terça-feira, 24 de março de 2015

Prefácio do livro Botuverá, meu bisavozinho - Aloisius Carlos Lauth

Prefácio

O escritor Luiz Gianesini nos surpreende com sua coleção de entrevistas de personagens da história social e política da querida Botuverá. A coleção é fruto de sua sensibilidade de entrevistador, ao revelar em linguagem simples e objetiva, as histórias de vida, os fatos relevantes da comunidade, as curiosidades e os problemas que marcaram a evolução daquele lugar. Trata-se de uma verdadeira aula de povo que se formou à custa de sua engenhosidade e dos esforços comuns, para tornar-se hoje uma terra de “bons brilhantes”. Um lugar excepcional que produz fios para tecelagens, processa mel de abelha, extrai minerais geológicos, e tem oportunidades incríveis de lazer rural.
O texto é de fácil leitura, rico em detalhes pessoais e atrativo no seu conjunto de obra, que prende o leitor do começo ao final. Em paralelo, aborda a criação do município de Botuverá e o grau de dificuldade de se administrar uma terra nova, sem recursos próprios, que foi explorada politicamente por candidatos partidários da grande Brusque. Não há que se negar, esta terra e Guabiruba são filhas gêmeas de mesma maternidade. As entrevistas parecem que são isoladas em sua própria condição, mas encerram um fio de continuidade histórica e social, imprescindível para seus moradores. Grandes personagens são retratados nas entrevistadas de Jaimer Werner, José Bonus Leite Carroso, Evido Bonomini, Zeno Belli, Pe. Adilson José Colombi, Pedro Merizio, Dino José Dalcégio, Geracir Bambinetti, Nícia Maria Cestari e outras personagens. Ao ler o livro percebemos, sem querer, o quanto Brusque tem haver com este lugar, e o motivo dos conterrâneos em articular o desmembramento territorial, justamente no período de festas do Centenário de Brusque. Foi uma rixa pessoal, por motivos ambientais, a causa para que o técnico da malária, Évido Bonomini, liderasse um abaixo assinado para emancipar Porto Franco e, assim, destituir das funções a Augusto Ângelo Maestri, adversário político de sua família. O que ele não contava era com a mudança do nome do Distrito, para Botuverá, em uma versão bem diferente daquela contada atualmente.
É possível recompor a lista de prefeitos e vereadores, os empresários e os educadores. Ficamos conhecