pesquisadores da UFSC que em parceria com o
Ministério da Educação - MEC desenvolve o Programa Nacional "Um
Computador por Aluno" no Estado de Santa Catarina (ProUCA/SC). É
corinthiano, mas não é
fanático.
Nosso
entrevistado Rogério Santos
Pedroso
'''Quais
são as lembranças que você tem da sua infância?'''
Há muitas
lembranças da minha infância que guardo com muito carinho. A
primeira delas é o carinho que minha querida mãe, "Dona Cida"
demonstrava no seu cuidado com os filhos. Seja no preparo da comida,
das sobremesas, dos lanches escolares e principalmente no cuidado que
tinha em visitar cada filhos nos quarto todas as noite e do beijo de
boa noite que dava em cada um. O meu pai era um homem que trabalhava
muito para fornecer o sustento da família. Ele era funcionário
público estadual do Departamento Estadual de Rodagem (DER) do estado
de São Paulo. E, à noite e nos finais de semana, era gerente de
cinema. Ele sempre levava eu e meus irmão nas matinês de domingo,
no cine Urupes ou no cine Palas, para assistir desenhos animados.
'''Você
tem amigos da infância ainda?'''
Sim. Alguns
tenho contato presencial com o prof. João Luiz que é o atual
diretor da TI da Prefeitura de Brusque. Na UNIFEBE tem o prof. Luiz
Carlos Maçaneiro e outros que eu encontros esporadicamente como
Noberto Lopes, Janesco e Noberto Webber. Outros eu mantenho contato
virtual, via internet, pelas rede sociais (Facebook): Marco Siqueira
França (São Paulo), Claudemir Ramos (Taubaté/SP), Terezinha Lopes
(Lavra, Minas Gerais), Osvaldo Mabba (Jaraguá do Sul), Renato Tecila
(Jaraguá do Sul), Reinaldo Ramos (Taubaté)....
'''O
que sente falta da infância?'''
Sinto muita
falta da época em que eu e meus amigos jogávamos bola na rua -as
famosas "peladas" - no finais de tarde. Naquela época as
ruas não tinham movimento de carros. O movimento eram de carroças,
bicicletas e pedestres. Nós montávamos times de futebol para jogar
contra outros times de bairros vizinhos.
'''Quando
você era criança queria ser adulto?'''
Eu,
quando era criança, deseja crescer logo para ser como os adultos. Eu
achava que ser adulto seria muito bom, pois o adulto tinha mais
liberdade para fazer o que bem entendesse e podia sair sem precisar
pedir permissão ou dar explicações.
'''Sonho de criança? Em que
você sonhava ser quando era pequeno?'''
Eu tive
vários sonhos. O primeiro era ser engenheiro naval e construir
grandes navios. Depois decidi que gostaria de estudar em seminário
para ser padre.
'''Como
foi sua juventude?'''
Grande
parte da minha juventude eu passei nos seminários da Congregação
dos Padres do Sagrado Coração de Jesus. Eu gostava muito do
ambiente de amizade e companheirismo dos colegas de seminário. Era
um ambiente bem estruturado que tinha uma organização do uso do
tempo diário; horário para estudar, para trabalhar na horta ou
pomar, para fazer o serviço de casa - lavar louça, varrer
corredores e salas, limpar banheiros etc. - para jogar bola, para
rezar e para dormir e acordar. Foi uma época muito boa, pois aprendi
muito com meus amigos padres e professores, construí grandes
amizades que duram até hoje. E tive a oportunidade de conhecer e
conviver com muitas pessoas diferentes de regiões diferentes do
Brasil. Morei nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e
Santa Catarina. Foi uma época muito boa.
A família_Pedroso - da
direita para esquerda: Ronaldo (filho), Raquel (esposa),Benjamin
(neto), Rogério e Raul (filho).
'''O
que você mais gostava de fazer para se divertir?'''
Na minha
infância eu adorava jogar bola na rua, brincar de queimada,
pega-pega no garrafão - desenho de um grande garrafão feito no chão
- e de jogo de taco. Eram brincadeiras coletivas que as crianças
faziam nas calmas ruas de chão batido. Brincávamos até o anoitece
ou quando os pais chamávamos para voltarmos para nossa casa.
'''Quais eventos mundiais tiveram o maior impacto em sua vida durante a sua infância e juventude?'''
Historicamente
os fatos mundiais que mais marcaram minha infância foram: a chegado
do homem na lua (20 de julho de 1969) e a Copa do Mundo de 1970,
quando a seleção brasileira foi tricampeã mundial de futebol, no
México. Os jogadores eram chamados de "canarinhos".
Lembro-me do Pelé, Tostão, Gérson, Jairzinho, Rivelino... Na
juventude foi: a Queda do Muro de Berlim (09 de novembro de 1989)
colocando fim à Guerra Fria (Capitalismo X Socialismo). Outro fato
histórico muito importante para o povo brasileiro foi a
redemocratização do país com as eleições diretas para presidente
da república do Brasil em 1989. E finalmente outro fato mundial que
marcou o início da minha vida adulta foi a liberação da internet
(a rede mundial de redes de computadores) para a sociedade civil em
1995. Esta tecnologia está mudando a forma de viver da sociedade
atual.
'''Pessoas
que influenciaram?'''
Muitas
pessoas que passaram pela minha vida ajudaram-me a ser o que eu sou
hoje. Primeiramente os meus pais pelo exemplo de vida honesta,
trabalhadora e amor incondicional. Meus professores de seminário
menor: Pe. Herculano Vaz, Pe. Lucas Scheid e Pe. Valério Cardoso
exemplos de espiritualidade e generosidade; no seminário maior: o
saudoso Pe. Orlando Maria Murphy foi um grande exemplo de homem
intelectual que tinha uma cultura muito ampla e profunda e Pe. Carmo
João Rhoden exemplo de vida religiosa e intelectual. As Professoras
doutoras Lea Fagundes (UFRGS), Edla Maria Faust Ramos (UFSC) e Araci
Cataplan (UFSC) exemplos de humildade intelectual apesar de serem
grandes mulheres estudiosas e pesquisadoras na área das tecnologias
de comunicação digital aplicada à educação.
'''Como
foi a educação recebida de seus pais?'''
Meus pais
eram pessoas humildes e muito trabalhadoras. Minha mãe, Dona Cida, é
uma mãe e vó zelosa dos filhos e netos, que não mede esforços e
sacrifícios para dar o bem estar aos filhos e netos. É uma grande
artista, pois apesar do pouco estudo acadêmico, tem o dom de fazer
coisas lindas em quadros, esculturas e na culinária: faz pratos
saborosos para a família e para a comunidade da paróquia São José
Operário, em Taubaté. Ela tem o meu amor eterno. Meu pai, "Seu
Ditinho", foi um homem que trabalhou muito na vida - de manhã,
tarde e a noite, de segunda a segunda - para dar o sustento da
família. Ele é um homem que eu tenho orgulho de chamar de Pai. Ele
é meu exemplo de trabalhador e honestidade na vida. A ele também
meu amor eterno.
'''Como
era a escola quando você era criança? Quais eram suas melhores e
piores matérias? De que atividades escolares e esportes você
participava?'''
A escola
que eu frequentei na infância foi o Grupo Escolar Monteiro Lobato.
Hoje é o Colégio Estadual Monteiro Lobato na cidade de Taubaté,
São Paulo. Nessa escola estudei sete anos. Ela tinha uma ótima
infraestrutura: era formada por três grandes prédios, de três
andares, interligados. Tinha um grande pátio coberto para o recreio
e homenagens cívicas e quatro quadras esportivas. Eu estudei no
período da Ditadura Militar (1964-1985) e as escolas públicas
seguiam as orientações didático-pedagógicas estabelecidas pelo
MEC. A pedagogia usada pelos professores era baseada apenas na
"memorização" (na decoreba) de nomes e datas. Tínhamos
um regime disciplinar parecido com o do exército. Antes de entrar
nas salas de aula todos (professores e alunos) cantavam o hino
nacional enquanto era hasteada a bandeira brasileira; entrávamos e
saíamos da sala em filas de dois alunos. Depois do recreio e antes
de voltar para sala de aula, novamente cantávamos. As regras de
disciplina em sala de aula eram rigorosas. O aluno que não ficasse
quieto e sentado ou desobedecesse a uma ordem do professor era
penalizados com castigos ou era enviado para conversar com o diretor.
Todos os alunos deviam ir de uniformes para a escola. Não recebíamos
livros didáticos. A maior parte do conteúdo era copiado do quadro
negro ou era ditado pelo professor. Escrevíamos muito. Tenho um calo
no dedo máximo de tanto escrever com o lápis ou caneta naquela
época.
'''Grandes
professores?'''
Tive duas
grandes professoras que marcaram minha vida escolar nos anos iniciais
a Dona Nelza e Dona Salete na Escola Monteiro Lobato em Taubaté
(SP). Elas eram muito queridas e dedicadas com os alunos e ainda
lembro delas.
'''Formação
acadêmica? Que educandários frequentou?'''
De 1966 a
1974, estudei no Colégio Estadual Monteiro Lobato: do Ensino
Fundamental das séries iniciais (antigo primário) até a 6ª série;
e de 1975 a 1983, estudei nos seminários menores da Congregação
dos Padres do Sagrado Coração de Jesus. Passei pelos seminários de
Lavras (Minas Gerais), Curitiba (Paraná); e nos conventos de Jaraguá
do Sul e Brusque (Santa Catarina).; em 1984. graduei-me na Fundação
Educacional de Brusque (FEBE), no curso de Estudos Sociais. em 1995,
conclui a Especialização em Historia Social. (Carga Horária:
420h), na Universidade do Vale do Itajaí, UNIVALI. Em 2003, conclui
a Especialização em Informática na Educação. (Carga Horária:
360h), no Instituto Brasileiro de Pós Graduação e Extensão,
Curitiba (Paraná); Em 2006, conclui a Especialização em
Especialista em Educação a Distância. (Carga Horária: 360h), no
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - RS, SENAC/RS.
''Em
resumo, em que seminários estudou?'''
Instituto
Teológico SCJ de Taubaté, São Paulo (curso preparatório para
entrar Seminário); Seminário Dehoniano de Lavras, Minas Gerais
(Ensino Fundamental); Seminário Dehoniano de Curitiba, Paraná,
(Ensino Médio); Noviciado
Nossa Senhora de Fátima, Jaraguá do
Sul, Santa Catarina (iniciação a vida religiosa) e Convento SCJ de
Brusque, Santa Catarina (Ensino Superior).
'''Que matérias você leciona?'''
Para os alunos e alunas do curso de Pedagogia
da UNIFEBE eu leciono a disciplina: História e Geografia: conteúdos
e métodos; para os professores da UNIFEBE do capacitação sobre: O
uso do Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem Moodle; para os
professores das 12 escolas públicas catarinenses que participam da
Formação Continuada a Distância do Programa Nacional Um Computador
por Aluno (ProUCA/SC) eu trabalho a temática: O uso da tecnologias
de comunicação digital na sala de aula.
'''Um parâmetro: aluno de ontem e o de hoje?'''
O perfil do bom aluno de ontem era: - ter
domínio principalmente da língua portuguesa e da matemática; -
valorizava-se a memorização de dados e informações; - era
estimulado a trabalhar individualmente. - ao aluno era ensinado que
estudar tinha um começo (Educação Infantil), meio (Ensinos
Fundamental e Médio) e fim (Ensino Superior). Era aluno por um tempo
definido. Hoje busca-se o perfil de bom aluno naquele que tem: -
domínio e entendimento dos conteúdos estudados por todas as
disciplinas; - saiba ler, escrever e interpretar um texto; - tenha o
domínio das funcionalidades das tecnologias de comunicação digital
(saber usar o computador e a Internet) para estar incluído
digitalmente na sociedade; - autonomia no pesquisar as informações
e saiba analisar e debater juntamente com os professores e demais
colegas sobre os assuntos estudados (trabalhar em equipe); -
consciência que será um "eterno aluno", pois hoje a
formação da pessoa é continuada e por toda a vida.
'''Grandes nomes na educação? '''
Alem dos grandes professores e educadores que
tive na minha educação formal, posso citar outros educadores e
estudiosos da área: Paulo Freire, Jean Piaget, Vygostsky, Henri
Wallon, john Dewey, Seymour Papper, Léa Fagundes, Edla Maria Faust
Ramos, José Armando Valente, José Manuel Moran, Mario Sergio
Cortella e muitos outros.
'''Se não fosse Professor?'''
Gostaria
de ser juiz de direito.
'''Quais
medos você tem ou teve? maior medo é o de envelhecer ou o de
entristecer.?'''
Já passei
por algumas situações de medo na vida principalmente na infância
onde a imaginação é muito fértil. Uma situação que me deixa com
uma sensação desagradável é viajar de avião. Tinha muito medo de
falar ou ler em público, eu tremia todo e suava frio. Não tenho
medo de envelhecer, mas gostaria de ter uma velhice com saúde. Não
tenho motivo para ser triste na vida, muito pelo contrário acho que
o dom de "estar vivo" e poder contemplar tantas maravilhas
oferecidas pela criatividade de Deus é um milagre diário. Agradeço
a Deus todos os dias por acordo todas as manhãs para viver.
'''Qual
foi o maior desafio até agora?'''
Meu maior
desafio é saber aceitar a minhas limitações pessoais e não deixar
que essas limitações me impeçam de lutar para vencer os desafios
pessoais e profissionais.
'''Você
se arrependeu de alguma coisa que disse ou que fez?'''
Tem um
passagem da carta de São Paulo evangelista aos Romanos que serve
muito bem para minha vida. São Paulo disse: "Não faço o
bem que quero e faço o mal que não quero" (Rm 7,19). Já
magoei muitas pessoas que amo e desses atos eu me arrependo.
'''Você
tem algum ressentimento?'''
Dá mesma
forma como magoei pessoas, também fui magoado, mas essas situações
é da condição humana e o tempo se encarrega de apagar as
tristezas. A vida é um dom precioso que não devemos gastar nosso
tempo relembrando coisas tristes.
'''
Algo que você apostou e não deu certo?.'''
Eu diria
que eu apostei e AINDA não acertei. Alguns exemplos de aposta:
ajudar a levar para todos os alunos e professores da rede municipal
de ensino e as famílias mais carentes de Brusque o acesso gratuito e
ilimitado às tecnologias de comunicação digital (TCD). Mas
acredito que com a ajuda dos atuais gestores municipais poderemos
levar o Programa Nacional 'Um Computador por Aluno' (ProUCA) para
todas as escola municipais; ajudar na implantação e implementação
do Governo Eletrônico (E-Gov) municipal que visa levar os serviços
e benefícios públicos, via internet, a todas as casas dos cidadãos
brusquenses.
'''O
que faria se estivesse no inicio da carreira e não teve coragem de
fazer?'''
Teria
investido mais na minha formação profissional, teria feito o
mestrado e até o doutorado mais cedo para poder oferecer um serviço
de docência de melhor qualidade para os alunos e compartilhar mais
com meus colegas professores os conhecimentos aprendidos.
'''O
que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve,
no seu dia a dia?'''
Tem vários
educadores que muito me ensinaram, mas teve um que muito me marcou
como educador e como humanista, Paulo Freire. Paulo Freire tinha um
amor muito grande pela vida, pelas pessoas, pelas criaturas vivas (ou
não) da natureza. Ele usou o termo "boniteza", ou seja a
gente tem que ver o que há de BONITO na vida e contemplar a BELEZA
da natureza. Tento passar para as pessoas e alunos com quem convivo
que temos que ver a "boniteza" da vida e cultivar sempre a
"curiosidade epistemológica" que recebemos de Deus na
infância. Somos eternos aprendizes.
'''Curiosidade
epistemológica?'''
De
acordo com Paulo Freire a curiosidade epistemológica é construída
pelo exercício crítico da capacidade de aprender. É a curiosidade
que se torna metodicamente rigorosa e, se opõe à curiosidade
ingênua que caracteriza o senso comum.
'''Quais
as maiores decepções e alegrias que teve?'''
Sei que
tive muitas decepções na vida, mas essas já fazem parte do
passado. As alegrias que tive na vida são muitas, mas as principais
foram: o nascimentos dos meus dois filhos Ronaldo e Raul e do meu
netinho Benjamim Lins Pedroso. Outra alegria imensa foi quando minha
mãe e meu pai conseguiram superar uma cirurgia delicadíssima para
resolver problemas cardíacos.
'''Finalizando,
e quanto a trajetória profissional?'''
Em
1984 - Comecei a trabalhar como professor de História e Geografia na
Escola Municipal Oscar Maluche, na localidade do Steffen; em 1989,
passei no concurso público municipal de Brusque e efetivei-me com 40
horas/aulas semanais: 25 aulas no Ensino Fundamenta (5ª a 8ª
séries) na Escola Oscar Maluche (período matutino) e 15 aulas no
Ensino Médio (1º, 2º e 3º anos) no Colégio Municipal João
Hassmann (período noturno), no bairro do Guarani. De 1990 a 1994,
trabalhei como professor concursado na rede municipal de ensino de
Gaspar e como professor ACT no Colégio Estadual Frei Godofredo de
Gaspar (período vespertino). Em 1992, Conclui a Especialização em
Geografia Humana. (Carga Horária: 390h), na Universidade do Vale do
Itajaí, UNIVALI; de 1992/ 1993, fui diretor do Colégio Municipal
João Hassmann, no bairro do Guarani; em 1995, conclui a
Especialização em Historia Social. (Carga Horária: 420h), na
Universidade do Vale do Itajaí, UNIVALI. De 1995 a 2008, fui
selecionado pela secretaria de educação de Brusque, em parceria com
UFSC, para ser professor no Módulo de Aplicações Educacionais
(MAPE), no Telecentro de Brusque para trabalhar com a formação de
professores na área de Informática Aplicada à Educação e
inclusão digital da comunidade em geral. De 2001 a 2005, fui o
criador e o coordenador da projeto de gestão pública de introdução
da informática nas escolas da rede municipal de Brusque, por meio da
secretaria municipal de educação, o chamado Espaço Pedagógico
Informatizado (ESPIN). Em 2003, conclui a Especialização em
Informática na Educação. (Carga Horária: 360h), na Instituto
Brasileiro de Pós Graduação e Extensão, Curitiba (Paraná);
em 2005, fui contratado para ser Assessor de EaD no Centro
Universitário de Brusque (UNIFEBE) para trabalhar a formação dos
professores da instituição com ambiente virtual de
ensino-aprendizagem e ser o designer do site institucional. Em
2006, conclui a Especialização em Especialista em Educação a
Distância. (Carga Horária: 360h), no Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial - RS, SENAC/RS. Em 2009, conclui o
Mestrado no Programa de Pós-Graduação em Educação, na
Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, em Florianópolis,
ainda em 2009, fui convidado para trabalhar na Prefeitura de Brusque
na área de Governo Eletrônico junto à diretoria de Tecnologia de
Informação. Em 2010, Membro da Equipe de Formadores e Pesquisadores
da UFSC no Programa Nacional Um Computador por Aluno de Santa
Catarina (ProUCA/SC) em parceria com o Ministério da Educação
(MEC).
Izaías Joaquim Gonzaga
Apresentação:Izaías Joaquim Gonzaga, nasci em 26 de Setembro de 1937, no Lugar Moura, Município de Canelinha, todavia, registrado em São João Batista, sou filho de Joaquim Luiz Gonzaga e Maria Boni Gonzaga. Cônjuge Marlete Dias Gonzaga. Filhos: Maria Tereza, Maria Eunice e Luiz Marcelino. Torço para o Palmeiras (São Paulo), e Bruscão. Endereço do escritório: Em Brusque, Rua Felipe Schmidt, Edifício Centro Empresarial João Dionísio Vecchi. Em Balneário Camboriú, Rua 916 esquina Rua 1.546.
Como foi sua infância?
Até os seis anos de idade, normal para uma criança do meio rural, e dos sete aos doze anos, bastante intensa para uma criança do meio rural, porém, enfrentando o curso primário elementar, no Bairro Águas Claras, em Brusque.
Sonho de criança ?
Quando ia para a escola, nas frias manhãs de inverno, com direito a muita geada e tudo o mais, desejava ter algo como um fogão à lenha que se movesse para aquecer-me.
Como foi sua juventude? Minha juventude começou aos quatorze anos de idade, quando iniciei minha vida profissional como operário na Fábrica de Tecidos Cônsul Carlos Renaux, setor de tecelagem, seção de emendação, 1952/1953. Em 1954 migrei para São Paulo, Capital, onde aos dezesseis anos e meio trabalhei como faxineiro, copeiro e garçom até os dezenove anos. Depois trabalhei como cartorário por vinte anos seguidos. Não posso me queixar de minha vida pessoal, quando jovem.
Como conheceu a Marlete?
De modo normal e familiar em São João Batista.
O senhor se lembra da primeira professora?
Minha primeira professora foi a senhora Adelina Rudolf Zirke, carinhosamente conhecida por Dona Dilina. A senhora Anadir Martins também foi minha professora no primário elementar. Ambas no Bairro Águas Claras, em Brusque.
Segundo o artigo 133 da Constituição Federal, "O advogado é indispensável à administração da Justiça", ainda é, ou é mais uma letra morta?
Eu não diria que o Advogado "é indispensável à administração da Justiça", e sim digo que o Advogado é indispensável à aplicação da Justiça. Mas, o Advogado tem que saber da responsabilidade que é ser Advogado. Não creio que o referido dispositivo constitucional tenha se tornado letra morta, mesmo porque não há como haver aplicação da Justiça sem a presença do Advogado. A presença de Advogado é imperiosa em qualquer procedimento judicial, especialmente na área criminal.
Qual deve ser o perfil do profissional do Direito?
Ao receber a carteira de Advogado, o até então bacharel em Direito, presta e assina o juramento de "exercer a advocacia com dignidade e independência, com observância da ética, dos deveres e das prerrogativas profissionais, defender os direitos humanos, a justiça social, a boa aplicação das leis e a rápida administração da Justiça", entre outras obrigações. No meu entender pois, o perfil do Advogado deve ter por base a lealdade, não só para com o cliente, mas também com seus colegas, promotores e juízes. O Advogado que se preza não pode esquecer da urbanidade, da transparência na prestação dos seus serviços, dar e receber tratamento no mesmo patamar de promotores e juizes.
Em que áreas ou segmentos o Advogado pode atuar?
Entendo que o Advogado pode atuar em qualquer área ou segmento de atividade profissional liberal, em sua banca advocatícia, ou como assessor industrial, empresarial, comercial, etc. De certo modo o Advogado não encontra limite para a sua atuação profissional. O Advogado pode limitar-se à assessoria jurídica, ou apenas como professor, ou ainda, agir em defesa de seu cliente ajuizando ou contestando as ações judiciais necessárias.
Quais são as mais concorridas?
A meu ver a Advocacia mais concorrida é a própria advocacia liberal, independente de emprego ou subordinação a horário e local de trabalho. É a advocacia pura no sentido amplo da palavra.
Atualmente prevalece a especialização por área?
Muito embora seja importante e até necessária, não creio que a advocacia especializada prevalece, especialmente em locais ou regiões de menor expressão populacional. A advocacia especializada tem bom efeito em grandes centros urbanos. No mais, creio ser melhor aplicável a advocacia geral, isto é, o Advogado atuar em todas as áreas.
Advogou muito tempo em São João Batista?
Iniciei em Setembro de 1977 e lá permaneci até Agosto de 1985. Em que área o senhor mais atuou ? Como já respondi, o Advogado de pequenas Cidades não pode se dar ao luxo de escolher causas. Em São João Batista atuei na área cível, civil e criminal. Fiz algumas defesas no tribunal do júri. E posso dizer que me sai muito bem.
O senhor poderia traçar um paralelo quanto a atuação do Advogado entre a Comarca de São João Batista e a de Brusque?
É difícil a comparação, uma vez que desde 1985 não mais tive uma atuação significativa em São João Batista. De lá para cá passei por Tijucas e Itapema. Atualmente, além do escritório em Balneário Camboriú, também estou exercendo a advocacia em Brusque. Por isso não tenho como embasar um paralelo entre as duas Comarcas.
Como o senhor vê o Judiciário em Brusque?
Creio que a pergunta está relacionada ao Judiciário Estadual, e o observo com bons olhos. Pessoalmente não tenho queixas. A tendência, certamente é melhorar em todos os sentidos. O que mais preocupa, não só a mim, mas a todos os Advogados, principalmente aos que aqui são radicados, é o contínuo e desgastante rodízio de Juízes.
Por que o Judiciário em Brusque mesmo com o surgimento da Justiça Federal e da criação da 3' Vara ainda não atingiu o ponto ideal na concessão da Justiça?
Vamos por parte. Vejo que a indagação tem relação com a Justiça Estadual. A propósito, já respondi que pessoalmente não tenho queixas do Judiciário Estadual em Brusque. A instalação da Justiça Federal em Brusque não teve grande repercussão, para cima ou para baixo, no Judiciário Estadual Brusquense, por quanto a carga processual federal não era significativa. É sabido que o ser humano não é perfeito. Creio que o único homem que se pode considerar perfeito, morreu na cruz de braços abertos. Por isso mesmo, não se deve cruzar os braços diante das dificuldades. Seria muito bom se o Judiciário Estadual em Brusque atingisse o ponto ideal. Mas, para que tal desiderato acontecesse, seria necessária a criação e instalação de, no mínimo o dobro das atuais Varas. E não é o sonho só dos Advogados Brusquenses, mas de todos que advogam no Estado de Santa Catarina. O ideário pleno, sem dúvida, é difícil de alcançar.
O senhor considera justo o exame da Ordem dos Advogados?
O exame da OAB pode não ser justo, no entanto, é legal. Entendo que o exame é uma necessidade para a classe. Muitos poderão dizer: é mais em outras profissões não existe o exame, como medicina, engenharia, odontologia, etc. Mas, creio que mais cedo ou mais tarde a exigência do exame de capacitação deverá alcançar todas as profissões de nível universitário. Não faz muito tempo, o exame de capacitação dos bacharéis em direito de Santa Catarina, era efetuado sob o comando a Ordem dos Advogados-SC, e causou muita polêmica pelo descaso como era tratado. Agora, o exame é feito com a direção do Conselho Federal, fato que colocou fim no atrito entre os examinandos e a OAB-SC.
O Advogado é um eterno estudante?
Sim. Não podemos esquecer que o Direito não é estanque, não é finito. O Direito está sempre em evolução e ebulição. O Advogado deve e precisa atualizar-se sempre, lendo, revisando, escrevendo, conversando, consultando a literatura, principalmente a específica do Direito, frequentando cursos e eventos da área do Direito. Enfim, o Advogado não pode estacionar, não pode se dar ao luxo de estagnar, tem o dever de estar sempre atento à evolução do Direito.
O Advogado antes, era visto com uma autoridade, e hoje, um quase ninguém ?
Eu não diria tanto, e nem seria tão radical. Mas, certamente os tempos mudaram, ou melhor as pessoas mudaram. Realmente, em tempos idos, o Advogado era tido e havido como autoridade. Era respeitado, reverenciado, por quem quer que o procurasse. Todavia, tudo é uma questão dos tempos. Antes, havia menos população, e logo menos Advogados. Os meios de comunicação eram difíceis e limitados. Daí porque o Advogado se parecia com um médico. Hoje, o número de Advogados é muito elevado, é pois mais fácil a população encontrar um Advogado. Dizer que atualmente o Advogado não é uma autoridade é um tanto pesado. Porém, muito do caimento da referência e respeito, deve ser debitado ao próprio Advogado que, em muitos casos não se dá ao respeito que deveria empregar.
O senhor integra o COMUSA ? Como funciona ? E que resultados tem trazido aos brusquenses ?
Sim. Integro o Comusa, que é o Conselho Municipal de Saúde, como conselheiro representando a Ordem dos Advogados, Subseção de Brusque. O funcionamento se dá, primeiro através de uma Diretoria, formada por um presidente, um vice-presidente e um secretário. Depois pela reunião dos conselheiros que o integram, formando o plenário. Uma vez por mês o Plenário do Conselho se reúne para discutir e aprovar ou não os assuntos colocados em pauta. Os conselheiros são eleitos a cada três anos. O Comusa conta com várias Comissões internas que tratam dos mais variados temas pertinentes. Sou relator da Comissão de Avaliação de Prestações de Contas. Os resultados têm surgido e são muitos, mas seria longa a especificação. Estou sempre atento às necessidades da população. É claro que sou apenas um conselheiro entre vinte e tantos outros.
Um resumo de sua vida profissional.
Já coloquei que minha vida profissional teve início nos anos 1952/1953, como operário aqui em Brusque. De 1954 até 1956 trabalhei em São Paulo, Capital, como faxineiro, copeiro e garçom. A partir de Janeiro de 1957 até Julho de 1977, trabalhei como auxiliar e depois como escrevente habilitado do 19° Tabelião de Notas, também em São Paulo. De Agosto de 1977 até os dias atuais, exerço a advocacia liberal. Com muita honra fui jubilado em 2007 pela Ordem dos Advogados de Santa Catarina, por ter atingido trinta anos de advocacia, sem nenhuma mácula e por ter completado setenta anos de idade. Um fato inédito: no que dia em que fui jubilado, tive a satisfação de, por deferência da Ordem dos Advogados, Subseção de Brusque, entregar a meu filho, Luiz Marcelino Gonzaga Júnior, a sua carteira de Advogado.
O que é uma sexta-feira perfeita?
Para mim, uma sexta-feira perfeita, é deixar toda e qualquer atividade profissional em absoluto repouso, o que faço a uns dez anos, e me dirijo à um sítio no meio rural para trabalhar como roceiro, limpando, carpindo, roçando, plantando, colhendo, enfim, praticando a vida do lavrador, sem compromisso de horário para iniciar e terminar. Observar e apreciar os bichos e aves silvestres, os quais, graças a Deus, estão reaparecendo em número muito bom.
O que o senhor diria aos que estão iniciando a carreira advocatícia?
Creio que já me expressei o bastante a respeito de como deve agir um Advogado. E o modo de agir serve para todos, velhos ou novos Advogados. Mas, de qualquer maneira, é sempre bom e dever dos mais velhos orientar os Advogados mais jovens. Portanto, todo cuidado é pouco. Receba o cliente com presteza e dedicação. Trate todos os assuntos aos seus cuidados com transparência, responsabilidade e ética. Não pense, o jovem Advogado, que já sabe tudo. Antes de errar peça ajuda.
Referências
- Jornal Em Foco. Edição de 4 de agosto de 2010.
Ireneo
Valdir dos Santos
GENEALOGIA
O
entrevistado desta semana é (estando
em processo de adição do sobrenome Walendowsky, inclusive já
obtido em Sentença Judicial), nascido em Brusque aos 14 de julho de
1942 (na Maternidade Cônsul Carlos Renaux), foi batizado por Alípia
Cunha Walendowsky (avó) e Waldyr Walendowsky (tio) e Fui crismado
em 1952 tendo sido padrinho Mário Olinger. Filho de Cássia
Walendowsky dos Santos e Gentil João dos Santos e neto de Antônio
Walendowsky. Casado com Ester Giraldi com a qual tem um filho: Caio
Daniel. Foi Corretor de Imóveis - Creci 11 Região, n.º 2847 (desde
28.01.81, tendo cancelado a inscrição em 1997);
Nosso
entrevistado IrineoValdir dos Santos
'''Histórico
escolar?'''
Cursei
o Jardim de Infância Divina Providência - Brusque SC 1947/49;
Colégio Divina Providência - Primário - Brusque SC 1950/52; Grupo
Escolar Alberto Torres - Primário - Brusque, SC – 1953; Colégio
Estadual do Paraná - Ginasial e Científico Curitiba/PR 1954/1963; -
Universidade Federal do Paraná - Curso Superior - Faculdade de
Direito - 1º; 2º e 3º ano Curitiba/PR (1964/66); Faculdade de
Direito de Curitiba - parte do 3º Ano 1966; - Universidade Federal
de Santa Catarina - Curso Superior - Faculdade de Direito - parte do
3º, 4º e 5º Ano - Florianópolis - Santa Catarina – 1967/69;
Universidade Federal do Paraná - Curso Superior - Faculdade de
Direito - 5º ano Curitiba, PR - 1970 - término do curso.
'''Saudações
iniciais?'''
Como
nosso contato surgiu por força de genealogia, estando a buscar
diuturnamente dados de antepassados meus e da família de minha
esposa, aproveito uma citação muito interessante e proveitosa:
Tenha orgulho de seus humildes antepassados. São as pessoas
humildes que eu procuro, O sal da Terra, por assim dizer, Aqueles que
domaram o solo bruto, E fizeram nele as sementes florescer. São
estes que eu gosto de encontrar, Quando mergulhada na estrada da
genealogia. E é apenas por orgulho que me deixo levar, Refazendo
seus passos para assim os imortalizar. Aqueles que buscam o passado
com sonhos de glória, De encontrar heróis e ducados em cada
história, Não devem jamais se desapontar Ainda que descobrirem que
os humildes bisinhas Tinham somente as estrelas para contemplar.(G.
McCoy - Source: The Sunny Side of Genealogy, compiled by Fonda D.
Baselt, Genealogical Publishing Co., Baltimore, 1988, p.10).
'''Olhando
a posteridade?'''
"As
pessoas não serão capazes de olhar para a posteridade, se não
tiverem em consideração a experiência dos seus antepassados."
(Edmund Burke). “Nós todos, inclusive os expostos, temos
todos as nossas árvores genealógicas do mesmo tamanho. Lá
no tamanho das árvores somos todos iguais. Mas é precisamente nas
árvores que está a nossa diferença. Vê-se perfeitamente que a
cada um aconteceu qualquer coisa que não se passou com mais ninguém.
E aconteceu-nos ainda antes de nós termos nascido. É a árvore
genealógica. Esse segredo do nosso segredo. Esse mistério do nosso
mistério. Nós somos hoje o último fruto dessa árvore secular,
secularmente secular!”- (Almada Negreiros).
'''Preservando
a memória?'''
O
resgate das atuações de uma pessoa se dá com a memória escrita,
impressa, que permitirá ao porvir sua lembrança, como também seus
ensinamentos. Permitir a expressão das ideias acima tem fundamento
na necessidade de guardarmos a memória do que passou, para que, no
futuro, possa ser assimilada ou conhecida por quem se interessar.
(Ireneo Valdir dos Santos).
'''Na
prática – qual a atuação na área da Genealogia?'''
Há
muitos anos, quando a Família Walendowsky realizou os festejos do
Centenário de Imigração, em 1989, houve um passo no sentido de
serem elaborados os dados da família, pelos primos Neide Walendowsky
Spricigo e Vilmar Walendowsky que emitiram um pequeno opúsculo com
os dados que se dispunham naquele momento. Em 1992, quando iniciei na
Internet, adquiri um programa que me ajudou na elaboração da
genealogia da Família Walendowsky, aos poucos inserindo os dados das
Famílias Santos, Cunha (origem no Arraial dos Cunha), Rebello,
Giraldi, Gianesini e Dalceggio, estas últimas de minha esposa Ester.
Hoje a Árvore Genealógica dessas famílias contemplam mais de 1.500
nomes, integrados numa árvore única, porquanto todas têm ligações
entre si. Também estão publicadas na web, em site único, o qual
pode ser visitado e a quem se interessar autorizo, sempre, seu
ingresso como membro em: http://www.myheritage.com.br/ site-38361462/santos.
'''Na
busca de elementos para a construção da árvore genealógica, o
pessoal colabora com dados? '''
Minha
dedicação à busca de parentes, afins e ancestrais é constante e
diuturna. Infelizmente, poucos, hoje, se interessam no assunto, o
qual é um resgate de nossos parentes, afins e ancestrais que, em
algum tempo poderão ser esquecidos.
A utilização do site permite lá deixar gravado a pesquisa que de
futuro poderá ser buscada, vista e conhecida na memória indelével
dos antepassados.
'''Quanto
ao aprimoramento profissional – quais as atividades
extracurriculares?'''
Sim,
entre cursos e participações, destacaria: III Ciclo de Estudos
Jurídicos de Brusque; Ciclo de Palestras de Atualização
Cultural–ADESG; VII Congresso Brasileiro de Direito Administrativo;
Simpósio de Processo Civil; Ciclo de Conferências - OAB/PR E
IAP/PR ; Curso A Instituição do Júri; Ciclo de Conferências sobre
os Anteprojetos de Código de Processo Penal e de Processo Civil;
Curso de Direito Comercial; Curso de Estudos Jurídicos Sociais; 1º
Ciclo de Estudos Jurídicos - OAB/SC - Seccional de Bal.Camboriú;
Escola Superior de Advocacia - Curso o Direito Sucessório no Novo
Código Civil; Palestra Renata Rauen-Tijucas, Curso de
Oratória-SENAC Brusque; Curso de Parapsicologia – Paranaguá/PR ;
Curso de Extensão Cultural - Curso Presidente – Curitiba/PR;
Curso de Iniciação Musical - Coral do Colégio Estadual do Paraná;
Curso de Alemão-Instituto Cultural Brasileiro-Germânico; ADESG -
Ciclo de Conferências de Atualização Cultural; Curso de
Italiano-PUC; Curso de Direito Administrativo; VII Conferência
Nacional dos Advogados/78; IX Conferência Nacional dos Advogados;
XIX Conferência Nacional dos Advogados.
'''Tem
participado em Clubes de Serviços? (Trabalhos voluntários). Algum
reconhecimento?'''
Sim:
na APAE - Porto Belo - sócio fundador; Rotary Club (Porto Belo) -
Sócio Fundador/Diretor de Protocolo; Lions Clube Porto Belo (Sócio
Fundador/Secretário, Presidente, Editor do Boletim Leão do Porto);
Lions Clube Brusque Centro (Sócio por transferência) Editor do
Boletim Leão Camisa 12; 2º Secretário (99/00); Vice-Presidente
2001/02; 2º Secretário 2003/05; 1º Secretário 2005/06; Lions
Clube Porto Belo Costa Esmeralda - organizador e fundador; Presidente
eleito para o Ano Leonístico de 2007/2008. Secretário para o Ano
Leonístico 2009.
'''
Participações – Grupos a que pertence? '''
C.
N. E. (Conselho
Nacional de Editores – são “boletineiros”
– Editores de publicações de Lions Internacional); CIRCLELEONES
(grupo
de discussão e mensagens de Lions Internacional, em Português);
CIRCLELP – APLIONS (grupo
de discussão e mensagens na Internet de Lions)-
Lion Net Brasil; - Criador de página na Internet para a Cª L PDG e
PID Rosane Terezinha Janhke Vailatti; também fui Assessor Jurídico
do Distrito LD-5 AL; Assessor de Informática do Distrito LD-5 AL;
Assessor de Informática do Distrito LD-5 AL; Assistente do Boletim
Virtual do CG AL; Assessor de Cadastro de Cargos Públicos da
Governadoria AL; Secretário Adjunto da Governadoria AL; Assessor
Jurídico da Governadoria AL; Assessor Jurídico da Governadoria AL;
Assessor Jurídico da Governadoria AL; Assessor de Defesa Civil do
Distrito Múltiplo LD; Tesoureiro da Coordenação Brasil da 92ª
Convenção Internacional;Participei da Oficina de Extensão, Curso
de Orientador Certificado, ministrada pelo CL Tosihiro Ida em
Blumenau; Recebi o Certificado de Conclusão de Curso de Orientador
Certificado; Nomeado Membro da Comissão de Estatutos e Regulamentos
da 49ª Convenção do Distrito LD-5; Nomeado Membro da Comissão de
Estatutos e Regulamentos da XIIIª Convenção Ordinária do Distrito
Múltiplo LD, Ano Leonístico 2011/12.
'''Outras
participações?'''
Participei
da: 85ª Convenção Internacional no Hawai, USA; 91ª Convenção
Internacional em Bangkok, Tailândia; 94ª Convenção Internacional
em Seattle, USA; de 15 Convenções Distritais; 8 Convenções do
DMLD; - Participei do FOLAC/Goiânia; do FOLAC/Salta, Argentina; do
FOLAC/Lima, Peru; do FOLAC/Mazatlán, México; 41ª Convenção do
Distrito LD-5; 42ª Convenção do Distrito LD-5; 43ª Convenção
do Distrito LD-5 – Blumenau; da 44ª Convenção do Distrito LD-5
- – Itajaí; 45ª Convenção do Distrito LD-5 - Jaraguá do Sul
- Participei da 47ª Convenção do Distrito LD-5; 48ª Convenção
do Distrito LD-5 ; 49ª Convenção do Distrito LD-5 - Bal.
Camboriú; 8ª Convenção Integrada de Lions de Santa Catarina, em
Piratuba; 1ª Reunião do Conselho de Governadores do Distrito
Múltiplo LD, Ponta Grossa/PR; Convenção Extraordinária do
Distrito Múltiplo LD para endosso da Candidatura da PID Rosane T J
Vailatti, Ponta Grossa/ PR.
'''Alguma
classificação de destaque?'''
Fui
classificado no Concurso Mundial sobre Helen Keller, Maio de 2010,
pelo Círculo Cibernético Leonístico, com mais quatro Companheiros
no mundo todo. Recebi a) Medalha Presidencial - Certificado de
Apreciação do Presidente Wing-Kun Tam em 28 de Abril de 2012 na 49ª
Convenção Distrital em Balneário Camboriú, entregue pelo Diretor
Internacional Carlos Alberto Valencia Valencia/PDG Lilia Valencia,
solicitada pelo Gov. Elisbão Isvaldir Antunes.- b) Medalha
Presidencial Certificado de Apreciação do Presidente Wing-Kun Tam
em Junho de 2012 no Recife, Pernambuco, durante sua visita ao Brasil;
c) Medalha Presidencial Ano 2008/09 pelo Pres. Intern. Al Brandel ;
d) Medalha Presidencial “Letter of Commendation” Ano 2010/11 do
Pres. Int. Sid L. Scruggs III; e) Medalha Presidencial Certificado de
Apreciação do Presidente Wing-Kun Tam Ano 2011/12 em conjunto com
sua esposa PDG Ester Giraldi pela Fundação de Lions Clubes; F)
Medalha Prêmio de Extensão pelo Presidente Internacional, pela
criação do LC Porto Belo Costa Esmeralda.
'''Você
é integrante da Maçonaria? Fale sobre sua atuação'''
Maçonaria
IRB 4.455 - CIM 210.172; - Loja Maçônica LUZ E HARMONIA -
Rito Brasileiro – ingressei em em 12.05.01 – Aprendiz; Elevado
ao Grau de Companheiro em 25.05.02; Exaltado ao Grau de Mestre em
25.05.02; Capítulo Luzes do Vale - Loja de Perfeição - Maçonaria
- ingresso - Grau 04.07.03 no Grau 4; Grau 09 em 7.05.04; Grau 14
em 02.06.05; Grau 15 em 01.09.06; Grau 18 em 05.04.07; Grande
Conselho KADOSCH Filosófico “Alarico de Souza Neves”: -
Grau 19 em 19.10.07;. Grau 22 em 29.08.08; Grau 26 em 19.06.09. Alto
Colégio Barriga Verde nº 214 de Bal. Camboriú - Grau 30 em
25.10.09; Grau 31 em 20.08.10; Grau 32 em 29.04.11. Diplomado no
Supremo Grau 33 em 28.11.11, Blumenau pelo Soberano Grande Primaz Nei
Inocêncio dos Santos; nomeado Delegado Adjunto da 2ª Delegacia
Litúrgica do Rito Brasileiro em Santa Catarina, pelo Ato nº 3583 de
18/05/12 pelo Sob Grande Primaz Nei Inocêncio dos Santos; indicado
Presidente do Alto Colégio Barriga Verde nº 214 Oriente de Bal.
Camboriú e eleito para o cargo em 21.09.12; Membro Fundador do
Capítulo "Jefer Pinto" nº 85 de Blumenau - SC 27/08/12;
Participei como 1º Vigilante Instalador do Capítulo "Jefer
Pinto" nº 85 de Blumenau27/08/12; Membro Fundador da Loja
Maçônica PHILANTROPIA E LIBERDADE, Oriente de Brusque, fundada em
16.12.03 - Rito Moderno; - Membro Fundador da Loja Maçônica Portal
da Luz, Oriente de Itajaí, Rito Brasileiro; - Afiliado à Loja
Maçônica Luz do Atlântico Sul em 21.07.09; - Cargo eleito de
Orador da Loja Maçônica Luz do Atlântico Sul em 2010/11.
'''Qual
foi sua ligação profissional com o serviço público?'''
Minha
atuação foi: Exército Brasileiro - 5 anos - 1963 CPOR
(julho 1967 - Florianópolis -
1970 - 20º BI Curitiba; Prefeitura Municipal de Curitiba
- 1962/1962-Celetista; Companhia Paranaense de Energia Elétrica
- COPEL Curitiba/PR (funcionário
da Secretaria Geral e após na Secretaria e Assistência de Relações
Públicas 1964/67; Prefeitura Municipal de Itapema -
1981/84 - Cobranças de Dívidas
Ativas; Prefeitura Municipal de Porto Belo - 1986/92 –
Celetista.
'''Uma
palhinha de sua trajetória pessoal ?'''
Nascido
em Brusque, onde residi até a idade de 11 anos, em sua parte final
com os avós maternos Antônio e Alípia Cunha Walendowsky, fui
levado para Curitiba, pelos pais, que lá estavam estabelecidos e
onde fiquei até praticamente o término de meus estudos. Após uma
fase de ótima experiência trabalhando em relações públicas na
Copel – Companhia Paranaense de Energia Elétrica, retornei ao
Exército já que, no Posto de 2º Tenente R/2, pois havia cursado o
CPOR em Curitiba, fiquei um total de 5 anos, outra experiência
inesquecível e deveras proveitosa. Com o meu trabalho no Exército
foi possível completar meus estudos formando-me pela Faculdade
Federal de Direito, finalizando em Curitiba quando já estava
exercendo a digna profissão de Advogado. Nesse ínterim, conheci uma
garota espetacular em Brusque, com olhos maravilhosos, na casa de
minha Tia Anna/Valério, no aniversário do Wladimir, amiga de “unha
e carne” da Carin Weiermann, paixão esta que, após alguns meses,
algum esforço, muitas viagens (eu estava residindo em Curitiba) e
muita e dedicada insistência, consegui obter seu “sim” numa
união duradoura e feliz (que perdura por 37 anos), continuando a
residir em Curitiba. Em 1980 resolvemos voltar à terra natal e
passamos a residir em Porto Belo, onde havíamos direcionado todos os
nossos investimentos e onde já havíamos edificado uma casa,
arraigados estamos felizes até hoje, e abençoados com o nascimento
do filho Caio Daniel que se deu em Brusque, afinal é nosso torrão
natal. Meu labor como Advogado, que já passou dos 40 anos, deverá
continuar por muito tempo, ainda, se Deus o permitir, somando às
lides do Voluntariado, onde começamos com a APAE de Porto Belo,
Rotary Club, e posteriormente fundando um Clube de Lions. Nessa
Associação Internacional, temos a oportunidade de fundar clubes,
participar do Clube de Lions de Porto Belo e de Brusque, já que a
Ester é associada do Lions Clube Brusque, tendo exercido todos os
cargos no Clube e, com muita honra, ser o Assessor Jurídico de toda
a região – Distrito de Lions, que corresponde à região
Norte/Leste de Santa Catarina, com mais de 40 Clubes. Minha esposa
Ester já atuou como Governadora desse Distrito, oportunidade em que
aumentou o círculo de companheiros com o incremento de muitas
amizades nascidas dentro desse movimento que muito traz alegrias e
sentimento ímpar de fazer o bem, o poder ajudar os outros. Por algum
tempo, em virtude do trabalho profissional e com a finalidade de
permitir um estudo em melhores condições do nosso filho, optamos
por residir a Ester em Brusque, até o ingresso do filho na Faculdade
de Direito, quando retornaram a residir diretamente em Porto Belo,
com o filho hoje já formado e também exercendo a nobre profissão
de Advogado. Com mais visitas em Brusque, naquele período, fui
convidado a ingressar numa associação que permitiu uma espetacular
vivência em um grupo especial, sendo iniciado na Maçonaria. Nessa
nobre instituição, onde muito estudei e estudo, aprendi e passei a
exercer os ensinamentos, galgando quase todos os cargos, na longa
subida de uma escada simbólica, chegando, finalmente, ao sumo Grau
33, Servidor da Ordem, da Pátria e da Humanidade, não
interrompendo, entretanto, a caminhada, ou a subida, porquanto
continuo a participar de todas as reuniões da minha atual Loja, que
se situa em Balneário Camboriú e dos Graus Superiores, onde tive a
honra de ser eleito para dirigir o Colendo Alto Colégio Barriga
Verde que compreende os graus mais superiores da instituição, nessa
que, também, adquiri outro círculo de amizades especiais. Assim,
como profissional do Direito me considero realizado, buscando e
empenhando-me na associação de classe, a OAB, exercendo diversos
cargos, e hoje, como Presidente do Conselho de Ética da Subseção
de Tijucas e membro da Comissão de Prerrogativas da Seccional
Estadual. Como Voluntário, a sensação de realização é
fenomenal, pois os contatos, amizades nos diversos Clubes de Lions em
todo o Estado e também no Paraná e Rio Grande do Sul, somados a
ótimas relações internacionais nos mantém em excelentes relações,
não somente dentro do movimento, como também de forma pessoal. Como
Maçom, além de obter esse privilégio em participar, inicialmente
em Brusque e hoje em Balneário Camboriú, onde fui excepcionalmente
bem recebido e nos graus superiores obtive uma aceitação e respeito
admiráveis o que nos honra sobremaneira. E, somado a tudo, mais que
tudo, tal qual a sobremesa e o vinho que é, no meu entender, a parte
mais gostosa da mesa, aconteceu o suprassumo, a quinta essência, a
mais pura da minha realização, com a esposa e filho que me deram a
mais espetacular vivência, uma família mais que especial e que
finaliza minha condição de realização também como marido e pai.
'''O que faz atualmente?'''
Hoje ainda trabalho, sou
Advogado atuante, participo de muitas atividades voluntárias pela
Associação Internacional de Lions Clubes, pratico o remo, como
exercício, na modalidade Stand Up Paddle, ainda tenho minhas
funções na Maçonaria, como Presidente do Alto Colégio Barriga
Verde e Delegado Litúrgico Adjunto e Secretário, no Lions Clube
como Assessor Jurídico da Administração regional (que denominamos
Distrito), também como assessor de Defesa Civil na Administração
correspondente aos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do
Sul (que denominamos Distrito Múltiplo) e na Ordem dos Advogados do
Brasil, como Presidente do Conselho de Ética na Subseção de
Tijucas e membro da Comissão de Prerrogativas da Seccional
Catarinense.
'''O
que sabe sobre o nome Ireneo? '''
Nome
Ireneo em Sueco: Irenius. Em Latim: Iræneus = Homem da Paz (Santo
Iræneus - Foi Bispo de Lyon no século 2.
Contatos?
O Judiciário perdeu a
credibilidade?
No meu entender o Judiciário
ainda não perdeu a credibilidade, apesar dos esforços de pessoas
sem credibilidade, pessoas em alguns partidos que não tem caráter e
o povo resolveu iniciar seu protesto contra a corrupção que se
generalizou no poder. Oxalá perdure o protesto e que este resolva
nossos problemas.
No cenário futebolístico –
torce para que clubes?
Não faço torcida para equipes
de futebol, mas gosto muito de jogos da seleção.
Publicado no Em Foco aos 5 de julho de 2013
DELAMAR DA SILVA
Programa Música da Gente - Rádio Cidade
O
entrevistado desta semana é radialista e bancário Delamar da
Silva, nascido em Brusque aos dia 13.11.1973, no Hospital
Evangélico; filho de Dario da Silva e Arani Dutra; casado com
Patricia Aparecida Assi da Silva; filhos: Thiago e Felipe. Torce para
o mengo.
Sonho
de criança?
Meu
sonho estou vivendo todos os dias, fazendo rádio, quando criança eu
e meu irmão Deivis, nós já brincavamos de fazer rádio em casa, e
essa história já vem de berço e está no sangue da família, meu
pai é radialista a mais de 53 anos e todos os meus irmãos são
radialistas, dois deles não trabalham mais em rádio e um deles a
maioria das pessoas conhecem o Dirlei Silva que continua até hoje.
histórico
escolar?
Fui
aluno do Colégio Feliciano Pires, depois completei meu estudos no
Colégio Dom João Becker, na época de ginásio sempre fui bom em
matemática foi o que me influenciou para buscar formação em
Contabilidade pela UNIFEBE, depois disse fiz pós-graduação em MBA
Gestão Estratégica de Pessoas pela UNIVALE.
Quais
as matérias que mais gostava e as que detestava?
Sempre
gostei e gosto de matemática e física, tenho também uma simpatia
por geografia. Ciências eu detestava, mas depois que
conheci a professora Silvana Santos, passei a gostar pelo forma
dedicada e comprometida que ela aplicava as aulas, não que os demais
professores não tinham esse perfil, até porque acredito que o
primeiro interessado tem que ser vc que quer aprender, mas a
professora Silvana me fez mudar meu conceito sobre ciências, mas
nunca gostei de história e filosofia, português também não
tinha muita simpatia, aliás erros de português é e continua sendo
muitas das vezes meu inimigo, mas tem muito a ver com a complexidade
da língua e da escrita.
Pessoas
que influenciaram?
Quem
sempre me influenciou foi minha mãe, ela sempre foi batalhadora,
criou os 4 filhos praticamente sozinha, porque ela e meu pai se
separaram ainda quando nós eramos muito pequenos, então ter
caráter, trabalhar e não desistir nem no momento de
dificuldades foi o que ela demonstrou na prática, porque depois da
separação ela sempre viveu sozinha e dedicou e se dedica até hoje
para os filhos. Meu pai também teve uma influencia muito grande na
minha vida em relação a minha profissão como radialista, sempre
quando ele me ouvia me dava dicas de melhorias, ou seja, também é
um cara que me ajuda muito até hoje.
Melhores
livros que leu?
Confesso
que não sou muito chegado em livros, gosto mais de revistas,
jornais, mas um livro que li e recomendo, o MONGE E O EXECUTIVO de
James C. Hunter, que ensina de forma clara e agradável os princípios
fundamentais dos verdadeiros líderes.
O
que está lendo atualmente?
Atualmente
estou lendo livro do autor brasileiro Roberto
Shinyashiki, PROBLEMAS?OBA!, esse livro leva as pessoas a perceberem
que um problema é uma grande oportunidade de crescer. E estou
gostando muito, recomendo, pois acho que tem tudo haver com atual
situação, estamos vivendo num País recheado de problemas, quem
sabe não é o momento das oportunidades de novas idéias e valores.
Se
você viveu até os 21 anos na Maximiliano Barovski como surgiu
Águas Claras em sua trajetória?
Entrei
no banco com 19 anos, era solteiro, estava começando a namorar, e
nessa época como eu trabalhava em dois lugares (radio e Banco),
comecei a economizar para comprar um terreno, ocorre que em 94 quando
fui pesquisar e comentei com o corretor de imóveis o valor que
poderia dar de entrada em um terreno, ele me informou que com o valor
que eu tinha dava para dar de entrada em uma casa, foi ai que ele
sugeriu a casa que comprei ainda solteiro no bairro de águas claras,
onde moro até hoje, no começo tentei morar sozinho, mas jovem,
solteiro, com casa e carro e ainda próximo a danceteria 1020, não
deu muito certo, rssssss, mas enfim... aluguei a casa durante um
período, depois casei e fui morar na casa onde estou até hoje com
minha família.
Como
conheceu a Patrícia?
Foi
em 1991, no aniversário dela, na verdade eu fui convidado para o
aniversário de um amigo, Luiz, ele faz aniversário no mesmo dia que
ela, a festa era dos dois, eu sempre digo isso para minha esposa,
como não levei presente acabei sendo o presente que ela usa até
hoje, rssssss.
Como
surgiu o nome do Programam – Música da Gente?
O
nome do programa existe desde que a Rádio entrou no AR, na época em
1982 a radio comprou algumas vinhetas, programas e atrações, então
além do nome e vinhetas do Programa MÚSICA DA GENTE, foi comprado
também programas com o nome de SUCESSO COLORIDO, SOM MARAVILHA, VOCÊ
LIGOU É SUCESSO, FREQUÊNCIA MUSICAL, AS SUPER QUENTES DA SEMANA,
LEMBRANÇAS e outros nomes e atrações que consagraram a
programação da rádio, inclusive Gugu Liberato fazia um programa na
rádio, bem no início, era gravado de São Paulo. Mas dessas
vinhetas e nomes de programas apenas o MUSICA DA GENTE é ainda
usado. No início tinha o comando do saudoso Valdir Reis o Goianinho,
após o falecimento do Goianinho muitas pessoas comandaram o
programa, mas em outubro de 2013, nunca vou esquecer, estava afastado
da programação diária da rádio desde 2009, por motivos
profissionais, mas mesmo assim continuava atuando nos finais de
semana no futebol como plantão esportivo, o Aldo Fachinello, Diretor
e Proprietário da Rádio, me ligou para conversar sobre uma proposta
de horário, quando ouvi a proposta que era de madrugada ele sugeriu
de ficar um mês fazendo o programa para ter certeza que vou me
adaptar com o horário, bem aí todo mundo já sabe, estou até hoje
acordando de segunda a sexta as 3h30min para chegar na rádio
03h45min e entrar no ar pontualmente as 04h15min e fazer o que pra
mim é uma terapia e um vício, fazer rádio.
Você
gosta do que faz?
Só
quero aqui dizer que na rádio já fiz e faço muita coisa, repórter
(policial,político e de campo), apresentador de jornal e programas,
coordenador, plantão esportivo, ou seja, o rádio me ensinou e me
ensina o quanto é importante vc gostar e amar o que faz, é terrível
vc trabalhar apenas pelo salário no final do mês, acho que pessoas
que trabalham assim não são completamente felizes sempre vai faltar
alguma coisa.
Ocupações
profissionais ?
Num
período de 2 anos minha mãe e meu irmão moramos em Navegantes, lá
aos 8 anos comecei a trabalhar como vendedor de picolé, pra ajudar
no orçamento de casa, depois disso voltamos pra Brusque e
comecei cedo no rádio, desde dos 13 anos, como operador de audio,
atualmente continuo na rádio e a 23 anos como Bancário em uma das
maiores instituições financeiras do país.
Qual o
maior desafio que enfrentou ?
O maior
desafio foi quando eu tive um problema de saúde, sofri de síndrome de pânico,
foram quase 2 anos de tratamento, confesso que o difícil da doença psicológica
é aceitar que está com o problema, mas assim graças a Deus e com ajuda e
apoio da família e dr Marcos em Blumenau, estou curado dessa situação.
Quais as suas aspirações?
Com
relação minhas aspirações, teve um dia que ouvi uma palestra em São Paulo
onde o palestrante falava de sonho grande, quando a platéia foi
questionada sobre seus sonhos a maioria destacou viagens, adquirir bens, casar,
etc...Quando chegou o momento de falar eu apenas disse que meu sonho é
conhecer meus netos, bisnetos, etc... as pessoas não entenderam esse sonho. Eu
explico, meu sonho grande é viver o máximo que puder com saúde e energia
pra conhecer minha geração.
Algo que você apostou e não deu certo?:
Na
mega sena, já apostei várias vezes e nunca ganho,
brincadeira....tentei entrar em uma grande rádio do sul do brasil na
época quando era jovem e não passei, hoje percebo que quando as
coisas não acontecem é porque não era o momento ou aquilo não era
pra você.
O
que faria se estivesse no início da carreira e não teve coragem de
fazer?
Acho
que trabalhar em outras cidades, rádio, etc, mas assim não me
arrependo, é que na verdade sempre faltou coragem mesmo de sair
dessa terra que é Brusque, amo de paixão essa cidade e esse povo.
O
que aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu
dia a dia?
Na
verdade a gente nunca deixa de aprender, a vida vai ensinando todos
os dias coisa novas, situações novas, mas admiro muito os
professores dedicados, e não é difícil de identifica-los, são
aqueles que realmente se entregam ao ensinamento, sabem ouvir,
sabem expressar e aplicar as idéias e repassá-las, porque se
eu tivesse oportunidade de ser presidente de um país acho que o
professor dedicado, comprometido deveria ganhar o maior salário do
que todas as outra profissões, porque toda e qualquer profissão
passa na mão de um professor, hoje mesmo tenho a oportunidade de
trabalhar com um profissional que não é professor, mas tenho
admiração e reconhecimento pelo seu trabalho e talento, até brinco
com ele no ar quando chamo ele para participar, o "professor"
Francisco Carlos nosso âncora do jornalismo, é comprometido e
percebe-se o quanto aquilo que ele faz não é apenas pelo salário
no final do mês, é porque ama o trabalho.
Quais
as maiores alegrias? E desapontamentos?
Alegrias
é conhecer pessoas, poder abraçar as pessoas, conversar com as
pessoas, comemorar com as pessoas, sorri com as pessoas, ou seja, o
ser humano é coisa mais valiosa que existe no planeta, mas agora
respondendo a outra pergunta, pra mim desapontamentos é quando tenho
a informação de que pessoas matam outras porque de dinheiro, poder,
ganância, as vezes nem chega a matar mas querem ver outras pessoas
sofrendo, serem condenadas injustamente por questões políticas
partidárias, religiosas, etc, é complicado isso, eu sempre digo que
os alienígenas estão aqui mesmo em nosso planeta, e não é difícil
de identifica-los, são extra-terrestres com roupas de humanos
fazendo barbari, maldade, inveja, mau humorado, vivem sempre
reclamando, brigam com tudo e com todos até com o próprio espelho,
esses são alienígenas, o filme Homens de Preto representa bens
essas situações.
Costuma
ler jornais?
Na
verdade eu leio bastante jornais locais, até fiquei feliz com o
convite, pois já havia acompanhado outras entrevistas de vc, acho
muito importante os jornais locais valorizarem as pessoas que fazem e
tem histórias pra contar, mas leio muito jornais através da
internet, acho que hoje a informação é um direito de todos, mas as
pessoas precisam se atualizar e buscar informações.
Entrevista publicada no Jornal Em Foco aos 10 de abril de 2015
O
entrevistado desta semana é o Padre José Jacob Archer (63
anos) nascido em 03 de julho de 1951, no Brilhante primeiro,
Município de Itajaí; filho dos saudosos Lino Batistti Archer (este
ano completa 100 anos de seu nascimento), e de Albertina Kruscinski
Archer; seu avô paterno nasceu na Itália, Caliano, província de
Trento, e o materno veio da Polônia (Este ano deseja conhecer
este país, na jornada Mundial da Juventude).
Como
surgiu Brusque em sua trajetória?
Fomos
de mudança pra Brusque em Dezembro de 1962, morávamos na esquina
Lauro Muller /Pedro Werner, e mais tarde o Pai comprou uma casa logo
ao lado,já na Rua Pedro Werner, onde tínhamos o Bar e Restaurante
Start, também com fábrica de gelo, hoje onde está localiza o
Hotel Veneza. O sorvete preparado pelo meu Pai, minha irmã e também
por mim, claro, era uma delicia, e no verão, principalmente aos
sábados e domingos não dávamos conta, pois ficava em um lugar
privilegiado, entre os campos do Paysandú e Carlos Renaux (este era
o meu time de Coração rsrsrs), e também caminho para Igreja São
Luiz,que na época a maioria iam a pé pra Igreja. Eram também
famosos os pastéis preparado por minha mãe Albertina, pois a massa
era feito por ela e fritos na hora, que de vez em quando eu ajudava
a fritar, e também a famosa almôndega (bolinho de carne).
E
os estudos?
Comecei
meus estudos na escola do Brilhante, com minha primeira Professora
que foi a Dona Hilda. Depois estudei em 1961 e 62 na Escola de Santa
Terezinha, (íamos de ônibus Expresso Brusquense, muitas vezes o
motorista era o saudoso e amigo motorista Sr.João Cavaco). Lembro-me
da Professora Giovanne Morrelli (esposa do excelente jogador
Pereirinha,a quem vi jogar muitas vezes). Em 1963, já residindo em
Brusque, fiz a quarta série do Primário no Colegio Santo Antônio
(lembro-me da Professora Irmã Eneida, muito bacana,todos gostávamos
dela ). Em 1964 ingressei no Seminário de Antônio Carlos,
onde o Reitor era Pe.Vitor Schillikmann, (hoje Bispo Emérito de
Fpolis). Continuei meus estudos a partir do ano seguinte em Azambuja,
primeiro e segundo grau (em 1970 junto com atual Pe. Lucio,
atualmente em Missão na África,e outros seminaristas, servimos o
Exército,em Brusque no Tiro de Guerra 170.,mas continuando os
estudos no Seminário. Em 1973 cursamos a filosofia,(Estudos Sociais)
na FEB,em Brusque (Pe.Orlando era o Diretor fundador), fomos da
primeira turma desta Faculdade, hoje UNIFEBE. Em 1976 fui para
Florianópolis cursar a Teologia no ITESC, onde a maioria dos
Seminaristas de Santa Catarina também cursavam, o Reitor era o
saudoso Pe. Paulo Bratti.
Como
surgiu o chamamento espiritual – a vocação sacerdotal ?
Eu
fui para o Seminário em Antonio Carlos,com 12 anos de idade.Quando
morava no Brilhante, meus pais, juntamente com outros casais,
construiram a Igreja Sagrado Coração de Jesus, em 1958. Tínhamos
muito contato com os Padres que vinham de Itajaí, e também com
Missionários que lá iam. Certamente foi por isso que despertou em
mim a Vocação Sacerdotal. Lembro-me quando Dom Joaquim de Oliveira
esteve visitando nossa Comunidade do Brilhante, em 1961.Lembro-me do
convite que ele me fez: “Menino,não queres ir para o
Seminário?”. Não me recordo a resposta, mas o certo que essa
rápida conversa me despertou a vontade de seguir este Caminho.
Tem
a ver com chamamento de Jesus?
Claro
que o Convite foi de Jesus:"Vem e Segue-me".Sem
dúvidas alguma, a prática Religiosa de meus pais Lino e Albertina,
muitos fervorosos,muito me influenciou no seguimento a Jesus,
ingressando no Seminário. Nunca me forçaram, sempre me deixaram
livres. Recordo-me quando minha mãe faleceu em Novembro de 1973,
estava na filosofia, meu pai me disse."Olha,se queres seguir
no Seminário, podes seguir, mas se não queres, pode sair também".
Eu respondi. Pai, vou continuar, quero ser Padre.
Pessoas
que influenciaram?
Foram
muitos que me influenciaram nesta Vocação.Cito alguns: Dom Afonso
Niehues, Monsenhor Valentim Loch, Pe.Bertolino, Monsenhor Wendelino
Hoobold (era Pároco em Itajai), todos por seus exemplos de vida e
dedicação à Evangelização.Tem muitos outros. Lembro da Vida e
suas mensagens, de Dom Helder Câmara e Pe. José Conblin, da
Teologia da Libertação. Decidi atender ao chamado de Cristo, para
Evangelizar, e Ele Diz, "Ide por todo o Mundo, e pregai o
Evangelho"(Mt.28,18). Sabendo da situação de muitas Regiões
do Brasil e do mundo, onde tem poucos evangelizadores, principalmente
Padres, nasceu em mim o desejo de ser Missionário em terras
distantes. Trabalhei na Bahia durante 14 anos,e agora começo nessa
Missão aqui na Diocese de Macapá, com uma área de 121 mil km
quadrados, e com pouquíssimos Padres pra uma Diocese tão
extensa e com grandes desafios,tanto Religioso como Social, que devem
caminhar juntos. Fé e Vida. Meu lema sacerdotal, tirei do Salmo 118
"Comigo está o Senhor, nada temo". Deve ser por isso que
não tenho medo de enfrentar esta nova Missão,tão diferente do Sul,
mas já sinto tanta bondade e Fé do povo.Jesus disse , "Vamos
pras Aldeias e periferias da Cidade,pois aí também devo pregar o
Evangelho".(Mc.1,38).
Por
onde caminhou?
Em
30 de junho de 1979,juntamente com os atuais Bispos Dom Luiz Carlos
Eccel(BispoEmérito de Caçador) e Dom João Francisco Salm,(Bispo de
Turabarão), fomos Ordenados Presbíteros pela imposição das mãos
de Dom Afonso Niehues (que foi também quem me Batizou). Ainda como
Seminarista e também Padre, ajudei na Paróquia de Biguaçú,depois
em 1983 fui o primeiro Pároco de Governador Celso Ramos, em 1990 fui
pra Leoberto Leal, onde trabalhei durante 6 anos, e em 1996 me
coloquei a disposição para ir as Missões na Bahia, no projeto
Igrejas Irmãs,na Diocese de Barra, Bahia, às margens do Rio São
Francisco. Trabalhei em Oliveira dos Brejinhos 2 anos, fui chamado em
seguida pra assumir a Catedral de Barra,por Dom Luiz Cappio, grande
defensor do Rio São Francisco. Em 2002 fui pra Diocese de Ruy
Barbosa ainda na Bahia, para Paróquia de Pintadas onde tinha duas
Missionarias Catarinenses: Irmã Velzi e a missionaria leiga Neusa
Cadore (minha prima). Em 2010 voltei para Florianópolis, onde assumi
como primeiro Pároco a Paróquia de Bombinhas, fiquei até
inicio de fevereiro deste ano. Senti novamente muito forte o chamado
para as Missões, sendo convidado pelo Bispo de Macapá, Dom Pedro
Conti, Italiano, em janeiro do ano passado num encontro Intereclesial
de CEBs, em Juazeiro do Norte, Ceará. Vim para o Amapá no dia 10 de
fevereiro deste ano (2015). Nesses primeiros dias fiquei em
Macapá, na casa do Bispo, para conhecer um pouco a história da
Diocese de Macapá, uma ilha, às margens principalmente do Rio
Amazonas. Na próxima semana irei para Paróquia Divino Espírito
Santo, municipios de Amapá e Calçoene,distante a 300km e 370 km
respectivamente da Capital Macapá, e divisa com a Guiana Francesa e
Oiapoque. Já estive nesses municípios semana passada conhecendo
um pouco a Paróquia, e conhecendo o Pároco que lá está e vai
ficar até depois da Páscoa, depois provavelmente vou ficar sozinho
como Pároco. Aqui estamos no Hemisfério Norte, nesta época estamos
na estação do inverno, embora não faça tão frio. A temperatura
varia entre 18 e 34 graus. Nesta época de inverno, aqui chove
bastante. O Rio Amazonas é maravilhoso, uma Graça do Senhor da
Vida. Muitas famílias moram as margens deste rio em casas palafitas,
principalmente para se proteger das marés alta,pois o Rio Amazonas
desagua no Atlantico aqui em Macapá.
Quais
as Parábolas que mais aprecia?
Gosto
muito do Sermão da Montanha,(Mt.5,1-12), as Bem Aventuranças. Me
faz refletir também, duas Parábolas de Jesus: A do Filho
Pródigo,Lc.15,1-10), que mostra a Misericórdia do Pai, e a do Bom
Samaritano,Lc.1,25-37), que mostra o nosso compromisso social para
com os mais necessitados,o nosso próximo. Não basta ir à Igreja,é
necessário ser Igreja no meio do povo. Como diz São Paulo, “Fé
sem obras é morta”.
Uma
homilia bem preparada cativa os fiéis?
Sobre
a preparação das homilias, claro que é muito importante,
para que se possa transmitir uma boa mensagem, sempre de acordo com a
realidade de onde estamos. Baseado nas leituras do dia, mas passando
pra realidade atual.As leituras são a base. Não são as mensagens
difíceis que o povo consegue captar,mas muitas vezes uma mensagem
que o Padre acha simples, essa pode ser muito importante para o fiel,
pois tocou seu coração.
Quais
os desafios que enfrentou?
Os
desafios são muitos no dia a dia. Não saberia citar um em
particular,mas diria que o desafio é sempre ajudar as pessoas a
serem felizes, tanto espiritualmente como socialmente. O desafio
sempre é estar no meio do povo,"sentir o cheiro das Ovelhas"
como diz o Papa Francisco. As pessoas querem sempre ser bem atendida
pelo Padre, e ser ajudada a resolver seus problemas. Principalmente
em terras de Missões além fronteiras, como nas Missões na Bahia,
onde estive durante 14 anos, e principalmente aqui no Amapá, na
Diocese de Macapá, o grande desafio será atender bem o povo,
sabendo que a área de extensão da Paróquia é muito grande
(Paróquia com os Municípios de Amapá e Calçoene,tem 21 mil km
quadrados), e muitas Comunidades o Padre vai somente uma vez ao ano,
mesmo que a Comunidade tenha poucas famílias, o Padre se faz
presente, e também a dificuldade de visitar pessoalmente cada
família. A gente se sente impotente.
Quais
são suas aspirações?
As
minhas aspirações, são que aumentem as Vocações Sacerdotais e
Religiosas, e que na Arquidiocese de Fpolis tenham mais Padres que
tenham essa Vocação Missionária.A minha aspiração é que as
pessoas possam Conhecer mais Jesus Cristo, ter mais Fé,e assim sejam
mais felizes,tanto espiritualmente como na Vida Social a cada dia.
Cada um de nós possa ser mais um Bom Samaritano. As
aspirações são que um dia todos possam ter o necessário para ter
uma vida digna,pra isso precisamos partilhar mais. O meu desejo é
que acabe toda essa corrupção e ladroagem que estamos nos
acostumando a escutar, e que o dinheiro público possa ser
inteiramente para o bem dos mais necessitados e de todo o cidadão.
Que possamos ser verdadeiros seguidores de Cristo. As alegrias na
vida de um Padre é muito grande. A maior é poder seguir Jesus
Cristo, e ser instrumento na transmissão da sua mensagem, pela
Palavra e pelo exemplo de Vida. Como dizia Mahatman Gandhi,"O
mundo depois de mim deve ser melhor,pois eu vivi nele". A
Alegria maior é poder Celebrar a Eucaristia,fazendo "a
memória de Cristo"., é poder ajudar o outro a crescer. Me
lembro de quando estava na Bahia, e poder ajudar a construir mais de
300 Cisternas para colher água da chuva, e assim dar água para o
povo do sertão Baiano. (Eu não era o pedreiro,mas ajudava a captar
recursos, e coordenar a construção pela Igreja). Não tive também
uma decepção em especial,mas fico triste quando não consigo ajudar
as pessoas a resolver seus problemas. Decepção tenho com tanta
corrupção, Violência,drogas (principalmente no meio de crianças,
adolescente e jovens estragando a sua própria vida), prostuição,
tráfico de pessoas,que é muito mais do que imaginamos.Também fico
decepcionado quando vejo divisão e competição na Igreja, tanto
padres como lideranças leigas.
Se
fosse recomeçar?
Se
fosse para começar novamente, seria novamente Padre, principalmente
para trabalhar em terras de Missões. Gosto de ser Missionário onde
há poucos evangelizadores. Vim para Diocese de Macapá, porque é o
apelo de Jesus Cristo, do papa Francisco (ajudem a Igreja da
Amazônia),da Igreja no Brasil, CNBB, da Igreja de Fpolis que aprovou
essa nova frente missionária na Amazônia na ultima Assembleia em
julho do ano passado, e é o apelo do Bispo de Macapá, Dom Pedro
Conti e de toda a Diocese. Que cada um que esteje lendo essa
matéria,possa nos ajudar,principalmente com suas Orações, e também
sendo um Missionário onde você está morando,ajudando na
Evangelização.
Finalizando,
alguma colocação derradeira?
Obrigado
Luiz por esta oportunidade, e agradeço ao meu amigo e colega de
Seminário Aluisius
Lauth, que
intermediou para que esta entrevista se concretizasse. Que Deus, pela
intercessão de São José, Padroeiro da Diocese de Macapá, e
N.Sra.de Nazaré,
abençoe a todos. Meu facebook
Jacob Archer, lá
encontrará varias fotos.Publicado no Jornal Em Foco aos 07 de março de 2015
Eneida Nascimento Schaefer
A entrevistada da semana é a musicista e professora de piano Eneida Nascimento Schaefer, Presidente do Clube Soroptimista de Brusque e da ASSAC -Associação Artístico-Cultural de Brusque; nascida em Itajaí/SC aos 29/09/1949, filha de Manoel Nascimento e de Maria Andriani Nascimento; casada com Adilson Schaefer, com o qual tem três filhos:Alexandre, Juliano e Manuela. Quais são as lembranças que você tem da sua infância?Muitas lembranças boas, lembranças do Colégio São José, onde estudei, mas sempre lembro quando fui convidada para representar o Colégio numa maratona Cultural na Rádio, onde as perguntas eram feitas ao vivo, e contava com a participação de várias escolas.
Como foi sua juventude? O que você mais gostava de fazer para se divertir?
Minha juventude foi ótima, sempre viajava bastante, ia em muitas festas, muitos bailes, e naquela época minha turma ia sempre ao Rancho do Baturité, em Balneário Camboriú, ali era o ponto de encontro da juventude, e depois íamos na Boate do Dimas Campos, que era a melhor casa noturna da época. Quais eventos mundiais tiveram o maior impacto em sua vida durante a sua infância e juventude?
Impacto mesmo em minha vida, nenhum evento causou,, mas lembro das noticias que causaram grande impacto para todos, quando ouvimos na rádio a notícia do assassinato do Presidente Kennedy, naquele tempo a TV era só em preto e branco
Como era a escola quando você era criança? Estudei no Colégio São José, em Itajaí, que era dirigido pelas irmãzinhas da Imaculada Conceição. O Colégio era ótimo, muita disciplina, tínhamos até notas de comportamento no boletim mensal.
Quais eram suas melhores e piores matérias?
Minha matéria preferida sempre foi português, gostava muito de fazer redações e de análise sintática, gostava muito de geografia, mas nunca gostei de matemática.
De que atividades escolares e esportes você participava?
Nas festinhas do Colégio, eu sempre tocava piano, desde menina, e também participava das peças de teatro. Uma vez interpretei a “Gata Borralheira”, e em outra ocasião participei de um Musical, onde fui vestida de “Julieta”, de peruca branca e vestido longo bem armado, e dancei com um menino vestido de Romeu. Éramos seis pares, e a dança foi muito ensaiada, dançamos minuetos de Bach.
Esportes, o que você participava?
Jogávamos “Queimado”, um jogo onde a bola não pode acertar a pessoa, caso acerte, ela é excluída do jogo, nisso eu era muito forte, quase sempre eu sobrava como a última na quadra, sem ser atingida pela bola.
Primeira professora?
-Irmã Célia, no Colégio São José
Grandes professores?
Na Faculdade de Letras, da Fepevi na época, hoje Univali, destaco o professor Celestino Sachet, de Florianópolis, meu professor de Literatura Brasileira.
Fale um pouco de sua trajetória profissional e da sua história de vida?
Comecei a lecionar aulas de piano, em Itajaí, em 1969, quando abri minha própria Escola de Música, e mantive a Escola até em 1973. Em abril de 1974, mudei-me para Brusque, porque casei.
Como constatou o dom para a música?
Desde criança, sempre gostava de ouvir músicas tocadas ao piano, e bem cedo ganhei um pianinho de brinquedo. Lembro-me que eu tocava o Jingle Bells, por números, que vinha no folheto do pianinho. Quando eu tinha uns seis anos, lembro que eu fazia de conta que estava tocando num piano de verdade, usando a penteadeira da minha mãe, e enquanto a música tocava na rádio, eu fingia que estava tocando piano, acompanhando com o dedos na penteadeira.
A Sra. preside o Clube Soroptimista de Brusque. Qual a duração do mandato? (de quando a quando vai a gestão)?
Minha gestão é de julho de 2010, a julho de 2012.
A execução do hino nacional no piano - por você, Célia Walendosky e Elizabeth Cavalca - sem as formalidades de praxe, dando o o pontapé inicial da I Conferência Municipal de Cultura, realizada no SENAC, foi um ponto positivo para o evento?
Acredito que é muito importante que se mantenha o sentimento de civismo, além de praticarmos a cidadania, eu aprecio muito a própria composição do Hino Nacional Brasileiro, como música mesmo, é uma peça muito rica, muito linda, A execução do Hino Nacional na abertura da Conferência Municipal de Cultura, foi uma escolha muito inteligente por parte do protocolo, pois foi um momento muito importante para a vida cultural de Brusque. A execução do Hino Nacional, abriu oficialmente a Conferência, demonstrando a seriedade do evento,
Quais apresentações mais marcaram sua carreira ?
Uma das apresentações que lembro bem, foi quando fui convidada para acompanhar a Camerata Vocale, de Blumenau, no Teatro Carlos Gomes, em 1983, na época regida pelo professor Telmo Locatelli, que me fez o convite.
Quando ingressou na Escola de Música da ASSAC ?
Ingressei na Escola de Música da Assac, em agosto de 1975, a convite do pianista Jorge Hartke ( in memorian). Na época, fui convidada para substituí-lo, pois êle estava se mudando para Blumenau.
Como presidente do Conselho Municipal de Cultura vê com bons olhos os encaminhamentos apreciados, discutidos e aprovados?
Sim, para mim foi muito importante acompanhar de perto toda a trajetória da criação dos editais, ter em mãos os projetos aprovados e não aprovados, para poder ter conhecimento do que os artistas reivindicam . A Fundação Cultural disponibilizou oficinas para os membros do Conselho Municipal de Cultura, com um profissional altamente conceituado, que nos orientou sabiamente como deveríamos proceder para dirigir o Conselho.
O que poder-se-ia fazer para melhorar o dinamismo dos Conselhos Municipais?
Para melhorar o dinamismo dos Conselhos Municipais de Cultura, precisaria uma verba maior, para que pudesse atender a demanda dos projetos culturais.
Os objetivos do Conselho Municipal de Cultura e da Fundação Cultural de Brusque se complementam?
Com certeza, a Fundação e o Conselho Municipal de Cultura, caminham juntos. A Fundação tem toda uma estrutura bem montada, e dá apoio aos artistas que desejam apresentar projetos, tirando dúvidas de preenchimento de formulários, e ainda oferece oficinas para ensinar a montar projetos. Como Presidente do Conselho Municipal de Cultura, pude conhecer de perto, a riqueza de ideias dos artistas brusquenses, colocadas em seus projetos. Infelizmente, nem todos os projetos podem ser aprovados, muitos bons projetos ficaram sem aprovação, porque há um limite de verbas para a realização de projetos, que é destinada para cada área específica. Há verbas destinadas para projetos de música, teatro, dança, e artes populares.
Que conselhos daria para quem pensa em seguir o caminho da música?
Dedicar-se à música, como em outras áreas também, requer um estudo constante., muita dedicação e paciência.
Algo que você apostou e não deu certo?
Sou muito cautelosa, e não arrisco em nada
O que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia? Com certeza muitos ensinamentos são para toda a vida, mas sempre acredito que o aprendizado deve ser constante, deve ser renovado a cada dia, pois a vida é um eterno aprender. Enquanto se vive, sempre se aprende.
Referências
- Jornal Em Foco. Edição de 17 de abril de 2012.
NILO SÉRGIO KRIEGER: O entrevistado da semana é o Dr Nilo Sérgio Krieger, filho de Nilo e Margarida Flora Krieger, natural de Brusque, nascido aos 03 de junho de 1950. Cônjuge: Miria Cândida Rosa da Silva. Um filho: Nathan Krieger

Sonho de criança?
Tive alguns sonhos. Um deles, por inspiração de um tio, que era aeronauta, era ser aviador. Posteriormente , a carreira militar, mas nunca tive apoio e estímulo da família para ambos os sonhos. Tive que realizar o sonho do meu pai, ficar trabalhando na empresa onde ele era sócio – Krieger S/A Indústria do Vestuário. Não gostava do serviço e nem da empresa. Posteriormente, com o falecimento de um dos sócios, o ambiente começou a ficar bom, mas daí, tempos depois, parti para a advocacia, isso em janeiro de 1980.
Você tem amigos da infância ainda?
Poucos, mas tenho.
Quais são as lembranças que você tem da sua infância?
Da infância, sinto saudade das férias na casa dos avós maternos em Vidal Ramos. Não havia luz elétrica e a noite ficava da janela do quarto olhando o céu, observando o céu estrelado; chegava a ser assustador. Da juventude, os bons tempos da “jovem guarda”, das festinhas, das primeiras saídas à noite e o serviço militar no 1º Batalhão de Polícia do Exército no Rio de Janeiro, que me foi uma verdadeira escola de cidadania.
O que sente falta da infância?
As crianças eletrônicas de hoje jamais recitarão na escola aquele verso de Casimiro de Abreu: “Oh! Que saudades eu tenho/ Da aurora da minha vida/ Da minha infância querida/ Que os anos não trazem mais/ Que amor, que sonhos, que flores/ Naquelas tardes fagueiras/ À sobra das bananeiras/ Debaixo dos laranjais.” Pode parecer melosamente piegas, mas um quintal desperta saudades. Naquela época todas as casas tinham o seu, uma espécie de território livre onde as crianças descalças conviviam com os bichos domésticos – um cachorro, um gato, as galinhas e perto do fim do ano, um peru. Plúmeos e implumes convivendo na mais perfeita harmonia entre canteiros floridos e caminhos de areia grossa. Uma tarde no quintal era uma orgia de areia – ainda bem que a água lavava tudo, embora não lave um passado que insiste em se fazer presente. Dos quintais de antigamente resta apenas uma saudade. Saudades sentimos da nossa casa, dos nossos amigos, da nossa infância, dos dias idos.
Como foi sua juventude?
O que você mais gostava de fazer para se divertir? Foi uma juventude sadia. O meado dos anos 60 com a Beatlemania e a Jovem Guarda são inesquecíveis. O companheirismo ginasial e do segundo grau, que beleza. Nos anos 60 e 70 haviam vários locais onde a gente se reunia: o Bar do Valdemar, na rua Rui Barbosa, com o famoso bife acebolado; o Bar do Coelho ou “fecha nunca”, na av. Lauro Muller, cuja especialidade era pedaços de frango frito; o Zingara, uma espécie de bar dançante, na Cônsul Carlos Renaux; mas tarde o Restaurante Casarão, na rua Felipe Schmidt e o Chalé, na av. C.C. Renaux.
Quais eventos mundiais tiveram o maior impacto em sua vida durante a sua infância e juventude?
Me recordo do momento em que, em 1963 John F. Kennedy foi assassinado. Estava tendo uma aula particular com o Renato Dietrich. Me lembro do final da Copa do Mundo de 1958, do desfile de carros que teve no centro de Brusque. Um evento local também ficou gravado: a noite do dia 3 para o dia 4 de agosto de 1960, dia do Centenário. À meia noite houve queima de fogos, as igrejas bateram os sinos, as fábricas apitaram e a Banda da Polícia desfilou no centro tocando o Hino do Centenário, foi emocionante.
Pessoas que influenciaram ?
Várias, a começar pelo meu pai.
Como era a escola quando você era criança? Quais eram suas melhores e piores matérias? De que atividades escolares e esportes você participava?
Estudei no antigo Grupo Escolar Alberto Torres, hoje é tudo Colégio C. C. Renaux. A escola era rígida e assustadora; os professores(as) idem. Havia, porém, uma pessoa que era bondosa e se destacava das demais, a secretária do estabelecimento, Maria Lúcia Mayworne. Para ser sincero, para mim não havia “melhor” matéria. Todas eram piores.... No esporte, era uma verdadeira negação. Fazia educação física por obrigação. Ainda bem que o professor - Vertolino Schütz – era uma pessoa boa e igualmente se destacava dos (as) demais professores(as).
Primeira professora?
Yete Zinck.
Grandes professores?
Todos dentro a linha mediana.
Quais medos você tem ou teve? maior medo é o de envelhecer ou o de entristecer?
Realmente, o maior medo é o de envelhecer e discordo totalmente de que a velhice “é a melhor idade”.
Você se arrependeu de alguma coisa que disse ou que fez ?
Não tive. Não me arrependo de nada.
O que você acha da programação da televisão de hoje?
Ainda bem que tenho TV por assinatura. Raramente assisto a TV aberta e a Rede Globo deve fazer alguns anos que não assisto.
Qual foi o maior desafio até agora?
A de me aposentar (no sentido mais amplo da palavra) e não fazer mais absolutamente nada. Me aposentei em 1995 e me programei para parar definitivamente em 2010.
Você tem algum ressentimento?
Não guardo esse sentimento.
Fale um pouco de sua trajetória profissional e da sua história de vida?
Dos 14 aos 29 anos trabalhei na Krieger S/A Indústria do Vestuário. De 1980 à 2010 como advogado privado e durante um certo período como advogado público, contratado da Prefeitura no tempo da gestão do prefeito Danilo Moritz. Devo uma parcela de gratidão a esse prefeito bem como ao seu Procurador Geral, Dr. Luiz Gianesini, o que ora me entrevista.
Algo que você apostou e não deu certo?.
Não.
Teve problema com algum cliente face o resulta de uma ação ?
Infelizmente, após quase 30 anos de advocacia, me incomodei com um. O cidadão, por sinal pessoa correta, foi influenciado por um mau colega advogado e me representou na Ordem. Felizmente consegui provar que eu estava certo e o referido cidadão recebeu corretamente o que de direito. Mas, isso me deu muita dor de cabeça.
Aproximadamente quantos processos ingressou no judiciário e quais os 5 tipos de ações em que seus serviços profissionais foram procurados?
Representando clientes ingressei com algumas centenas de ações. Nos últimos tempos era mais procurado por questões familiares.
Entre tantas causas que acompanhou, poderia citar a causa mais simples e a mais complexa?
As mais simples eram as chamadas “conversões da separação judicial em divórcio”. A mais complicada foi uma envolvendo um imóvel aqui em Brusque e as partes (autores e ré) residindo na Europa. A Ré foi citada na Suíça e teve testemunhas ouvidas por carta rogatória na Suíça e Alemanha. Deu tudo certo e tive sucesso da procedência da ação;
Dos advogados mais antigos para quem você tiraria o chapéu?
Dr. Euclides Cardeal e Dr Ivo Szpoganicz,.
Uma curiosidade que aconteceu durante sua carreira?
Foi ter sido advogado de uma jovem, numa separação judicial, quando já havia sido advogado da mãe dela na sua separação.
Como vê a questão do Exame da Ordem?
Entendo que é necessário ante a má formação universitária dos nossos bacharéis.
A sabatina no Senado para a aprovação de nomes ao STJ e STF é para inglês ver?
Entendo que é para “inglês ver”, sim; mera formalidade.
Torce para que equipes?
Na verdade não sou ligado a esportes. Mas, tenho, por influência de amigos, uma simpatia pelo Paysandú (Brusque) e pelo Vasco da Gama (Rio).
Referências
- Jornal A VOZ DE BRUSQUE. Edição de 07.06.08.

Günther Lother Pertsch
Como surgiu Brusque em sua vida?
Em 1991 eu e minha esposa decidimos que um de nós tentaria empreender um negócio próprio. Brusque se destacava neste período com um crescimento extraordinário no segmento de confecção na pronta entrega. Era a grande oportunidade para realizarmos um sonho antigo, então minha esposa em sociedade com um irmão e uma amiga, iniciaram uma confecção com pontos de venda, que rapidamente se consolidaram, tornando nosso sonho real. Foi desta forma que nos transferimos para esta encantadora cidade.
Quais as memórias da infância?
A minha infância foi fantástica, tanto na cidade como no interior durante as férias escolares. Sou da época em que se brincava em áreas livres e jogava bola nos campinhos de futebol. Tive muito contato com a natureza. Quando criança soltava pipas, jogava bola de gude, brincava de esconde-esconde e de muitas outras brincadeiras. Quando chegavam as férias o meu destino era a casa do meu avô no interior. Eram dias de muita pescaria, de andar a cavalo, tomar banho no rio com câmaras de pneu de carro, comer frutas da época e ter ainda mais contato com a natureza. Meu avô era um grande companheiro e me ensinou muito sobre a vida.
Sonho de infância?
Meu sonho de infância era possuir uma grande fazenda na qual eu pudesse proteger a natureza e também abrigar todas as crianças abandonadas da minha cidade. O projeto seria proteção da fauna e flora aliada à assistência, abrigo e formação das crianças para permitir um futuro melhor às mesmas.
Como foi sua juventude?
Normal para época: família, escola, amigos e pensar no futuro. As opções de profissão eram menores e isso fez com que eu partisse para capital para me preparar para o vestibular. Sempre fui muito responsável e determinado na conquista dos meus objetivos.
Como conheceu a esposa?
Trabalhava com a irmã dela que em determinado dia me apresentou durante uma festa no Clube Guarani em Blumenau no ano de 1982, começamos a conversar e desde então estamos juntos.
Pessoas que influenciaram? Meus pais são as pessoas que mais influenciaram na minha vida. Também a minha esposa e filha. Ainda muitas outras pessoas, mas seria injusto dar crédito apenas para algumas delas, pois acredito que todas as pessoas que passaram pela minha vida, de alguma forma, contribuíram para a minha evolução como ser humano.
Vida escolar?
Sempre muito aplicado e determinado a conquistar os meus objetivos. Estudei em escola pública até o segundo ano do ensino médio e somente o terceiro ano realizei em colégio particular preparatório para o vestibular. A seguir a sequência: Ensino Fundamental – Escola São José – Guarapuava - PR; Ensino Médio – Escola de Aplicação Visconde de Guarapuava – Guarapuava – PR; Ensino Regular do Segundo Grau (primeiro e segundo ano) Colégio Francisco Carneiro – Guarapuava – PR - (terceiro ano) - Colégio Positivo – Curitiba – PR;
Primeira professora?
Foi a senhora Mene Hauage, que apesar de rígida quanto a disciplina era bondosa e motivada para ensinar.
Grandes Professores?
Todos aqueles que fazem a diferença para um ser humano em construção.
Grandes nomes na educação
Orlando Maria Murphy, um dos pioneiros no desenvolvimento do ensino superior de Santa Catarina e fundador Fundação Educacional de Brusque - FEBE. Paulo Freire, um dos maiores educadores Latino Americano do século 20.
Como surgiu Günther … Reitor da Unifebe?
Após as eleições para reitor de 2006 verifiquei a possibilidade de realizar um trabalho no sentido de conquistar a reitoria. Tinha experiência em gestão, formação acadêmica, bom relacionamento com o quadro de docentes, discentes e funcionários, um baixo índice de rejeição e acima de tudo, muita vontade em defender o projeto UNIFEBE. Coloquei o meu nome a disposição e foi quando se confirmou através de um maciço apoio de todas as lideranças da instituição, culminando na minha eleição para reitor. Portanto, um processo muito tranquilo e democrático que consequentemente amplia a minha responsabilidade na condução da mesma.
Foi com orgulho que recebeu a incumbência para dirigir a UNIFEBE?
Com certeza, foi com muito orgulho e alegria que tomei posse no dia 9 de abril. Estou ciente da responsabilidade e do desafio que tenho para os próximos anos. Entretanto, afirmo com toda convicção, que a condução da UNIFEBE me realiza em todos os sentidos: como pessoa, como educador, como profissional e agora como gestor. Auxilio na realização do futuro de muitos jovens, que serão os novos líderes da nossa sociedade, isto não é um fardo, pelo contrário, é um grande presente do destino.
Os alunos que chegam a Unifebe apresentam boa qualidade e estão dispostos a aprender?
Os nossos acadêmicos são o reflexo da realidade do país neste momento, entretanto, a sua disposição para fazer um futuro melhor é impressionante e motivador para avançarmos em busca da excelência em tudo que realizamos. A UNIFEBE preocupada com essa realidade oferece cursos de nivelamento naqueles conteúdos básicos, onde se percebe em sala de aula que os alunos têm dificuldades. Além disso, outras políticas institucionais foram criadas no intuito de amenizar os efeitos deixados por uma educação de base defasada. Necessitamos rever a educação em todos os níveis. Atualmente a preocupação da legislação educacional deste país se volta principalmente no ensino superior, porém toda boa construção se concentra numa sólida base. O ensino fundamental e médio está vulnerável, para não dizer crítico. O material humano que chega as nossas universidades reflete esta situação. É urgente a necessidade de fortalecer o ensino fundamental e médio através de uma política séria, bem como, valorizar os professores dos anos iniciais. Em qualquer nação desenvolvida o professor é valorizado e considerado uma autoridade por sua sociedade, pois tem a grande incumbência de formar os futuros condutores da nação. Recentemente, vivenciamos em Santa Catarina uma greve que reivindicava o pagamento de salários já aprovados por lei e ainda não cumpridos. A própria sociedade não reconhece a educação como sendo o grande investimento para mudar o Brasil. Até a democracia só será real se houver uma nação educada. Acusam-se os políticos deste país como responsáveis de tudo que está errado, mas será que eles não são o reflexo de toda uma sociedade que aí esta?
Daria para traçar um perfil dos estudantes da Unifebe?
Sim, de acordo com a última pesquisa realizada neste ano, e que a UNIFEBE realiza todos os anos com os seus ingressantes, podemos afirmar que 52% são do sexo masculino, 81% são solteiros e 34% dependem do transporte coletivo. Eles são oriundos principalmente da escola pública e a maioria trabalha. Também podemos afirmar que 50% destes, já atuam na área de sua graduação.
Quais as áreas de ensino que a instituição está voltada?
Atualmente a área com maior ênfase se concentra nas Ciências Aplicadas, entretanto estamos investindo fortemente nas áreas de Engenharia e Tecnologia. Também iniciamos na área da Saúde. Ressalto que a comunidade de Brusque e região sempre colaborou e continuará auxiliando na definição destas áreas e rumos da UNIFEBE, pois somos uma Universidade Comunitária e a ela, pertencemos.
Quais são os postos de direção mais importantes da instituição em todos os assuntos estratégicos?
Considero toda a equipe de extrema importância, independente da função que realiza. Os postos de direção da instituição, considerados estratégicos se concentram nas Pró-Reitorias, que atualmente são três: Pró-Reitoria de Ensino de Graduação, Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão e Pró-Reitoria de Administração.
A UNIFEBE já está totalmente informatizada?
Sim, a UNIFEBE tem um bom nível de informatização. Como atuei na área de informática durante 14 anos e possuo um curso superior, além de Administração na área de Informática, tenho certeza da importância de investir em tecnologia. Reafirmo que este será um dos grandes pilares de minha gestão. Acabamos de realizar um grande investimento no Laboratório de Informática I, onde foram adquiridos 30 novos computadores de última geração, que permitem a utilização dos mais variados aplicativos de vários cursos de graduação, como: Engenharia Civil, Engenharia de Produção, Arquitetura e Urbanismo e Design Gráfico.
O que o senhor acha de se cobrar uma mensalidade razoável do aluno que pode pagar a universidade pública?
Algo muito normal, assim acontece em diversos países desenvolvidos. Por exemplo, estive recentemente em Portugal visitando as suas Universidades Públicas e todas elas cobram, no mínimo, mil euros de seus acadêmicos, independente do curso de graduação que freqüentam. Lá as universidades são custeadas pelo governo em 50% e o restante a universidade busca junto ao mercado, através de formas criativas de parcerias.
Outro dia li que as universidades públicas costumam ser acusadas de darem ensino de graça para pessoas que podem pagar. O vestibular tem sido criticado porque promoveria essa distorção, deixando os alunos carentes de fora. A universidade deve mudar isso, recebendo mais alunos com provavelmente pior formação, mas de outras classes sociais?
Não é questão de acusação e sim, uma realidade. As universidades públicas deste país contemplam as suas vagas para quem teve a oportunidade de se preparar melhor, traduzindo, para quem tem dinheiro. É claro que devemos mudar esta situação, afinal somos todos nós que trabalhamos duro que financiamos o ensino gratuito através dos nossos impostos, que não são poucos. Tenho duas sugestões simples: a primeira é só permitir a entrada na Universidade Pública de pessoas que sempre estudaram em escola pública e selecionar pelo conjunto das melhores notas de seu histórico escolar. Caso isso não seja possível e continuar da forma que é hoje, minha segunda sugestão é que pelo menos seja exigido que os formados, à custa do povo brasileiro, permaneçam durante um ano após o término de seu curso desempenhando a sua profissão nas cidades mais pobres do estado onde pertence aquela universidade federal. Poderiam até receber um salário simbólico e assim retribuiriam ao país o investimento concedido pelo cidadão. Quanto à questão de receber o acadêmico com deficiência na formação é necessário trabalhar o cerne da questão: criar políticas sérias para o ensino básico e ensino médio.
E quanto ao sistema de cotas?
Pessoalmente sou contra estabelecer cotas pela cor da pele de um ser humano. Para mim existem outras formas mais inteligentes de estabelecer quem deve ocupar uma vaga nas Universidades Públicas financiadas pelos impostos pagos por todos os cidadãos deste país. Uma forma mais justa seria permitir a entrada numa universidade pública gratuita somente de quem sempre estudou em escola pública. Assim, se a elite deste país quisesse que seus filhos estudassem numa Federal, matricularia os seus filhos na escola pública e ainda, pressionaria o governo para uma escola pública de ensino básico e médio com qualidade.
E o ENEM?
É o governo federal tentando fazer um grande vestibular travestido. Os tropeços ocorridos em suas várias edições anteriores mostram que não há competência e a devida seriedade necessária. Antes de gastar milhões num projeto desastroso, deveríamos proporcionar uma educação de qualidade nos níveis básico e médio, respeitar e valorizar os professores - iniciando por um salário digno e compatível a sua importância - e ainda, resgatar os cursos de licenciatura, que são estratégicos para um país que quer ser de primeira grandeza.
O vestibular, não constituía um filtro rigoroso e necessário para a qualidade do ensino?
O vestibular existe pela falta histórica de investimentos por parte do governo no ensino superior. O vestibular acaba sendo necessário para selecionar os candidatos que ocuparão as poucas opções de vagas existentes. É por este motivo que a elite deste país continua a colocar os seus filhos nas federais, pois só os melhores preparados passarão nos respectivos vestibulares. O candidato que sempre estudou na escola pública, com raras exceções, terá chances de frequentar um ensino superior gratuito. Para acontecer uma grande mudança social deveríamos rever urgentemente esta situação.
Fala-se muito em analfabetismo universitário. O senhor não acha que isso seja uma falha do Ensino Superior?
Eu não apontaria como responsável somente a falha no Ensino Superior, pois eu lhe pergunto qual o segmento ou área em nosso país que eu possa afirmar sem medo algum, que serve de bom exemplo? A Universidade é a última etapa na formação profissional do indivíduo. Fica evidenciado que a própria sociedade brasileira estabeleceu alguns valores que não são coerentes aos padrões necessários de uma nação que pretende ser de primeira linha. Quando eu elejo um Sr. Tiririca como representante no Congresso Nacional, e ainda, permito que o mesmo seja da Comissão de Educação, eu acredito que temos muitos outros envolvidos para compartilhar como responsáveis pelo analfabetismo universitário.
Como está a instituição, principalmente no tocante à exigência de titulação? Que percentual de professores têm mestrado e que são doutores?
Estamos muito bem para a nossa realidade, entretanto estamos confeccionando um plano de atuação para ampliar a busca por titulação, seremos uma referência nos próximos 10 anos. Nosso percentual de mestres e doutores esta no patamar de 60%, o que é considerado acima dos padrões exigidos pelo MEC.
Como a instituição vem se posicionando e contribuindo para o desenvolvimento e crescimento do Berço da Fiação Catarinense?
A UNIFEBE investe muito em instalações físicas adequadas. Recentemente investimos em laboratórios sofisticados para diversos cursos. A Instituição se aprofunda e aprimora cada vez mais nas questões pedagógicas. Iniciamos na minha gestão a criação de diversos cursos de extrema importância para Brusque e Região e muitos outros ainda serão implementados. Investiremos fortemente na titulação de nossos professores, pois isto reflete diretamente nas salas de aula e proporciona profissionais mais bem preparados para o mercado e para vida. Várias parcerias estão sendo firmadas com diversas organizações, proporcionando uma necessária e importante união da academia e da sociedade.
Algo que você apostou e não deu certo?
Na minha juventude eu tinha plena certeza que teria uma velhice em um país justo para todos os seus cidadãos, com tratamento equânime, com distribuição de riquezas, oportunidades iguais para todos, saúde pública como em países desenvolvidos, aposentadoria digna de quem já fez pelo seu país, convivendo em uma nação onde não seria necessário ensinar o que é ética, muito menos fazer lei para descrever o que é ser FICHA LIMPA.
O que faria se estivesse no inicio da carreira e não teve coragem de fazer?
Sempre tive muita coragem para aproveitar as oportunidades da vida. Acredito que repetiria toda trajetória novamente. Meu pai sempre dizia: “esteja sempre preparado para quando a oportunidade aparecer”.
O que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?
Que o ser humano é tão complexo e fabuloso, que você nunca deve subestimá-lo e sim identificar os seus talentos individuais para aproveitar o máximo destas competências, para em conjunto conquistar as metas estabelecidas e sempre evoluir para um novo patamar.
Quais as maiores decepções e alegrias que teve?
Minha maior decepção com a vida, foi não compreender porque perdi a minha irmã no auge de sua vida. Minhas alegrias são várias: os muitos encontros da minha família, o meu casamento, o nascimento de minha filha, a obtenção dos vários títulos acadêmicos, as diversas viagens realizadas, as várias conquistas profissionais e, os vários amigos que fiz.
Como foi sua trajetória profissional?
Iniciei como estagiário na área do meu primeiro Curso de Graduação, ou seja, na área de Informática, isto em 1980 na empresa Ceval S/A em Gaspar – SC. Atuei durante 14 anos nesta que considero uma grande organização e que hoje é o grupo Bunge, a qual me proporcionou transitar por diversas funções na área de Tecnologia da Informação. Em 1999 retornei a academia como aluno do curso de Direito, na então FEBE, quando fui reconhecido pelo coordenador do curso de Administração. Ele sabia da minha formação em dois cursos de Graduação e Pós-Graduação e me convidou para lecionar duas disciplinas no curso de Administração. A partir de então, realizei um mestrado em Administração enfoque em novos negócios – Empreendedorismo e atualmente estou concluindo o meu doutorado em Educação. Fui Coordenador do curso de Administração eleito por dois mandatos e com o histórico de realizações neste período, me credenciaram a ser candidato a reitor da UNIFEBE, cargo para o qual fui eleito.
Referências
- Jornal Em Foco. Edição de 13 de dezembro de 2011.
Aloisius Carlos Lauth -
ALOISIUS CARLOS LAUTH:
O entrevistado da semana é o consultor de empresas Aloisius Carlos
Lauth, nascido em Brusque, 24 de janeiro de 1954, na antiga Maternidade
Cônsul Carlos Renaux.Filho do saudoso Aloysius e de Adélia Lauth É
casado com Tania Paza e tem dois filhos: Victor e Kiara. Victor estuda
cerâmica fina em Bremen, na Alemanha e Kiara faz engenharia elétrica na
Furb.
Quais são as memórias de infância?
Passei minha infância em Pomerode, bem perto de um rio, onde a gente passava boa parte do dia. Adorava pescar de canoa, durante a madrugada, quando meu pai e meu irmão usavam tarrafas para pegar cascudos da pedra. Quando dava, a gente armava espinhel para pegar tajabicus, carás, carpas, jundiás, traíras, robalos... o rio era limpo e tinha muito peixe. A natureza era outra. Na época de caça, final do inverno, meu pai nos levava para as caçadas de final de semana na região do Spitskofp, Baú e Santo Antônio. Eu tinha uma espingarda calibre 32 e sabia manusear a arma com agilidade. Uma boa caça tinha que ter rolas do mato, tucanos, araquãs, jaós, aves grandes. Não se matava correca, João de barro, andorinha e colibris, eu não sei por que! Não tenho arrependimentos do que fazíamos. O lazer era a caça, a pesca, o banho de rio, andar a cavalos. Mas a natureza mudou, o rio está poluído, a caça acabou, lamentavelmente, pela nossa própria ação. E a juventude?
Tenho boas lembranças dos domingos à tarde nos anos de juventude. Eu estudava no Colégio Santo Antônio e tinha grandes amigos. A gente se juntava e ia para a rua, na praça barão von Schneeburg, ver os jogos do CA Renaux e do Paysandu. Mas o mais legal era o matiné com grandes fitas do cinema no Cine Coliseu e no Cine Real. A gente se sentia astro com os atores. Me impressionou muito as fitas Tarzan, rei da selva; e Os 10 mandamentos.
Formação escolar?
Eu fiz o 1º ano no Colégio D. João Becker. Depois, fui escolarizado na Escolas Reunidas Municipal Quintino Bocaiuva, em Testo Salto/ Pomerode e depois encerrei o ciclo escolar no Colêgio Santo Antônio, aqui em Brusque.
Pessoas que o influenciaram?
As irmãs da Divina Providência foram as professoras que mais me influenciaram na infância e juventude. O jeito delas ensinar, castigar e tratar a gente como criança que precisavam de atenção e carinho. Lembro com carinho da Ir. Cleonice Stingen – diretora do colégio.
O ingresso na Faculdade de Estudos Sociais influenciou decisivamente em sua trajetória?
Só virei gente quando entrei na faculdade de Estudos Sociais, da FEBE. A maior influência foi de uma colega radical, que participava do grupo Cogumelo Atômico – um jornal underground editado pelo Buss e outros caras! Era Inês Mafra, a menina que se mostrava inconformada com a revolução militar no Brasil. Talvez por causa dela eu acabei adorando ler os livros de Karl Marx e encantado com as aulas de Sociologia, ministradas pelo Pe. Orlando Murphy. Ele falava o tempo todo em marxismo para que aprendêssemos e assim, quem sabe, poderíamos nos defender do Estado possessivo e planificado. Então, descobri um jornalista espanhol que analisava a formação de manobras de massa denominado Jose Ortega y Gasset, cujas reportagens eu recortei e colei em meu diário. Minha formação tem linha humanista como Emanuel Mounier, Lebret, Marx e Teilhard du Chardin. Só mais tarde terei tempo para leitura como Caio Prado Junior, Celso Furtado, etc, olhando o Brasil de então. Hoje voltei a ler Saint Exupery e alguns livros da Biblia como os Salmos, que trazem inspiração e louvor. Se isto é sabedoria, acho que a caminhada foi muito boa!
O abrange a consultoria que você presta?
Sou consultor de empresas para temas como negócios modernos. Atuo em projetos de desenvolvimento da gestão para a Indústria Cerâmica Vermelha e últimamente para um grupo de fornecedores do ramo têxtil da Guabiruba para grandes empresas âncoras de cama, mesa e banho.
Uma palhinha da trajetória profissional?
Comecei a profissão como professor substituto no antigo Centro Interescolar de Io. Grau Arthur Schlosser, na Santa Teresinha. A escola era dirigida pelo Prof. Celso Westrupp e o prof Nelson Frener, nos quais me inspirei em termos de valores profissionais. Lembro de outros professores, como Silvana Appel, profª. Mafra, prof Afonso de Artes Industriais e outros. Depois trabalhei no Centro de Treinamento da Renaux e no Lafite e então assumi trabalhos burocráticos no SENAI de Blumenau. Lá começa minha carreira de consultor, inicialmente como professor do método TWI – Training Within Industry com mestres como Cláudio Jair Moritz, Laercio Knhis, ambos brusquenses; Onildo Sales de Oliveira, Paulo dos Reis e Isaías Nazari. Tive colegas inspiradores como Nilo Imhof, Militino Angioletti, Renato Valin, Maria Bernardete Cascaes e Alcides Dalsenter.
Em especial quem merece ser lembrado?
Especial foi ter trabalhado como Danilo Moritz, um gestor iniqualável e com visão de educação e empresarial. Decidi então ser o instrutor de formação destes programas pois são fantásticos para as chefias modernas. Ser chefe é aprender lições básicas as quais as universidades não formam.
Em que você apostou e não viu os resultados acontecerem positivamente ?
Eu apostei na possibilidade de ficar rico aplicando dinheiro no mercado financeiro. Aprendi a lidar com ações e a escolher estratégias de alto risco para os últimos 15 anos. Ganhei dinheiro sim, mas perdi os resultados logo depois. O ciclo não é constante e a economia brasileira é avassaladora, sem lógica e excessivamente mutante. Não dá para ficar rico estudando o mercado financeiro.
O que pensa escrever?
Há anos estou reunindo as informações científicas do botânico Raulino Reitz, uma espécie de guia para os pesquisadores. Ele tem pesquisa em história, etnografia e geologia e a botânica, em especial as cipós, os gravatás e as palmeiras. Penso sistematizar a trajetória do padre dos gravatás, que escreveu mais de 8 mil páginas.
Como você vê Gestão da Indústria Catarinense?
Entendo que somos um estado com enorme esforço industrial, alavancado por muitas lideranças. É bom a gente lembrar que há 30 anos atrás não havia universidade de Administração e mesmo assim as pessoas criavam empresas para gerar riquezas. Acho que a geração de empreendedores passada tinha muita força de vontade, persistência nas propostas diante dos mercados diminutos e sabedoria em gerenciar os recursos financeiros. Pode ver, os grandes empresários de Brusque eram pessoas de grande controle financeiros de suas empresas. Os tempos mudaram, os empreendedores também, e o crédito, mais fácil. Contudo, o risco aumentou para quem não se dedica a entender a gestão de negócio. Isto envolve compreender as demandas do Marketing, o desenvolvimento de novos produtos nem sempre tão inovadores e a arte de gerenciar pessoas, tal como os técnicos de futebol. Eles precisam conquistar rapidamente o time, criar jogadas inteligentes e surpreender a torcida. Do contrário, no 2o. jogo são cortados pela diretoria. Assim, quais empresas atualmente persistem em planejamento estratégico? ou gestão de custeio pela curva ABC? Passou o tempo em que se ganha dinheiro de qualquer maneira, hoje o momento é de gestão pela sobrevivência! Tão importante quanto pela lucratividade! Quantas empresas são criadas em Brusque? Não é o sobrenome da familia que faz o negócio hoje, mesmo aquela que tinha a melhor camiseta de malha, ou a empadinha de palmito.
Diante do quadro acima que atitude você tomou em sua trajetória?
Então, fui trabalhar em uma instituição de ensino e consultoria que se dedica a aumentar a competitividade empresarial e me orgulho de participar de alguns projetos. Na década passada, dediquei parte de meu tempo e organizei o Prêmio de Qualidade e Produtividade, a partir de uma proposta de Egon da Silva (WEG) denominado PBQP. Consistia em formar grupos de trabalhadores dentro das empresas, como se fossem CCQ, para mapear os problemas de processo e diminuir a ociosidade e os desperdícios. O programa ensinava metodologia de análise e solução de problemas industriais, criando novos produtos e aperfeiçoando os processos. Aqui em Brusque e Guabiruba, tivemos a participação da Fischer, Iresa, Buettner, Renaux, Kohler Tinturaria e tantas outras. Trouxe muitos benefícos para as indústrias e hoje já se fala em inovação, mesmo em setores de tecnologia senescente. O fator de risco hoje é a inovação de produtos a preços competitivos. Será a saída para o enfrentamento China, embora o Governo Dilma deva também expressar uma nova política industrial. É o caso da seda chinesa que está tomando conta do mercado brasileiro. Até os lençóis de cama já são produzidos com seda chinesa, em detrimento da malha de algodão. Malharia que fecha, leva junto tinturaria e bordados! Vão-se os empregos, que não retornarão jamais, como foi na Inglaterra. A última empresa textil que fechou foi de meias de mulher. Sem política Industrial acolhedora de mão de obra intensiva é colocar a presa na boca do jacaré! Um dia ele come!
No momento em que está empenhado?
Neste momento, estou empenhado no projeto de desenvolvimento da cerâmica vermelha, auxiliando suas Diretoria a criar planos e projetos de crescimento dos negócios. Empreender é gerenciar mais do que comprar máquinas e equipamentos. Com crédito, você compra máquinas e até contrata gente. Mas sobrevivência com lucratividade, somente se aprender a arte da administração.
TWI?
A metodologia do TWI - training within industry, busca desenvolver nos funcionários, tecnicamente bem qualificados, a competência de formar times de trabalho, criar bons ambientes de relacionamento e visão da produtividade. Estes objetivos são desenvolvidos em 3 fases distintas: 1a. fase: Técnicas de Treinamento; 2a. fase: Relações Humanas no TRabalho; 3a. fase: Melhoramento de Métodos de Trabalho. O conjunto tem duração de 50 horas aproximadas. Recentemente, um empresário teve que trocar sua equipe de supervisores e líderes e foi buscar no TWI a formação rápida da nova turma. Já eram pessoas técnicas, vinham de cursos técnicos e de tecnologia mas somente o método´é capaz de inspirar a figura do chefe, do líder, do coach, do facilitador e coordenador. Um cara que fez TWI toma nova dimensão da postura de liderar um grupo de trabalho, como um time que se apronta para cada jogo de forma diferente e se desfaz a cada insucesso. Acredito que nossas indústrias tiveram grandes líderes em seus processos operacionais, capazes de comandar pessoas e conseguir excelentes resultados em razão do método. Compare agora nosso insucesso em gerar líderes para as atividades da administração pública, como é difícil ter um líder público empreendedor sem ser autoritário, benquisto sem ser politiqueiro. O país precisa de bons administradores públicos.
E a 2a. fase?
A 2a. fase propunha que os líderes agissem com acertividade e justiça no trato das pessoas. É possível evitar problemas com gente. E quando isto ocorre, é importante agir com critérios de bom senso e humanidade, mesmo em ambientes desgastantes e de trabalhos sobre-humanos. O curso ensinava que ocomportamento do funcinario estava ligado à atitude de seu chefe. Por isto, ele deveria ser equilibrado emocionamente ao tomar decisões envolvendo gente. Quando há um problemas num processo, quebrou a máquina, saiu o produto não conforme, há sempre gente por trás. Olhar os dois lados é sabedoria nas relações humanas. O difícil do passado era ser lider participativo em um ambiente empresarial autoritário, ou onde o empregado era visto como custo de produção. Imagina trabalhar em uma fábrica sem estrutura de banheiros, com agentes químicos e biológicos presentes nos processos produtivos e alto risco de acidentes?! É preciso entender que os processos industriais texteis, mecânicos, de alimento, cerâmica e plástico não tinham tecnologia suficiente e nem sempre existia uma visão de co-participação na empresa, isto é, empregado que adere aos objetivos é empregado excelente e produtivo.
Os nascidos entre 1980 e 2000, a chamada “geração y são antenados com a tecnologia e têm um apreço especial pela meritocracia (acesso a cargos e posições sociais conquistados a partir do cumprimento de metas os antecessores – chamada de X, nascidos entre 1965 até 1979– é o perfil dos chamados workaholics (que nunca param de trabalhar). “A geração Y tem um grande problema: possui nas mãos uma enorme carga de informação, mas não sabe o que fazer com ela! A geração Y se escora no Google, o oráculo do mundo pós-moderno, e não sabe escrever uma petição à mão. Tentamos mostrar que existe ainda um mundo palpável, que o saber crítico é imprescindível”
Os tempos são outros agora, com a entrada de funcionários da chamada Geração Y. Imagine um indivíduo que teve escolaridade intensiva com eletrônica e computação de escola pública e ir trabalhar numa empresa com processos pouco automatizados, onde ainda se faz força para empurrar material na máquina, vigiar falhas de padrão operacional e suar a camisa levando coisas de um lado para o outro? Quanto tempo um cara assim vai ficar na indústria? Tão importante quanto o salário é lider com as expectativas dos funcionários a longo prazo. Todos querem trabalho, mas após 6 meses aparecem as reclamações e descontentamentos. Cnheço um caso de uma moça que abandonou o salário de 1,5 mil reais para trabalhar numa loja de shopping, ganhando apenas mil reais. Tornou-se mais difícil para os líderes operacionais tomarem decisões sobre seu grupo de pessoas porque precisam enxergar necessidades físicas e desejos superiores tal como Elton Mayo descreveu já em 1930. Felizmente, hoje a grande maioria dos empresários incorpora em seu negócio a visão sócio-ambiental, tem compromisso sociais com a vizinhança do bairro, veja como é na Cerâmica Reis, em Aguas Claras e até de uma empresa na Nova Brasilia. Há muito empresário que pratica Programa de Participação de Resultados, igualmente, estimulando a lucratividade da organização. Isto não é clientelismo, é sabedoria; bem diferente de alguns programas sociais do governo federal que são paternalistas. Eu considero hoje que Relações Humanas no Trabalho é uma arte que precisa ser ensinada para esta nova geração de líderes.
Dr EMÍLIO LUÍS NIEBUHR:
Filho dos saudosos Otto e Eugênia Albani Niebuhr; natural de Brusque,
nascido aos 11.11.38; são em três irmãos: Otto Joel, Maria Eugênia e
Emílio Luís; cônjuge: Elisa Regina Schlosser Niebuhr, casados aos
06.05.67; dois filhos: Eugênia Regina e Arthur Otto; três netos: Pedro
Emílio, Victória e Ian. Torce para o Sport Club Brusquense, Corinthians e
Vasco da Gama
Como foi a sua infância e juventude?
Passei em Brusque, onde tivemos o privilégio de morar bem no centro – a Avenida Cônsul Carlos Renaux era denominada de João Pessoa – entre os dois cinemas: Coliseu e Real; joguei futebol com o time do Padre João Steep; freqüentei o Curso Primário no Grupo Escolar Santo Antônio – conhecido como Colégio das Freitas, depois fiz o chamado Ginasial no Colégio Cônsul Carlos Renaux; aí tive que ir para Blumenau para completar o chamado Científico, cursando também o Técnico em Contabilidade, no Colégio Santo Antônio, registre-se em regime de internado, face a não haver como ir e vir diariamente de Blumenau. Na juventude, ia ao cinema que era a diversão da época e gostava de acompanhar meu saudoso pai nas pescarias. Como eram seus pais? Influência da disciplina e na formação?
De acordo com os hábitos da época, a disciplina era mais rígida que atualmente, mas os tinha como companheiros e amigos. Eram austeros, mas não severos. Meus pais dedicavam-se totalmente à formação dos filhos.
Como conheceu a Elisa Regina?
Conheci a Elisa Regina quando retornei dos estudos de Medicina para trabalhar em Brusque, naquela época conheci Elisa, vez que as famílias eram todas conhecidas.
Como aconteceu a opção pela Medicina?
Foi mais por influência materna ter optado por uma faculdade de Medicina, tendo escolhido o Rio de Janeiro para cursá-la. Tive a felicidade de passar no primeiro vestibular a que me submeti e no ano de 1957, iniciei o curso de Medicina, tendo colado grau na data de 15.12.62, em seguida, mais dois anos de Pós-Graduação, no Hospital dos Servidores do Estado, com especialização em Cirurgia Geral.
Influência da globalização na Medicina?
Na volta à Brusque, retorno este antecipado pelo falecimento de meu pai, em 1965, formos o décimo médico a instalar-se no Berço da Fiação Catarinense, a saber os Drs.: Humberto Mattiolli, Carlos Moritz, João Antônio Schaefer, popular Dr Nica, Aluizo Haendcem, José Tridapalli, Germano Hoffmann, Francisco Dal’ Igna, Márcio Clóvis Schaefer, Francisco Beduschi e eu. Naquele tempo os recursos médicos eram bem menores de que na atualidade. A gente exercia um trabalho interessante, atuávamos, bem mais próximo da comunidade. O que em muito supria às necessidades de exames mais aprofundados, que até então não existia; daí para nossos dias a Medicina teve uma grande revolução tecnológica e hoje, aparelhos sofisticados são usados na Medicina globalizada com muita eficiência trazendo reais vantagens no diagnóstico e no tratamento de doenças.
A internet e o dia a dia na Medicina?
Com a medicina globalizada a internet também passou a ser instrumento de trabalho dos médicos que têm acesso facilitado às modernas técnicas utilizadas em todo o mundo, outrossim, hoje em dia, todos os consultórios são informatizados e os pacientes cadastrados eletronicamente.
Como poder-se-ia definir o “genérico”, para esclarecer o povão?
Uma das evoluções da Medicina foi a implantação do uso do medicamento “genéricos”. O Laboratório que lança um medicamento novo na praça e tem dez anos para explorá-lo, passado este prazo, é obrigado a lançar o produto dito “genérico”, ou seja, com o nome do produto químico utilizado no remédio e a preço mais acessível. Infelizmente confundem-se medicamento “genéricos” com os “similares” que geralmente são adquiridos pelas farmácias com bonificações. Isto faz com que sejam mais baratos, todavia, muitas vezes de procedência duvidosa e fazendo concorrência com os remédios chamados de “marca” e ou “genéricos”, pelo baixo custo. Desta forma, muitas pessoas são enganadas, acreditando que estão comprando um medicamento “genérico” quando na realidade está adquirindo um produto sem a qualificação técnica do medicamento receitado.
Se não fosse médico?
Provavelmente seria um comerciante, haja vista que meu pai tinha um engenho descascador de arroz.
Fale sobre sua participação no Rotary Club Brusque
Somos filiados ao Rotary Club Brusque desde 1968, ocupante, de certa forma, do lugar deixado pelo meu saudoso pai, que, inclusive, foi um dos fundadores do Rotary Club Brusque. Inicialmente as reuniões aconteciam na sede do CACR , de cuja janela, assistíamos o treino da famosa equipe do CACR – hoje Sport Club Brusquense.
Qual o melhor livro que já leu?
O melhor livro é o que estou lendo: ”Anjos e Demônios”.
Costuma ler jornais?
Sim, diariamente leio um jornal local e um regional e semanalmente, leio a Veja;.
O Brasil tem acerto?
Tem acerto sim... apesar das dificuldades o Brasil está dando e vai dar certo, tanto que se houvesse mais seriedade estaríamos bem mais avançados. Tenho viajado à Europa e constatei que o padrão de vida no Brasil está igual ou melhor do que lá.

Referências: Publicado no Jornal Em Foco aos 15 de maio de 2015


Publicado no Jornal Em Foco aos 24 de abril de 2015.
Enfermeira Karine de Abreu com o casal Ristow
Gratidão?
Entrevista publicada no Jornal Em Foco aos 17 de abril de 2015
50 anos da Consagração da entrevistada
A entrevistada desta semana é a irmã Benta Guilhermina Boni, filha dos saudosos José Boni Júnior e Guilhermina Setti Boni; natural de Brusque, nascida aos 08.05.42; São em treze irmãos: Arthur (in memoriam), Lúcio (in memoriam), Estandislau (in memoriam), Agostinho, Alzira (in memoriam), Ida Maria (in memoriam), Terezinha, Vanete , Luiz e Benta e, mais três que faleceram ainda pequenos. Foi Administradora do Mosteiro Park Hotel; profissão de fé em 21.01.65.

Como foi sua infância e Juventude?
Brinquei muito: na beira do rio, com boneca, freqüentei a Escola Reunidas Norma Ribus Pessoa, em Águas Claras, até a quarta série, fui para Nova Trento, refiz a quarta série, no sentido de fortalecer a base, com vistas a admissão, em seguida fui para Ourinhos/SP, onde fiz a admissão, ali também iniciei o ginasial; fiz o curso de auxiliar de enfermagem. Em seguida, cursei o segundo grau em Fraiburgo/SC, o Postulando em Avaré/SP, o noviciado em Indaiatuva/SP e também a irmandade - Irmã
Como era a vida de seus pais?
O pai foi uma pessoa muito séria e muito trabalhador e a mãe, muito legal; costurava e ajudava nos serviços de casa. Pai e mãe foram bons... muitos bons!
E a a religiosidade em sua trajetória?
Um certo dia, a tia Vicentina, irmã de minha mãe – convidou um sobrinha para tal missão – coloquei-me à disposição, só que era muito novinha, mesmo assim, acabei indo por um ano para Capão Bonito/SP, retornei para Santa Catarina, e após um ano fui para o Juvenato, em Nova Trento e na sequência, acabei sendo irmã.
Formação acadêmica?
Fiz a faculdade de Administração de Empresas, tendo iniciado em 82, em Palmas/PR e terminado em Cuiabá/MT.
Em algumas traduções, ao invés de "sodomitas" a expressão usada é "rapazes escandalosos", "rapazes alegres" (daí usar a palavra inglesa "gay" que significa "alegre"), "prostitutos cultuais" ou "prostitutos sagrados" (porque os israelitas tinham incorporado o sexo aos rituais religiosos, como faziam os pagãos) (1 Reis 14.24; 15.12), e os homossexuais são novamente citados no Novo Testamento, em Romanos 1.26,27, tanto com respeito ao homem como à mulher (lésbicas, lesbianismo), prevendo aí um juízo que cairia sobre seus próprios corpos, sem contudo identificar especificamente que juízo seria esse: "Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro." Rm 1:26,27.
Grande nome na religiosidade?
Um grande exemplo de vida e doação foi a Santa Paulina.
Alguma decepção?
Não, me realizei na vida religiosa, como sempre quis.
Recomeçaria tudo?
Sim, tranquilamente, me sinto muito feliz no que segui.
Alguma viagem ao exterior a serviço da evangelização?
Já fui a Nicarágua, Guatemala, França – Igreja Nossa Senhora de Lourdes, Itália, em Vígolo Vataro, onde nasceu Santa Paulina.
Irmã deveria casar?
Não deveria. Se é uma opção de vida, é uma opção de vida!
Tem como Deus perdoar tantos pecados do ser humano?
As injustiças e infidelidades eu acredito que Deus sendo Pai, ele perdoará, só que a humanidade tem que mudar. Não pode continuar assim.
Como definiria o Santuário Santa Paulina?
Um lugar de encontro e oração; lugar de prece, da súplica e da gratidão.
O que está sendo planejado e já foi feito para o Santuário Santa Paulina ser cada vez mais aconchegante ?
Entre outras coisas, está sendo planejado a Casa das Graças, a réplica da casa de Santa Paulina, um Shopping, visando atender com mais qualidade os fiéis que se deslocam até aqui.
Lazer?
Entrevista publicada no Jornal Em Foco aos 27 de março de 2015
Produtor de cinema e vídeo - Prime Filmes de Brusque,
O entrevistado desta semana é o empresário DARLAN SERAFINI. Nascido em Erechim, Rio Grande do Sul, em 15 de janeiro de 1977, é filho de Osmar Serafini e Geni Jorge Serafini. Casado com Gabriela Cavalca, é torcedor do Internacional de Porto Alegre.
Feira Broadcast and Cable Show – São Paulo.
O que sonhava ser quando era criança?
Programador de computadores. Na época, computadores bons custavam quase o preço de um automóvel. Por isso, comprar meu primeiro computador foi uma grande conquista, e um incentivo, também.
Histórico escolar.
A primeira escola foi o Colégio São José, em Erechim. A primeira professora chamava-se Rita.
Quais as matérias que mais gostava e as que detestava?
Não gostava muito de matemática. Minhas preferidas eram Biologia, Geografia e principalmente História. Talvez por isso hoje goste tanto de contar histórias através de filmes.
Atividades escolares e esportes você participava?Uma escolinha de futebol aqui e ali, alguns torneios de tênis de mesa. Atualmente a única atividade esportiva é o tênis de quadra.
Quais os melhores livros/artigos que leu?
“Freakonomics”, de Steven Levitt. Li todos os de Dan Brown, mas o meu preferido é “Anjos e Demônios”. Li diversos livros sobre a Segunda Guerra Mundial – sem dúvida, é um dos capítulos da nossa história recente que não me canso de ler e estudar.
O que está lendo atualmente?Então Você vai Ser Papai - Peter Downey.
Já que a vida me presenteou com uma princesa, que logo estará chegado, todos os livros do momento tem este assunto. A regra é aprender o máximo possível, na teoria é claro.
Você se arrependeu de alguma coisa que disse ou que fez ?
Arrependimento nenhum. Erros sim, mas aprendemos com eles, certo?
SÉRGIO SEBOLD
Economista, Especialista em Economia Política e Professor (Mestrado) de Pós Graduação em Engenharia de Produção
Pessoas que influenciaram?
Falei sobre o início na TV e com o Luciano dos Santos
Qual foi o maior desafio que enfrentou?

O O entrevistado com Sueli S. de Souza neta de José Brazilício de Souza (música do hino de Santa Catarina e astrônomo amador)
Entrevista publicada no Jornal Em Foco aos 20 de março de 2015
...
[Mensagem cortada] Exibir toda a mensagem
Passei minha infância em Pomerode, bem perto de um rio, onde a gente passava boa parte do dia. Adorava pescar de canoa, durante a madrugada, quando meu pai e meu irmão usavam tarrafas para pegar cascudos da pedra. Quando dava, a gente armava espinhel para pegar tajabicus, carás, carpas, jundiás, traíras, robalos... o rio era limpo e tinha muito peixe. A natureza era outra. Na época de caça, final do inverno, meu pai nos levava para as caçadas de final de semana na região do Spitskofp, Baú e Santo Antônio. Eu tinha uma espingarda calibre 32 e sabia manusear a arma com agilidade. Uma boa caça tinha que ter rolas do mato, tucanos, araquãs, jaós, aves grandes. Não se matava correca, João de barro, andorinha e colibris, eu não sei por que! Não tenho arrependimentos do que fazíamos. O lazer era a caça, a pesca, o banho de rio, andar a cavalos. Mas a natureza mudou, o rio está poluído, a caça acabou, lamentavelmente, pela nossa própria ação. E a juventude?
Tenho boas lembranças dos domingos à tarde nos anos de juventude. Eu estudava no Colégio Santo Antônio e tinha grandes amigos. A gente se juntava e ia para a rua, na praça barão von Schneeburg, ver os jogos do CA Renaux e do Paysandu. Mas o mais legal era o matiné com grandes fitas do cinema no Cine Coliseu e no Cine Real. A gente se sentia astro com os atores. Me impressionou muito as fitas Tarzan, rei da selva; e Os 10 mandamentos.
Formação escolar?
Eu fiz o 1º ano no Colégio D. João Becker. Depois, fui escolarizado na Escolas Reunidas Municipal Quintino Bocaiuva, em Testo Salto/ Pomerode e depois encerrei o ciclo escolar no Colêgio Santo Antônio, aqui em Brusque.
Pessoas que o influenciaram?
As irmãs da Divina Providência foram as professoras que mais me influenciaram na infância e juventude. O jeito delas ensinar, castigar e tratar a gente como criança que precisavam de atenção e carinho. Lembro com carinho da Ir. Cleonice Stingen – diretora do colégio.
O ingresso na Faculdade de Estudos Sociais influenciou decisivamente em sua trajetória?
Só virei gente quando entrei na faculdade de Estudos Sociais, da FEBE. A maior influência foi de uma colega radical, que participava do grupo Cogumelo Atômico – um jornal underground editado pelo Buss e outros caras! Era Inês Mafra, a menina que se mostrava inconformada com a revolução militar no Brasil. Talvez por causa dela eu acabei adorando ler os livros de Karl Marx e encantado com as aulas de Sociologia, ministradas pelo Pe. Orlando Murphy. Ele falava o tempo todo em marxismo para que aprendêssemos e assim, quem sabe, poderíamos nos defender do Estado possessivo e planificado. Então, descobri um jornalista espanhol que analisava a formação de manobras de massa denominado Jose Ortega y Gasset, cujas reportagens eu recortei e colei em meu diário. Minha formação tem linha humanista como Emanuel Mounier, Lebret, Marx e Teilhard du Chardin. Só mais tarde terei tempo para leitura como Caio Prado Junior, Celso Furtado, etc, olhando o Brasil de então. Hoje voltei a ler Saint Exupery e alguns livros da Biblia como os Salmos, que trazem inspiração e louvor. Se isto é sabedoria, acho que a caminhada foi muito boa!
O abrange a consultoria que você presta?
Sou consultor de empresas para temas como negócios modernos. Atuo em projetos de desenvolvimento da gestão para a Indústria Cerâmica Vermelha e últimamente para um grupo de fornecedores do ramo têxtil da Guabiruba para grandes empresas âncoras de cama, mesa e banho.
Uma palhinha da trajetória profissional?
Comecei a profissão como professor substituto no antigo Centro Interescolar de Io. Grau Arthur Schlosser, na Santa Teresinha. A escola era dirigida pelo Prof. Celso Westrupp e o prof Nelson Frener, nos quais me inspirei em termos de valores profissionais. Lembro de outros professores, como Silvana Appel, profª. Mafra, prof Afonso de Artes Industriais e outros. Depois trabalhei no Centro de Treinamento da Renaux e no Lafite e então assumi trabalhos burocráticos no SENAI de Blumenau. Lá começa minha carreira de consultor, inicialmente como professor do método TWI – Training Within Industry com mestres como Cláudio Jair Moritz, Laercio Knhis, ambos brusquenses; Onildo Sales de Oliveira, Paulo dos Reis e Isaías Nazari. Tive colegas inspiradores como Nilo Imhof, Militino Angioletti, Renato Valin, Maria Bernardete Cascaes e Alcides Dalsenter.
Em especial quem merece ser lembrado?
Especial foi ter trabalhado como Danilo Moritz, um gestor iniqualável e com visão de educação e empresarial. Decidi então ser o instrutor de formação destes programas pois são fantásticos para as chefias modernas. Ser chefe é aprender lições básicas as quais as universidades não formam.
Em que você apostou e não viu os resultados acontecerem positivamente ?
Eu apostei na possibilidade de ficar rico aplicando dinheiro no mercado financeiro. Aprendi a lidar com ações e a escolher estratégias de alto risco para os últimos 15 anos. Ganhei dinheiro sim, mas perdi os resultados logo depois. O ciclo não é constante e a economia brasileira é avassaladora, sem lógica e excessivamente mutante. Não dá para ficar rico estudando o mercado financeiro.
O que pensa escrever?
Há anos estou reunindo as informações científicas do botânico Raulino Reitz, uma espécie de guia para os pesquisadores. Ele tem pesquisa em história, etnografia e geologia e a botânica, em especial as cipós, os gravatás e as palmeiras. Penso sistematizar a trajetória do padre dos gravatás, que escreveu mais de 8 mil páginas.
Como você vê Gestão da Indústria Catarinense?
Entendo que somos um estado com enorme esforço industrial, alavancado por muitas lideranças. É bom a gente lembrar que há 30 anos atrás não havia universidade de Administração e mesmo assim as pessoas criavam empresas para gerar riquezas. Acho que a geração de empreendedores passada tinha muita força de vontade, persistência nas propostas diante dos mercados diminutos e sabedoria em gerenciar os recursos financeiros. Pode ver, os grandes empresários de Brusque eram pessoas de grande controle financeiros de suas empresas. Os tempos mudaram, os empreendedores também, e o crédito, mais fácil. Contudo, o risco aumentou para quem não se dedica a entender a gestão de negócio. Isto envolve compreender as demandas do Marketing, o desenvolvimento de novos produtos nem sempre tão inovadores e a arte de gerenciar pessoas, tal como os técnicos de futebol. Eles precisam conquistar rapidamente o time, criar jogadas inteligentes e surpreender a torcida. Do contrário, no 2o. jogo são cortados pela diretoria. Assim, quais empresas atualmente persistem em planejamento estratégico? ou gestão de custeio pela curva ABC? Passou o tempo em que se ganha dinheiro de qualquer maneira, hoje o momento é de gestão pela sobrevivência! Tão importante quanto pela lucratividade! Quantas empresas são criadas em Brusque? Não é o sobrenome da familia que faz o negócio hoje, mesmo aquela que tinha a melhor camiseta de malha, ou a empadinha de palmito.
Diante do quadro acima que atitude você tomou em sua trajetória?
Então, fui trabalhar em uma instituição de ensino e consultoria que se dedica a aumentar a competitividade empresarial e me orgulho de participar de alguns projetos. Na década passada, dediquei parte de meu tempo e organizei o Prêmio de Qualidade e Produtividade, a partir de uma proposta de Egon da Silva (WEG) denominado PBQP. Consistia em formar grupos de trabalhadores dentro das empresas, como se fossem CCQ, para mapear os problemas de processo e diminuir a ociosidade e os desperdícios. O programa ensinava metodologia de análise e solução de problemas industriais, criando novos produtos e aperfeiçoando os processos. Aqui em Brusque e Guabiruba, tivemos a participação da Fischer, Iresa, Buettner, Renaux, Kohler Tinturaria e tantas outras. Trouxe muitos benefícos para as indústrias e hoje já se fala em inovação, mesmo em setores de tecnologia senescente. O fator de risco hoje é a inovação de produtos a preços competitivos. Será a saída para o enfrentamento China, embora o Governo Dilma deva também expressar uma nova política industrial. É o caso da seda chinesa que está tomando conta do mercado brasileiro. Até os lençóis de cama já são produzidos com seda chinesa, em detrimento da malha de algodão. Malharia que fecha, leva junto tinturaria e bordados! Vão-se os empregos, que não retornarão jamais, como foi na Inglaterra. A última empresa textil que fechou foi de meias de mulher. Sem política Industrial acolhedora de mão de obra intensiva é colocar a presa na boca do jacaré! Um dia ele come!
No momento em que está empenhado?
Neste momento, estou empenhado no projeto de desenvolvimento da cerâmica vermelha, auxiliando suas Diretoria a criar planos e projetos de crescimento dos negócios. Empreender é gerenciar mais do que comprar máquinas e equipamentos. Com crédito, você compra máquinas e até contrata gente. Mas sobrevivência com lucratividade, somente se aprender a arte da administração.
TWI?
A metodologia do TWI - training within industry, busca desenvolver nos funcionários, tecnicamente bem qualificados, a competência de formar times de trabalho, criar bons ambientes de relacionamento e visão da produtividade. Estes objetivos são desenvolvidos em 3 fases distintas: 1a. fase: Técnicas de Treinamento; 2a. fase: Relações Humanas no TRabalho; 3a. fase: Melhoramento de Métodos de Trabalho. O conjunto tem duração de 50 horas aproximadas. Recentemente, um empresário teve que trocar sua equipe de supervisores e líderes e foi buscar no TWI a formação rápida da nova turma. Já eram pessoas técnicas, vinham de cursos técnicos e de tecnologia mas somente o método´é capaz de inspirar a figura do chefe, do líder, do coach, do facilitador e coordenador. Um cara que fez TWI toma nova dimensão da postura de liderar um grupo de trabalho, como um time que se apronta para cada jogo de forma diferente e se desfaz a cada insucesso. Acredito que nossas indústrias tiveram grandes líderes em seus processos operacionais, capazes de comandar pessoas e conseguir excelentes resultados em razão do método. Compare agora nosso insucesso em gerar líderes para as atividades da administração pública, como é difícil ter um líder público empreendedor sem ser autoritário, benquisto sem ser politiqueiro. O país precisa de bons administradores públicos.
E a 2a. fase?
A 2a. fase propunha que os líderes agissem com acertividade e justiça no trato das pessoas. É possível evitar problemas com gente. E quando isto ocorre, é importante agir com critérios de bom senso e humanidade, mesmo em ambientes desgastantes e de trabalhos sobre-humanos. O curso ensinava que ocomportamento do funcinario estava ligado à atitude de seu chefe. Por isto, ele deveria ser equilibrado emocionamente ao tomar decisões envolvendo gente. Quando há um problemas num processo, quebrou a máquina, saiu o produto não conforme, há sempre gente por trás. Olhar os dois lados é sabedoria nas relações humanas. O difícil do passado era ser lider participativo em um ambiente empresarial autoritário, ou onde o empregado era visto como custo de produção. Imagina trabalhar em uma fábrica sem estrutura de banheiros, com agentes químicos e biológicos presentes nos processos produtivos e alto risco de acidentes?! É preciso entender que os processos industriais texteis, mecânicos, de alimento, cerâmica e plástico não tinham tecnologia suficiente e nem sempre existia uma visão de co-participação na empresa, isto é, empregado que adere aos objetivos é empregado excelente e produtivo.
Os nascidos entre 1980 e 2000, a chamada “geração y são antenados com a tecnologia e têm um apreço especial pela meritocracia (acesso a cargos e posições sociais conquistados a partir do cumprimento de metas os antecessores – chamada de X, nascidos entre 1965 até 1979– é o perfil dos chamados workaholics (que nunca param de trabalhar). “A geração Y tem um grande problema: possui nas mãos uma enorme carga de informação, mas não sabe o que fazer com ela! A geração Y se escora no Google, o oráculo do mundo pós-moderno, e não sabe escrever uma petição à mão. Tentamos mostrar que existe ainda um mundo palpável, que o saber crítico é imprescindível”
Os tempos são outros agora, com a entrada de funcionários da chamada Geração Y. Imagine um indivíduo que teve escolaridade intensiva com eletrônica e computação de escola pública e ir trabalhar numa empresa com processos pouco automatizados, onde ainda se faz força para empurrar material na máquina, vigiar falhas de padrão operacional e suar a camisa levando coisas de um lado para o outro? Quanto tempo um cara assim vai ficar na indústria? Tão importante quanto o salário é lider com as expectativas dos funcionários a longo prazo. Todos querem trabalho, mas após 6 meses aparecem as reclamações e descontentamentos. Cnheço um caso de uma moça que abandonou o salário de 1,5 mil reais para trabalhar numa loja de shopping, ganhando apenas mil reais. Tornou-se mais difícil para os líderes operacionais tomarem decisões sobre seu grupo de pessoas porque precisam enxergar necessidades físicas e desejos superiores tal como Elton Mayo descreveu já em 1930. Felizmente, hoje a grande maioria dos empresários incorpora em seu negócio a visão sócio-ambiental, tem compromisso sociais com a vizinhança do bairro, veja como é na Cerâmica Reis, em Aguas Claras e até de uma empresa na Nova Brasilia. Há muito empresário que pratica Programa de Participação de Resultados, igualmente, estimulando a lucratividade da organização. Isto não é clientelismo, é sabedoria; bem diferente de alguns programas sociais do governo federal que são paternalistas. Eu considero hoje que Relações Humanas no Trabalho é uma arte que precisa ser ensinada para esta nova geração de líderes.
Referências
- Jornal Em Foco. Edição de 4 de outubro de 2011
Dr Emílio Luís Niebuhr
Passei em Brusque, onde tivemos o privilégio de morar bem no centro – a Avenida Cônsul Carlos Renaux era denominada de João Pessoa – entre os dois cinemas: Coliseu e Real; joguei futebol com o time do Padre João Steep; freqüentei o Curso Primário no Grupo Escolar Santo Antônio – conhecido como Colégio das Freitas, depois fiz o chamado Ginasial no Colégio Cônsul Carlos Renaux; aí tive que ir para Blumenau para completar o chamado Científico, cursando também o Técnico em Contabilidade, no Colégio Santo Antônio, registre-se em regime de internado, face a não haver como ir e vir diariamente de Blumenau. Na juventude, ia ao cinema que era a diversão da época e gostava de acompanhar meu saudoso pai nas pescarias. Como eram seus pais? Influência da disciplina e na formação?
De acordo com os hábitos da época, a disciplina era mais rígida que atualmente, mas os tinha como companheiros e amigos. Eram austeros, mas não severos. Meus pais dedicavam-se totalmente à formação dos filhos.
Como conheceu a Elisa Regina?
Conheci a Elisa Regina quando retornei dos estudos de Medicina para trabalhar em Brusque, naquela época conheci Elisa, vez que as famílias eram todas conhecidas.
Como aconteceu a opção pela Medicina?
Foi mais por influência materna ter optado por uma faculdade de Medicina, tendo escolhido o Rio de Janeiro para cursá-la. Tive a felicidade de passar no primeiro vestibular a que me submeti e no ano de 1957, iniciei o curso de Medicina, tendo colado grau na data de 15.12.62, em seguida, mais dois anos de Pós-Graduação, no Hospital dos Servidores do Estado, com especialização em Cirurgia Geral.
Influência da globalização na Medicina?
Na volta à Brusque, retorno este antecipado pelo falecimento de meu pai, em 1965, formos o décimo médico a instalar-se no Berço da Fiação Catarinense, a saber os Drs.: Humberto Mattiolli, Carlos Moritz, João Antônio Schaefer, popular Dr Nica, Aluizo Haendcem, José Tridapalli, Germano Hoffmann, Francisco Dal’ Igna, Márcio Clóvis Schaefer, Francisco Beduschi e eu. Naquele tempo os recursos médicos eram bem menores de que na atualidade. A gente exercia um trabalho interessante, atuávamos, bem mais próximo da comunidade. O que em muito supria às necessidades de exames mais aprofundados, que até então não existia; daí para nossos dias a Medicina teve uma grande revolução tecnológica e hoje, aparelhos sofisticados são usados na Medicina globalizada com muita eficiência trazendo reais vantagens no diagnóstico e no tratamento de doenças.
A internet e o dia a dia na Medicina?
Com a medicina globalizada a internet também passou a ser instrumento de trabalho dos médicos que têm acesso facilitado às modernas técnicas utilizadas em todo o mundo, outrossim, hoje em dia, todos os consultórios são informatizados e os pacientes cadastrados eletronicamente.
Como poder-se-ia definir o “genérico”, para esclarecer o povão?
Uma das evoluções da Medicina foi a implantação do uso do medicamento “genéricos”. O Laboratório que lança um medicamento novo na praça e tem dez anos para explorá-lo, passado este prazo, é obrigado a lançar o produto dito “genérico”, ou seja, com o nome do produto químico utilizado no remédio e a preço mais acessível. Infelizmente confundem-se medicamento “genéricos” com os “similares” que geralmente são adquiridos pelas farmácias com bonificações. Isto faz com que sejam mais baratos, todavia, muitas vezes de procedência duvidosa e fazendo concorrência com os remédios chamados de “marca” e ou “genéricos”, pelo baixo custo. Desta forma, muitas pessoas são enganadas, acreditando que estão comprando um medicamento “genérico” quando na realidade está adquirindo um produto sem a qualificação técnica do medicamento receitado.
Se não fosse médico?
Provavelmente seria um comerciante, haja vista que meu pai tinha um engenho descascador de arroz.
Fale sobre sua participação no Rotary Club Brusque
Somos filiados ao Rotary Club Brusque desde 1968, ocupante, de certa forma, do lugar deixado pelo meu saudoso pai, que, inclusive, foi um dos fundadores do Rotary Club Brusque. Inicialmente as reuniões aconteciam na sede do CACR , de cuja janela, assistíamos o treino da famosa equipe do CACR – hoje Sport Club Brusquense.
Qual o melhor livro que já leu?
O melhor livro é o que estou lendo: ”Anjos e Demônios”.
Costuma ler jornais?
Sim, diariamente leio um jornal local e um regional e semanalmente, leio a Veja;.
O Brasil tem acerto?
Tem acerto sim... apesar das dificuldades o Brasil está dando e vai dar certo, tanto que se houvesse mais seriedade estaríamos bem mais avançados. Tenho viajado à Europa e constatei que o padrão de vida no Brasil está igual ou melhor do que lá.
Manfredo plantando
Dr Emílio, Bruno Moritz (pai), Rubens Kormann, Ambrósio Bacca, Ivo Moritz, Aderbal Schaefer, Ayres Gevaerd eElemar Echert
Referências
- Matéria publicada em A VOZ DE BRUSQUE, na semana de 06 a 12 de outubro de 2007.
JOSÉ
FRANCISCO DOS SANTOS
Técnico Judiciário e Professor Universitário
Técnico Judiciário e Professor Universitário
O
entrevistado desta semana é o Técnico Judiciário Auxiliar no
Fórum da Comarca de Itajaí/SC - Professor Universitário na
Faculdade São Luiz, Unifebe e Faculdade Sinergia (Navegantes) José
Francisco dos Santos, com mestrado e doutorado em Filosofia na PUC/SP;
nascido em Arapongas/PR- aos 05/05/1969; filho de
Geraldo José dos Santos e Regina Ferreira dos santos;
cônjuge Raquel Rosalia Adami. É Palmeirense
Nosso
entrevistado José
Francisco dos Santos
Quais as melhores obras que já leu?
Entre as que mais me influenciaram, poderia citar "O homem à procura de si mesmo", de Rollo May e a Ética a Nicômaco, de Aristóteles, que considero o livro mais importante já escrito, sem contar os livros sagrados. Na literatura,destaco "Os irmãos Karamazov", de Dostoévsky e "O homem que ri", de Dostoiévski.Também fui muito influenciado pela obras, tanto literárias como musicais, do Padre Zezinho. Claro, li muitas obras técnicas da filosofia,especialmente de Karl Popper e Charles Sanders Peirce, os dois autores que nortearam minha tese de doutorado.
O que está lendo atualmente?
Recentemente descobri um autor que me agrada muito,por seu estilo direto de linguagem e pelo raciocínio primoroso. Chama-se Gilbert Keith Chesterton. Li recentemente a biografia escrita por ele de São Tomás de Aquino e São Francisco de Assis. e estou começando a ler a obra "Ortodoxia". Mas o tempo para leituras anda demasiado curto! Vale registrar que além de muitas provas e trabalhos dos meus alunos, tenho lido Chesterton e textos esparsos necessários ao meu trabalho.
Quais os livros que leu recentemente?
Cito dois mais recentes,além dos que falei anteriormente:"Como vencer a guerra cultural", de Peter Kreef e "Maquiavel Pedagogo", de Pascal Bernardin.
Pretende escrever outros livros?
Além dos que citei acima, projeto, junto com um colega,um outro sobre Educação, que já está alinhavado, mas o tempo para escrever é escasso no momento.
O que você aplica no dia a dia das experiências que teve?
Já sou naturalmente pouco falante ( a não ser quando ministro aulas!),mas aprimorei muito essa arte de ser ponderado, não ser explosivo, tomar decisões com a devida calma.Por outro lado, aprendi também a ser mais combativo quando é necessário, o que foi mais difícil, porque minha natureza tende à conciliação.O Padre Giorgio (entrevistado neste espaço em 10 de outubro de 2014) Pedemonte sempre dizia que"ninguém se improvisa", e que, por isso, era preciso preparar hoje o que seremos amanhã. Tenho tentado seguir esse preceito,embora nem sempre do modo como gostaria.
O que faria hoje, que não teve coragem de fazer?
Não me lembro de ter deixado de fazer nada importante por falta de coragem. Deixei, sim,de fazer muitas coisas por falta de oportunidade. Especialmente, se pudesse voltar no tempo, estudaria grego, latim e piano.
Uma palhinha de sua trajetória
Desde criança,sempre me dediquei muito aos estudos.Pretendia ser padre e ingressei no seminário aos 14 anos, em Apucarana/PR.Dois anos mais tarde vim para Santa Catarina, para estudar no Pontifício Instituto das Missões Exteriores - PIME, o que acabou me trazendo a Brusque.Deixei o seminário no meio do curso de Filosofia e permaneci na cidade,exercitando a profissão que escolhi:professor. Além de lecionar, trabalhei também no Banco Meridional e, desde 1996, sou funcionário do poder judiciário. Nesse ano também realizei o sonho de ser professor no ensino superior, onde continuo e não pretendo parar tão cedo. Cursei mestrado e doutorado na PUC/SP e passo as semanas me dividindo entre as salas de aula, o Forum e muita estrada. Publiquei dois livros:minha rese de doutorado (Realismo e Falibilismo: um contraponto entre Peirce e Popper) e uma coletânea dos meus artigos do jornal Município Dia a Dia (Para Refletir: artigos para reflexão e discussão em filosofia, ética e temas transversais).
Grandes alegrias e quais tristezas viveu?
Minha
ida ao seminário foi momento de grande alegria, pois era a realização
de um desejo forte na época. Sair de lá e recomeçar a vida, 7 anos
depois, também foi ocasião de alegria pelas novas experiências e polo
aprendizado. Outra imensa alegria foi quando a Raquel e eu terminamos a
construção da nossa casa e finalmente nos casamos, e também a conclusão
do mestrado e do doutorado,feitos com indizível sacrifício. As tristezas
mais marcantes foram as terríveis dificuldades econômicas da década de
1990, quando estava tentando me firmar profissionalmente.Sempre era
necessário abandonar alguma aspiração para poder realizar o que era mais
urgente e necessário.O
que sonhava ser quando você ainda era criança?
Sonhava em ser Padre
O que sonhava ser quando você ainda era criança?
Sonhava em ser Padre
O que marcou sua infância?
A pobreza. Fui o décimo sexto filho de uma família de lavradores pobres. Meus pais vieram de Minas Gerais para o norte do Paraná na década de 1950, e vagaram de fazenda em fazenda nas lavouras de café, sempre apenas com o suficiente para a sobrevivência. Quando nasci meus pais já eram avançados em idade (51-47) e quando ainda era criança fomos morar numa casa muito humilde de um bairro de periferia da cidade de Arapongas. As condições econômicas eram limitadíssimas, mas todos sobrevivemos.
Ainda mantém amizades com pessoas que conviveram com você em sua infância?
Não. De minha cidade natal, além dos familiares, visito ainda poucas pessoas que conheci, mas não se aplica a palavra amizade nesses casos. Saí de lá muito cedo.
Como foi a educação recebida de seus pais?
Meu pai estudou dois anos do ensino primário no interior de Minas Gerais, na década de 1920 e minha mãe nunca frequentou escola. No mais, o espírito daqueles tempos era de uma educação familiar e religiosa muito rígida.
Pessoas que influenciaram?
Lembro com muito carinho da minhas professoras da segunda e quarta série (Ana Brigida e Silvania Matsuo), mas fui muito bem educado por todas elas (Tive sorte de pegar uma educação tradicional e eficiente). Fui para o seminário com 14 anos e tive muito boas influências. Destaco o um diácono da minha cidade (Dorvalino Bertasso) em quem sempre me espelhei pelo seu modo de ser, sua cultura e sua polidez e do Padre Giorgio Pedemonte, do PIME, (entrevistado neste espaço aos 10 de outubro de 2014) que foi meu diretor espiritual na minha adolescência/juventude e que me deixou marcas muito positivas no meu caráter.
Histórico escolar?
Cursei o primeiro grau no Paraná (Arapongas e Apucarana). Concluí o segundo grau em Florianópolis, no colégio Coração de Jesus. Graduei-me em Filosofia pelo FEBE (Unifebe). Cursei pós graduação em Fundamentos da Educação em curso ofertado pela Furb e Mestrado e Doutorado em Filosofia pela PUC/SP.
Sonhava em ser Padre
O que marcou sua infância?
A pobreza. Fui o décimo sexto filho de uma família de lavradores pobres. Meus pais vieram de Minas Gerais para o norte do Paraná na década de 1950, e vagaram de fazenda em fazenda nas lavouras de café, sempre apenas com o suficiente para a sobrevivência. Quando nasci meus pais já eram avançados em idade (51-47) e quando ainda era criança fomos morar numa casa muito humilde de um bairro de periferia da cidade de Arapongas. As condições econômicas eram limitadíssimas, mas todos sobrevivemos.
Ainda mantém amizades com pessoas que conviveram com você em sua infância?
Não. De minha cidade natal, além dos familiares, visito ainda poucas pessoas que conheci, mas não se aplica a palavra amizade nesses casos. Saí de lá muito cedo.
Como foi a educação recebida de seus pais?
Meu pai estudou dois anos do ensino primário no interior de Minas Gerais, na década de 1920 e minha mãe nunca frequentou escola. No mais, o espírito daqueles tempos era de uma educação familiar e religiosa muito rígida.
Pessoas que influenciaram?
Lembro com muito carinho da minhas professoras da segunda e quarta série (Ana Brigida e Silvania Matsuo), mas fui muito bem educado por todas elas (Tive sorte de pegar uma educação tradicional e eficiente). Fui para o seminário com 14 anos e tive muito boas influências. Destaco o um diácono da minha cidade (Dorvalino Bertasso) em quem sempre me espelhei pelo seu modo de ser, sua cultura e sua polidez e do Padre Giorgio Pedemonte, do PIME, (entrevistado neste espaço aos 10 de outubro de 2014) que foi meu diretor espiritual na minha adolescência/juventude e que me deixou marcas muito positivas no meu caráter.
Histórico escolar?
Cursei o primeiro grau no Paraná (Arapongas e Apucarana). Concluí o segundo grau em Florianópolis, no colégio Coração de Jesus. Graduei-me em Filosofia pelo FEBE (Unifebe). Cursei pós graduação em Fundamentos da Educação em curso ofertado pela Furb e Mestrado e Doutorado em Filosofia pela PUC/SP.
Como surgiu a passagem pelo seminário em sua vida?
Desde criança queria ser padre e fui cedo para o seminário, com esse intento. O seminário foi fundamental na minha formação. Foram sete anos ao todo, e fizeram toda a diferença na minha vida, positivamente.
Quais as matérias que mais gostava? E as que detestava?
Gostava especialmente de língua portuguesa, literatura e história.Nunca detestei nenhuma matéria especificamente, apenas algumas experiências de aprendizagem que não me pareceram muito educativas. Não gostava muito de educação física e educação artística, porque minhas notas sempre ficavam abaixo do meu padrão das outras disciplinas.
Como conheceu a Raquel Rosália?
Deixei o seminário do Pime no final do ano de 1989. Já conhecia a Raquel, mas nunca tínhamos nos falado. No ano de 1990, fui convidado a tocar violão com um grupo de jovens da comunidade dela, no Arraial dos Cunhas - estrada para Itajaí.Ali começamos a namoricar..... e a brincadeira já dura 25 anos.
Como surgiu Brusque em sua trajetória?
Vim a Brusque em 1987, como parte da minha formação no seminário do PIME. Fiquei por três anos morando no seminário. Quando o deixei, permaneci na cidade para concluir o curso de filosofia e resolvi permanecer para deitar raízes por aqui. Hoje moro no município de Itajaí, no Bairro Arraial dos Cunhas, que fica no meio da cominho entre as duas cidades. Mas as ligações com Brusque são muito mais significativas que com Itajaí.
Desde criança queria ser padre e fui cedo para o seminário, com esse intento. O seminário foi fundamental na minha formação. Foram sete anos ao todo, e fizeram toda a diferença na minha vida, positivamente.
Quais as matérias que mais gostava? E as que detestava?
Gostava especialmente de língua portuguesa, literatura e história.Nunca detestei nenhuma matéria especificamente, apenas algumas experiências de aprendizagem que não me pareceram muito educativas. Não gostava muito de educação física e educação artística, porque minhas notas sempre ficavam abaixo do meu padrão das outras disciplinas.
Como conheceu a Raquel Rosália?
Deixei o seminário do Pime no final do ano de 1989. Já conhecia a Raquel, mas nunca tínhamos nos falado. No ano de 1990, fui convidado a tocar violão com um grupo de jovens da comunidade dela, no Arraial dos Cunhas - estrada para Itajaí.Ali começamos a namoricar..... e a brincadeira já dura 25 anos.
Como surgiu Brusque em sua trajetória?
Vim a Brusque em 1987, como parte da minha formação no seminário do PIME. Fiquei por três anos morando no seminário. Quando o deixei, permaneci na cidade para concluir o curso de filosofia e resolvi permanecer para deitar raízes por aqui. Hoje moro no município de Itajaí, no Bairro Arraial dos Cunhas, que fica no meio da cominho entre as duas cidades. Mas as ligações com Brusque são muito mais significativas que com Itajaí.
Quais matérias leciona?
Leciono atualmente História da Filosofia Antiga e Leitura e Análise de textos Filosóficos na Faculdade São Luiz, Filosofia Geral e Jurídica nos cursos de Direito da Unifebe e da Faculdade Sinergia e Sociologia da Educação, no curso de Pedagogia da Unifebe.
Quais obras utiliza no seu trabalho no corpo docente?
Cada disciplina tem autores específicos, mas trabalho com Aristóteles, Norberto Bobbio e outros, inclusive alguns que critico, como o comunista Antonio Gramsci e seus seguidores brasileiros. Como os temas são muitos, o trabalho acaba passando por várias referências, pois não costumo adotar um único autor como base.

José Francisco dos Santos
Qual o artigo que escreveu que teve mais repercussão?
Cito dois: "Para além das trincheira", que tratou do tema da intolerância e "O aborto volta à pauta", em que denuncio alguns argumentos favoráveis ao aborto.
Qual o artigo que não voltaria a escrever?
Eu sempre me incomodei em escrever artigos relacionados diretamente à política, especialmente os mais críticos.Nunca deixei de escrever, porque entendo que é minha tarefa esclarecer e denunciar, mas nunca senti prazer nessa tarefa.Mas continuarei a tratar desses temas, quando necessário. Alguns eu não voltaria a escrever porque ficaram pouco claros para os leitores, como "As abelhas e a essência do universo". Mas o pior mesmo é quando precisamos expor opiniões políticas,porque as pessoas sempre leem de modo enviesado, a favor ou contra.
Leciono atualmente História da Filosofia Antiga e Leitura e Análise de textos Filosóficos na Faculdade São Luiz, Filosofia Geral e Jurídica nos cursos de Direito da Unifebe e da Faculdade Sinergia e Sociologia da Educação, no curso de Pedagogia da Unifebe.
Quais obras utiliza no seu trabalho no corpo docente?
Cada disciplina tem autores específicos, mas trabalho com Aristóteles, Norberto Bobbio e outros, inclusive alguns que critico, como o comunista Antonio Gramsci e seus seguidores brasileiros. Como os temas são muitos, o trabalho acaba passando por várias referências, pois não costumo adotar um único autor como base.
José Francisco dos Santos
Qual o artigo que escreveu que teve mais repercussão?
Cito dois: "Para além das trincheira", que tratou do tema da intolerância e "O aborto volta à pauta", em que denuncio alguns argumentos favoráveis ao aborto.
Qual o artigo que não voltaria a escrever?
Eu sempre me incomodei em escrever artigos relacionados diretamente à política, especialmente os mais críticos.Nunca deixei de escrever, porque entendo que é minha tarefa esclarecer e denunciar, mas nunca senti prazer nessa tarefa.Mas continuarei a tratar desses temas, quando necessário. Alguns eu não voltaria a escrever porque ficaram pouco claros para os leitores, como "As abelhas e a essência do universo". Mas o pior mesmo é quando precisamos expor opiniões políticas,porque as pessoas sempre leem de modo enviesado, a favor ou contra.
Escreve por necessidade ou por hobby?
Escrevo tanto por necessidade quanto por hobby; Escrevo coisas que são necessárias para a minha vaidade de professor universitário, como artigos científicos para publicação em revistas especializadas e textos serem usados em aulas. Quanto aos artigos do jornal O Municipio Dia a Dia, é uma mistura das duas coisas. Adoro escrever e esse é realmente um hobby, mas eu dificilmente o desenvolveria semanalmente, se não houvesse o compromisso com o jornal. Assim, o convite para escrever a coluna semanal me foi muito útil, porque de certa forma me obrigou a escrever mais.
Como busca as inspirações para escolher os assuntos dos artigos que publica?
Procuro extrair os temas do artigo do dia a dia, das situações que envolvem a todos e que nem sempre são devidamente refletidas. Sempre senti, como professor, a falta de textos introdutórios que pudessem ensinar filosofia sem um linguajar técnico e temas extremamente abstratos. Ninguém vai começar a filosofar (refletir a partir de uma linha de argumentação) sem considerar um tema que seja capaz de compreender minimamente. Então, eu escolho temas que tocam a vida da maioria das pessoas, como acontecimentos políticos, ideias econômicas, questões jurídicas e especialmente temas relacionados à ética e ao comportamento, e procuro raciocinar a partir deles, extraindo deles o potencial filosófico que têm; Assim, o leitor comum pode refletir comigo sobre aquele tema, pode analisar meus argumentos e verificar o que onde são bons, onde falham, etc. Não escrevo para que as pessoas concordem comigo, mas que reflitam a partir do meu ponto de vista. Se discordarem com argumentos bem construídos, melhor ainda, porque eu posso assim rever meus pontos de vistas e aprender mais.
Escrevo tanto por necessidade quanto por hobby; Escrevo coisas que são necessárias para a minha vaidade de professor universitário, como artigos científicos para publicação em revistas especializadas e textos serem usados em aulas. Quanto aos artigos do jornal O Municipio Dia a Dia, é uma mistura das duas coisas. Adoro escrever e esse é realmente um hobby, mas eu dificilmente o desenvolveria semanalmente, se não houvesse o compromisso com o jornal. Assim, o convite para escrever a coluna semanal me foi muito útil, porque de certa forma me obrigou a escrever mais.
Como busca as inspirações para escolher os assuntos dos artigos que publica?
Procuro extrair os temas do artigo do dia a dia, das situações que envolvem a todos e que nem sempre são devidamente refletidas. Sempre senti, como professor, a falta de textos introdutórios que pudessem ensinar filosofia sem um linguajar técnico e temas extremamente abstratos. Ninguém vai começar a filosofar (refletir a partir de uma linha de argumentação) sem considerar um tema que seja capaz de compreender minimamente. Então, eu escolho temas que tocam a vida da maioria das pessoas, como acontecimentos políticos, ideias econômicas, questões jurídicas e especialmente temas relacionados à ética e ao comportamento, e procuro raciocinar a partir deles, extraindo deles o potencial filosófico que têm; Assim, o leitor comum pode refletir comigo sobre aquele tema, pode analisar meus argumentos e verificar o que onde são bons, onde falham, etc. Não escrevo para que as pessoas concordem comigo, mas que reflitam a partir do meu ponto de vista. Se discordarem com argumentos bem construídos, melhor ainda, porque eu posso assim rever meus pontos de vistas e aprender mais.
Quais as melhores obras que já leu?
Entre as que mais me influenciaram, poderia citar "O homem à procura de si mesmo", de Rollo May e a Ética a Nicômaco, de Aristóteles, que considero o livro mais importante já escrito, sem contar os livros sagrados. Na literatura,destaco "Os irmãos Karamazov", de Dostoévsky e "O homem que ri", de Dostoiévski.Também fui muito influenciado pela obras, tanto literárias como musicais, do Padre Zezinho. Claro, li muitas obras técnicas da filosofia,especialmente de Karl Popper e Charles Sanders Peirce, os dois autores que nortearam minha tese de doutorado.
O que está lendo atualmente?
Recentemente descobri um autor que me agrada muito,por seu estilo direto de linguagem e pelo raciocínio primoroso. Chama-se Gilbert Keith Chesterton. Li recentemente a biografia escrita por ele de São Tomás de Aquino e São Francisco de Assis. e estou começando a ler a obra "Ortodoxia". Mas o tempo para leituras anda demasiado curto! Vale registrar que além de muitas provas e trabalhos dos meus alunos, tenho lido Chesterton e textos esparsos necessários ao meu trabalho.
Quais os livros que leu recentemente?
Cito dois mais recentes,além dos que falei anteriormente:"Como vencer a guerra cultural", de Peter Kreef e "Maquiavel Pedagogo", de Pascal Bernardin.
Pretende escrever outros livros?
Além dos que citei acima, projeto, junto com um colega,um outro sobre Educação, que já está alinhavado, mas o tempo para escrever é escasso no momento.
Grandes nomes na filosofia?
Há muitos grandes filósofos,mas eu admiro alguns em especial; Aristóteles, São Tomás de Aquino (talvez seja a mente mais brilhante que tenha habitado entre nós) e o norte-americano Charles Sandres Peirce, que foi objeto das minhas pesquisas no mestrado e doutorado em filosofia. Há outros muito bons, mas esses me parecem ser os "top".
Grandes educadores?
Sou grande admirador da educação que se fazia na Idade Média, que era imensamente superior à nossa em termos metodológicos, Lá o "ensino básico" se chamava "Trivium", e por ele os estudantes aprendiam lógica, gramática e retórica, ou seja, aprendiam a pensar, escrever e falar com propriedade. Na Idade Média encontramos o verdadeiro método "dialético" de discutir e aprender. Basta abrir qualquer página da Suma Teológica, de São Tomás de Aquino para perceber como os temas eram tratados e investigados. Desse período, admiro especialmente um grande dois grandes professores medievais, Pedro Abelardo e Santo Alberto Magno, que foi professor de Tomás de Aquino e um dos precursores do pensamento científico moderno. Destacaria também Comenius, no início da Idade Moderna. Dos educadores contemporâneos, não vejo nenhum com essa envergadura. Basta ver a situação caótica do ensino hoje para ver que as novas ideias sobre educação, especialmente aquelas baseadas no marxismo e chamadas de "críticas", são um desastre. Mas dominam amplamente os círculos educacionais e as instâncias decisórias^.
Há muitos grandes filósofos,mas eu admiro alguns em especial; Aristóteles, São Tomás de Aquino (talvez seja a mente mais brilhante que tenha habitado entre nós) e o norte-americano Charles Sandres Peirce, que foi objeto das minhas pesquisas no mestrado e doutorado em filosofia. Há outros muito bons, mas esses me parecem ser os "top".
Grandes educadores?
Sou grande admirador da educação que se fazia na Idade Média, que era imensamente superior à nossa em termos metodológicos, Lá o "ensino básico" se chamava "Trivium", e por ele os estudantes aprendiam lógica, gramática e retórica, ou seja, aprendiam a pensar, escrever e falar com propriedade. Na Idade Média encontramos o verdadeiro método "dialético" de discutir e aprender. Basta abrir qualquer página da Suma Teológica, de São Tomás de Aquino para perceber como os temas eram tratados e investigados. Desse período, admiro especialmente um grande dois grandes professores medievais, Pedro Abelardo e Santo Alberto Magno, que foi professor de Tomás de Aquino e um dos precursores do pensamento científico moderno. Destacaria também Comenius, no início da Idade Moderna. Dos educadores contemporâneos, não vejo nenhum com essa envergadura. Basta ver a situação caótica do ensino hoje para ver que as novas ideias sobre educação, especialmente aquelas baseadas no marxismo e chamadas de "críticas", são um desastre. Mas dominam amplamente os círculos educacionais e as instâncias decisórias^.
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O que levou a largar o Seminário
Como
disse, entrei no seminário aos quinze anos. Depois de sete anos,
comecei a colocar em dúvida se era isso mesmo o que queria. Ademais, a
década de 1980 foi uma década muito difícil nos meios eclesiásticos, com
disputas ideológicas e políticas bastante acentuadas, e eu fiquei um
pouco perdido nessa confusão. Como pessoa, precisava também ter mais
segurança para fazer uma escolha tão radical quanto o sacerdócio. Eu
tinha então vinte para vinte e um anos, queria viver uma vida mais
"normal", trabalhar, me virar por conta própria, namorar, para poder ter
um contraponto melhor e fazer a escolha certa. Estou certo de que a
fiz!
O que você aplica no dia a dia das experiências que teve?
Já sou naturalmente pouco falante ( a não ser quando ministro aulas!),mas aprimorei muito essa arte de ser ponderado, não ser explosivo, tomar decisões com a devida calma.Por outro lado, aprendi também a ser mais combativo quando é necessário, o que foi mais difícil, porque minha natureza tende à conciliação.O Padre Giorgio (entrevistado neste espaço em 10 de outubro de 2014) Pedemonte sempre dizia que"ninguém se improvisa", e que, por isso, era preciso preparar hoje o que seremos amanhã. Tenho tentado seguir esse preceito,embora nem sempre do modo como gostaria.
O que faria hoje, que não teve coragem de fazer?
Não me lembro de ter deixado de fazer nada importante por falta de coragem. Deixei, sim,de fazer muitas coisas por falta de oportunidade. Especialmente, se pudesse voltar no tempo, estudaria grego, latim e piano.
Uma palhinha de sua trajetória
Desde criança,sempre me dediquei muito aos estudos.Pretendia ser padre e ingressei no seminário aos 14 anos, em Apucarana/PR.Dois anos mais tarde vim para Santa Catarina, para estudar no Pontifício Instituto das Missões Exteriores - PIME, o que acabou me trazendo a Brusque.Deixei o seminário no meio do curso de Filosofia e permaneci na cidade,exercitando a profissão que escolhi:professor. Além de lecionar, trabalhei também no Banco Meridional e, desde 1996, sou funcionário do poder judiciário. Nesse ano também realizei o sonho de ser professor no ensino superior, onde continuo e não pretendo parar tão cedo. Cursei mestrado e doutorado na PUC/SP e passo as semanas me dividindo entre as salas de aula, o Forum e muita estrada. Publiquei dois livros:minha rese de doutorado (Realismo e Falibilismo: um contraponto entre Peirce e Popper) e uma coletânea dos meus artigos do jornal Município Dia a Dia (Para Refletir: artigos para reflexão e discussão em filosofia, ética e temas transversais).
Grandes alegrias e quais tristezas viveu?
Sonhava em ser Padre
Qual
é a sua aspiração?
Desejo contribuir para uma elevação do nível educacional brasileiro, naquilo que me for possível, especialmente denunciando os inúmeros equívocos que dominaram o pensamento e a prática educacional das últimas décadas. Como uma aspiração mais pessoal, desejo ainda poder fazer um bom curso de teologia.
Desejo contribuir para uma elevação do nível educacional brasileiro, naquilo que me for possível, especialmente denunciando os inúmeros equívocos que dominaram o pensamento e a prática educacional das últimas décadas. Como uma aspiração mais pessoal, desejo ainda poder fazer um bom curso de teologia.
Costuma
ler jornais?
Com alguma frequência, mas especialmente pela internet.
Com alguma frequência, mas especialmente pela internet.
Referências: Publicado no Jornal Em Foco aos 15 de maio de 2015
ERCI SCHOENFELDER
DIRETOR DO INSTITUTO FEDERAL DE
SANTA CATARINA – Jaraguá do Sul
O entrevistado
desta semana é o Diretor do Instituto Federal/SC - IFSC – Campus Jaraguá do
Sul; Sr. Erci Schoenfelder; filho de
Harold e de Cyra Rothenburg Schoenfelder; nascido aos 01.03.52 em
Presidente Getúlio/SC. Cônjuge: Teresita Maria Fiamoncini; filhos: Tatiana
casada com John Cléber Jaraceski e Mauricio casado com Rosilene Santos; neto:
Lucas (filho de Mauricio/Rosilene). Torce para o tricolor das laranjeiras.
Nosso entrevistado o Diretor do
IFSC de Jaraguá do Sul, Erci
Schoenfelder
Sonho de criança?
Sonhava seguir
os passos de meu pai que era comerciante – loja de tecidos e eletrodomésticos.
Pessoas que influenciaram?
Fui
influenciado pelos meus pais e por um engenheiro civil – que não recordo o nome
no momento - que trabalhava na Aços Finos Piratini no Rio Grande do Sul.
Histórico escolar?
Cursei o
Primário na Escola Gustavo Capanema em Presidente Getúlio, o ginasial no Dom Pedro II, em Blumenau, o
técnico - nível médio - na Escola Técnica Tupi em Joinville, Engenharia
Mecânica na Universidade Federal e a especialização em Segurança e Medicina do
Trabalho.
Quais as matérias mais gostava? E quais
detestava?
Gostava de
Tecnologia de Materiais e todas relacionadas a tratamentos térmicos e usinagem.
Detestava a área de termodinâmica.
Como conheceu a Teresita?
Conheci a
Teresita em Presidente Getúlio, na verdade já nos conhecíamos - e
em janeiro de 1974, num baile com fins de arrecadação para formatura iniciamos
o namoro.
Como surgiu Jaraguá do Sul em sua
trajetória?
Estava há 9 anos
na VW, trabalhando em computação gráfica e pretendia retornar ao estado; fiquei
sabendo que a Weg estava ingressando nesta área, procurei contatos para ocupar
esta vaga e consegui.
E o ingresso no IFSC?
Ingressei como
professor substituto na antiga Escola Técnica Federal de Santa Catarina, hoje Instituto Federal e me
submeti ao concurso em 1997 para Professor de primeiro e segundo grau, obtendo
sucesso. Em 2012, assumi o cargo de Diretor Geral.
E a passagem como professor?
Foi uma das
experiências mais gratificantes da minha vida profissional. Nunca imaginei que
um dia iria lecionar. Aconteceu por acaso e acabei me apaixonando pela sala de
aula.
IFSC?
Instituto
Federal de Santa Catarina, antes era a Escola Técnica, com Reitoria em
Florianópolis e com 22 campus em 20 cidades catarinenses. É um órgão federal
voltado ao ensino médio e superior – www.ifsc.edu.br
Gestão no IFSC?
Minha gestão
em frente ao IFSC está sendo gratificante e positiva. Procuramos proporcionar o
desenvolvimento dos servidores e mais ofertas de cursos, como por exemplo o
Proeja que é um programa voltado para jovens e adultos.
Como está formada a Diretoria do IFSC
2012/2015?
Eu como
Diretor Geral do Campus, Neli de Lemos na Diretoria de Ensino, Pesquisa e
Extensão; Carlos Eduardo Raulino na
Diretoria Administrativa e de Infraestrutura;
Edison Bóries Tarachuchy como Assessor da Direção Geral e Josué Jorge
Cruz como Assessor de Ensino, Pesquisa e Extensão.
da
esquerda para a direita: Josué, Edilson, Neli, Erci e Raulino
Quadro de pessoal do IFSC?
Atualmente o
Campus tem 104 servidores, dos quais 54 são
professores e 50 técnicos administrativos.
São regidos pela Lei 8112/90 que instituiu
o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União?
Sim, os
servidores são regidos pela Lei 8112/90.
Cursos oferecidos pelo IFSC?
Técnico em
vestuário, para os que já têm o curso médio e o Proeja;
Técnico em
Malharia, também para os que já têm o curso médio ou esteja no Proeja;
Técnico em
Design de Moda, também para os que já têm o segundo grau;
Química –
curso integrado no segundo grau e formação em química;
Curso Superior
em Licenciatura de Física;
Pronatec – o
programa nacional de ensino de tecnologia, tendo como Coordenador Paulo
Gianesini
Proeja?
Programa de
ensino para jovens e adultos acima de 18 anos que não têm o segundo grau podem
freqüentar o curso concomitantemente com o técnico em 8 semestres.
Fale de sua trajetória profissional?
Fui técnico
metalúrgico na Metalúrgica Wallig em Porto Alegre em 1970 e na Aços Finos
Piratini, em Charqueadas, próximo a Porto Alegre em 71/72. Em seguida fui
cursar a Engenharia. De 79 a 87, fui para Volswagem em São Bernardo do Campo e
de 88 a 96 vim para a Weg, trabalhar na área de projetos e, em 97 fui para o
IFSC, como Professor e em 2012 assumi como Diretor, permanecendo até os dias de
hoje.
O que apostou e não deu certo?
Tive
experiência de um ano na Alemanha –VW – visando o desenvolvimento técnico,
todavia, profissionalmente na empresa não galguei funções face o grande número
de funcionários. Destaco que apesar de não conseguir galgar espaço para
progredir tive a oportunidade da experiência adquirida na Alemanha.
O que aplica das experiências no seu dia a
dia?
Tenho como
lema a adoção da simplicidade, o relacionamento e o respeito com as pessoas.
Fale da formação dos filho, genro e nora?
Meu filho
Mauricio está no Canadá, tem formação e atua na área da informática. Minha
filha Tatiana tem formação em Farmácia, porém atua também na área de
informática. Meu genro John Cléber também é formado e atua na área de
informática e minha nora Rosilene é formada e atua na área de Ciências Sociais.
Hobby?
Meu hobby é o
campismo – atividade com motor homes.
Como está Jaraguá do Sul em termos de
Segurança Pública?
Ainda podemos
desfrutar com relativa tranqüilidade.... ainda dá para viver bem. Há a
preocupação com o alastramento das drogas.
Em termos de IDH?
Jaraguá do Sul
ocupa uma posição de destaque no índice de desenvolvimento humano. Jaraguá
possui uma excelente qualidade de vida. De acordo com o atlas de
Desenvolvimento Humano 2000, produzido pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento - Pnud, a cidade é a 9ª colocada em Santa Catarina e 32ª
colocado no País, com um IDH-M de 0,85 num índice que varia entre 0 e 1
Com um mercado saturado de profissionais.
Quais as três profissões que indicaria para a juventude seguir?
Indicaria a
área de Engenharias, a área de Computação e a dos serviços relacionados à
terceira idade.
É a primeira vez – nos quinze anos da minha
matéria - que recebemos a indicação da opção pelos serviços relacionados com a
terceira idade?
Veja com o
aumento de 20 % da população acima de 60 anos, o turismo, lazer,
atividades específicas para os idosos não são devidamente ofertadas a tal
público.

Publicado no Jornal Em Foco aos 24 de abril de 2015.
ARNO
RISTOW
COMPLETANDO
100 ANOS
O entrevistado desta semana é o brusquense
e educador Sr ARNO RISTOW, bacharel em
direito pela Universidade de SC; advogado – OAB/RJ; ex- adjunto de Promotor Público na Comarca de
Brusque; mestrado na Duke University –
Carolina do Norte; ex vereador e
Presidente do Poder Legislativo brusquense. Fundador e Diretor do 1º Ginásio,
da 1ª Escola Normal e do 1º Curso Científico de Brusque. Ex Membro do Conselho
Estadual de Educação de Santa Catarina e Diretor Emérito do Colégio Cônsul
Carlos Renaux que completou 100 anos dia 28 de fevereiro.
Nosso entrevistado o mestre Arno Ristow
Apresentação
Nasci em Brusque aos 28 de
fevereiro de 1915; filho de Germano Ristow e Ana Klappoth Ristow; esposa: ALLY
ODETTE von BUETTNER; dois filhos: Brunno
e Arno von Buettner Ristow. Temos cinco netos: Christian e Trevor, ambos
filhos de Brunno, nascidos em Nova York e Roberta, Paula e Eduardo filhos de
Arno. Bisneto um : Kodiak, filho de
Christian.
E como
está o filho Arno que lecionou também no
Colégio?
Arno tem três filhos: Roberta,
a primogênita, é jornalista e Diretora do Grupo de Produtos Customizados
da Editora Globo, em São Paulo; Paula que é Doutora em Microbiologia,
formada pelo Instituto Pasteur de Paris e é Professora da Universidade Federal
da Bahia, é casada com Saulo Almeida. O filho mais novo de Arno chama-se Eduardo,
é engenheiro mecânico e eletrônico, com graduação em Física.
O casal Arno e Ally Odette ladeados pelos filhos:
Brunno e Arno
Sonho de
criança?
Meu sonho de criança foi ir para longe,
conhecer outras cidades, outros Estados e estudar, formar-me em Pedagogia.
O que
lembra da infância e juventude ?
Do tempo de infância lembro-me de
minha querida, afetuosa e meiga mãe, que perdi quando tinha apenas 14 anos.
Fora dessa tragédia,.. minha infância e juventude foi uma fase muito feliz de
minha vida, no seio de uma família harmoniosa.
Histórico
escolar?
Após concluir as quatro séries do
ensino primário no Grupo Escolar Estadual Feliciano Pires, frequentei a Escola
particular mantida pela Fundação Educacional da Comunidade Luterana de
Brusque até a 8ª série. Findos a esses estudos, o Diretor dessa Escola induziu
meus pais a me enviarem ao Rio Grande do Sul para continuar os estudos em São
Leopoldo.
Quais
as matérias que mais gostava? E a que não gostava?
As matérias que eu mais gostava
eram História, Geografia e línguas estrangeiras; não gostava de Matemática, que
achava muito árida.
Quais as pessoas que mais influenciaram?
As pessoas que mais me
influenciaram foram o diretor da escola particular fundamental de Brusque,
professor Barkmann, que induziu meus pais a enviar-me ao Rio Grande do Sul para
lá continuar os estudos, e o outro foi o diretor do Estabelecimento de ensino
no qual me formei em Pedagogia, em São Leopoldo. Foi ele que obteve uma
excelente vaga para mim no notável Colégio Rio Grandense, na cidade de Rio
Grande, após minha formatura.
Como
conheceu a Ally Odette?
Conheci
minha esposa Ally Odette de uma maneira muito interessante e inesquecível.
Após permanecer cerca de dez anos no Rio Grande do Sul,
estudando em São Leopokldo e lecionando nas cidades de Rio Grande e Pelotas,
retornei a Brusque com 23 anos de idade. Conheci Ally Odette em junho de 1938,
num domingo à tarde, quando fui ao cinema. Cheguei lá pouco antes de o filme
começar. Sentei numa das últimas carteiras, junto com meu amigo de adolescência
Antônio Domingos. Vi de relance uma jovem sentada ao lado de uma amiga.
Perguntei: "Antônio, quem é aquela moça aí na frente com boina de
veludo?" Ele respondeu: "É Ally Buettner, você não
conhece?"
Respondi: "Não conheço,
não", mas pensei comigo: "Tenho que ficar face a face com esta
jovem!"
Quando terminou o filme,
apressei-me e fiquei parado na porta de saída. Ela veio caminhando ao lado da
amiga, conversando animadamente. Quando me encarou, eu devo tê-la cumprimentado
com um olhar radiante, porque ela me brindou com um sorriso cativante, abaixou
os olhos e continuou caminhando junto com sua amiga. Foi tudo muito rápido, exatamente
com diz na primorosa copla espanhola:
Si me miras y te miro,
los dos bajamos los
ojos,
y no nos decimos nada,
y nos lo decimos todo.
Foi paixão
fulminante mútua! Semanas depois estávamos namorando firme. No dia 1º de
janeiro de 1939, quando noivamos, presenteei Ally Odette com um lindo poema
intitulado "Rosa de Amor", de dez estrofes, que a deixou extasiada e
feliz. Começa assim:
Ally Odette escuta!
Se amor é pecado!
eu, pecador me
confesso
de tudo que anda
impresso
em meu olhar enlevado.
A quinta estrofe revela
como foi nosso primeiro encontro:
Deus, que nos pôs face
a face,
e me deu os olhos que
tenho,
nisso mostrou certo
empenho
em que eu te visse e
te amasse.
A sexta estrofe se refere
ao profundo amor que lhe devoto:
Por força da lei
divina,
e não, de certo, por
gosto,
quando pousa no teu
rosto,
o meu olhar se
ilumina.
E termina
assim:- É meu destino, Ally Odette, que queres?
Eu te amo, porque me
encantas,
tu, que aos meus
olhos,
és a mais linda das
santas
e a mais charmosa das
mulheres.
No
mesmo ano, em 14 de outubro, casamos. Em outubro do ano passado comemoramos nossas
Bodas de Brilhante - 75º aniversário de casamento.
O casal Arno e Ally Odette
E a
formação dos filhos Brunno e Arno?
Nossos dois filhos formarem- em
Medicina pela então denominada Universidade do Brasil, sediada na Praia
Vermelha, no Bairro da Urca. Brunno, o
primogênito, especializou-se em Cirurgia Plástica no Instituto de Cirurgia
da New York University.Concluída a especialização, Brunno fixou residência em
San Francisco, Califórnia. Lá, Brunno rapidamente criou renome. Um ano após sua
chegada a San Francisco, ele foi eleito Chefe da Divisão de Cirurgia
Plástica e Reconstrutora. Importante revista americana, intitulada "The magazine t6hat showcases the
EXTRAORDINARY (traduzido: A revista que mostra on EXTRAORDINÁRIO) publicou
uma reportagem ilustrada de oito páginas sobre ele, com seu retrato de
corpo inteiro na capa e a seguinte legenda: "At home with world Renowned Plastic Surgeon Dr. Brunno Ristow"(traduzido:
“A vontade em casa com o mundialmente renomado cirurgião Dr. Brnno Ristow”).
Arno formou-se na mesma Universidade
do Brasil em 1972, que, no ano seguinte, mudou-se para o Fundão e passou a
denominar-se Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Poucos anos depois
de formar-se foi-lhe concedida importante bolsa de estudos pelo Serviço Alemão
de Intercâmbio Acadêmico. Ele aproveitou essa excelente chance e se
especializou em Cirurgia Vascular na moderna Clínica Universitária de Ulm. Retornou
ao Brasil altamente qualificado. Estabeleceu-se no Rio de Janeiro. Em 1999 a
revista Veja/Rio realizou extensiva pesquisa entre para descobrir quais os
melhores do Rio de Janeiro em dez especialidades. Arno foi eleito o melhor
Cirurgião Vascular do Rio de Janeiro. Dez anos depois, em 2009, a revista
fez pesquisa idêntica. Arno foi reeleito o melhor Cirurgião da cidade. Em 2013,
Arno, foi eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina e empossado na
Cadeira nº 80, a mais alta honraria que um médico brasileiro pode
almejar. Recentemente, a convite da
Congregação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/Rio),
Arno, que orgulha de ser brusquense, assumiu o honroso cargo de
Coordenador do Curso de Especialização em Cirurgia Vascular e Endovascular da
Escola Médica de Pós-Graduação da PUC. Não obstante todas essas honrarias, Arno
continua sendo pessoa modesta e caridosa. Já ajudou e continua socorrendo e
assistido pessoas carentes e humildes sempre que necessitam de assistência
médica. Faz tudo isso sem alarde, de boa vontade.
A
denominação da Escola?
A Escola primária mantida pela
Fundação Educacional da Comunidade Luterana de Brusque passou a denominar-se
Escola Evangélica Alberto Torres, em 1938, por determinação do Secretário do
Interior e Justiça de Santa Catarina.
O
Dr João José de Souza Cabral que o Sr destaca por conseguir reunir a
documentação exigida para a adaptação da Escola ao Sistema educacional
brasileiro estava ligado a alguma empresa brusquense?
Dr João José de Souza
Cabral era Consultor Jurídico da Fábrica de Tecidos Carlos Renaux S.A.
A
Direção Escolar foi seguida pelo nosso Professor de História, no ginasial, Arno Klabunde?
Sim, o Professor Arno
Klabunde dirigiu o educandário de 1980 a
1997, seguida por André Rückert (1998 a 2004), em 2004 a direção passou para Orlando Borchardt e há anos a direção está a encargo
do Professor Otto Grimm, que deixou a direção escolar em Porto Alegre para
assumir o Colégio.
Em
poucas palavras como viu a gestão do Professor Arno Klabunde na Direção?
Na gestão de Arno
Klabunde verificamos que uma das
primeiras ações foi reaproveitar a área
da extinta Oficina de Artes Industriais, instalando ali Cantina,
Laboratório de Informática, sala de
Artes, Escola de Dança e sala para a Coordenadoria, e também, em fins da década de 80, quando o Edgar
Pastor respondia pela Presidência da Fundação Educacional, o Diretor Arno
Klabunde e a diretoria da Fundação dotaram o Colégio com mais duas salas de
aulas, mais uma ampla sala para o Laboratório de Física e Química e uma outra
sala mais espaçosa para a Biblioteca.
Lembra
de quem já presidiu a Fundação Educacional Evangélica?
Sim, pela ordem
presidiram a Fundação: Oswaldo Adolfo Gleich, Ernesto Guilherme Hoffmann,
Arthur Kistenmacher, Waldemar Schlösser, Gotthard Oskar Pastor, Horst
Schlosser, Edgar Pastor, Walter Bückmann, Henning Jönk e Marcus Schlösser
Lembro
que quando estudava no Colégio o Sr era
vereador?
Sim, integrei
o Legislativo Brusquense desde outubro de 1962 até janeiro de 1973:
três legislaturas:1963/66, 1967/69 e 1969/72.
O entrevistado fazendo a entrega do diploma a Luiz Gianesini, idos de 1968
Lembra
dos outros componentes naquelas legislaturas?
Lembro-me bem dos seguintes
membros da Câmara Municipal: Nelson Pehnk, Bruno Maluche, Dr. Euclides Cardeal,
Orlando Münch, Ingo Renaux, Alberto Zimmermann, Heinz Appel, Nelson Gracher,
Dr. Germano Hoffmann e Kurt Schloesser.
Chegou
a presidir o Legislativo ?
Sim, na reunião da Câmara, realizada
em 31 de janeiro de 1070, fui eleito Presidente da Câmara de Vereadores.
Em dezembro de 1971 encerrei minha gestão então bienal de Presidente do
Legislativo Municipal com um jantar de confraternização na Sociedade Esportiva
Bandeirante. Atuei ainda como vereador durante o ano de 1972 e, em janeiro de
1973, desliguei-me da vida política.
Obras
publicadas?
Memórias
e Conquista – 120 anos de história da Família
Ristow – 1992 e, Educação – História
ilustrada de um ideal – evolução das escolas fundadas no século XIX pelos imigrantes, no sul do Brasil, e
desenvolvidas por seus descendentes até hoje – 1999 e, por último, Educação e Instrução em Brusque-SC
– edição comemorativa do Sesquicentenário da Cidade.
Mantém-se
informado de Brusque?
Mantenho-me
informado dos acontecimentos em Brusque através de telefonemas freqüentes com
parentes e amigos residentes na cidade.
O
que faz atualmente?
Eu,
atualmente, estou aposentado, todavia sempre ativo, fazendo pesquisas e
escrevendo.
Costuma
ler jornais e revistas?
Sim, costumo ler jornais; sou assinante da revista
VEJA há decênios.
Arno Ristow e Ally
Odette
ORDEMAR
SANTO DAROSSI
65
anos da Barbearia Darossi – inaugurada em 08 de abril de 1950
O entrevistado desta semana é o barbeiro Ordemar Santo Darossi, nascido na
localidade do Rio do Braço, atualmente pertencente ao município de São João
Batista aos 24 de março de 1937; filho de José Jorge Darossi e de Adélia Cim
Darossi; casado com Norma Bodenmuller
Darrosi - filha de Jacó e Maria Tilmann Bodenmuller; dois filhos: Fabiano Ordemar
(in memoriam) e Fabrício Ordemar (que vive na Itália), casado com Luciana
Angioletti Silveira. Torce para o tricolor das laranjeiras.
Bodas de Ouro: Dom Alessandro Nava, Fabrício, Norma, Ordemar e a
Luciana. Foto tirada no no jardim do hotel e restaurante “Del
Grill'”
Quando
criança o que sonhava ser?
Sonhava em ser barbeiro, porque
quando criança ao anoitecer iluminava
com uma lamparina meu pai cortar cabelo da clientela.
Vida
escolar ?
Sim freqüentei o primeiro grau
Lembra
da primeira professora?
Sim , foi a dona Maria Margarida Cipriani Cim, em
Rio do Braço
Tem
algum parentesco com o promotor César Cim?
Sim é a mãe do César.
Pessoas
que influenciaram?
Não fui influenciado. Tudo que fiz e segui foi decisão minha.
Como surgiu Brusque em sua trajetória?
Vim para me
aperfeiçoar na barbearia Modesti (Alfredo e
Anselmo) e aconteceu que insistiram na minha permanência e que
não retornasse para Rio do Braço.
Eles foram a minha segunda casa. Em Brusque pagava pensão na casa da tia
Regina, que ficava na rua Tiradentes.
Como conheceu a Norma?
Conhecia a norma
na casa de Regina Bodenmuller, local em que pagava pensão e ela sendo sobrinha
da Regina, vinha visitá-la. Inicialmente a troca de olhares e em seguida
iniciamos a namorar. Sempre aos domingos ia de ônibus para Blumenau namorar –
aos sábados permanecia na barbearia trabalhando- isso por uns 2 anos e então
subimos ao há 52 anos (15 de setembro.)
A Norma foi a esposa com a qual sonhou em ter?
Com certeza, Norma sempre foi
incentivadora, jamais deixou de me apoiar nas horas decisivas de nossa
trajetória, caprichosa ... enfim foi a mulher que eu sonhava em ter na vida.
O que
levou a escolher a profissão de barbeiro?
A escolha deveu-se devido ter
iniciado na barbearia de meu pai, quando iluminava com uma lamparina os cortes
que fazia ao anoitecer.
Lembra
do primeiro corte de cabelo que fez?
O primeiro corte foi o cabelo do saudoso Marcial
Piccole e após receber o ok de meu pai:
“a partir de hoje podes cortar cabelos e inicia cobrando só a metade do valor
que cobro”, então o primeiro corte foi
o cabelo de Vergílio Feller.
Quais
as pessoas mais famosas e mais simples que cortou o cabelo?
Não diria mais famoso ou simples; para mim todos são
iguais, desde o mais humilde ao mais rico. Posso dizer que foram muitos, tantos
de pessoas mais famosas como de mais simples.
Nosso entrevistado em mais um corte
de cabelo
Quais
os clientes mais antigos que frequentam a barbearia?
O mais antigo é Vilmar Merizio – atualmente vou na residência dele cortar o cabelo devido
seu estado de saúde.
Em que
locais teve barbearia?
Iniciei em Rio do Braço, na barbearia de meu pai, em
seguida, fui me aperfeiçoar com meu tio Germano em Nova Trento, tendo
permanecido lá por aproximadamente por 2
anos. Em 1955, vim para Brusque, na barbearia do Alfredo e Anselmo Modesti, na
primeiro de maio, proximidades do Walendowsky. Seguindo, adquiri
a barbearia de Alfredo que estava localizada na Av. Cônsul Carlos
Renaux, 190, na loja Mohr. Nessa época veio trabalhar na barbearia, na segunda
cadeira, o Flávio Hoffmann, que posteriormente foi viver em Lages. Foi então
que veio para a barbearia o Evilério Barg – está completando 55 anos. Depois
veio o César Costa, popular Cezinha, ocupar a terceira cadeira na barbearia,
permanecendo por uns 4 anos, quando então ocupou a terceira cadeira Alcides
Delcastagnè, que ficou por aproximadamente 16 anos, quando sua saída foi
ocupada pelo saudoso Vilmar Merízio, por um período aproximado de 2 anos. Na
sequência, veio de São Paulo, o
cabeleireiro profissional Pug Mineiro
que ficou conosco por um ano e meio, quando então entrou o Irineu Dalcastagnè irmão de Alcides, isso há 3 anos.
Quando foi a mudança de local da Avenida Cônsul Carlos
Renaux, loja Mohr, para a Adriano Schaefer, Edifício Daniel Barni, Sala 5?
Foi em 27 de julho de 1992, quando o Mohr necessitou do salão da barbearia.
Como é
formado a atual equipe da barbearia?
Eu, Evilério
Barg e Irineu Dalcastagnè
Darossi ladeado por Irineu e
Evilério
Como vocês se atualizam com os cortes de
cabelos?
Com a
experiência que temos, no verificar um corte já sabemos como fazê-lo.
Aperfeiçoamentos?
Fiz um estágio no Teruhia Cabeleireiros em São Paulo (
cruzamento da Avenida Ipiranga com a Rio Branco) e participei de eventos
realizados no Pavilhão Maria Celina Vidotto Imhof.
Lembra de outros barbeiros?
Alfredo e Anselmo Modesti (Primeiro de Maio);Nego Sassi,
Figueira; Max Cabeleiro (Posto São Cristóvão);Eduardo Werner – barba shop na
Rodrigues Alves; Luiz Delcastagne, filho do Irineu, no inicio da Pedro Werner;
O Edmundo ( in memoriam), na rótula da rua São Pedro com a Felipe Schmidt;
Hamilton Correa (in memoriam); Beto Gamba, proximidades da antiga Cristal, hoje
Kital, Gabriel Bonamente, proximidades da Sorveteria Cervi; Arlindo Polli, rua
João Bauer; João Mateus, popular João Grande e
Pedro Dionísio, ambos na sete de setembro; Beto Maffezzolli (in
memoriam), também na 7 de setembro, Luiz Nisch, rua Blumenau e Nilo Tarter,
proximidades do antigo SUS..
O que lembra com carinho?
Do Nilton Darós, popular Piqueca, parente em segundo grau,
que me substitui em minhas ausências, como por exemplo, quando viajamos à
Europa para visitar o filho. O Nilton sempre repete que o que sabe da profissão
deve ao Bepi (José Jorge Darossi).
As
viagens ao exterior foram proveitosas?
Sim,
em 2007
chegamos a Itália e fomos para Longiano, ( Fabrício trabalha
em Cesena que fica a 8 km de sua residência), passamos também por Alemanha,
Áustria, Suíça – subimos os Alpes Suíço, inclusive foi a primeira vez que
o Fabrício subiu os Alpes, antes sempre havia um impedimento e também
fomos em Portugal – Fátima e França Lourdes, em toda Europa nada é
demolido tudo é reconstruído, a grande maioria que trabalha na reconstrução são
Brasileiros e não são chamados de '”Pedreiros”, e sim de ”Restauradores”
foi um orgulho pra nós, vendo que no Brasil a tanto desperdício.
Em 2011 viajamos: Jerusalém castelo Herodes,
Nazaré, Croácia, Eslovênia Bósnia e Međugorje - que significa
"no meio dos montes"- é uma pequena região na Bósnia e Herzegovina,
composta por cinco vilas (Međugorje, Bijakovići, Vionica, Miletina e Šurmanci),
onde alegadamente estão a ocorrer as mais recentes aparições da Santíssima
Virgem Maria. Estas aparições tiveram início a 24 de junho de 1981, tendo tido,
nos primeiros meses, uma frequência diária, e posteriormente passado a
aparições mensais ou anuais (dependendo dos videntes). Entre os videntes,
encontram-se seis pessoas nascidas nos arredores da localidade e a quem a
Santíssima Virgem Maria se terá apresentado como "Eu sou a Rainha da
Paz".
2012, ano de nossas Bodas de Ouro, as bodas
de ouro foi presidida por Dom Alessandro Nava no jardim do hotel e
restaurante “Del Grill'” e fomos recepcionados após a cerimônia pelo Fabrício,
Luciana e amigos no restaurante Del Grill, dias depois viajamos para
Polônia, visitamos as minas de sal, entramos as 11 da manha com uma guia e
terminou as 16 horas da tarde, a madeira usada para escorar a
mina de sal tem 800 anos, fomos a pé e descemos 3 andares
de elevador panorâmico, a mina conta a história da reconstrução da
Polónia, a igreja a lanchonete o restaurante é tudo construída de sal,
Cracóvia - terra de João Paulo II – uma cidade que reina a limpeza, o
aconchego e a hospitalidade, e também fomos visitar o campo de concentração Auschwitz
e a fabrica de Schindler é muito emocionante.
Gratidão?
Minha gratidão é para a
família Modesti , minha segunda casa em Brusque e a Norma que sempre me apoiou, nas horas
negativas e nas positivas. Devo a minha esposa uma vida construída com muito respeito
e amor e, ainda ao Papa pela benção ao
filho e nora no Vaticano recentemente.
Longiano é uma comuna (município) na província de Forlì-Cesena no Italiano região Emilia-Romagna , localizado a cerca de 90 km (56 km) a sudeste de Bologna e cerca de 30 quilômetros (19 milhas) ao sudeste de Forlì . Longiano faz fronteira com os seguintes municípios: Borghi , Cesena , Gambettola , Gatteo , Montiano , Roncofreddo , Santarcangelo di Romagna , Savignano sul Rubicone .
Entrevista publicada no Jornal Em Foco aos 17 de abril de 2015
BENTA GUILHERMINA
BONI - Popular Irmã Benta
Cinquentenário de
Consagração Religiosa
50 anos da Consagração da entrevistada
A entrevistada desta semana é a irmã Benta Guilhermina Boni, filha dos saudosos José Boni Júnior e Guilhermina Setti Boni; natural de Brusque, nascida aos 08.05.42; São em treze irmãos: Arthur (in memoriam), Lúcio (in memoriam), Estandislau (in memoriam), Agostinho, Alzira (in memoriam), Ida Maria (in memoriam), Terezinha, Vanete , Luiz e Benta e, mais três que faleceram ainda pequenos. Foi Administradora do Mosteiro Park Hotel; profissão de fé em 21.01.65.
Irmã Benta e Alexandre Luís.
Como foi sua infância e Juventude?
Brinquei muito: na beira do rio, com boneca, freqüentei a Escola Reunidas Norma Ribus Pessoa, em Águas Claras, até a quarta série, fui para Nova Trento, refiz a quarta série, no sentido de fortalecer a base, com vistas a admissão, em seguida fui para Ourinhos/SP, onde fiz a admissão, ali também iniciei o ginasial; fiz o curso de auxiliar de enfermagem. Em seguida, cursei o segundo grau em Fraiburgo/SC, o Postulando em Avaré/SP, o noviciado em Indaiatuva/SP e também a irmandade - Irmã
Como era a vida de seus pais?
O pai foi uma pessoa muito séria e muito trabalhador e a mãe, muito legal; costurava e ajudava nos serviços de casa. Pai e mãe foram bons... muitos bons!
E a a religiosidade em sua trajetória?
Um certo dia, a tia Vicentina, irmã de minha mãe – convidou um sobrinha para tal missão – coloquei-me à disposição, só que era muito novinha, mesmo assim, acabei indo por um ano para Capão Bonito/SP, retornei para Santa Catarina, e após um ano fui para o Juvenato, em Nova Trento e na sequência, acabei sendo irmã.
Formação acadêmica?
Fiz a faculdade de Administração de Empresas, tendo iniciado em 82, em Palmas/PR e terminado em Cuiabá/MT.
O que signfica
atingir o Cinquentenário de Consagração Religiosa ?
Celebrar 50 anos de
Vida Consagrada Religiosa é celebrar a vida, celebrar a entrega,
celebrar o dom da vocação. Rendo graças ao Senhor, que me concedeu
esta oportunidade de poder celebrar coma s Irmãs da Congregação,
com meus familiares e amigos estão tão esperada celebração. Foi
realmente uma celebração que encheu meu coração de alegria.
Pessoas que
influenciaram?
As
pessoas que me influenciaram foram a minha família, a
Congregação que me acolheu e as pessoas que encontrei na
caminhada.Obrigada Senhor, obrigada minhas Irmãs de caminhada!
Não é incorreto o
Papa Francisco estar querendo incluir os gays em confrontação com o
texto Bíblico?
Os textos bíblicos que
fundamentam esta questão acredito que são estes:
"Não se deite com
um homem como quem se deita com uma mulher; é repugnante. (Levítico
18,22).
"Se
um homem se deitar com outro homem como quem se deita com uma mulher,
ambos praticaram um ato repugnante. Terão que ser executados, pois
merecem a morte.” (Levítico 20,13).
Lembro que o Livro do
Levítico foi escrito dentro do período do retorno do Exílio na
Babilônia, portanto, os sacerdotes levitas queriam “purificar”
Israel, que era considerado impuro pela mescla de casamentos com
pessoas pagãs e/ou de outras culturas for de Israel. Eles definiram
regras e cultos, normas de sacrifícios e critérios para distinguir
o que é puro e o que é impuro. Nas proibições do Livro do
Levítico estão presentes o sexto mandamento do decálogo: “Não
cometa adultério”. Todas as formas de relações sexuais que não
sejam entre marido e mulher – assim como, sem casos de relações
incestuosas, são condenadas. As mesmas eram usadas para manter e
consolidar o poder político no Egito e em Canaã. São inúmeras as
proibições sexuais. Israel é um povo em aliança com o Senhor. Por
isso, não pode viver segundo os projetos de outros povos.
Muitas vezes os textos
de Romanos 1, 21-31 são utilizados para justificar esta visão
também, assim como o texto de 1Coríntios 6,9-10.
O povo de Israel viveu
esta duplicidade de vida, serviram ao Deus de Israel e, em alguns
momentos aos cultos e práticas sociais dos estrangeiros.
Se
analisarmos de forma literal?
Se
formos olhar e analisar de forma Literal o que a Bíblia diz sobre o
homossexualismo e o homossexual, sem levar em conta o contexto do
povo e do texto escrito, ficaremos com a visão restrita que se
resume da seguinte forma: O
homossexualismo não é doença, e na Bíblia ele é descrito como
até mais do que um pecado: é uma perversão e abominação diante
de Deus.
Os textos bíblicos
veja bem, estão se referindo à prática, não à pessoa do
homossexual. Deus ama cada pessoa, independente de como ela seja, mas
não ama práticas que são contrárias à Sua própria natureza.
O
texto bíblico traz algumas passagens de tal prática?
A
Bíblia está cheia de passagens condenando tal prática. Os homens
de Sodoma queriam conhecer os anjos que se hospedaram na casa de Ló.
Daí vem a palavra "sodomita"
que é o homem que procura outro homem para possuí lo como a
uma mulher. Tanto o que faz o papel de homem como o que faz o papel
de mulher estão pecando e cometendo uma abominação: "Não
haverá prostituta dentre as filhas de Israel; nem haverá sodomita
dentre os filhos de Israel. Não trarás o salário da prostituta nem
preço de um sodomita à casa do SENHOR teu Deus por qualquer voto;
porque ambos são igualmente abominação ao SENHOR teu Deus.... Com
homem não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é...
Quando também um homem se deitar com outro homem, como com mulher,
ambos fizeram abominação".
Dt 23.17; Lv 18:22;
20:13.
Em algumas traduções, ao invés de "sodomitas" a expressão usada é "rapazes escandalosos", "rapazes alegres" (daí usar a palavra inglesa "gay" que significa "alegre"), "prostitutos cultuais" ou "prostitutos sagrados" (porque os israelitas tinham incorporado o sexo aos rituais religiosos, como faziam os pagãos) (1 Reis 14.24; 15.12), e os homossexuais são novamente citados no Novo Testamento, em Romanos 1.26,27, tanto com respeito ao homem como à mulher (lésbicas, lesbianismo), prevendo aí um juízo que cairia sobre seus próprios corpos, sem contudo identificar especificamente que juízo seria esse: "Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro." Rm 1:26,27.
Segundo alguns médicos
é alteração no cérebro, portanto não há provas por ser uma
teoria.
Há homens claramente
efeminados (com características femininas), de nascença, modo de
criação ou devido a um excesso de hormônios femininos, que se
casam, têm filhos e são felizes como homens.
A sociedade aceita
todas as formas de inclinações?
A tendência da
sociedade de hoje é a aceitação das diferentes inclinações
sexuais, sob a alegação de se tratar de opção pessoal e não
implicar em dano à sociedade como um todo.
Não
temos como definir se Deus aceita a homosexualidade como algo normal
para Ele? Não. Deus pode amar um ateu, mas não irá amar o ateísmo,
contrário à Sua própria existência. Ele pode amar o homossexual,
mas não irá amar o homosexualismo, contrário ao Seu plano original
da Criação: Disse Jesus: "Porém,
desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea. Por isso
deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a sua mulher, E
serão os dois uma só carne; e assim já não serão dois, mas uma
só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem."
Mc 10:6-9.
Assim como Deus faz,
devo amar e respeitar todas as pessoas, independente do estilo de
vida ou preferência sexual que escolheram, mas isso não implicará
que eu deva aceitar ou concordar com suas práticas ou com o modo de
vida que escolheram.
Então o que é
importante?
É importante ter
presente e lembre-se de que qualquer verdadeiro cristão deve
proceder como o Senhor Jesus procedeu quando andou neste mundo: Ele
sempre amou o pecador e detestou o pecado. Todas as pessoas devem ser
amadas como Deus as ama, independente de seu modo de vida. Mas
amá-las não implica em aceitar seu modo de vida, principalmente
quando temos diante de nós um testemunho claro daquilo que Deus
pensa sobre o assunto.
O
assunto é polêmico principalmente entre os cristãos de linha
conservadora e liberal. Os conservadores católicos romanos,
ortodoxos, protestantes e evangélicos, se mantêm fiéis à doutrina
apostólica contida nas Sagradas Escrituras, que determina: “Nenhum
homem deverá ter relações sexuais com outro homem”
(Levítico 18,22).
A igreja cristã é
formada por toda sorte de pecadores e luta pela libertação de seus
erros através da ação transformadora do Evangelho.
Olhando para a posição
de Jesus Cristo encontramos o mandamento: “Ouvistes o que foi dito:
Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo? Eu porém vos digo:
amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” Mateus 5,
43-44).
Penso que, é
importante amar o nosso próximo, além de suas atitudes. Creio que é
nesse sentido que o Papa tem se posicionado.
Jesus também falou:
“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua
alma e de todo o teu entendimento. Este é o primeiro e grande
mandamento. E o segundo semelhante a este é: amarás o teu próximo
como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os
Profetas”. Mateus 22,37-40.
Grande nome na religiosidade?
Um grande exemplo de vida e doação foi a Santa Paulina.
Alguma decepção?
Não, me realizei na vida religiosa, como sempre quis.
Recomeçaria tudo?
Sim, tranquilamente, me sinto muito feliz no que segui.
Alguma viagem ao exterior a serviço da evangelização?
Já fui a Nicarágua, Guatemala, França – Igreja Nossa Senhora de Lourdes, Itália, em Vígolo Vataro, onde nasceu Santa Paulina.
Irmã deveria casar?
Não deveria. Se é uma opção de vida, é uma opção de vida!
Tem como Deus perdoar tantos pecados do ser humano?
As injustiças e infidelidades eu acredito que Deus sendo Pai, ele perdoará, só que a humanidade tem que mudar. Não pode continuar assim.
Como definiria o Santuário Santa Paulina?
Um lugar de encontro e oração; lugar de prece, da súplica e da gratidão.
O que está sendo planejado e já foi feito para o Santuário Santa Paulina ser cada vez mais aconchegante ?
Entre outras coisas, está sendo planejado a Casa das Graças, a réplica da casa de Santa Paulina, um Shopping, visando atender com mais qualidade os fiéis que se deslocam até aqui.
Lazer?
Gosto de assistir o
noticiário, programas de humorismo e bons filmes, quando sobra um
tempinho e gosto também de praia.
Entrevista publicada no Jornal Em Foco aos 27 de março de 2015
DARLAN SERAFINI
“A regra é
aprender o máximo possível!”
Produtor de cinema e vídeo - Prime Filmes de Brusque,
O entrevistado desta semana é o empresário DARLAN SERAFINI. Nascido em Erechim, Rio Grande do Sul, em 15 de janeiro de 1977, é filho de Osmar Serafini e Geni Jorge Serafini. Casado com Gabriela Cavalca, é torcedor do Internacional de Porto Alegre.
Feira Broadcast and Cable Show – São Paulo.
O que sonhava ser quando era criança?
Programador de computadores. Na época, computadores bons custavam quase o preço de um automóvel. Por isso, comprar meu primeiro computador foi uma grande conquista, e um incentivo, também.
Pessoas que
influenciaram?
Na área da computação, Bill Gates. Pessoalmente, as maiores influências e os exemplos vieram de meus pais.
Na área da computação, Bill Gates. Pessoalmente, as maiores influências e os exemplos vieram de meus pais.
Como
conheceu a Gabriela?
O primo dela, Eduardo, nos apresentou na entrada de uma festa em Balneário Camboriú.
O primo dela, Eduardo, nos apresentou na entrada de uma festa em Balneário Camboriú.
Histórico escolar.
A primeira escola foi o Colégio São José, em Erechim. A primeira professora chamava-se Rita.
Quais as matérias que mais gostava e as que detestava?
Não gostava muito de matemática. Minhas preferidas eram Biologia, Geografia e principalmente História. Talvez por isso hoje goste tanto de contar histórias através de filmes.
Atividades escolares e esportes você participava?Uma escolinha de futebol aqui e ali, alguns torneios de tênis de mesa. Atualmente a única atividade esportiva é o tênis de quadra.
Quais os melhores livros/artigos que leu?
“Freakonomics”, de Steven Levitt. Li todos os de Dan Brown, mas o meu preferido é “Anjos e Demônios”. Li diversos livros sobre a Segunda Guerra Mundial – sem dúvida, é um dos capítulos da nossa história recente que não me canso de ler e estudar.
O que está lendo atualmente?Então Você vai Ser Papai - Peter Downey.
Já que a vida me presenteou com uma princesa, que logo estará chegado, todos os livros do momento tem este assunto. A regra é aprender o máximo possível, na teoria é claro.
Como
surgiu Brusque em sua trajetória?
Fui convidado por amigos que já moravam em Brusque para Montar a Produtora de Vídeo aqui.
Depois de 1 ano, em 2013, desembarquei na cidade. Alguns dias para conhecer, gostei do que vi e resolvi me mudar.
Fui convidado por amigos que já moravam em Brusque para Montar a Produtora de Vídeo aqui.
Depois de 1 ano, em 2013, desembarquei na cidade. Alguns dias para conhecer, gostei do que vi e resolvi me mudar.
Fale
um pouco de sua trajetória profissional e da sua história de
vida?Minha
formação é Ciência da Computação, mas logo depois de formado
resolvi apostar na área de Publicidade, então entrei como sócio em
uma agência de publicidade com um amigo. Durou 3 meses. Não deu
certo, mas a amizade continuou. Então sai e montei a produtora.
Nunca tinha editado um vídeo então fui para Porto Alegre, onde em 2
semanas fiz todos os treinamentos que pude neste período. Voltei
para Erechim e alguns dias depois meu primeiro comercial de TV estava
no ar. Foi muito rápido, não tive muito tempo para pensar, o
mercado e os clientes já estavam ali.
E rápido também foi a história da Produtora em Erechim.
A tempo já queria sair da cidade. Inicialmente a ideia era ir para São Paulo. Mas então veio o convite para Brusque. E aqui estamos. 12 Anos. Muitos clientes, amigos, conhecidos e claro, minha esposa e em breve filha!!!
E rápido também foi a história da Produtora em Erechim.
A tempo já queria sair da cidade. Inicialmente a ideia era ir para São Paulo. Mas então veio o convite para Brusque. E aqui estamos. 12 Anos. Muitos clientes, amigos, conhecidos e claro, minha esposa e em breve filha!!!
Como está hoje a
Prime Filmes?
A Prime Filmes está
consolidada no mercado de Brusque e região, produzindo vídeos
institucionais, comerciais de TV, fashion films para diversas
empresas de Brusque e região. Em 2013, produzimos o documentário
“Expedições à Cidade Schneeburg”, com roteiro do meu amigo e
escritor Saulo Adami, que conta um pouco da história de Brusque. Em
2015, iniciamos o documentário “Vozes do Meu Vale”, abordando
alguns dialetos trazidos pelos colonizadores e falados até hoje no
Vale do Itajaí.
Qual
o maior desafio que enfrentou?A
distância dos meus pais. Foram pelo menos 2 anos para me adaptar
totalmente a Brusque, mas depois foi fácil. Hoje considero Brusque
minha cidade do coração.
Você se arrependeu de alguma coisa que disse ou que fez ?
Arrependimento nenhum. Erros sim, mas aprendemos com eles, certo?
Algo
que você apostou e não deu certo?.
Sim, uma vez. Um programa de televisão. Apostei e não deu certo. Mas tudo é aprendizado.
Sim, uma vez. Um programa de televisão. Apostei e não deu certo. Mas tudo é aprendizado.
O
que faria se estivesse no inicio da carreira e não teve coragem de
fazer?Passaria
dois ou três anos em São Paulo, Rio de Janeiro, ou mesmo no
exterior. Enfim, algum grande centro, para trabalhar com grandes
produções, grandes orçamentos e ganhar mais experiência como
produtor e diretor logo que iniciei a trabalhar com vídeo
publicitário. Sem dúvida esta experiência logo no começo teria
facilitado muitas coisas.
Quais
suas aspirações?Na
vida
pessoal, certamente tornar-me um bom pai e um bom exemplo.
No trabalho, trabalhar para produzir vídeos e filmes cada vez com mais qualidade. Inovar para criar e executar novos projetos.
No trabalho, trabalhar para produzir vídeos e filmes cada vez com mais qualidade. Inovar para criar e executar novos projetos.
SÉRGIO SEBOLD
Economista, Especialista em Economia Política e Professor (Mestrado) de Pós Graduação em Engenharia de Produção
O entrevistado desta semana é o Economista, Especialista em
Economia Política e Professor (Mestrado) de Pós Graduação em Engenharia de
Produção Sergio Sebold, nascido em Porto Alegre aos 11 de dezembro
de /1940; filho de Virgilio Frederico Sebold e Helga Valesca Sebold ;
companheira Noralva Regis Tensini Sebold – Casado civilmente em segunda união;
filhos Sergio, Luciara Fabiane, Cristiane e Tais e Joao Paulo Tensini – enteado
Quais são as lembranças que você tem da sua infância?
A grande
lembrança é que vivíamos em plena segurança, numa família numerosa de oito
irmãos morando numa casa confortável. Quando jovem adolescente, voltava para
casa,a qualquer hora da noite sem a mínima preocupação de ser assaltado.
Sonhávamos,
com o nosso futuro do sucesso profissional com um bom emprego; com nossos
amores jovens; e sonhos de formar uma família.
Você tem amigos da
infância ainda?
Diretamente
de infância não me recordo, mas do período de adolescente e de colégios sim
tenho muitos. Mesmo aqui de Brusque tenho boas lembranças do Zeca e do Urbano
Zendron.
O que sente falta da
infância?
São momentos
tão distante, que não me vem a mente qualquer falta. Talvez um psicólogo ou
psiquiatra com suas habilidades arrancariam alguma coisa ou mágoa. Mas neste
momento não me recordo. Apesar das dificuldades familiares, perseguições de
meus pais durante a guerra e outros riscos de vida, tive uma infância feliz. Comecei
ver o mundo como todos os mortais, em Braço do Norte onde morei até os sete
anos.
Quando você era
criança queria ser adulto?
Ah sim. Toda
a criança normal sonha com este momento. Aquela sensação de libertação dos pais
com suas regras e disciplinas.
Sonho de criança? Em que você sonhava ser quando era pequena?
A educação dos pais na época sempre indicava o caminho
para uma boa profissão, de futuro. Meus pais sempre incutiram e estimulavam
para os estudos, “sem estudos meu filho você não será nada na vida”. Sempre
tive certa queda para matemática. Então
a Engenharia foi meu primeiro sonho. Mas a época só havia curso em Porto
Alegre. Como morador de Novo Hamburgo, se tornou muito difícil pelas condições
da minha família. Como era o primeiro da ninhada, teria logo começar a
trabalhar e se preocupar com o futuro. Fiz na época Contabilidade, e em
continuação o superior na UNISINOS (que estava começando, fiz parte da primeira
turma de formandos) onde fiz Economia. Em seguida fiz uma especialidade em
Economia Política na PUC/RS. É necessário dizer que fiz todo o curso primário e
médio com bolsa da Prefeitura. Na época já havia também estas facilidades. Na
época era fundamental para se conseguir uma boa profissão era saber ou dominar
datilografia, como hoje seria o computador.
Como era a escola
quando você era criança?
Havia o espírito de disciplina e o pleno respeito aos
professores. Os pais recomendavam aos professores o pleno rigor pela disciplina
em aula. O professor sempre tinha razão e os pais não questionavam. Talvez isso
não permitiu me tornar um bandido, alcoólatra, etc. Havia mais respeito e
dignidade nas instituições. Circunstancialmente tive toda minha formação em
colégios religiosos, em diversas congregações católicas, principalmente
Maristas ( Santo Marcelino Champagnat) e Jesuitas (Santo Inácio de Loyola).
Quais eram suas
melhores e piores matérias?
Como dito
anteriormente, tive logo sabor pela matemática, por extensão ciências, física,
química e desenho. Entretanto o português era meu calcanhar de Aquiles.
De que atividades
escolares e esportes você participava?
Havia duas
opções nas escolas, basquete ou futebol. Como era pequeno para o basquete,
gostava de fazer minhas incursões no futebol.
Formação escolar desde
o início dos bancos escolares?
A trajetória, depois do primário foi ser Técnico em
Contabilidade no secundário. No nível superior, Economista, Especialização em
Economia Política e Mestrado em Engenharia de Produção, no eixo da Pesquisa
Operacional. Tive mais de vinte trabalhos científicos publicados em revistas
especializadas.
Primeira professora
Delci Locks
Sebold, minha tia, no colégio Dom
Joaquim de Braço do Norte
Grandes professores?
Alem do Padre
acima, outro de boa lembrança foi Ary Burger economista da elite política
gaúcha.
Quais eventos
mundiais tiveram o maior impacto em sua vida durante a sua infância e
juventude?
A guerra fria entre EEUU e URSS, eram as maiores
angústias, por estar sempre acompanhando pela minha curiosidade nata.
Evidentemente os fatos positivos como a chegada do homem a lua. O movimento
social de 1968 iniciado na França. O fenômeno dos Beatles, Elvis Presley, etc.
Como
foi sua juventude? O que você mais gostava de fazer para se divertir?
Tão bela como toda a vida. Meu pai só se separou com a
morte de minha mãe. Isto deu dignidade de viver a mim e a todos os irmãos. Esta
era a única forma de separação daqueles bons tempos. Tínhamos também a nossa
“turma” onde fazia nossas peripécias. Incomodamos. Somente havia cinema e rádio para se divertir. TV nem se imaginava. O rock
on roll estava estourando as parada e nós entravamos na onda. Para os jovens
tudo que fosse novidade atraia. Assim como é até hoje. Quando estudava,
(matemática para variar), o fazia na mesa da cozinha, porque outra não havia,
ouvindo o rádio, que na época só divulgavam músicas clássicas (que ainda
continua sendo lindas).. A noite ficava navegando pelo rádio através das ondas
curtas, noticias do mundo, a BBC (Inglaterra), Voz da América(EUA),
Rádio Moscou (Rússia), Rádio Canadá, Noticiário de Mao (da China) com muita
chiadeira de interferências eletromagnética. Embora fossem recheadas de
propaganda político/ideológica havia boas programações musicais. Quando
um amiguinho ou amiguinha fazia aniversário era comemorada em casa de um deles
com danças e “cuba libre”. De onde se formaram famílias mais tarde. Não havia baladas monumentais em clubes
finíssimos. Éramos felizes.
Pessoas que
influenciaram?
Tive muitas pessoas que me influenciaram na vida. Na
minha formação profissional uma pessoa que deixou marca foi o Pe. Pedro
Calderão Beltrão (Jesuíta), pela sua disciplina “Sociologia” no curso de
Economia particularmente sobre demografia, que já fazia parte da análise e
preocupação populacional nos idos ano de
1960. Ele era considerado um dos cinco melhores demógrafos e estudiosos da
família na época. É o que me faz mais presente na mente, nesse momento.
Torce para que equipes?
Por ter
praticado muitos anos tênis, não estabeleci preferência por qualquer time de
futebol. É evidente quando temos uma disputa nacional, tenho preferência pelo
Figueirense.
Como conheceu a
Noralva:
Desde que me divorciei com 55 anos, estabeleci a
expectativa de uma pessoa ideal, diante da experiência anterior. Nas minhas
orações desejava: Que fosse viúva, (não divorciada/desquitada), de idade entre
40 e 50 anos, católica de fé, de classe média, educada no trato com as pessoas,
oriunda de família grande como a minha, que já tivesse filhos criados, pois não
desejava ter mais filhos; já tinha dado minha contribuição a humanidade com 4
filhos. Por intermédio de um irmão meu, que veio a Brusque (eu estava morando
no Balneário Camboriú), fui apresentado a uma senhora, esposa de um amigo dele,
que sabendo da minha disposição como divorciado, disse que conhecia uma viúva,
e que iria fazer nossa aproximação. Foi que ocorreu. Mais tarde vim aperceber,
que esta viúva era uma que passeava na praia de Balneário sozinha (como viúva),
como eu também o fazia. Vi-a varias vezes, mas na época ficou por isso ai, pois
achava ela muita areia para meu caminhão. Na época 1996, quando nos foi dado a
conhecer por aquela amiga, ela encarnava exatamente a pessoa que tinha
idealizado. Casamos e até hoje, 18 anos, estamos juntos.
Qual o artigo que
escreveu e teve maior repercussão positiva?
Não conheço estatística sobre as avaliações ou repercussões.
Mas pelo que saiu e comentado em outros ambientes como o GRUPIA, Câmara
Municipal em nosso município, foram alguns polêmicos sobre ideologia de gênero,
aborto, homossexualismo, desestruturação
familiar; especificamente: “Tirania de gênero: Genitor um,
Genitor dois...” - Município 7-04-14; “Aborto: Rompimento
do dique moral” – Município
11-11-13; “O aborto
invisível” - Município 09-09-13; “Família sem fé desmorona” – Município 18-08-14
Alguns
artigos por manifestação pessoal “Relativismo Moral 13/01/14”.
Pelo Site “Católicos On-line” houve um artigo que teve
mais de 800 acessos, “Retorno às catacumbas”;
no Município publicado em 02/09/2013. Neste site há 37 artigos publicados.
Um artigo que teve repercussão pelo efeito polêmico,
publicado no Jornal do Brasil foi “Ciência
não avança com romantismo”, (no Município 04-11-13) com referência a
invasão de um laboratório de pesquisa em São Paulo usando cachorros como cobaias.
Tive três contestações rancorosas sobre o tema, todos fruto do relativismo
cultural que estamos vivendo, ou seja, se dá mais valor aos animais do que o
ser humano.
Qual o artigo que
publicou e não escreveria jamais?
Não me vem a
mente algum que tenha esta condição. Mesmo aqueles que tiveram contestações,
não me abalaram minhas convicções. É evidente que o tempo fez melhorar a
qualidade de argumentação e literatura.
Quais os melhores
livros que já leu?
Na minha
lembrança, dos mais recentes posso referir:
- “A
economia do hidrogênio” – Jeremy Rifkin;
- “Pela
mão de Alice – O social e o político no pós-modernidade” - Boaventura de Souza Santos;
- “O
colapso da modernização – da derrocada do socialismo de caserna à crise da
economia mundial” – Robert Kurz;
- “O
império do efêmero – a moda e seu destino nas sociedades modernas”
Gilles Lipovetsky;
- “Crítica
da modernidade” – Alain Touraine.
Entre livros
técnicos (de economia e sociologia), filosóficos, profissionais, romances e
outros do gênero, acredito ter lido mais de 500 obras.
O que está lendo
atualmente?
Terminei de
ler a “Vida secreta de Fidel” de Juan Reinaldo Sanchez
Quais medos você tem ou teve? maior medo é o de
envelhecer ou o de entristecer?
Nunca tive preocupação com o
envelhecer. O jeito é encara-lo com tranquilidade e paz de espírito. O morrer é
o único conflito que jamais será resolvido, então porque se preocupar. A única
coisa que espero que eu tenha uma morte santa bem assistida e obviamente com o
mínimo sofrimento pela passagem.
Arrependimentos?
Como cristão católico sempre
temos nossos pecados a se arrepender. Não existe um dia de nossas vidas em que
não falhamos e pecamos em pequenas coisas, necessitando da renovada
misericórdia de Deus. Ao longo da vida vai se convivendo com os erros e
acertos, sendo estes um excelente aprendizado da vida. Arrependimento com força
de mágoas ou frustrações, graças a Deus não tenho. Não guardo rancores mesmo de
alguns desafetos, antes perdoo e rezo por eles. Se perguntar por algum deles,
terei dificuldades de lembrar, pois a deslembrança confirma meu perdão. Não
somos perfeitos, espero que eu seja perdoado, por algum deslize cometido para
alguns.
O que você acha da programação da televisão de hoje?
Salvo algumas honrosas exceções
dos canais abertos, péssimo sob todos os pontos de vista. Alguns canais ou
programas deixa claro suas características ideológicas, ligadas ao
homossexualismo, aborto, apostasia, vícios, apologia para o sexo etc. Não educa,
e pior, deseduca, destrói todos os valores que são pregados na família pela
tradição. Quem tem lido meus artigos deverá ver minha posição contra uma mídia
permissiva, dirigida com forte apelos ideológicos e imorais, que destrói os valores fundamentais da
família. Os temas novelescos, só incitam a vingança, ganância, dissolução da
família como o objetivo moral maior. A encenação é feita em clima de gritarias
e continua discórdia entre as pessoas das famílias entre pai, mãe e irmãos. As
palavras que mais se houve “eu te odeio”, “eu vou me vingar”; “eu vou de
destruir”; “nosso casamento acabou”; temas
de continuas trapaças entremeados com mansões luxuosas, carrões, iates, aviões,
donos de empresas, crimes, violências e outras mazelas da sociedade. Não se vê
algum tema se dirigindo para uma moral de dignidade entre os personagens. Tudo
é encenado como se a sociedade fosse totalmente podre em seus valores, levando
os jovens a um ceticismo e uma desilusão da vida. Para agradar setores
católico/cristãos são encenados casamentos fajutos, onde demonstra uma
caricatura do ato sagrado, deixando claro que é somente um evento, que o
casamento será eterno enquanto dura. A
encenação de separações divórcios é representado como um fato normal na vida
das pessoas, sem a mínima preocupação para as consequências sobre os filhos. A
representação cênica é de uma pobreza escancarada. Tudo leva o merchandising de
algum produto do momento,
Qual foi o maior desafio até agora?
Embora já tenha publicado um livro com meus próprios recursos, sobre
economia nas famílias (“Economizar e prosperar e so começar”), tenho dois
prontos para publicação. Entretanto não estou encontrando patrocinadores. Um é
romance temático (“Amar e recomeçar”, titulo provisório) sobre os conceitos de
aborto e da fidelidade conjugal; outro uma compilação de todos meus artigos até
o ano de 2013. Estes são os próximos desafios.
Você se arrependeu de alguma coisa que disse ou que fez ?
Tive muitas iniciativas que não
tiveram sucesso, como uma fábrica de sapatos, lavoura de trigo e algumas outras,
fruto da inexperiência da vida. Mas nada me arrependo, ou me abalaram minha
psique; fazem parte da saga da vida; foram belas experiências que ficarão como
pegadas da história nessa passagem pelo mundo.
Fale um pouco de sua
trajetória profissional e da sua história de vida?
Comecei como auxiliar
de escritório, com curso profissional de Técnico em Contabilidade (1960). Em
seguida como contador em diversas empresas (10 anos). Tive escritório próprio de Contabilidade e de Investimentos
pela venda de títulos do mercado de capitais. Posteriormente, me mudei para
Belém do Pará, iniciando minhas atividades em empresa de sacaria de Juta (fabrica localizada em Parintins/AM). Logo me
surgiu uma boa oportunidade no setor de telecomunicações na empresa TELEPARA;
concomitantemente, dava aulas a noite na Universidade Federal do Pará. Neste
ramo (telecomunicações) atuei até minha aposentadoria, trabalhando ainda na CRT
(Rio Grande do Sul), Brasília TELEBRAS e finalmente na TELESC (Florianópolis).
Por convite, vim ainda dar aulas na UNIVALI, FURB, UNIASSELVI, IBES e UNIFEBE
todas ligadas a minha formação em economia.
Algo que você apostou e não deu certo?.
Já respondido
anteriormente, tive algumas iniciativas que não deram certo.
O que faria se
estivesse no inicio da carreira e não teve coragem de fazer?
Sempre fui um
corajoso, audaz, tudo que fiz o foram com bons propósitos: progredir. Por isso
não tenho nada em me arrepender Mas nem tudo na vida dá certo. A vida é sempre
um risco. Quem não arrisca não tem sucesso, não marca ponto.
O que você aplica dos grandes educadores, das
aprendizagens que teve, no seu dia a dia?
Toda a
herança cultural, moral e de fé cristã que adquiri primeiro de meus pais e
depois de meus mestres ao longo da vida. O espírito de garra. O meu maior
aprendizado foi através da intensa leitura que tenho até hoje.
Quais as maiores
decepções e alegrias que teve?
Prefiro ver pelo lado positivo, as alegrias de ter uma
prole de 4 lindos filhos (um varão e três mulheres), todos com suas
dificuldades naturais da vida , mas todos cidadãos honrados; mais seis lindos
netos e uma neta adotada. Nem mesmo da Ex levo qualquer mágoa, pois ela me deu
aqueles lindos milhos Entre tantas alegrias uma que me vem a mente foi minha
formatura e a conquista do titulo de Mestre em Engenharia pelo desafio que me
obrigou. Também a compra de uma casa, dentro do gosto e sonho que alimentava, em
São Jose na grande Florianópolis.
Quais as suas
aspirações?
Ainda sonho, apreender um instrumento musical como piano
(hoje teclado), e estudar (terminar) o curso de filosofia iniciado na Faculdade
São Luiz de Brusque, continuar escrevendo minhas reflexões. Continuar sonhando,
sonhando, sonhando... com um mundo melhor de mais fraternidade e solidariedade.
Referências: Públicado no Jornal Em Foco aos 08 de maio de 2015
NORIVAL FLORIANI
Programa Eco Turismo
& Lazer
O
entrevistado desta semana é o apresentador e produtor do
Programa Eco Turismo & Lazer exibido no Canal 6, TV via cabo Tv ,
Norival
Floriani,
nascido em Brusque, aos 22 de abril de 1957; viúvo de Arlete Floriani com a qual teve
duas filhas Patrícia e Franciane; simpatizante pelo Botofogo ( diz
que torcer para qualquer time nos dias de hoje onde rola muita grana
sem amor à camisa, não vale a pena, pois muitas vezes ficamos de
mal com amigos por causa do futebol que virou somente um balcão de
interesses, não vale a pena hoje torcer e para mim pelada não é
homens atrás de bola não kkk mas, eu torço para que o nosso
Brusque FC se destaque no estado e quem sabe no nosso Brasil).
Como
foi sua infância? Ainda mantém amigos daquela época?
Passei
minha infância no bairro Santa Terezinha, quando brincávamos de
mocinho e bandido kkk e ainda tenho muitos amigos da minha
infância, deixando de mencionar nomes para não incorrer em
esquecimento de algum nome.
Fale
da juventude e faça um comparativo com a juventude atual?
A
nossa juventude vive outro momento, aquele era o nosso momento, este
é o deles com toda a tecnologia à disposição. Sempre deixei a
vida me levar – como diz a música - não tinha pretensão para ser
alguém e sim levava para o que a vida me dava. Minha juventude foi
embalada pelas tardes dançantes que promovíamos: eu tinha os discos
e o Beto Staak tinha o toca disco, aí reuníamos numa garagem
do pai dele promover as tardes dançantes e, vale registrar curtir
sem bebidas alcoólicas, apenas com água.
José Fiescher((Fischer) (in memoriam).
O
que lembra daquela época?
Jamais
esquecerei... não éramos ricos, mas tínhamos o pouco para
sobreviver; minha mãe era operária na Iresa, saia todos os dias
para trabalhar e me chamava as 4,30 horas – da manhã – fazia um
pão com margarina e mussi, pois era o que tínhamos na época,
depois fechava a porta para ela pois não tinha fechadura só
tramela.
Um
dos momentos marcantes?
Um
dos momentos mais marcantes de minha juventude aconteceu num comício
em que havia a soltura de foguetes e, num dado momento, um amigo –
que tinha o apelido de Quinha - foi pegar o resto de um dos foguetes
e ele sofreu um acidente grave... perdeu a perna.
Histórico
escolar?
Estudei
na Escola Henriqueta Medeiros – a escola ficava na Santa Terezinha
ao lado da Loja Minela - onde meu professor Arthur Sedrez, Dona Áurea
Dalago e não podemos esquecer da merendeira Dona Maria, todos com
tão pouco se dedicavam com carinho por aquilo que fazem até a
requada na mão kkk
Pessoas que influenciaram?
Não houve pessoas que
me influenciaram, mas sim o amor a natureza, as coisa boas da vida
que me impulsionaram para fazer meu Programa.
Em que dia e hora é
apresentado o Programa Eco Turismo & Lazer e qual a duração?
O
Programa é apresentado diariamente no canal 6, TV Cidade, via cabo
TV com uma hora de duração . Sempre um lugar para meu público
passear, sair com a família, conhecer lugares aconchegantes e
diferentes e dentro em breve todos poderão ir junto com o Programa …
estaremos fazendo turismo nos lugares que vamos gravar … é uma
opção para quem gosta do nosso Programa participar das suas
gravações e ver de perto que não é fácil gravar um Programa desta
natureza … muitas dificuldades, uns mai,s outros menos
Falei sobre o início na TV e com o Luciano dos Santos
Meu saudoso pai exercia a profissão de eletricista e encanador, e
eu por por mais de 20 anos prestando serviço para inúmeras pessoas,
sendo uma delas era Luciano dos Santos, proprietário da TV Brusque e,
registre-se, sempre em nossas conversas dizia a ele que seu canal
precisava fazer um Programa de turismo regional, pois uma por mês, eu
saia com minha família para algum lugar e ficava imaginando aquele
pedaço da natureza deveria ser apreciado por muitas pessoas e ao
conversar com o Luciano, ele sempre me dizia que eu poderia fazer,
mas eu desconversava comentando ”estás doido eu um eletricista
encanador como que pode ?“. Com tempo passou
e um dia o estúdio
onde ele grava o Programa no Ponto estava sem água e fui consertar e
depois do conserto pedi a ele que alguém tirasse o carro de traz do
meu para eu poder sair, ele disse pode ficar por ali! Como e conhecia
todos já aceitava e ai já jantava e tomava algo. Durante a
gravação, acompanhava o desenrolar - como nunca tinha visto como se
gravava um programa de TV – certa feita comentei que era fácil
fazer um Programa e ele me disse então você vai fazer a 'vaca
atolada” que eu estava prometendo para ele e assim ficou marcado
para o dia 8 de outubro.
E na continuidade?
Ao chegar
em casa comentei com a minha esposa – hoje falecida - o que tinha
acontecido e ela - como muito parceira – retrucou “se você dá
jeito faz” , tendo eu dito “só que vou precisar de sua ajuda”.
Ela de pronto disse que ia ajudar mas que só não ia falar na TV,
tendo eu concordado. Assim fui me programando para o dia – no dia
marcado fomos lá e fizemos a “vaca atolada e um bolo de aipim”.
Desnecessário dizer – pelo que observamos - que ficou uma delícia
e ela que não queria falar acabou falando sobre o que é ser uma
costureira em nossa cidade.
E depois?
Comentei
com ela que tinha vontade de fazer o programa de Turismo e e ela como
sempre prestativa disse “se você dar jeito faça sempre irei te
apoiar!” e foi o que aconteceu ... no dia 10 de janeiro fui lá
conversei com o Luciano dos Santos que ia fazer o Programa e que ia
se chamar Pesca & Lazer, mostrando a pesca e o turismo. E, assim
no final de semana seguinte gravamos o primeiro Programa no Pesque
Pague de José Fischer (in memoriam).
Como
foi o primeirinho?
Foi
divertido fazer o primeiro Programa. Depois gravamos outros e outros
até que um dia diante das dificuldades em marca pesca mudei o nome
do Programa para Eco Turismo & Lazer,
Programa que englobava tudo da mesma forma, pois o público me cobrava muito programa de pesca.
E a
esposa continuou colaborando?
Depois de
dez anos no ar tive a perda lamentável do meu bração direito...
minha esposa... foi um baque para minha estrutura, mais com ela
sempre gostava do que eu fazia nunca deixei de fazer o que mais amo o
Eco Turismo & Lazer, um
Programa em que mostro lugares indescritíveis levando as
pessoas a saírem e dar um bom passeio e sempre lembro de um ditado
que diz que ” Deus é brasileiro... só que Ele passava as férias
em Santa e Bela Catarina”. E com orgulho, hoje com pareceria da TV
Cidade Canal 6, exibo meu programa lá
O
que significa fazer TV em Brusque?
Fazer
TV em Brusque é um tanto difícil, correr atrás de patrocínio,
mesmo considerando que meu Programa só leva coisa boa para os lares.
Nunca esqueço de um certo dia eu estando muito chateado e ia ao
centro para acabar com meu Programa e antes passei uma loja
para pagar uma conta para minha filha, na saída encontrei um senhor
já com uma certa idade que comentou:: “Sr Floriani quero
parabenizá-lo pelo seu programa, eu adoro assistir os lugares que
você mostra; eu e minha velhinha não podemos mais dirigir ai vamos
passear com o senhor “. Confesso que balancei... fui para casa e
continuo com meu Programa até hoje, mesmo enfrentandoa todas as
dificuldades e, tendo parceria com a TV : eu faço serviços para
eles e em troca exibo meu Programa..
Quais os comerciais que colaboram com seu
programa?
Os apoiadores foram muitos até este
momento. Tenho preocupação em esquecer de um e não gosto disto,
então agradeço a todos que até agora apoiaram minha ideia e aos que
ainda irão acreditar no meu trabalho e em especial ao meu público
fiel que sempre me prestigiou ao longo desde 16 anos que iremos
comemorar em 23 de fevereiro. São 16 anos na estrada, mostrando o
muito desta santa e bela Santa Catarina e claro materiais fora do
estado e até fora do nosso pais, como Argentina, Paraguai e Itália
Medo?
Nunca
tive medo de nada, sempre segui em frente com Deus, mas aprendi a ter
medo da perda... quando perdi minha esposa – dia 08 de julho
de 2009 – foi uma perda muito grande não só para mim, mas para
toda minha família e tive a certeza que pra nossos amigos que a
amavam muito ... até hoje não me recuperei.
Programação
da TV?
Atualmente não assisto mais nada que me traz tristeza, por exemplo jornais,
novelas etc, assisto os canais locais e um bom filme de ação no
final do dia para abaixar a poeira – kkk - do final do dia
Qual foi o maior desafio que enfrentou?
Meu
maior desafio é superar a perda de minha esposa e continuar fazendo
aquilo que amo fazer que é o Eco Turismo & Lazer, o resto Deus
me mostra o caminho.
Em
que apostou e não deu certo?
Na
vida apostamos em muitas coisas que não dão certo, mas Deus nos dá
todos os dias a oportunidade de recomeçarmos e nunca desistir.
Decepção?
Minha
maior decepção é com muitos dos políticos de nosso país, pois um
país rico em tudo e o povo passando necessidades básicas como
saúde. Minha esposa ficou o dia todo no hospital de Azambuja com
dores no abdômen e nenhum exame foi feito para diagnosticar a origem
da dor, não vou dizer que ela estaria viva hoje, mas seria uma
esperança não só para o caso dela mas de todos que passam por
situação idêntica.Outrossim, educação e transporte, sendo que no
que diz respeito ao transporte... nossas estradas poderiam
estar bem melhores para rodarmos a trabalho ou a lazer - , que é o
que meu programa mostra.
O
que faz atualmente Norival Floriani ?
Hoje
continuo com meu Programa Eco Turismo & Lazer na TV Cidade
com o apoio da diretoria da TV, pois é uma troca por ser uma TV
Comunitária.
Silvino
de Souza
Astrônomo
O
entrevistado desta semana é o Astrônomo Silvino
de Souza, nascido
em Canelinha/
SC aos
02\03\1968; filho de Hermínio Florêncio de Souza e de Ilda
Cassaniga; companheira:Márcia Werner; filhos: Juciele, Christine,
William Herschel, Carl Sagan e Christian Huygens . Não torce para
nenhuma equipe. É servidor efetivo no cargo de Fiscal de Obras e
Postura. Ocupa atualmente o cargo de Diretor do Observatório
Astronômico.
O
que sonhava ser quando era criança?
Ser
Astrônomo, tanto que quando.
garoto dedicava-se à observação da esfera celeste. Minha
dedicação foi tamanha em prol da Ciência Astronômica , que em
1980, ingressei como auxiliar de Astronomia no Observatório
Astronômico . Já em 1983, praticamente coordenava todas as
atividades do referido Observatório, com o auxílio do Prof. Tadeu
Cristóvam Mikowski.
Pessoas
que influenciaram?
Tive
influência do Professor Tadeu Cristovam Mikowski
Como
conheceu o Professor Tadeu Cristovam?
Conheci
o Professor Tadeu Cristovam numa visita que fiz ao Convento SCJ
quando frequentava a Catequese
Como
surgiu a integração de Silvino de Souza com o Observatório?
Desde
garoto, quando tomei conhecimento do observatório, e com a amizade
com o Prof. Tadeu Cristovam Mikowski e com o saudoso Pe. Canísio
Raubere nos idos de 1980.
Como
conheceu a Márcia?
Bem
conheci Marcia numa agência bancária, enquanto aguardava minha vez
ao atendimento
Formação escolar?
Escola Minervina Laus
Canelinha até a 3 série, quando minha família mudou para Brusque,
quando então continuei a estudar no Colégio Feliciano Pires
até a 8º série. Estagiei no Observatório Nacional do Rio de
Janeiro e no Observatório Municipal de Campinas.
Grandes professores?
Tive vários
professores que eu admirava e dos quais guardo ótimas lembranças.
Quais
as matérias que mais gostava e as que detestava?
As
matérias que eu não gostava era moral e civismo, que naquela época
era ensinada nos bancos escolares. Eu gostava de todas as demais,
principalmente, Geografia, Ciências, História, principalmente
história antiga do Brasil, até a república. Adoro Mitologia, e
Ciências da Natureza.
Em
que data e em que local ocorreu a inauguração do Observatório
Astronômico?
Em
03 de Novembro de 1979, junto ao convento dos Padres do Sagrado
Coração de jesus, no centro de Brusque
A
quem atribui-se a iniciativa?
Ao
Prof. Tadeu Cristovam Mikowski e ao saudoso Pe. Canísio Rauber
Fale-nos
do aparelhamento do Observatório ?
São
Telescópios de pequeno e médio porte
E
quanto a capacitação técnica?
Entre
outras capacitações destaco: Cursei
o Técnico
no Clube de Astronomia do Rio de Janeiro-CARJ; Estagiei no
Observatório Nacional ON-CNPq –RJ ( utilizando em suas pesquisas,
o Telescópio Refrator de 406 mm o maior telescópio refrator do
Brasil); participei da 2ª Semana de Astronomia em Americana/SP;
participei da 5ª Semana de Astronomia de Campinas e Região; cursei
Observação Fotográfica e Espectrometria (utilizando o maior
Astrógrafo da América Latina, instalado junto ao Observatório
Municipal de Campinas/SP); cursei Astronomia e Ciências Espaciais
junto ao Observatório Municipal de Piracicaba/SP; estagiei na
Universidade Nacional Autônoma do México. Tem proferido palestras,
cursos, seminários no Brasil: Rio de Janeiro , São Paulo, e nas
mais diversas cidades. No exterior: México. França (Paris) e
Uruguai. Tem recebido muitos convites para proferir em muitas
instituições de ensino dos mais diversos níveis, feiras de
Ciências etc.
Tem
proferido palestras?
Sim,
cito algumas participações: Palestra no Clube de Astronomia do Rio
de Janeiro-CARJ, onde realizei conferência na Academia Brasileira de
Ciências; em 1994, a convite da Prefeitura Municipal de Siderópolis,
proferiu palestra para mais de 2.000 mil pessoas, num extenso
trabalho junto a unidades de ensino daquele município; na
Universidade Nacional Autônoma do México, proferi palestra no Museu
Universum, aberto ao público em geral e estudantes; em Nancy, e
realizou um ciclo de palestras aberto ao público e estudantes, nos
Planetários de Paris e Noyon – França .Em 2010 ministrei curso de
introdução à Astronomia para prefessores da rede municipal de
ensino de Blumenau.
Tem escrito e publicado sobre a
astronomia?.
Sim, escrevi vários artigos de
cunho científico e educacional, com mais de 500 artigos publicados
nos mais diversos órgãos da imprensa. Vale a pena destacar, artigos
publicado na revista “MANCHETE, edição de 1ª de outubro de 1988,
Jornal do Brasil- RJ, Jornal O Globo –RJ. Ministrou Cursos de
introdução à Astronomia , em fevereiro de 1997 e em julho de 2000
e 2001 junto ao Observatório Astronômico de Brusque
Destacaria
algum trabalho com reflexo na área ambiental?
Sim,
desenvolvi no período de março de 1993 a setembro de 1997, “O
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL”, junto à Fundação Ecológica e
Zoobotânica de Brusque, tendo sido elogiado por órgãos competentes
desta área, inclusive fui convidado para integrar o GRUPO DE
TRABALHO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, do Governo do Estado de Santa
Catarina, como representante desta Fundação, com portaria,
decretada pela Secretaria Estadual de Educação e Desportos..
Algum
reconhecimento ?
Sim,
em 1993, foi eleito “Jovem Talento” pelo Clube das SOROPTIMISTAS,
A NIVEL NACIONAL. Recebi, também,
o 1º
PRÊMIO BRAZILICIO DE ASTRONOMIA, em julho de 2012, no I SIMPOSSIO
CATARINENSE DE ASTRONOMIA, realizado em Floraópolis, em julho do
mesmo ano.
A
passagem do cometa Halley nos idos de1986 despertou mais interesse?
Sim,
a passagem do Halley em 1985\86 foi um alavanca para que astronomia
ganhasse mais força e interesse entre os jovens em pricipalmente.
Em
2009 o Observatório integrou a campanha de divulgação do Programa
IYA2009 – conte-nos como foi?
Vários trabalhos foram
realizados em 2009, Ano Internacional da Astronomia da IAU-UNESCO,
observatório astronômico de brusque participou ativamente,
atendendo mais de 10 mil pessoas.
Vale
a penas visitar o Observatório?
Sim,
pois é um local único, nosso maior objetivo hoje é a divulgação
da Astronomia e Ciências afins junto aos nossos estudantes e a
comunidade de um modo geral. Vale lembrar que temos desde 2012, uma
parceria com a Secretaria Municipal de Educação, e temos vários
projetos. um deles é o Astronomia volta à Escola, que atende
estudantes da rede municipal de ensino (outrossim com o EJA),
tambem daremos este ano início a mais um projeto que é Astronomia
na Praça, com inicio previsto para a última semana de março, e
duas vezes ao mês colocaremos telescopios na praça Sesquicentenário
para observação gratuita pelo público interessado, ficando,
apenas, dependendo das condições climáticas.
Em
que data comemora-se o dia da Astronomia?
Dia
02 de Dezembro, dia de aniversário de nosso imperado D.Pedro II
Quais
os melhores livros/artigos que leu?
Bem eu
adoro ler, tenho uma pequena biblioteca na minha casa, O Primeiro
livro que li foi sobre astronomia, com Titulo OS Planetas, de autoria
de Anne Terry Wite, Ed molhoramentos 1963, e tenho ele até hoje. Os
melhores livros que ja li … bem muitos ... mas para citar alguns,
Cosmos, Murmuros da Terra, Cometas, Pálido Ponto Azul, de Carl Sagan
O
que está lendo atualmente?
Atualmente estou lendo
muito sobre matéria, antimatéria, fisica quântica, e cosmologia.
Quais
as atividades escolares e esportes você participava?
Na escola
eu gostava muito de jogar futebol, todavia o que me fascinava eram as
aulas de biblioteca … minha preferida.
Quais
medos você tem ou teve? maior medo é o de envelhecer ou o de
entristecer. ?
Medos?
Acho que meu maior medo é adoecer na velhice, e depender da
familia para cuidar de mim, isso sim.
Arrependimentos?
Arrependimentos;
Sei la, tem tantas coisas que eu poderia ter me arriscado mais...
Algo que você apostou
e não deu certo?.
Não
lembro de nada que apostei e não deu certo.
O
que faria se estivesse no inicio da carreira e não teve coragem de
fazer?
Viajaria
mais (conheceria o mundo) e me arriscava mais.
O
que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve,
no seu dia a dia?
Persistência,
amor, ensinamentos e a formação de caráter
Qual
a sua maior decepção?
Bem
ainda está em tempo... a instalação do prometido observatório -
tenho muita esperança de que se tornará uma realidade para
toda a comunidade, pois é um luta, um sonho de mais de 25 anos …
tenho esperança, mas se não der certo, não se tornar realidade, aí
sim será a maior decepção de minha vida
Entrevista publicada no Jornal Em Foco aos 20 de março de 2015
Sergio Antonio Ulber
Redator e atua
também em restaurações e colorizações fotográficas
O
entrevistado desta semana é Sergio Antonio Ulber nascido em
Brusque (Maternidade Cônsul Carlos Renaux) aos 05/03/1988; filho de
Sergio Ulber e Vanildes Kohler; companheira: Beliza Loos; ocupa-se,
atualmente e principalmente, como Redator, desenvolvendo também:
restaurações e. colorizações fotográficas. Não torce para
nenhum equipe
O que sonhava ser
quando era criança?
Sonhava ser
Astronauta.
Formação escolar?
O Jardim e pré no
Sesi. Primário, ginásio e Ensino Médio: C. C. Honório
Miranda. Graduação: Bacharelado em Design Gráfico (UNIVALI,
2008) Pós-Graduação: Especialização em Fotografia (UNIVALI,
2012).
Primeira professora?
Foi a minha mãe.
Grandes professores?
Destaco os professores
Mário Mafra e Ricardo Gallarza
Pessoas
que influenciaram?
A querer ser
astronauta? Ninguém.
Quais as matérias
que mais gostava e as que detestava?
Nunca odiei nenhuma,
tudo dependia do assunto da vez. Apesar de não ter muita facilidade
para as exatas, eu era um aluno regular.
Quais as atividades
escolares e esportes você participava?
Praticava
praticamente todos os esportes que tinham no colégio, mas sempre
gostei mais de basquete, futebol e tênis de mesa. Cheguei a fazer
teatro por um tempo também.
Como conheceu a
Beliza?
Por meio de amigos em
comum.
Um resumo de sua
trajetória profissional?
De
formação sou Designer Gráfico com Especialização em Fotografia.
Cheguei a cursar Jornalismo também, mas não terminei. Já atuei
como estagiário fazendo fotos em lojas da FIP para uma empresa de
Blumenau e também como estagiário para um estúdio de design em
Brusque. Em 2009 entrei para a LAPIS Editora, atuando principalmente
como Coordenador de Equipe, Diretor de Redação, Revisor e
Ilustrador da Revista digital Foto Grafia (produzida até 2012, mas
está online até hoje: www.revistafotografia.com.br).
Entre 2009 e 2010 também atuei como cartunista articulando o projeto
VerdeTiras. Hoje continuo trabalhando na LAPIS, porém em outros
projetos, e também sou Redator no GGeDESIGN, um estúdio gráfico
localizado em Balneário Camboriú. As duas empresas são parceiras.
Em paralelo, e contando com o apoio da LAPIS e do GGeDESIGN,
desenvolvo restaurações e colorizações fotográficas digitais.
Vou lançar um livro esse ano com Fotografias Antigas de Balneário
Camboriú através da Lei de Incentivo Municipal
O
que faz um Designer Gráfico ?
Um designer gráfico
trabalha com comunicação visual. Ele transmite informações e
conceitos através de textos e imagens em diferentes suportes, como,
por exemplo, cartazes, banners, flyers, encartes, revistas, sites,
jogos, etc. Utilizando variadas metodologias, o designer gráfico
apresenta soluções à uma empresa ou profissional. As soluções
podem ser práticas, conceituais ou estratégicas. A solução
prática seria, por exemplo, criar uma peça gráfica, como um cartaz
para divulgar determinado produto. A conceitual seria idealizar este
produto junto com a empresa, ou seja, criar um nome, a marca, definir
as cores, o estilo e desenvolver toda a comunicação visual deste
produto para fazer ele conversar diretamente com seu público-alvo.
Já a estratégica seria auxiliar o dono da empresa a posicionar cada
vez melhor o seu produto no mercado, prestando constante consultoria.
Eu utilizei produto como exemplo, mas isto também se aplica à
serviços e eventos. Como é um ramo bastante amplo, muitos designers
se especializam em áreas específicas, como ilustração,
diagramação, web, etc. Um designer gráfico pode trabalhar em
estúdios de criação gráfica, editoras, agências de publicidade e
marketing, produtoras de vídeo, estúdios de fotografia, birôs de
impressão, gráficas, indústria da moda ou dentro de qualquer
empresa desenvolvendo projetos exclusivos para ela. Outros preferem
trabalhar de forma autônoma e são mais conhecidos como
freelancers.
Quais trabalhos destacaria
como cartunista?
Eu sempre gostei de
desenhar. Como cartunista criei e articulei o projeto VerdeTiras, que
desenvolvi por cerca de um ano. Eram tirinhas de quadrinhos que
abordavam a alimentação vegetariana como tema principal. Eu
utilizava quatro personagens com personalidades bem definidas para
abordar o assunto de forma consciente e descontraída. Também
trabalhava temas paralelos, como fatos que estavam rolando na mídia.
Todo conteúdo era publicado em um blog que não está mais online.
Em parceria com uma produtora e uma editora estamos desenvolvendo um
livro do VerdeTiras com a compilação do material produzido entre
2009 e 2010. Deve ser lançado ainda em 2015.
Fale sobre as restaurações
e colorizações?
Comecei a trabalhar com
restauração e colorização fotográfica em 2012, durante o curso
de especialização em fotografia. Desenvolvi um projeto chamado “Ao
Vale, as cores”, a fim de resgatar, preservar e reinterpretar
fotografias que conservam aspectos da colonização em Brusque. Este
trabalho ficou exposto por um tempo na Unifebe e na Assevim. Desde
então trabalho com isto, não parei mais. É algo que eu tenho muito
prazer em fazer. Em breve vou lançar um livro pela editora LAPIS,
com patrocínio da Prefeitura e Fundação Cultural de Balneário
Camboriú, chamado “Fotografias Antigas de Balneário Camboriú”.
São imagens restauradas e colorizadas, acompanhadas de textos e
legendas desenvolvidos por Saulo Adami. Um grande colaborador deste
projeto foi o genial Sr. Erico Zendron, de Brusque, fotógrafo e dono
de um dos acervos fotográficos mais ricos e interessantes que eu já
tive a oportunidade de conhecer. Uma exposição em praça pública
vai acompanhar o lançamento deste livro, que deve acontecer agora
entre fevereiro e março. Os principais trabalhos desenvolvidos eu
publico no meu Instagram (instagram.com/serjaress),
lá estão algumas fotografias de Brusque e também do livro sobre
Balneário Camboriú. Vou aproveitar para dizer que também presto
este tipo de serviço à acervos particulares, trabalhando com
fotografias de família. Interessados podem entrar em contato.
Quais os melhores
livros/artigos que leu?
Ah.. isso
aí dá pano pra manga. Depende do assunto e da fase da minha vida.
Já li muita coisa boa, é complicado citar somente alguns. Mas um
livro que marcou bastante foi Assim Falou Zaratustra, do Nietzsche,
acho que foi a primeira obra complexa que eu resolvi encarar. Acabei
utilizando o livro no projeto de conclusão da Faculdade. Gosto muito
de literatura nacional, já li bastante clássicos, mas hoje tenho
mais interesse em obras atuais, autores da nova geração.
O que está lendo
atualmente?
Costumo
ler mais de um livro por vez e nem sempre acabo todos. Li
recentemente na íntegra três obras do Daniel Galera, gostei muito
do trabalho dele. Simultaneamente estou lendo a coleção Boca Santa,
com livros de diversos autores, e Memória da Bananeira, da Isadora
Krieger, ambos lançados pela Carniceria Livros em parceria com A
Oficina do Santo. Outro que tá na cabeceira é O Jogo da Amarelinha,
do Júlio Cortázar, que ganhei de presente de um grande amigo meu.
Qual foi o maior
desafio até agora?
Não sei, não fico
mensurando, só enfrento.
Algo que você
apostou e não deu certo?.
[Mensagem cortada] Exibir toda a mensagem

Kátia Maria Costa
Dia 12 de março em que se comemora o profissional bibliotecário. Você acha que o bibliotecário é devidamente reconhecido?

Entrevista publicada no Jornal Em Foco aos 30 de janeiro de 2015

Gabinete da Presidência - Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina
A entrevistada desta semana é a Bibliotecária Kátia Maria Costa
Uma apresentação
Nasci em Florianópolis em uma primavera de 1971, filha
de Tomaz Manoel Costa e Maria Alaide Costa, “adotada” aos 6 anos
por Valdir Cordeiro pai de coração, tenho duas lindas filhas Ingrid
(22) e Marina (13), casada a 20 anos com Marcelo Bombeiro Militar na
grande Florianópolis, reside em São José cidade localizada a 90 km
de Brusque. Formada em Biblioteconomia – com Habilitação em
Gestão da Informação pela Universidade do Estado de Santa Catarina
– UDESC e pós graduanda em Gestão de Bibliotecas Escolares na
Universidade Federal Santa Catarina. Ocupo o cargo de Bibliotecária
na Fundação Cultural de Brusque no setor Biblioteca Pública
Municipal Ary Cabral. Atualmente é presidente da Associação
Catarinense de Biblioteconomia – ACB, com sede em São José.
Estou
muito contente com a profissão, escolhi Biblioteconomia em um
momento que precisava voltar a estudar e acreditei que seria bom,
venho de família simples, pai e mãe servidores estaduais e queria
seguir o serviço público, acredito que trabalhamos para servir a
população e assim segui o caminho para isso, estudei para concursos
públicos e um ano após formada passei para Brusque.
Tenho
um dia a dia corrido, nas idas e vindas pelas estradas com o
itinerário São José – Brusque – São José, alguns dias fico
em Brusque para poder ocupar o tempo de estrada, o trabalho na
biblioteca é de oito horas e a noite aproveito quando estou aqui
para estudar e ler, nos dias que estou em casa aproveito o rotineiro
de uma casa, dar carinho para as filhas, colocar conversa em dia com
o marido, estudar, no verão muita praia.
Fale
de sua trajetória profissional até hoje
Trabalho
desde muito cedo, comecei com 15 anos como estagiária e depois
busquei o comércio, antes da faculdade trabalhei oito anos em uma
famosa joalheria de Florianópolis, quando resolvi voltar aos estudos
trabalhei na Biblioteca do Tribunal de Justiça de SC como
contratado durante quatro anos, após formada fui chamada para a
Escola Técnica Geração como bibliotecária, fiz alguns concursos
incluindo o de Brusque realizado em 2009, em março do ano seguinte
fui chamada para começar a trabalhar e aqui estou desde então.
Quais
são as atividades de um(a) bibliotecário(a)?
O
bibliotecário é um profissional da informação pode planejar,
implementar, coordenar, controlar e dirigir unidades de
informação/bibliotecas e unidades de serviços, escritórios de
advocacia, centros de informação, arquivos, centros médicos,
empresas e todo espaço que tenha necessidade de organização,
controle e recuperação da informação, empresas públicas ou
privadas. Em caso específico de bibliotecas podemos trabalhar em
bibliotecas particulares, universitárias, públicas e escolares
estas últimas com um público bem diversificado onde também
trabalhamos ações educativas de incentivo leitura e a pesquisa
além de ações culturais que pode proporcional ao público em geral
lazer. A profissão é reconhecida desde 1962 e conta com Conselho
Federal, Estaduais, Associações e Sindicatos que regulam,
fiscalizam e integram os profissionais da área. Em Santa Catarina
temos duas universidades que mantêm o curso graduação,
especialização, mestrado e doutorado na UFSC e UDESC.
Falando
um pouco da Biblioteca Pública Municipal Ary Cabral, que tem este
nome segundo histórias ainda não registradas, em homenagem a
Oswaldo Rodrigues Cabral, historiador e médico, como este ainda era
vivo na época da criação da biblioteca 1963/64 foi colocado o nome
do pai do homenageado. São 51 anos de histórias e muitas andanças
desde a chegada na Praça da Cidadania.
Como
está dividida a biblioteca?
Hoje
a Biblioteca é subordinada a Fundação Cultural, com subsetores
onde temos o espaço em Braille, a Biblioteca Infanto juvenil, Acervo
Geral, Processamento Técnico e de Referência.
Que
faixas etárias costumam visitar e requisitar os livros?
Atendemos
todos os públicos a partir de 2 anos, bebês são bem vindos também,
mas tem mãe que não lembra de levá-los (risos), adolescentes,
jovens, adultos, idosos, na verdade a biblioteca é de todos, as
pessoas tem que aprender a se apropriar do que é seu, é aberta a
toda a comunidade de Brusque e região, porque também atendemos
escolas e usuários que vem de Guabiruba e Botuverá.
Quantos
funcionários existem e que funções desempenham nesta biblioteca?
Estamos
com uma bibliotecária, um servidor responsável pelo setor Braille e
que também nos ajuda no atendimento da recepção e telefone, três
estagiários de nível médio e um contratado no setor de
atendimento.
Que
livros são mais requisitados pelos leitores ?
Nosso
público é diversificado, crianças são exigentes, não se engane
elas tem um gosto apurado e sabem o que é bom, adolescentes estão
nas sagas, trilogias o que está na “moda”, jovens e adultos
procuram literatura, livros técnicos também são procurados, e
idosos gostam muito de clássicos. Alguns já vem com listas
preparadas outros, os chamados ratos de biblioteca, gostam de ficar
entre as estantes vasculhando para ver se tem novidade, abrir o
livro, degustá-lo. A biblioteca é muito frequentada atualmente por
conta da localização e outros atrativos como wi-fi, ar
condicionado, computadores para pesquis, as pessoas adentram ainda
com “medo”, mas aos poucos vão verificando que é um espaço
público que tem que usar e cuidar, por isso nosso público está
cada vez mais variado.
Trabalhando
como bibliotecária você já deve ter presenciado diversas
transformações em pessoas através da educação. Como você define
a importância de uma boa biblioteca em escolas, faculdades ou outros
centros de estudo?
As
bibliotecas são indiscutivelmente importantes na educação de uma
pessoa, o convívio com o mundo das letras é importante para a
formação do indivíduo como cidadão, você já viu alguém (que
não seja autodidata) evoluir, financeiramente, intelectualmente que
não seja através do estudo? A pessoa que insere a leitura em sua
vida consegue não só ler e escrever melhor, ela consegue pensar,
questionar , dialogar melhor. É gratificante
você ver uma pessoa que passou tardes estudando na biblioteca, nos
informar que passou em um concursos ou um aluno que passou no
vestibular após ler todos os títulos sugeridos pela universidade
que estão disponíveis para empréstimos, ou aquele pesquisador que
concluiu sua pesquisa agradecer pois o material encontrado foi muito
relevante, os pequenos que veem a biblioteca com “um lugar mágico”
ou “um lugar digno de um rei”, sim ouço isso e fico maravilhada,
ver adolescentes vibrando quando àquele livro que ele esperava
chegou ou quando àquele livro que só tem um exemplar e tem um fila
de espera enorme está disponível para o empréstimo e os idosos
então, quando informamos que o título novo do autor que eles já
leram toda a coleção foi comprado, isso é mágico.
É
preciso que os gestores públicos vejam esta importância também,
falo como um todo e não só para Brusque, as bibliotecas
universitárias são regularmente fiscalizadas pelo MEC e tem
critérios
rígidos para que estes espaços atendam bem a demanda de alunos.
Mas as Bibliotecas Escolares ainda tem um fiscalização tímida,
para não dizer quase nula, estes
espaços tem uma função importante no processo de
ensino-aprendizagem dos alunos, uma biblioteca escolar bem
estruturada com profissional especializado faz toda a diferença
neste processo, os professores e coordenadores devem exigir que
estes espaços façam parte da vida diária da escola, assim como os
pais e alunos devem exigir a existência da biblioteca ativa, não
aquela do “faz de conta”, tem no “cantinho” aquela “salinha”
que está fechada no horário da entrada, no recreio e na saída e o
aluno só pode ficar ali se o professor levar. Temos que pensar que
para o indivíduo conhecer outros tipos de bibliotecas: jurídicas,
especializadas, públicas será uma consequência do que foi
apresentado na escola, com a evasão escolar que ainda temos no
Brasil, provavelmente a biblioteca escolar seja a única biblioteca
que o aluno conheça no passar de sua vida, se o aluno for
apresentado a um espaço fechado, sem acervo, sem profissional, não
vai querer saber de bibliotecas, nem de leitura, nem de pesquisa,
será tudo um ciclo.
Dia 12 de março em que se comemora o profissional bibliotecário. Você acha que o bibliotecário é devidamente reconhecido?
Ainda
somos vistos como guardadores de livros, muitas pessoas pensam que
todos que estão trabalhando em uma biblioteca são bibliotecários e
esquecem que assim como outros profissionais tem que ter uma
graduação em biblioteconomia. Foi o tempo em que os bibliotecários
estavam somente em bibliotecas, trabalhamos como gestores e
disseminadores de informação e há muitas empresas, escritórios de
advocacia, imobiliárias, hospitais nos vendo com outros olhos,
procurando bibliotecários para trabalhar na gestão de documentos.
Com o advento das novas tecnologias e da globalização que tanto se
fala, as pessoas tem pressa, querem a informação cada vez mais
rápida, precisa, confiável e o bibliotecário é o profissional que
pode ajudar em todo este caos. O livro não chega até uma estante
sozinho, você o encontrar se tiver somente uma estante de livros,
mas e se você tem cinquenta estantes, como achar? Assim acontece
com a informação, as pessoas tem que saber que o profissional
bibliotecário é um profissional da informação em qualquer suporte
que ela esteja.
O
que você acha que é mais legal no seu trabalho?
Posso
dizer que gosto de tudo? Passei por vários setores quando trabalhei
no TJSC e aprendi muito com as bibliotecárias de lá, eram nove,
cada uma com um perfil, uma tarefa específica, hoje utilizo o que
aprendi, no atendimento, no processamento técnico, nos projetos
culturais, nas parcerias que fechamos, até porque, como ainda não
temos outro bibliotecário para dividir responsabilidades, acabo
respondendo por todas.
Para
além da leitura que outras atividades podemos encontrar?
Em
uma Biblioteca Pública existe muito potencial de projetos, o que não
falta é vontade, o que falta são outras coisas, mas esta é uma
conversa longa. Hoje temos o empréstimo de livros e gibis, o Vamos à
Biblioteca, voltado as escolas municipais, estaduais e particulares,
auxiliamos no projeto do Ponto de Leitura, mantemos a Estante
Saudável na Policlínica, atendemos cegos e baixa visão e
pretendemos mais em 2015.
Por
ser bibliotecária, você conhece muitos livros?
Há
um estigma que bibliotecário lê muito, na verdade todo mundo
deveria ler muito. Quando trabalhamos em uma biblioteca o que menos
se faz é ler, a leitura por prazer é somente após o trabalho, nós
bibliotecários não conhecemos muitos livros, mas muitos assuntos,
através do livro que lemos, do usuário que nos fala sobre o livro
que leu e principalmente no processamento técnico, onde o livro
deve ser investigado – o autor, o título, o assunto - e outras
informações que são relevantes para sabermos como recuperá-lo, na
verdade é um aprendizado constante. Sempre aparece usuários com
assunto ou termo diverso para pesquisar e na pesquisa acabamos
aprendendo sempre.
Você
acha que livros impressos serão sempre valorizados ou já sofrem com
a era da internet?
Há
uma discussão entres estudiosos, autores e até o senso comum de que
o livro impresso vai acabar e tal, mas pelo que tenho lido e
pesquisado há uma tendência muito grande da retomada do livro
impresso, até mesmo entre adolescentes que tem um perfil mais
tecnológico, estão preferindo os livros impressos para poder trocar
com os amigos, levar para qualquer lugar sem ter que pensar que
acabou a bateria, a internet é muito mais para os textos curtos,
informações instantâneas, rede de comunicações, material técnico
do tipo artigos científicos em grandes bases de dados, mas o livro
impresso ainda vai persistir por muito tempo, pode-se perceber até
pelos muitos livros que são publicados anualmente, alguns são
disponibilizados digitalmente, mas em sua maioria não deixa de
ser impresso.
O que você acha dos livros on-line (e-books e audiolivros)?
O que você acha dos livros on-line (e-books e audiolivros)?
Os
E-books estão ai, os conheci faz algum tempo, achei incrível
aqueles aparelhos que tu compra/baixa os livros e se quiser e tiver
dinheiro, tem uma biblioteca inteira ao seu dispor. Tem a vantagem
da portabilidade e alguns já são acessíveis no mercado e os
valores dos livros são muito menores que os impressos pelo baixo
custo de produção , outros podem ser baixados pela internet,
aqueles que são domínio público ou disponibilizados pelos autores
com licença aberta. Algumas bibliotecas no Brasil, principalmente as
universitárias já estão com uso de e-books em seu acervo, mas
ainda não é uma realidade totalitária, no Brasil temos ainda um
percentual de pessoas que mal leem e se leem mal sabem interpretar, a
tal falta de letramento informacional, como então terão e-books se
nem o impresso tem a capacidade de ler e entender? São questões
preocupantes em nossa área, sim, digo nossa por ser de todos que
estão ligados a educação e todos as pessoas engajadas em um país
melhor deveriam estar ligados a educação. Quanto ao
audiolivro vejo como uma necessidade para cegos e baixa visão já
que nem todas as pessoas com estas deficiências conseguem aprender o
Braille por diversos motivos e até porque a impressão deste tipo de
suporte tem ainda um valor elevado.
Entrevista publicada no Jornal Em Foco aos 30 de janeiro de 2015
Juliane Ferreira da
Cruz
Repórter
na Rádio Diplomata FM, apresentadora do programa "Juliane
Ferreira", transmitido em 3 canais - 2 transmitidos em canal
fechado e 1 em antena parabólica.
A
entrevistada desta semana é - Repórter na Rádio Diplomata FM,
apresentadora do programa "Juliane Ferreira", transmitido
em 3 canais - 2 transmitidos em canal fechado e 1 em antena
parabólica - Juliane Ferreira da Cruz, nascida
em Roncador -PR aos 18.05.90; filha de Maria de Jesus Ferreira da
Cruz e seu pai não biológico se chama Joaquim Mariano Soares (que
a criou como filha desde o meu primeiro ano, então é seu pai.).
Companheiro: Joselito Tridapalli
Nossa
entrevistada, Juliane Ferreira da Cruz
O que sonhava ser
quando criança?
Ser
apresentadora de TV ou atriz. Usava espiga de milho como microfone
para quando brincava de ser apresentadora e cantava no palco (risos).
E também pensava em ser Médica Veterinária, por morar na fazenda e
cuidar de várias espécies de animais,Mas se não
conseguisse atuar no que pensava, teria que ser qualquer coisa na
área de comunicação pois sempre fui conversadeira... hrhhe
Pessoas que
influenciaram?
Pessoas
que influenciaram meu sonho em ser apresentadora era a Xuxa e a
Angélica. Eram espontâneas, dançavam e cantavam. Eu achava aquilo
sensacional! Em ser veterinária foi o filho dos patrões do meu pai,
porque ele era extremamente cuidadoso com os animais e salvava os
bichinhos de patologias graves. Na minha vida tem minha mãe, que só
por saber que existe alguém com coração tão puro no mundo, já
basta toda minha luta até aqui.
Histórico escolar ?
Na época
não fiz creche, pois estudava na área rural. Entrei com 6 anos na
1ª série e fiquei até à 4ª série na Escola Rural Municipal
Presidente Médici. Da 5ª à 8ª na Escola Estadual Ulysses
Guimarães, já na cidade. Ensino Médio no Colégio Estadual General
Carneiro e Ensino Superior na UNIFEBE, Brusque.
De que atividades
gostava de participar?
No primário gostava
daquelas brincadeiras de correr. Tudo que envolvesse adrenalina eu
estava dentro. Na infância fui apelidada de “polaca cabrita”,
não só por passar bons anos cuidando de muitas cabras, mas também
por ter como filosofia viver trepada em árvores e pulando. Acho que
eu era pior do que as cabras (risos). Eu escolhi um pé de ariticum
(uns chamam de fruta do conde, nona, etc) como meu refúgio por anos.
Sonhava em ter uma casa da árvore ali. Mas também curtia as
brincadeiras mais calmas. Sempre fui muito competitiva, portanto,
brincadeiras que tivessem finalidade competitiva também me
fascinavam.
Primeiro/a
professor/a?
Mercedes
da Silva França. Ela era fantástica. Foi por ela que aprendi a
gostar de professores durões. Que impõe disciplina só no olhar.
Grandes professores?
Destaco
aqui dona Mercedes da 1ª à 4ª série. Mas, classifico todos como
essenciais para minha formação pessoal e profissional. Sinto
saudade de cada um, pois além de ter professores tive amigos pra uma
vida toda.
Que matérias mais
gostava e as que mais detestava?
Gostava: Inglês,
Português, Literatura, Geografia.
Detestava:
Nenhuma. Todas foram úteis de alguma forma, mas se for classificar
as que eu menos tinha habilidade eram às relacionadas à área de
exatas.
Fale de sua
trajetória
Nasci em
Roncador/PR; morei por 14 anos
na fazenda com meus pais, com 15 fui morar na cidade para começar a
trabalhar e ter meu próprio salário. Comecei muito nova a
trabalhar, tanto no sentido de ajudar a família quanto para
conquistar minha independência. Não era muito. Inicialmente, antes
de ter meu primeiro emprego, eu bordava em panos de prato para minha
irmã vender. Depois disso tive meu primeiro emprego e ganhava 100
reais para trabalhar de babá, quando alguns meses depois passei a
trabalhar na Rádio Princesa AM, onde rendia não muito além disso,
mas ali eu viciei nesse negócio de rádio, e depois só foi ficando
pior (risos). Foi Roncador que me ensinou a ser o que sou hoje. Pouco
mais de 10mil habitantes, cidade pacata, mas rica em humildade e
força de vontade. Um povo amigo, que sinto muita falta.
Lembro-me
que com 6 anos já tirava leita das vacas de madrugada, mas não me
recordo de como e quando aprendi. Estudar sempre meu maior orgulho.
Feliz eu ficava quando chegava o dia em que meus pais faziam a compra
do mês, pois daí eu ganharia uma mochilinha nova: um pacote de
arroz novo, ou de açúcar, onde dentro eu colocava meu caderno,
lápis, borracha (não podíamos usar caneta até chegar na 3º
série) e seguia feliz da vida com meu “pacote” novo de material
escolar. A merenda era caso de polícia, digo, de formiga! Até
chegar à escola dava uns 10 km a pé, por isso escondíamos o lanche
na metade do caminho, num lugar bem fresquinho, para comer na volta.
Só que quando íamos pegar o lanche, um sanduíche de mortadela que
seria divido numa turma gigante, nos deparávamos com ele totalmente
consumido por formigas. Dava uma raiva só.
Deixei Roncador em janeiro de 2007 para tentar uma vida melhor em
Brusque. A filha do meu padrasto veio morar em Brusque e um ano
depois vim também para morar com ela e trabalhar no emprego o qual
ela estava saindo (de babá também). Ali permaneci por quatro anos
com a mesma família. Meu namorado, Joselito Tridapalli, me
apresentou ao mundo da Televisão de Brusque e eu comecei a trabalhar
no Canal X em 2010. Permaneci ali por quase um ano quando saí e em
seguida dei inicio ao meu próprio programa na TV Cidade Brusque. Um
ano depois o programa passou a ser veiculado também na TV Brusque e
Canal Via Max. Em meados de 2012 um novo desafio: compor a equipe de
Jornalismo da Rádio Diplomata FM. Mais que um desafio, um sonho
realizado – voltar para o rádio! Permaneço até hoje nestas
funções: apresentadora do programa Juliane Ferreira e repórter na
Rádio Diplomata FM.
Melhores livros que
leu?
Eu sou apaixonada pelos
livros que contam história de alguém, que retrate a história do
lugar onde moro ou do meu estado, pois sou muito curiosa quanto a
isso, de saber o porquê que tal rua principal leva o nome de uma
pessoa, quem foi ela? Não vou especificar nenhum, todos são
tesouros para mim. Quando tem lançamento de livro em Brusque já
penso: “Oba!”, mais uma preciosidade.
O que está lendo
agora?
Terminando “Subjetiv
(idades)”, de Thayse Helena Machado para iniciar “Guarani, 80
anos de sonhos e conquistas”.
Costuma ler jornais?
Sim, todos os dias.
Quando morava na fazenda em Roncador, o patrão do meu pai
esporadicamente levava exemplares de jornais pra gente, eu ficava
fascinada.
Quais as suas
aspirações?
Não penso muito no que
será de mim no futuro, pois a primeira sensação é que não darei
conta de tudo pra chegar até lá (risos). Tenho tantos planos, mas o
principal deles é ter minha família por perto de novo. Sei que não
posso nunca mais dar continuidade a memórias que marcaram minha
vida, pois o que já vivi não volta mais. Por isso vivo intensamente
cada segundo, creio que esse é o segredo. Obrigada pela
oportunidade!
Algo
que você apostou e não deu certo?
Tentei ser vendedora,
mas não dava certo porque não tinha habilidade com contas. Cursei
Pedagogia. Precisava esclarecer essa dúvida com relação a
trabalhar com crianças quando ingressei no curso na UNIFEBE, mas não
durou muito.
O que aplica dos
grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?
Paciência. Agir com
Sabedoria. Pensar bem antes de falar qualquer coisa. Acreditar em mim
e no meu potencial. Não desistir, apesar dos ventos contrários. Um
professor me disse na faculdade: "Seja grandiosa naquilo que
fizer". É isso.
O que faria se
estivesse no início da carreira e não teve coragem de fazer?
Envolver-me
mais na operação de mesa de áudio na Rádio Princesa AM, no
Paraná. Aprender nunca é demais, e ali vacilei em não aprender,
sabendo que havia uma pessoa totalmente disposta a me ensinar. No
mais, sempre fui de me jogar de cabeça em novos desafios e
aventuras.
Quais
as maiores decepções e alegrias que teve?
Decepção:
Considero uma decepção não estar junto da família no dia em que
meu avô faleceu e foi enterrado. Estava enferma num hospital, mas
mesmo assim, para mim, imperdoável.
Alegria: Minha
formatura da 8ª série. Um turbilhão de sensações. Outra alegria
foi, também na 8º série, quando fui destaque do colégio, numa
ação da escola em homenagear e premiar todo trimestre, em cada
turma, o “aluno nota 7”, aqueles com média acima de 7.0 em todas
as disciplinas. Diariamente a Diretora reunia todas as turmas antes
de entrar para estudar, onde, enfileirados por ordem de turma,
cantávamos o Hino Nacional e em seguida vinham os recados do dia e
afins. Naquele 18 de maio de 2005 foi diferente. Diferente pra rotina
dos alunos, especial demais para mim. Era meu aniversário e veio o
anúncio que fui a melhor aluna da sala e melhor média do colégio,
ganhando uma viagem para Foz do Iguaçu. Antes disso eu já havia
recebido alguns prêmios por ser destaque na sala, mas nada se
comparava a tamanha emoção em um dia especial como o meu
aniversário. Quando subi ao palco para receber meu certificado, num
coro forte, todos os alunos, todo corpo docente, todos os
funcionários cantaram parabéns pelo meu aniversário enquanto eu
abraçava a diretora tão forte que eu não sabia o que estava
sentindo, até ela me dizer “Nossa, Jú, nunc te vi tão feliz”,
daí descobri que chorava de emoção pela primeira vez. Foi mágico.
Inesquecível, inenarrável.
Qual o maior desafio
que já enfrentou?
Largar tudo para vir
morar em Santa Catarina. Saber que estava tão longe da família,
minhas raízes e meus amigos me atormentou por muito tempo.
Ronaldo
Uller
Professor
de Direito Administrativo no curso de Direito, advogado e assessor
jurídico na UNIFEBE
O
entrevistado desta semana é o Ronaldo Uller; filho de Vilmar
Uller e de Alaíde Witkowsky Uller; nascido em Brusque aos 01 de
agosto de 1972. divorciado.
Nosso
entrevistado o Professor de Direito Administrato e Assessor jurídico
na Unifebe, Ronaldo Uller
O que
sonhava quando criança?
R: Um dos
sonhos era ser jogador de futebol, como muitos dos meninos da época.
Lembro-me bem da Seleção Brasileira de Futebol da Copa da Espanha,
de 1982. Era uma equipe de ouro com grandes jogadores (Éder, Júnior,
Sócrates, Zico e tantos outros), um futebol arte. Isso inspirava a
garotada. Porém, faltou sorte aquela equipe e ela acabou sendo
eliminada pela Itália por 3 a 2. Foi muito triste, eu tinha apenas
10 anos. Mas isso passou como uma boa fase da vida. Fui mesmo é
fazer Estudos Sociais na FEBE e depois o Curso de Direito em convênio
com a Universidade Regional de Blumenau-FURB.
Quais
pessoas influenciaram você?
R: Em
primeiro lugar os meus pais. O meu pai faleceu muito cedo, quando eu
tinha apenas 16 anos. Porém, deixou três marcas para mim: a
seriedade, o trabalho e a disciplina. Mas a maior influência acabou
sendo por parte de minha mãe, de forte formação cristã-católica,
uma vez que é oriunda de família de descendentes de poloneses. E
para os poloneses essa questão é fundamental desde a infância. É
algo cultural e da formação desse povo. Você pode constatar isso
pelo testemunho de vida do Papa João Paulo II, que era polonês. Aí
você compreende melhor o que estou falando. Outra pessoa que me
marcou profissionalmente foi o meu tio, Adolfo Witkowsky, a quem devo
a primeira oportunidade de trabalho em seu escritório de
contabilidade. Foi lá que dei os primeiros passos como profissional.
Comecei como office boy.
Foi uma
experiência muito gratificante. E, não poderia deixar de mencionar
aqui os meus irmãos: Cíntia Uller e Murilo Uller. A Cíntia
constituiu família e mora hoje em Florianópolis. E o meu irmão
caçula, o Murilo, infelizmente, faleceu aos 14 anos em 1999. É uma
saudade eterna.
Onde
estudou? Qual formação possui?
R:
Desde o jardim de infância, graças ao esforço dos meus pais, tive
o privilégio de estudar em colégio particular. Estudei no jardim de
infância das Irmãs da Divina Providência e no Colégio São Luiz
até terminar o Ensino Médio. Depois fui fazer Estudos Sociais na
FEBE e após o Curso de Direito pelo convênio com a Universidade
Regional de Blumenau-FURB. Terminada a graduação fiz uma
Especialização em Direito Processual Civil pela FURB e, após, o
Mestrado em Ciência Jurídica pela Universidade do Vale do
Itajaí-UNIVALI.
Quais
atividades gostava de participar na Escola?
R: Eu
participava de tudo o que se podia. Mas a preferência, naturalmente,
eram os torneios de futebol. Na época não tínhamos telefone
celular, computador ou outras modernidades desse mundo atual. Penso
que, em até certo ponto, isso proporcionava a nós até uma vida
mais saudável. Convivíamos também com maior proximidade com a
natureza, mesmo em casa. Caçar e pescar eram atividades prazerosas.
Hoje se você perguntar para uma criança se ela já viu uma simples
galinha, talvez ela diga que não ou, tenha visto apenas na televisão
ou nos livros escolares. No Ensino Médio, no Colégio São Luiz,
também ajudei com outros amigos a fundar o Clube de Astronomia de
Brusque-CAB, que até hoje é a entidade responsável pela manutenção
do Observatório Astronômico de Brusque sob a liderança do
astrônomo e amigo Silvino de Souza.
Qual
seu(sua) primeiro(a) professor(a)?
R:
A minha primeira professora no Colégio foi a
Sra. Maria Celina Coelho Gonçalves, na 1ª Série. Lembro-me que foi
ela quem me alfabetizou. Era muito severa e exigente. Os alunos
tremiam diante dela. Além disso, outra presença marcante para mim
foi o Prof. Valentim Beber, em função das suas aulas de Geografia e
da Profª Rita Zucco Sassi, com suas aulas de História. Essas
matérias ou adorava e adoro até hoje. Além desses distintos
professores e de tantos outros que guardo no coração, tivemos a
presença sempre marcante do Prof. Pe. Orlando Maria Murphy, SCJ, que
era Diretor do Colégio. Ele era uma autoridade incontestável não
apenas no Colégio, mas em Brusque e na região. Os alunos tinham
muito medo dele. Era aquele respeito, aquele temor reverencial que
não se tem mais nos dias atuais. Outro colega professor com quem
tenho amizade até hoje é o Prof. Pe. Nestor Adolfo Eckert, SCJ. Uma
inteligência incrível. Foi meu professor desde os tempos de Colégio
até na universidade.
Quais
matérias mais gostava e quais mais detestava?
R: Eu
gostava de escrever e redação era uma das coisas que eu me dava
muito bem. Até cheguei a ganhar um prêmio das Lojas HM por uma
redação pelo Dia das Mães em 1982, aos 10 anos. Fomos eu e a aluna
Samantha Diegoli os melhores classificados do Colégio. Mas, em
termos de disciplinas específicas, eu gostava mesmo era de Geografia
e História. Esses estudos me ajudaram a conhecer o mundo de uma
forma mais crítica. Foi aí também que eu comecei a gostar de
participar de atividades políticas. Assim, eu me filiei ao PSDB em
1989, quando da campanha do candidato Mário Covas à Presidência da
República. Contudo, eu detestava Matemática e Química. Para mim
estudá-las era um sacrifício hercúleo. Todavia, hoje eu sei da
importância delas no mundo atual.
Fato
marcante?
O parto
foi realizado pelo médico Dr. Germano Hoffmann, que faz aniversário
também em 01 de agosto de 1972. Este ano nós dois nos encontramos
em nosso aniversário. Eu estive na casa do Dr. Germano e comemoramos
juntos os aniversários. Foi muito emocionante e marcante.
O que
você apostou e não deu certo? R: Na
Mega-Sena com certeza! E, além disso, pensei que o Aécio Neves
seria o Presidente da República em 2015. Pensando bem, acredito que
ele até teve sorte em não ser eleito. O governo atual está sem
rumo.
O que
aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu
dia a dia? R: A pergunta é um tanto
complexa. Porém, penso que uma virtude que tento levar comigo é a
da humildade. Sempre estamos “aprendendo” algo novo, seja com um
colega, um amigo, com um aluno ou mesmo com um desconhecido que nos
interpela. E esse exercício de abertura pessoal é fundamental para
o crescimento profissional e mesmo para o crescimento como ser
humano. Eu sempre desconfio da pessoa que “sabe tudo” ou que tem
“certezas absolutas”.
O que
faria se estivesse no início da carreira e não teve coragem de
fazer? R: Essa é uma pergunta difícil. O
melhor é pular para outra questão (risos). Contudo, penso que
independentemente da decisão que tomasse, com coragem ou não, eu
adotaria os mesmos princípios e valores que hoje carrego comigo.
Mudaria talvez de direção, mas não de princípios. A esse
respeito, quando posso eu também digo sempre para os alunos que
felicidade não é fazer apenas aquilo que se gosta, mas, sobretudo,
saber lidar com aquilo que você não gosta. E, além disso, digo a
eles que se eles têm um sonho honesto e verdadeiro, que corram atrás
dele e que teimem, teimem que dá certo!
Quais
as maiores decepções e alegrias que teve?
R: A maior
alegria com certeza é a de viver e de poder compartilhar a vida com
as pessoas vivendo com simplicidade. Viajar é também uma das
alegrias que tive e tenho, de conhecer lugares e culturas diferentes.
Isso nos abre o horizonte e a perspectiva de que somos todos irmãos.
Apenas moramos em lugares diferentes, com culturas diferentes e com
visões de mundo diferentes. E, por isso, somos todos humanos. As
decepções não são tantas. Penso que as decepções que temos na
vida nos ajudam a crescer como pessoa e a perceber que há sempre
problemas a serem superados. Hoje uma das maiores decepções que
tenho é com os gestores públicos. É muita corrupção.
Praticamente você não confia em quase mais ninguém. É lamentável
para um país belo como o nosso. Faltam honestidade e seriedade no
trato com a coisa pública. Contudo, tenho referenciais de honradez
de vida pública que marcaram minha vida: o ex-Prefeito José Celso
Bonatelli, em Brusque e a nível nacional, o ex-governador Mário
Covas, de São Paulo. Incluo aqui também o ex-Presidente Fernando
Henrique Cardoso, que considero o último grande estadista do Brasil.
Hoje eu diria ainda que o Senador Pedro Simon, do Rio Grande do Sul,
tem um perfil muito próximo do que eu acredito. É um homem íntegro
e tem um perfil de estadista.
Qual o
maior desafio que já enfrentou?
R: A
superação do falecimento do meu irmão Murilo. Foram momentos muito
difíceis para mim e para toda a família. Sofremos muito. Mas diante
disso, sempre me lembro de uma frase do Pe. Zezinho, SCJ, que me
serve de inspiração, que diz assim: “A
vida é uma questão. O amor é a resposta”.
Então, a vida não acaba quando você morre. Ela acaba quando você
deixa de amar.
Quais
os melhores livros que leu? Qual está lendo agora?
Costuma ler jornais?
R: Como
professor você tem que ler de tudo um pouco e não apenas matéria
da área jurídica. Quer enriquecer seu vocabulário? Leia, leia e
leia. Eu gosto muito de livros de história, de biografias, dentre
outros. Não saberia escolher um livro específico. E, assim, leio o
livro que penso que possa me trazer algo de novo, de enriquecedor. Eu
não gosto de ficção. Agora estou terminando de ler um livro do
teólogo alemão Anselm Grün, com o título “Vida Pessoal e
Profissional – Um Desafio Espiritual”. Sobre jornais, leio a
Folha de São Paulo e o Estadão e gosto da leitura da Revista Veja.
Além disso, eu também gosto muito de ir ao cinema.
Quais
suas aspirações?
R: Tenho
ainda muitas aspirações pessoais e profissionais. Porém, eu as
guardo no coração. Obrigado pela entrevista amigo.
Publicada no Em Foco aos 16.01.2015
Publicada no Em Foco aos 16.01.2015
Dr Ricardo José Engel
Auditor-Fiscal do Trabalho (MTE) e Professor Universitário (Unifebe)
Entrevistado
desta semana é com o Auditor-Fiscal do Trabalho (MTE) e Professor
Universitário (Unifebe).o Dr
Ricardo José
Engel; nascido na cidade de
07.01.1965,
na cidade de Peritiba, meio-oeste catarinense, aos 07.01.1965; filho
de Isidoro Guilherme Engel (in memoriam) e Maria Rauber Engel (in
memoriam); casado com Ivana Miriam Torresani Engel, com a qual tem
uma filha: Gabriela Maria Engel; torce para o Internacional (de
Porto Alegre), último time brasileiro a ser campeão mundial,
vencendo o “badalado” Barcelona.
Quais
são as lembranças que você tem da sua infância/adolescência?
Minha
infância e adolescência foi a de um guri da roça. Auxiliava na
lavoura do milho, feijão, arroz, aipim e outras culturas. Meus pais,
vivendo dessa pequena agricultura de subsistência, criaram os doze
filhos, numa vida pontilhada de muitas lutas e sacrifícios,
superando os desafios da vida no meio rural. Nosso único veículo
era uma bicicleta, que servia, na medida do possível, a todos os
membros da família. Vida modesta, marcada por um clima de união e
alegria. A mesa sempre foi farta e a refeição, com os cheiros e
sabores da comida colonial, invariavelmente precedida da oração de
agradecimento a Deus.
Sonho
de criança?
Era
poder vencer na vida.
Nos
tempos de guri, o que você mais gostava de fazer para se divertir?
A
minha infância e adolescência foi como a de qualquer garoto morando
no meio rural do oeste catarinense. As diversões eram as pescarias e
os banhos no pequeno rio que corta a cidade, as caçadas de funda, o
futebol que jogávamos de pés descalços (regra geral), em campos
rústicos e acidentados, com traves improvisadas com bambus e os
jogos com bola de gude (bolica), brincadeira presente na infância de
muita gente, nos tempos em que não havia o computador, vídeo game e
jogos eletrônicos. Sem esquecer das brincadeiras com pequenas juntas
de bois que amansávamos na canga, fazendo-as puxar leves troncos de
madeira ou mesmo a carroça, na qual subíamos todos, apesar dos
riscos de alguns acidentes. Ainda aos finais de semana, nos morros
dos potreiros (pastos), era um divertimento deslizar assentado sobre
as cascas dos cachos das palmeiras, sobre taboas velhas ressequidas
pelo sol e transformadas em “trens” ou, ainda, pilotando um
carrinho todo feito de madeira, espécie de zorra. O joelho ralado ou
outros pequenos machucados não impediam que no domingo seguinte se
fizesse tudo de novo. Tempos faceiros.
Quais
eventos mundiais tiveram o maior impacto em sua vida durante a
sua juventude?
São
vários. Mas vamos nos referir à eleição do Papa João Paulo II no
final dos anos 70 e seu longo e exemplar pontificado, que deixou
traços indeléveis na história da humanidade. Constituiu-se numa
figura humana e espiritual de grandeza incomum e de uma sabedoria
divinamente inspirada, que sem dúvida marcou gerações e cativou a
juventude e que através de seu trabalho de pastor infatigável, por
razões notórias, tornou-se um dos líderes mundiais mais influentes
e carismáticos do século passado.
Pessoas
que influenciaram?
Sem
dúvida alguma, meus pais. Apesar de, pelas condições da época,
apenas terem frequentado até o quarto ano do ensino fundamental,
sempre demonstravam apreço pela leitura de jornais, revistas,
almanaques, folhetos religiosos, etc. Isso foi um incentivo para mim.
Mas essa não minha principal herança. Meu pai, um pequeno
agricultor, me ensinou a marca da honestidade, da responsabilidade,
do respeito e do trabalho. Minha mãe, uma pessoa extraordinária, um
poço de humildade e de bondade. Um exemplo de mulher de fé, de amor
a Deus, de profunda devoção mariana. Ela me ensinou que a vida é
comparável a um jardim de flores, que para manter-se belo, demanda
permanente cultivo, dedicação e cuidados. Sou eternamente grato a
eles.
Qual é a sua formação superior?
Obtive
graduação em Estudos Sociais e em depois Direito pela Univali,
seguida de especialização em Administração de Empresas pela ESAG.
Por fim o Mestrado, pela Univali. No doutorado, também na Univali,
concluí todas as disciplinas, porém não defendi a tese por razões
estranhas à minha vontade (questões burocráticas da instituição
e problemas pessoais de saúde).
Primeira
professora?
Professora
Noeli Hermes. Não consigo entender de que forma ela, praticamente
sozinha, dava conta de tanta criançada. Lembro dela com muito
carinho. Era uma pessoa vocacionada. Atendia, incansável, cada aluno
que a chamava para empurrar o balanço, instalado no pátio do
“Jardim de Infância”
Grandes
professores?
Todos
foram importantes. Alguns de cultura mais sólida e iluminada, outros
menos carismáticos. Todavia cada um, a seu modo, contribuiu para
minha formação e sou grato a todos por isto. Ao citar alguns nomes,
cometeria uma injustiça com outros que deixaria de citar.
Como
surgiu a ideia do livro “Jus Variandi no Contrato Individual de
Trabalho”?
Esse
livro representa o produto de nossa dissertação de mestrado, em
cuja defesa pública foi sugerido, pela banca examinadora, a sua
publicação. Então enviamos o texto para a LTr que decidiu pela
edição do livro. O tema já havia sido objeto de estudo num artigo
que publicamos na Revista LTr, especializada em direito trabalhista e
com mais de 75 anos de tradição.
Em
resumo, qual a conotação do jus
variandi
O
foco da investigação é a identificação teórico-científica do
poder unilateral e discricionário do empregador, no dia-a-dia das
relações de trabalho, ao dirigir a prestação pessoal de serviços
por parte de seus empregados.
Na
sua tese, têm limites para o empregador ao lidar com o empregado?
Conforme
já dissemos anteriormente, o jus
variandi
é um poder discricionário, porém não arbitrário. Ele jamais
poderá ser instrumento de injustiças. Daí a necessidade de se
conhecer seus limites, através do exame dos esteios do ordenamento
jurídico brasileiro. E neste ponto chegamos aos princípios, que são
os elementos nucleares e estruturantes de todo o nosso sistema
jurídico. No caso específico do Jus Variandi, seus limites podem
ser identificados por quatro princípios: Dignidade da Pessoa Humana,
Não-Discriminação, Boa-Fé e Razoabilidade.
E
como surgiu a ideia de escrever o livro Pedalando pelo Tempo –
História da Bicicleta em Brusque?
Colecionamos
bicicletas clássicas e antigas desde 2004. Qualquer colecionador,
como é natural, trata de buscar o maior número de informações
possível a respeito do objeto de seu colecionismo. É uma tendência
fácil de compreender. No nosso caso, impunha-se conhecer ao máximo
possível, a história da bicicleta, suas diversas marcas e origens,
seus componentes, acessórios, etc. Iniciei pesquisas, nas horas
vagas, sobretudo em meio virtual, pois raríssima é a bibliografia.
Veio o ano do sesquicentenário de Brusque e algumas pessoas
sugeriram o resgate da história da bicicleta no âmbito local e
regional, uma vez que na história de Brusque, a bicicleta exerceu um
relevante papel, sobremodo nas décadas de 1950 e 1960, tendo uma
relação umbilical com o desenvolvimento social, econômico,
cultural e humano da cidade dos tecidos. Entendemos que seria justo
resgatar esta valiosa memória e oferecer este estudo à comunidade
brusquense. As principais fontes, para a história local, foram os
documentos escritos e a história oral e memória. O livro
encontra-se já em sua segunda edição, disponível aos interessados
nas livrarias da cidade.
Com
a bicicleta
O
tema escolhido fugiu da área jurídica, deve-se a sua formação e a
preocupação com a realidade social?
Associado
à questão do colecionismo, razão principal da pesquisa, o
enfrentamento do tema foi facilitado talvez pela nossa formação em
Estudos Sociais, que foi a primeira graduação, além de sempre
gostarmos de história, mais como curioso do que como pesquisador.
Lecionei história no passado, no Colégio São Luiz e também no
curso de Direito da Unifebe, bem no início do curso. Gosto da
temática e considero-a essencial para todos os campos do saber. Vale
a velha frase: a história é a mestra da vida. Além disto, era o
ano do sesquicentenário de Brusque e entendi ser justo oferecer uma
contribuição, ainda que pálida e desluzida, à cidade que me
recebeu.
Em
2003 o primogênito dos livros, em 2010 o segundo, em 2012 a
biografia do nosso querido Ivo Moritz, em 2013 um breve resgate da
história do Dr. Verner Willrich, recentemente a obra biográfica do
Dr. Marco Antônio? Mais projetos em andamento?
Foram
todos estudos importantes, com os quais muito aprendi. Lançamos com
grande sucesso, em agosto último, em coautoria com o escritor e
amigo Prof. Reinaldo S. Cordeiro, a biografia do Dr. Marco Antônio
Pizarro da Silveira, uma pessoa muito estimada pela coletividade
brusquense e regional, que tem uma longa e reconhecida folha de
serviços prestados ao judiciário, à educação de nível médio e
superior e ainda no movimento leonístico, além de outras entidades.
Foi um trabalho gratificante, pois ele é um exemplo para todos nós.
Uma outra biografia significativa está sendo preparada para breve.
Correndo por fora, temos ainda um projeto em desenvolvimento, em
parceria com nosso amigo, cronista e escritor Valdir Appel
(Chiquinho), o qual possui como objeto a investigação de aspectos
históricos do Clube Esportivo Paysandú, “O Mais Querido”.
A
boa escrita é o único atributo indispensável para ser um bom
escritor?
Não.
Penso que não é tarefa fácil produzir um texto
agradável e atual. Além de redigir de modo adequado e elegante, é
preciso manter-se fiel aos fatos, levar em consideração o público
alvo e observar certo padrão metodológico.
Como
é sua experiência como Auditor-Fiscal do Trabalho no Ministério do
Trabalho e Emprego?
Ingressei
no MTE em 1995, através de concurso público, depois de nove anos de
atividades como servidor da Justiça do Trabalho, na antiga Junta de
Conciliação e Julgamento de Brusque, época em que também lecionei
história. Esta experiência no judiciário auxiliou-me no exercício
do novo trabalho, pois como Oficial de Justiça ad
hoc,
já realizava visitas às empresas. A atividade de Auditor-Fiscal do
Trabalho tem seus desafios e riscos. É desgastante, pela sua
natureza. Por outro lado, gosto muito do que faço e a atividade é
extremamente gratificante pelos resultados coletivos que se produz em
favor dos trabalhadores, e num espaço de tempo relativamente curto.
Refiro-me às melhorias das condições de trabalho, correção de
irregularidades em vários atributos como registro do empregado,
salário, jornada de trabalho, descansos, FGTS, segurança e saúde
do trabalhador, proteção do trabalho da mulher e do menor, etc.
O
ambiente de trabalho deve propiciar, sempre, o respeito à dignidade
do trabalhador e os seus direitos, assegurados pela legislação
trabalhista, devem ser respeitados pelo empregador. É evidente que,
por se tratar de uma relação jurídica bilateral, aos empregados
incumbe cumprir, zelosamente, seus deveres, também previstos em lei
e no contrato de trabalho. Em resumo, por meio da função pública
que exerço, aliado às atividades de magistério, tentamos consagrar
o melhor das energias em favor daquele idealismo ou utopia que sempre
nos moveu, de contribuir, modestamente, para a edificação de uma
sociedade mais justa e igualitária.
Algo que você apostou e não deu certo?
É
claro que muitas coisas projetamos na vida e nem todas dão certo.
Mas tenho que pensar para tentar lembrar algo relevante... Então
acho que isso é um bom sinal! Além disto, sou otimista: prefiro
sempre recordar apenas as coisas que deram certo.
O que faria se estivesse no inicio da carreira e não teve coragem
de fazer?
Penso
que não mudaria muita coisa não.
O que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que
teve, no seu dia a dia?
São
tantas que fica difícil destacar. Mas vamos arriscar algumas.
Primeiramente, a humildade científica. A postura deve ser de
aprendizagem constante, colhendo lições do ensinamento posto, que é
vastíssimo, e filtrando criticamente o novo que surge. Saber ouvir:
o que cala, em muitas ocasiões, aprende mais do aquele que fala.
Depois, destacaria uma aprendizagem de cunho religioso: que devemos
sempre ser um sinal de Deus em qualquer lugar por onde andarmos, por
nossas ações e palavras. Podemos nem sempre conseguir, mas devemos
sempre tentar.
Quais as maiores decepções e alegrias que teve?
Não
tive grandes decepções. Como disse antes, prefiro buscar na memória
as coisas que me alegram.Alegrias: o nascimento da minha filha. Foi
uma emoção indescritível. Alegria hoje é estar junto com minha
família.
Uma
palhinha sobre o mestrado e doutorado em ciência jurídica?
Foi
uma excelente aprendizagem, para vislumbrar aspectos fundantes do
fenômeno jurídico e para afinal, perceber-se o quanto você ainda
não conhece dele.
Na
Unifebe, continua como docente? Qual a cadeira? O magistério é um
desafio?
Na
Unifebe sou professor desde 1992. Lecionei diversas disciplinas no
curso de Direito, sendo predominantes as disciplinas de Introdução
ao Direito e Direito do Trabalho. No último semestre ministrei
Direitos Humanos, Ciência Política e Teoria Geral do Estado e
Introdução ao Direito. Os alunos constituem, a toda evidência, o
maior patrimônio da Unifebe, a razão de sua existência e elementos
fundamentais de seu sucesso. Gosto muito deles e sempre tivemos um
bom relacionamento. Sempre colaboraram bastante comigo e aprendi
muito com eles nestes anos todos. Afinal, ser professor é um grande
desafio: primeiro é preciso cativar o aluno, motivá-lo, fazê-lo
gostar de aprender, de estar presente em sala de aula. Ter
auto-estima. Depois é preciso saber levá-los a aprender a ser,
conviver e tornar-se pessoas mais humanas no contexto social. A
aquisição do conhecimento deve impulsioná-los a lutar
criativamente por ideais.
Além
disto, é preciso saber que ensino, pesquisa e extensão se quer
oferecer e, mais que isso, comprometido com quê e com quem? Com qual
proposta de sociedade? A ideia, bastante antiga, continua verdadeira:
as práticas pedagógicas precisam sempre estar compromissadas com a
realidade concreta (sociedade desigual) e com a formação integral
do aluno. Isso não é tarefa fácil. Exige vocacionados e abnegados.
Dr
André Alexandre Happke
Gabinete da Presidência - Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina
Apresentando
o Dr André Alexandre Happke
Bacharel
em Direito pela Universidade Regional de Blumenau (1999), tendo
registrado a maior nota no Exame do MEC para as Faculdades de Direito
do Estado de SC (1999). Especialista em Gestão do Meio Ambiente
(Universidade do Oeste de Santa Catarina, 2003) e Mestre em Ciência
Jurídica (Universidade do Vale do Itajaí, 2008, dissertação
avaliada com nota 9,8 e distinção), Aluno Especial do Curso de
Doutorado em Ciência Jurídica (Universidade do Vale do Itajaí,
2012).
É
Juiz de Direito no Poder Judiciário de Santa Catarina (aprovado em
1º lugar no concurso de ingresso em 2002); Juiz Auxiliar da
Presidência do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina
(2012-2013 e 2014-2016). Atua na área do Direito, com ênfase em
Direito Constitucional, principalmente nos seguintes temas: Direito
do Consumidor, Contratos, Direitos Fundamentais, Juizados Especiais e
Métodos Consensuais de Resolução de Conflitos, Precatórios,
Orçamento Público.
Exerceu,
em substituição, o cargo de Juiz Agrário do Estado de Santa
Catarina. Foi membro titular da 3ª e da 5ª Turmas de Recursos dos
Juizados Especiais de Santa Catarina (Chapecó e Joinville). Também
já exerceu o cargo de Juiz Eleitoral de diversas Zonas do Estado.
Atualmente é titular da 6ª Vara Cível da Comarca da Capital.
Também
é Docente de pós-graduação do quadro da Academia Judicial do
Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina e Docente e Diretor de
Ensino da Escola Superior da Magistratura do Estado de Santa
Catarina.
Como
surgiu a carreira na magistratura?
Anteriormente
à inserção no “mundo do Direito”, desenvolvia programação e
análise de sistemas informatizados, por conta da formação em
Processamento de Dados. Em um desvio de rota, a Graduação foi em
Direito, para prestar concurso para o Instituto Rio Branco (Carreira
Diplomática). Logo de início na faculdade, estimulado por colegas e
Professores, passei a fazer voluntariado no Fórum da Comarca de
Pomerode, depois, no Fórum da Comarca de Gaspar, isso concomitante
ao trabalho com informática. Esse período de voluntariado levou à
decisão de que a escolha de futuro era a Magistratura.
Como
se preparou para enfrentar o concurso?
Quando
ainda Voluntário nos Fóruns, começou a preparação para concursos
públicos de Servidores, de nível médio e superior, passando a
desenvolver rotina de estudos focada nas matérias que seriam
relevantes para o certame que viria depois. Os concursos da
Magistratura do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, a certo tempo,
correram simultaneamente e em ambos estava classificado para a prova
oral (última fase então). Ao passar na prova em Santa Catarina, um
mês antes da prova oral em Porto Alegre, a opção foi ficar no
Estado em que vivia desde a infância. A rotina de estudo vai
evoluindo conforme o estágio que se alcança, aumentando o número
de horas, mudando a fonte (de resumos a manuais; destes a cursos
completos e a tratados – onde é necessário aprofundar). Cada
etapa de cada concurso tem um material mais adequado. O que é certo
é que a prática do dia a dia do Voluntariado foi determinante para
preencher os espaços do estudo teórico, melhorando o
aproveitamento. Obtive aquela nota máxima para o provão do MEC
(entre todos os estudantes de Direito de SC naquele ano), depois, 1º
lugar no concurso para Técnico Judiciário do TJSC (Comarca de
Gaspar), 3º lugar para Escrivão Judicial (Balneário Camboriú),
28º para Técnico Judiciário do TRF4, 1º lugar no certame de
ingresso para a Escola da Magistratura de SC, 1º lugar no concurso
da Magistratura de SC e estava classificado entre os 5 primeiros no
concurso da Magistratura do RS (antes da prova oral).
Pessoas
que influenciaram?
Os
Juízes de Direito que lecionavam na FURB, ativos e inativos, foram
um grande incentivo, pela identificação com o perfil de atuação
possível, considerando o contexto do candidato/aluno. O Juiz de
Direito e Professor Vitoraldo Bridi foi o grande incentivador e a
grande fonte de prática e teoria para o resultado positivo que veio
depois. No tempo que estava na Escola da Magistratura, já Servidor
Público efetivo do TJSC (desde Gaspar), as atividades no Gabinete do
Desembargador Pedro Manoel Abreu prosseguiram para união da prática
e dos estudos. Também na convivência com outros colegas que
igualmente pretendiam fazer concurso e tinham os mesmos objetivos (no
TJ e na ESMESC) há o estímulo por contaminação, muito importante
a quem se dedica a concursos. Da mesma turma da ESMESC pela qual foi
prestado o Curso Preparatório para o Concurso da Magistratura são
só dali dezesseis (16) Magistrados (Juízes Estaduais, Juiz Federal,
Promotores de Justiça e Procurador da República), demonstrando que
a união no estudo gera resultados positivos ampliados.
Qual
foi o reflexo da convocação do desembargador Newton Trisotto ao
Tribunal da Cidadania - STJ no Tribunal de Justiça de Santa
Catarina?
O
reconhecimento dos Magistrados de carreira, como o Desembargador
Trisotto, é um grande motivador para os Juízes de 1ª Instância,
que têm muito a contribuir na formação da jurisprudência das
cortes superiores.
Qual
o impacto da implantação do processo digital em cidades como
Brusque?
Potencialmente
é possível diminuir o tempo de tramitação dos processos em 70%
(já aferido em outros Estados). Algumas rotinas tiveram diminuição
de tempo em 97%. A celeridade é um dos grandes benefícios para a
população. Outro é a transparência (poder acompanhar seu processo
de casa). Para os Advogados também são inúmeras as vantagens. Como
novidade às vezes até romper o paradigma anterior (papel) há
alguma resistência (interna e externa), mas logo se percebe que o
impacto na qualidade de vida do Advogado e, ainda, na liberdade e
maior tempo no próprio Escritório, por exemplo, potencializarão o
bom atendimento da clientela.
Lemos
que pretende otimizar os fluxos ? Poderia antecipar como pretende
proceder para atingir a otimização dos fluxos?
Alguns
procedimentos (fluxos de trabalho) passam a ser automaticamente
obsoletos, desnecessários ou podem sobreviver apenas por costume.
Com a otimização de fluxos o que se pretende é “limpar” o
procedimento ao que é realmente necessário. É uma nova onda de
desburocratização, impulsionada pelas novidades que a ferramenta do
processo digital implementam. É nessa otimização que o tempo vai
ser reduzido ao mínimo necessário, em atividades mecânicas,
burocráticas, e o tempo que se dedicará ao processo é o de estudo
e atenção à causa das pessoas. É a re-humanização do processo.
Que
sugestão daria àqueles que pretendem iniciar seus estudos dirigidos
à Magistratura Catarinense?
Tem
que estar bem conectado com a informática, uma das principais
ferramentas de trabalho de hoje. Também deve estar preparado para
lidar com as dificuldades e relacionamentos feridos dos cidadãos,
entender que se trabalha para o povo e não apesar dele. O processo
deve ser para resolver a (partes da) vida das pessoas e não para
correr paralelo à existência e ao tempo da vida. Se compreender seu
contexto e inserção nisso, e querer muito, muito mesmo, vai passar.
Não há concorrência entre candidatos; aprovado será empossado. Os
cargos sempre estão sobrando à espera de candidatos que atinjam a
nota para passar. O “querer muito” é que vai fazer estudar “o
suficiente”. Sem o desejo ardente de se entregar à carreira,
dificilmente logrará aprovação.
Observa-se
que no recente resultado de concurso de provimento para a
magistratura (agosto/2014), apesar de milhares de inscritos, figurou
um reduzido número de aprovados, a que se deve tal fato? Existe
alguma relação com o nível de formação acadêmica nas
universidades Brasil a fora?
O
tanto que se estuda, a dedicação necessária, para os concursos
jurídicos (Magistratura, Ministério Público, Procuradorias etc) é
crescente. Se exige cada vez mais conhecimentos, mais
interdisciplinariedade, contextualização social. As Universidades
têm entregue parte desse conhecimento sim, pate deve ser buscada
pelo candidato também, de outras fontes. Há Juízes de faculdades
renomadas e também de outras desconhecidas. Conforme a base que se
tem o empenho terá de ser proporcionalmente maior. O maior
diferencial, todavia, é a dedicação que seja possível dar ao
estudo. Não quer dizer que tenha de passar o dia estudando o tempo
todo. Algumas atividades (jurídicas) são no desempenho do trabalho
já uma maneira de estudar. Um exemplo é o programa de Residência
Judicial da Escola da Magistratura.
Nota-se
que muitas cidades catarinenses já estão usufruindo do Processo
Digital, entre elas, Brusque. No entanto, é certo que se vive no
momento ainda uma fase incipiente, como de modo geral se passa nos
demais Tribunais do País. Nesse contexto, em relação a outros
Estados, bem como em comparação com os Tribunais da esfera Federal,
em que ponto de avanço o Tribunal Catarinense encontra-se no que
tange à implementação do Processo Digital?
Mesmo
os tribunais que propagam estar 100% digitais não estão bem ali.
Alguns não levaram processo digital (ainda) a Varas Criminais por
exemplo. No primeiro grau nosso Tribunal, agora em outubro, terá
levado processo digital a todas as comarcas e em todas as
competências. Qualquer processo novo de 1º Grau será digital a
partir de outubro de 2014. Já estávamos entre os primeiros do país
em informatização de resultado. Com essa implantação total,
despontaremos por certo. Ano que vem será a instalação no Tribunal
de Justiça. Vivemos um novo momento. Nos próximos anos a população
conviverá com um novo Poder Judiciário de Santa Catarina.
A
Presidência do Tribunal de Justiça já possui alguma previsão
contida em seu planejamento estratégico de quando poderemos ter
varas 100% digitais? Em outras palavras, quando poderemos de fato
presenciar processos tramitando em primeira e segunda instância sem
qualquer elemento físico (papel)?
Algumas
Unidades estão tendo seus acervos de processos em papel
digitalizados, mas a maioria está trabalhando com processos novos
digitais. Já são 6 (seis) Varas 100% digitais, neste momento.
Considerando a capacidade de digitalização e a renovação natural
do acervo (processos acabando e novos começando digitais), é
provável que em cinco anos tenhamos apenas um resíduo de processos
físicos. É possível acompanhar essa evolução aqui:
http://portal.tjsc.jus.br/web/ processo-eletronico/unidades- implantadas.
E, ainda, é importante observar que se quebra um mito de que é tudo
devagar no Poder Judiciário. Veja-se ali na evolução que em pouco
tempo, várias Unidades tem acervos bastante renovados (30% em um ano
em Varas Cíveis, 60% em dois, em Juizados, isso se dá em meses).
Isso demonstra que o núcleo de processos demorados (que demoram mais
de três anos para se resolver) é próximo de 30% do total.
O
Processo Digital quando implementado em sua totalidade poderá
diminuir expressivamente o orçamento do Tribunal? Caso positivo, já
há estudos da Presidência para um investimento específico em algum
setor do Tribunal? Como por exemplo, mais Magistrados para contribuir
na célere prestação jurisdicional tão almejada?
Com
a automação decorrente do processo digital, que é uma fase
concomitante e que segue à implantação total em todo o Estado,
será necessário muito menos gente para atividades burocráticas e
haverá mais concentração de pessoal em estudo e pesquisa de
soluções para os processos, naturalmente. Isso vai moldar de outra
forma a equipe direta do Magistrado, mas também deve também fazer
com que haja mais Magistrados.
O
Senhor é altamente reconhecido por seu trabalho e competência, se
houve falar extremamente bem do seu desempenho como Magistrado. A
nomeação para integrar a Gestão da Presidência da Corte
(2012-2016) também reafirma isso. O que significa para sua carreira
essa ascensão profissional?
A
ascensão profissional dos Magistrados se dá apenas nas entrâncias
(Juiz Substituto, Juiz de Direito de Entrância Inicial, de Entrância
Final e de Entrância Especial, e então, Desembargador). A
participação em atividades administrativas em nada influi para esse
andar. Por outro lado, ela serve de formação para gestão pública,
para enxergar a instituição como um todo e num contexto político
dentro do Estado. Normalmente vemos a partir de nossa Comarca, ou de
nossa Vara. Daqui vemos como funciona o conjunto de Comarcas do
Estado, 1º e 2º Graus, como uma grande engrenagem. Ao voltar para a
Vara, após encerrada a atividade na Assessoria da Presidência,
volta-se com uma experiência institucional interessante e útil.
Sabemos
da sua capacidade e seu notório conhecimento jurídico e que sem
dúvidas preenche os requisitos necessários para tanto, por isso
ouso perguntar se tem pretensões de alcançar, quem sabe um dia, a
Corte Máxima, o STF?
Talvez
o sonho mesmo fosse voltar para uma Comarca menor, à vida
relativamente pacata, bucólica, e acolhedora das cidades
maravilhosas que temos no interior de Santa Catarina. No desenho
atual da carreira do Magistrado, não é possível. Já as cortes
superiores não pertencem à nossa carreira. A ascensão a elas é
eventual e ocasional. Depende de um conjunto de fatores que foge a
qualquer controle ou planejamento. Nosso Estado já provou que pode
suprir algumas vagas nesses tribunais de Brasília com excelentes
Juízes, alguns que desejam isso de verdade. Nunca se deve descartar
oportunidades de contribuir de outra forma para o contexto jurídico,
mas não é algo que pudesse dizer ser um sonho acalentado ou
perseguido. Viver em Santa Catarina já é o paraíso.
Como
ficará o Supremo com os ministros oriundos do PT encabeçando os
maiores cargos? (Presidente, Vice, TSE? O Judiciário perderá
credibilidade?
Já
vimos que há desprendimento de ligações partidárias (que deve ser
a regra entre Magistrados, ainda que não concursados) em alguns
perfis, de maneira evidente. Sempre se torce para que essa
desvinculação seja total e irrestrita, e abrangente a todos. É a
tradição do que se viu até hoje lá também, na sua maioria.
Alguma
ascendência no judiciário ? (familiares)
Fui
a primeira pessoa da família a fazer Direito e, até o momento, a
única. Venho de família de agricultores, servidores públicos,
pequenos empresários. A atividade jurídica não é tradicional em
nossa casa.
Em
que Comarcas atuou como substituto e quais como titular?
Juiz
Substituto em Joaçaba, Tangará, Catanduvas, Capinzal e Campos
Novos. Juiz de Direito titular em Correia Pinto, Catanduvas,
Anchieta, Canoinhas, Chapecó, Joinville e Florianópolis.
O
Sr está bem próximo dos Desembargdores, inclusive na Assessoria do
Presidente do egrégio TJSC. Qual a diferença no atuar no 1º e no
2º grau?
Aqui
atuação não é de 2º Grau e sim administrativa. Os Magistrados
que atuam em 2º Grau estão revisando as decisões dos Juízes de 1º
Grau. A atividade na Assessoria da Presidência é de gestão,
organização, planejamento, execução de projetos, pareceres e
estudos. É semelhante à atividade administrativa que os Juízes de
1º Grau têm quando atuam como Diretores de Foro, só que em escala
estadual.
Como
surgiu a Assessoria da Presidência em sua trajetória?
Desde
2006, com breve período de afastamento, me dediquei a auxiliar as
Administrações compondo como membro o Conselho Gestor de Tecnologia
da Informação do Tribunal de Justiça. Quando vim removido de
Joinville para a Capital, o Desembargador Cláudio Barreto Dutra,
então Presidente do TJSC, me chamou e fez o convite para compor sua
equipe. O colega que me antecedeu havia sido convidado para
desempenhar a mesma atividade na Presidência do Superior Tribunal de
Justiça, em Brasília, surgindo a vaga. Mais uma mostra que temos
muito a contribuir.
O
que está lendo atualmente?
“O
futuro chegou” (Domenico de Mais); Sherlock Holmes (edição
comentada e ilustrada, Arthur Conan Doyle); além disso, textos sobre
pedagogia e andragogia (ensino a adultos) e ensino à distância,
além dos informativos de jurisprudência do TJSC e tribunais
superiores; por fim, materiais sobre processo eletrônico, o novo
processo civil, mediação e conciliação de disputas.
Costuma
ler jornais?
Desde
2001, geralmente a leitura de jornais é online, nos sites dos
jornais impressos tradicionais e em órgãos de imprensa já 100%
virtuais, de temas gerais e específicos. As atualidades são um
estudo constante para quem presta concursos e, mesmo, para quem lida
com a vida em sociedade e seus problemas.
Finalizando, como
vê o movimento de Endireita Brasil?
Os
movimentos sociais legítimos que lutam pela sedimentação da
democracia, liberdade, transparência, eficiência e outros valores
muito caros à sociedade contemporânea, brasileira e de outras
paragens, são vetor de mudanças mais ou menos amplas, na medida que
ecoem a voz dos demais membros da sociedade. A composição das ONG e
OCIP não é por votação (democracia direta), mas na medida em que
ela represente os segmentos sociais interessados e afetados por suas
ideias, vão encontrar apoio e conseguir resultados. É uma excelente
forma de exercer a democracia na prática, fazer parte.
1ª reunião com os diretores na nova gestão
1ª reunião com os diretores na nova gestão
Eliani Aparecida
Busnardo Buemo,
Ensino Superior
A entrevistada da
semana é a Professora e ex-Secretária Municipal de Educação
Eliani Aparecida Busnardo Buemo, filha de José
e Terezinha Coelho Busnardo, nascida
aos 25.05.65, casada com
Darirlei
Garcia Buemo; filhos: Ana Rita (18
anos) e Mateus (08 anos). Professora
desde 1990 do Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE
'''Como
conheceu Garcia Buemo?'''
Foi
quando estava cursando Especialização em Psicologia na UNICENTRO em
Guarapuava (embora eu sendo catarinense e ele gaúcho nos encontramos
no Paraná) no ano de 1991. Casamos em 16 de outubro de 1993.
'''Pessoas
que influenciaram?'''
Meus
pais, meus avós e vários profissionais da educação, entre outros
destaco o Prof. Raul Amorim, que com sua ética me ensinou as
responsabilidades da gestão, no campo espiritual citaria o Pe.
Aloísio Boeing, em favor do qual tramita o processo de beatificação.
As professoras também foram decisivas para minha escolha
profissional. Eu as amei verdadeiramente, foram minhas referencias.
'''Como
foi a educação recebida de seus pais?'''
Meus
pais são minha grande referência. Com eles aprendi os valores e
princípios que norteiam minha vida até aqui. Digo sempre que eles
embora tendo estudado poucos foram sábios na educação dos filhos
(tenho um irmão, José Alberto mais conhecido como Teco).Aprendemos
desde cedo a força que tem a oração em família. A mãe
partiu(muito cedo) em janeiro de 1998 e deixou uma lacuna muito
grande. Sinto saudades de sua presença física,porém sei que ela
está conosco. Seu exemplo de esposa, mãe, amiga continuam presentes
mesmo na ausência física.
'''Como foi sua
infância?'''
Nasci em
Brusque aos 25 dias do mês de maio de 1965, em pleno regime militar.
Sou a primogênita de uma família de trabalhadores, meu pai era
marceneiro e minha mãe, dona de casa, meu irmão nasceu dois anos
depois. Fui matriculada no Pré Escolar do SESI, onde permaneci por
alguns dias (as dificuldades para chegar, morava na Santa Terezinha,
fizeram com que meus pais decidissem pela desistência).Em 1972
iniciei meus estudos na então Escola Básica Santa Terezinha
(acho que os melhores anos da minha vida escolar). Nesta
época minha brincadeira preferida era dar aulas para minhas bonecas,
depois para as crianças da redondeza.
'''E a continuidade
nos estudos?'''
Em 1976
fui matriculada no Colégio Cônsul Carlos Renaux (era a entrada no
ginásio). Quantas emoções!!Nesta escola permaneci até 1982 quando
conclui o Magistério. Para chegar até ali muitas dificuldades.
Comecei a trabalhar em 1979 no Supermercado Archer ( estudava de
manhã e trabalhava das 13h as 21h). Ali permaneci até 1981, quando
decidi (contra tudo e todos) cursar o Magistério. Ninguém me apoiou
nesta decisão, mas eu desejei com toda a minha energia ser
professora. Trabalhei até me formar, nas Casas Pernambucanas.
'''E
no caminho estava a Pedagogia?'''
Em 1983
passei no vestibular para cursar Pedagogia na FEPEVI (hoje Univali ),
eram 13 candidatos por vaga! Como ainda vivíamos num Regime Militar,
tive que escolher entre Administração Escolar e Orientação
Escolar, a segunda possibilidade foi minha escolha. Neste mesmo
ano, em fevereiro, iniciei minha trajetória profissional na Rede
Municipal de Brusque – Recreação Infantil tia Emília (hoje CAIC
de Santa Terezinha). Trabalhei neste local por 10 anos, seis em sala
de aula, com crianças de 03 a 6 anos e quatro anos como Diretora. Na
rede municipal ocupei a função de Coordenadora Pedagógica na
Secretaria da Educação e em 1999, assumi com Secretária Municipal
de Educação. Nesta rede fiz uma bela trajetória! Aprendi muito e
acho que ensinei também. Em 2008 pedi desligamento (já estava seis
anos em licença sem vencimentos), 25 anos depois!! Em 1985 prestei
concurso público para a Rede Estadual de Ensino, fiz uma rápida
passagem, em 1988 abandonei este concurso, durante este período
exerci funções no Colégio Estadual Santa Terezinha. Ali trabalhei
no ensino fundamental (4ª. Série) e ensino médio (uma disciplina
chamada Orientação Vocacional).
'''Alguma certeza ao
concluir Pedagogia?'''
Em 1986
conclui o curso de Pedagogia com duas certezas: não queria ser
orientadora educacional e nem parar de estudar. No ano seguinte
iniciei a habilitação em Educação Infantil (curso que abandonei
em função de iniciar uma Pós Graduação em nível de
Especialização, na Unerj de Jaraguá do Sul (fui a primeira
professora da rede municipal a ter o título de especialista em
educação em 1989).
'''E a
Unifebe?'''
Em 1990
fui contratada para lecionar na UNIFEBE, no curso de Pedagogia.
Quantos desafios!!!Senti necessidade de continuar estudando, fui
então para o Paraná, mais precisamente Guarapuava, lá fiz uma
especialização em Psicologia. Em 1993 fui aprovada para o programa
em Mestrado, uma parceria Unicamp- Unicentro. Neste período casei,
tive minha primeira filha, Ana Rita, fui feliz!! Nada era
fácil, mas tudo valia a pena. Em 2002 assumi a Coordenação do
curso de Pedagogia onde permaneci até 2008.Pedi para sair pois
estava cansada, nesta época coordenava também o curso de Letras. Em
2009 assumi a Pró- Reitoria de Ensino de Graduação. Entreguei
minha carta de demissão após oito meses na função. Aprendi muito,
conheci muitas pessoas, fiz boas amizades. Trabalhei durante um
período na FURB (professora de Didática, no curso de Letras)e na
Univali com Pós- Graduação.
'''E o exercício do
magistério junto à Unifebe?'''
Neste ano
completo 23 anos de UNIFEBE, de curso de Pedagogia! Feliz e tranquila
por acreditar que sempre procurei exercer eticamente minha profissão.
Talvez durante esta trajetória de 30 anos de exercício no
Magistério tem servido de referencia para alguns profissionais de
educação – assim espero.
'''Como avalia sua
carreira?'''
Avaliando
minha carreira profissional, a defino como uma trajetória recheada
de conquistas, os momentos difíceis escrevi na areia e já não as
recordo, os momentos de crescimento, de alegrias, registrei na rocha
e assim sempre que preciso me nutrir de coragem para transpor
obstáculos os observo. Lecionar é a minha vida! Para os próximos
10 anos espero cursar um Programa de Doutorado (em 2004, já com um
projeto pronto para a Unisinos, São Leopoldo, me descobri grávida
do Mateus (nosso enviado de Deus), adiei o projeto, não desisti
dele. Continuar publicando trabalhos de acadêmicos também faz parte
de meus planos. No ano de 2012 publiquei juntamente com concluintes
de Pedagogia dois livros. Para 2013 novos projetos m andamento.
'''Perseverança é
a sua tônica?'''
Uma
característica de minha personalidade é nunca desistir, perseverar
sempre!Sem dúvidas Paulo Freire é presença muito forte em minha
formação (o conheci pessoalmente e o tenho como um cristão –
sua crença no ser humano é imensa ).
'''Na sua ótica,
para ser um bom profissional?'''
Acredito
que para ser um bom profissional, seja qual área for , é preciso
esforço, persistência, estudo. O sucesso de nossas carreira
profissionais depende do esforço para continuarmos aprendendo.
'''Quais
medos você tem ou teve? maior medo é o de envelhecer ou o de
entristecer ?'''
Sempre
digo que o que importa não são os medos, mas a coragem (que é
a capacidade de enfrentar o medo, de buscar ao invés de
aguardar).Busco coragem para enfrentar o que tiver que ser
enfrentado. Acredito que nada acontece por acaso, para tudo há uma
explicação.
'''Qual
foi o maior desafio até agora?'''
O
desafio consiste em sermos melhores pessoas a cada dia, temos que
evoluir e nem sempre é fácil. Exige esforço,atitude, perseverança.
''''Você se arrependeu de alguma coisa que disse ou que fez ?'''
Desde
a minha juventude sempre dizia que não queria me arrepender
pelo o que tinha feito e sim pelo o que não tinha feito.
Fazendo um exame, talvez tivesse feito de modo diferente algumas
coisas, o impeto nos leva a incorrer em erros e certamente de modo
impetuoso eu tenha ao longo da vida feito e dito coisas que não
foram muito bacanas. Mas que servem como experiencia para não tornar
a fazer.
'''Fale
um pouco de sua trajetória profissional e da sua história de
vida?'''
Digo
sempre aos meus filhos e alunos que é preciso gostar do que se faz e
eu sou plenamente realizada tanto na vida profissional
quanto na pessoal. Tenho uma profissão linda, uma carreira que me
trouxe muitas alegrias e uma família abençoada que representa minha
maior conquista.
'''
Algo que você apostou e não deu certo?'''
Não
costumo ficar me lamentando pelo o que não deu certo, as coisas
acontecem como tem que acontecer...
''' O
que faria se estivesse no inicio da carreira e não teve coragem de
fazer?'''
Fiz
tudo o que foi possível e o que me trouxe muitos resultados
positivos. Fiz especialização em um tempo que os cursos e recursos
eram escassos. Estudei muito e ainda continuo estudando. As
responsabilidades só aumentam com o passar do tempo. Tive e tenho
muita disposição para enfrentar os desafios que por certo ainda
virão.
'''
Quais as maiores decepções e alegrias que teve?'''
Eu
não registrei os momentos de decepção, já passaram, foram
escritos na areia...e o "Tempo é o Senhor da Razão"!E as
alegrias foram muitas, mas destaco o nascimento de meus filhos,
eles por certo despertaram em mim sentimentos antes
desconhecidos.
'''O
que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve,
no seu dia a dia?'''
Procuro
a cada dia, em cada aula que leciono me espelhar em atitudes de
pessoas que procuraram ao longo de sua existência promover o
bem, denunciar as injustiças,falar com paixão sobre as
responsabilidades de ser educador e sobretudo de ser humano. Paulo
Freire me contagiou a muito tempo com sua ideia que a educação
nos humaniza, podendo assim nos tornar pessoas melhores.
'''Qual
é a sua maior ambição?'''
Ambiciono
ser sempre feliz, para tanto preciso de saúde e de
discernimento para fazer sempre com autonomia o que precisa ser
feito.
'''O
que mais incomoda?'''
A
mentira. Através dela muitas injustiças são cometidas,muito
sofrimento é causado pela falta da verdade. Muitas pessoas se
beneficiam
do que resulta da falta de transparência, da enganação.
'''De
que sente orgulho?'''
Me
orgulho dos pais que tenho(o exemplo deles estará sempre comigo), da
educação que recebi, da família que constitui, da carreira
profissional que escolhi e dos amigos que fiz ao longo dos tempos.
'''Em
quem tem fé?'''
Acredito
na existência de um pai (DEUS), de um filho(Jesus Cristo) e neles
busco todos os dias força e sabedoria para errar o mínimo possível
e para aceitar o que tiver que ser.
Publicado
no jornal EM FOCO aos 06 de setembro de 2013
O entrevistado da semana é o historiador Álisson Sousa Castro, nascido em Itaituba-PA em 24 de janeiro de 1985.Filho de Álvaro Castro e Francisca Martins de Sousa. Torce para o Clube de Regatas Flamengo e Clube Náutico Marcílio Dias. Agora também torço pelo Carlos Renaux, mas, pensa que o Vale do Itajaí deveria ter um time único.

Historiador Álisson Sousa Castro.
Por que seus pais escolheram este nome para você?
Meu pai disse-me que queria um nome com a letra inicial "A", então, certo dia acordou com o nome "Álisson" em mente.
Quais são as lembranças que você tem da sua infância?
Até os 5 anos eu vivi no interior do Pará. Lembro-me da culinária local (Pirarucu, Tucunaré, Farinha de Mandioca, Tacacá), da peculiaridade do modo de vida (regiões ribeirinhas) enfim, o que me marcou foi o contraste com Itajaí. Lembro-me, sobre Brusque, da rua Azambuja nos anos de 1992/1994 quando meus pais vinham para Brusque buscar materiais para sua confecção.
Sonho de criança?
Ser advogado e político, atividades do meu pai na época.
Como foi e como está sendo sua juventude? O que você mais gosta de fazer para se divertir?
Minha juventude foi dedicada aos estudos e ao trabalho. Gosto de estar com os amigos, assistir seriados e também de viajar.
Quais eventos mundiais tiveram o maior impacto em sua vida durante a sua infância?
O mais impactante foi o período de inflação em 1990/1993. Lembro-me das compras no Supermercados Vitória em Itajai. Tinha que comprar o máximo possível pois no dia seguinte as mercadorias estariam com o preço muito elevado... Aos 4 anos obviamente não compreendi eventos simbólicos como a queda do muro de Berlim.
Pessoas que influenciaram?
Meus pais e os pais da Luana (meus segundos pais). No âmbito profissional os professores Normélio Weber, Itamar Siebert, Paulo Mello e Marlus Niebuhr.
Você se espelha em algum profissional?
Nos meus professores da faculdade.
Como era a escola quando você era criança? Quais eram suas melhores e piores matérias? De que atividades escolares e esportes você participava?
Não tenho uma única visão de escola. Na primeira série estudei em um colégio cenecista, da segunda a quarta em uma escola municipal, da quinta à oitava em escola estadual e no ensino médio em curso e colégio preparatório para vestibular. Fui um aluno mediano. Tive alguns problemas com matemática. Não me envolvi muito com outras atividades escolares. Praticava o futsal e com maior frequência o basquete.
Formação escolar desde o início dos bancos escolares?
Ensino Fundamental no Colégio Estadual Victor Meirelles — Itajaí; Ensino Médio no Curso e Colégio Radical — Itajaí; Licenciatura em História pela Univali — Itajaí; Cursei Administração e Administração Pública na UFSC os quais não conclui — Joinville e Florianópolis.
Primeira professora?
Não me recordo.
Grandes professores?
Professora de Ciências no ensino fundamental chamada Maria lzabel; professor de Geografia do ensino médio que lembro do apelido "Boy"; professor do ensino médio e de graduação em História Normélio Weber e os demais professores já citados, inclusive o Professor Marlus Niebuhr, que é meu colega de trabalho e chefia o Departamento de Patrimônio Histórico.
Você concorda com a máxima de que brasileiro não gosta de ler?
Não vejo desta maneira. Sou otimista e penso que avançaremos na área da educação.
Como conheceu a Luana?
Através das redes sociais e do envolvimento político...
Conte-nos um pouco da sua trajetória para chegar ao cargo de historiador?
Nasci em ltaituba-PA e aos 5 anos mudei-me para Itajaí, terra natal de meu pai e meu avô. Nesta cidade cresci, me formei, tive uma participação singela na política. Em 2004 morei por 6 meses em Schleswig-Holstein onde tive uma experiên-cia legal. Conheci alguns museus, alguns locais públicos, enfim, conhecer um pouco da cultura daquele povo. De volta a Itajaí trabalhei na Prefeitura de Itajaí até 2008. Em 2009 regressei por 6 meses como servidor efetivo e de 2009 até maio de 2011 lecionei em algumas escolas de Brusque Guabiruba. Desde maio trabalho como Historiador, lotado na Fundação Cultural de Brusque.
O que o motivou a estudar "História"?
Creio que foram as aulas do Professor Normélio Weber. As análises dele nas aulas de atualidades remetiam sempre a uma parte do mundo (passado). Vi que para entender a realidade, o mundo, era preciso ter conhecimento histórico, ou saber como construí-lo, isso me seduziu.
Como você vê as mudanças na China e o fato de o PC chinês estar aceitando capitalistas? Você acredita que a China continue a resistir ao declínio, mesmo com a situação pelo que passa a Europa?
Creio que o ritmo acelerado das mudanças e do crescimento econômico estão associados ao totalitarismo. Sem democracia, sem discussão, as decisões são executadas de forma célere — limpar os Hutongs (favelas) na China é comparável ao período da Belle Epoque no Rio de Janeiro (fim dos cortiços e abertura da avenidas) e na reforma sanitária que a maioria dos municípios brasileiros passou, em Brusque, por exemplo, concretizado na mudança do cemitério católico e no aspecto de urbanidade percebido em fotos antigas. Quando pensamentos em China temos de ter em mente que há um líder. A diferença entre Mao Tse-Tung e Deng Xiao-Ping sinalizou a troca de um comunismo ortodoxo por uma abertura do país ao capitalismo. Lógico que o comunismo aceitar "ilhas- ou investimento capitalistas parece um absurdo mas, é o mesmo que o capitalismo e os liberais verem os governos levantarem barreiras comerciais no lugar de permitir a livre concorrência. O declínio depende de tempo, quem imaginaria que Roma cairia?
Qual a diferença entre um mundo com a Guerra Fria e um mundo com a guerra contra o terror?
Na Guerra Fria usa-se o conceito de espaço vital, cortina de ferro, etc. Ou seja, o território era algo importante e o inimigo definido. Manter a União Soviética confinada em seu território e não deixar o comunismo se espalhar para outros países era fundamental. A partir do momento que o comunismo se espalhou, e Cuba foi um exemplo, começou a história do inimigo interno e ocorreram os golpes da Ditadura Militar para "legitimar" a defesa perante o comunismo que se infiltrara no espaço interno — o que atrasou as reformas de base na América Latina e diminuição da disparidade social. Já o mundo com terror é disforme e indefinido pois para o que prega a mídia estadunidense o terror é associado a uma vertente radical do islã organizada em grupos terroristas; já para países africanos o terror vem de grupos que detém interesses específicos (traficantes de diamante, etc) ao passo que na Europa o terror é parte de conflitos étnicos (Espanha) ou religiosos (Irlanda) ou diversos (Região da ex-Iugoslávia).
Quem foi na sua opinião o maior herói do período colonial? Da República?
Os heróis foram os nativos (indígenas) que tiveram seu território e cultura alienados, os africanos que deram seu suor no trabalho escravo e até mesmo os europeus que fizeram as travessias do Atlântico em condições frágeis. O herói da República foi Lula e o povo brasileiro pois tirar milhões da miséria e colocar o Brasil no cenário internacional administrando conflitos de interesses fisiológicos de partidos políticos que estavam mais interessados em loteamento de ministério do que nas políticas públicas foi algo grandioso. Fernando Henrique Cardoso também passou pelo mesmo problema e também teve sua parcela de contribuição para o sucesso de Lula.
Qual a maior mentira já ensinada pelos tradicionais livros de História do Brasil?
Não vejo como mentira, mas creio que a representação de Tiradentes como imagem e semelhança de Cristo me parece uma manipulação política onde os governantes usaram o apelo religioso para legitimar a criação de um mártir republicano — já que no Brasil de então não havia povo (que se envolve), somente público (que assiste passivamente). A Guerra do Paraguai também é algo complicado, comparável às atrocidades cometidas pelos EUA atualmente. O Brasil tem uma dívida enorme com o Paraguai.
Destaque os melhores historiadores?
Há poucos historiadores de Brusque mas, com qualidade. Destaca-se, de longe, o trabalho elaborado pela historiadora Giralda Seyferth. Também podemos citar Maria Luiza Renaux e Marius Niebuhr. Há uma promissora nova geração em que estão Robson Gallassini e Carlos Eduardo Michel. Há ainda Walter Piazza e Oswaldo R. Cabral que escreveram clássicos, na época do centenário. No geral Tzvetan Todorov, Norbert Elias, Philippe Ariès e José Carlos Reis são os que eu tive um enorme prazer em ler.
Qual a contribuição de Ayres Gevaerd para o acervo histórico de Brusque?
A contribuição de Ayres Gevacrd foi fundamental para a formação de um acervo histórico em Brusque. Seu protagonismo é louvável. Não podemos deixar de mencionar que várias famílias contribuíram para a formação deste acervo. Mas, quando pensamos em Ayres Gevaerd devemos lembrar também da preocupação em divulgar este acervo — por mais que seja da forma antiga. Quando digo "forma antiga" quero dizer que a divulgação de acervos, de documentos antigos, era considerado como "fazer história" naquele período. Hoje, História não é passado — como se pensava antigamente. Hoje, História é buscar a compreensão de determinado problema da atualidade. Infelizmente algumas pessoas não compreenderam isto — por não terem formação específica na área de história - e continuam falando do passado e dizendo que são historiadores. Estes são memorialistas ou passadistas. Acabam falando de algo que não nos interessa e não nos ajudam a compreender a realidade atual. Simplesmente falam de coisas antigas, desconexas com a realidade atual.
Como você prevê a dinâmica social da imigração contemporânea hoje? Brusque será abaianada?
Não quero adentrar na área da Geografia ou da Sociologia mas, como a História bebe de outras fontes me arrisco a dizer que Brusque recebe hoje uma nova onda de imigração assim ,como foi a dos imigrantes de Baden, Holstein, Schleswig e assim por diante que vieram de um território que somente uma década depois de estarem em Brusque veio a se unificar sob o nome de Alemanha. Estas pessoas, quando da chegada dos italianos e irlandeses viram que tinham algo em comum que os diferenciava dos irlandeses e italianos, portanto, estas pessoas de diferentes regiões "se sentiram" como alemães. Mais tarde chegam levas de gaúchos e paranaenses. Creio que em cada uma destas levas houve algo que distinguisse aqueles que já haviam se homogeneizado dos novos estranhos. Quando chegou o italiano, ou americano(irlandeses) imagine o que os alemães pensaram! O mesmo, mais tarde, deve ter acontecido com o gaúcho e seu chimarrão, ou o paranense.. A questão é que no caso do imigrante baiano há um outro fator que é a questão da etnia — o que não era tão diferente no caso dos gaúchos e paranaenses, muitos descendentes de alemães e italianos. Esta análise não pode ser simplificada à questão da etnia, mas é algo que ressalta a diferença entre os grupos sociais — para isso o livro "Os estabelecidos e os outsiders" ajuda-nos a pensar. Podemos imaginar que se caminharmos para a integração como a União Européia daqui a alguns anos teremos Bolivianos, Venezuelanos e Paraguaios morando em Brusque, nisto não haverá mais brusquenses e baianos (como algo distinto) mas somente brasileiros (sem distinção) e os outros, os "gringos".
Comente aspectos políticos relevantes da história política do berço da fiação catarinense.
Brusque tem algo fascinante que é a figura de Carlos Renaux. Por mais que no processo de minha formação eu tenha procurado não focar nas grandes figuras, Carlos Renaux sem dúvida é o que se tem de mais relevante e me arrisco a dizer que ninguém se igualará a ele. Curioso não termos um Museu Renaux enquanto Blumenau tem o Museu Hering.
E da história econômica?
Volto ao Cônsul Carlos Renaux.
Se você fosse escrever a história de Brusque quais os 10 pontos que você não deixaria fora?
De maneira ampla gostaria de contemplar aspectos relacionadas ao meio-ambiente; política no período pós-redemocratização; nazismo; campanha de nacionalização; imprensa; urbanismo; cultura popular; esporte; lazer e economia.
Uma palhinha sobre a história de Itajaí?
Itajaí serviu de elo de ligação tanto de Blumenau, Brusque e até mesmo Lages com o litoral e a Capital Florianópolis. Também foi nosso quintal para o mundo, por onde chegaram os imigrantes e as mercadorias e por onde escoavam nossos produtos. Itajaí concentrou também importantes famílias alemãs (dos quais restaram alguns casarões tombados), famílias que foram protagonistas da política nacional. Para exemplificar temos Lauro Severiano Müller e mais recentemente as famílias Konder e Bornhausen. Assim como Brusque recebeu uma grande leva migratória e cresce verticalmente com cada vez mais prédios sendo construídos a cada ano.
Jornal Em Foco. Edição de 17 de janeiro de 2012.
portes. E por ser muito ruim de bola, optei por ler tudo que encontrava.
Formação escolar?
Também o normal. Fundamental e primeiro grau, em parte, em Palmares; término do primeiro grau e do segundo grau em Recife; curso de jornalismo e duas pós-graduações - economia e ciência política - em Brasília
Primeira professora?
No primário estude com a professora Alzira Cavalcanti, uma espécie de lenda em Palmares/PE. Formou gerações e gerações.
Um grande professor? Por quê?
Um professor, Eliezer. Aprendeu a ler aos 17 anos e, com pouco mais de trinta, era especialista em Machado de Assis. Foi meu professor de português nos segundo grau, no Recife.
Uma palhinha sobre os livros que escreveu? Quais os últimos?
Cerca de quinze. Os últimos foram Andarilhos (novelas) Paranã- Puka e o Berço da Pátria ( infanto-juvenil) e É doce viver no Mar (infanto-juvenil). Terminei de escreveu um ensaio, Nordeste Morto, Nordeste Posto (no prelo) e um romance, Noites Simultâneas, que não sei quando será editado, ou se será.
Como surgiu o Programa na TV Senado: “LEITURAS”?
Fui escalado para cobrir a Bienal do Livro do Rio de Janeiro, em 2001, e, como a pauta era escassa, para aproveita o tempo, entrevistei 19 escritores brasileiros. A boa repercussão destas entrevistas, quando veiculadas, abriu espaço para urgir Leituras, que em 2011 completa dez e tem quase quinhentas entrevistas em seus arquivos.
Como você seleciona os entrevistados para o Programa;”LEITURAS”?
Busco as novidades dentro da literatura brasileira. Quem está lançando livro novo, além dos escritores consagrados. Em suma, não há critério rígido e pré definido. Se alguém tem algo de bom a dizer em termos literários, o entrevisto no Leituras.
Como você prepara as perguntas ao entrevistado? Lê todas as obras de cada autor a cada semana?
Apenas leio a obra ou, quando necessário, as obras e sigo perguntando sobre o que mais me chamou a atenção naquele trabalho. O programa, em suma, é uma conversa. E isso termina funcionando.
Fale um pouco de sua trajetória profissional e da sua história de vida?
Comecei a trabalhar muito cedo em jornal, aos 14 anos, e não parei mais. Em 1980 fui convidado para fazer a assessoria de um deputado federal, aqui em Brasília, e vim do Recife com este propósito. Não mais voltei. Casei, tive filhos, trabalhei em assessoria de imprensa, fui professor universitário, trabalhei com marketing político, escrevi livros. Atualmente dirijo e apresento o Leituras, escrevo resenhas mensais para O Rascunho e crônicas semanais para o blog Jornal da Besta Fubana, do Recife. E já estou envolvido no trabalho de um novo romance. Tudo que é comunicação me fascina, tudo que é literatura me encanta. Sou kafkiano:” O que não é literatura me aborrece”.
Algo que você apostou e não deu certo?
Sinceramente não lembro de nada importante que tenha apostado e fracassado. Sempre quis viver da escrita, e isso tenho feito ao longo da vida.Nunca montei empresa, nunca quis ficar milionário. Talvez por isso as apostas tenham sido modestas.
O que faria se estivesse no início da carreira e não teve coragem de fazer?
Apostar mais na literatura, escrever mais livros de ficção, mas não foi falta de coragem que me fez escrever menos do que queria. Foi mais a necessidade de sobrevivência e o tempo dedicado as atividades mais lucrativa.
O que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?
Perseverança, teimosia, foco. Sempre que desejo algo, meto a cara com determinação e foco. E tudo termina por acontecer. Uma receita bem simples e óbvia.
Quais as maiores decepções e alegrias que teve?
Como diria violeta Parra:” gracias a la vida”... é isso, não tive nenhuma decepção digna de nota e as alegrias se acumulam quase que cotidianamente, é difícil selecionar uma , duas ou dez. Um bom copo de vinho, uma boa conversa com amigo, uma boa leitura, escrever um bom texto já são grandes motivos de alegria. E as decepções que fique para quem as procura.
Referências
- Jornal Em Foco. Entrevista publicada em 29 de março de 2011.
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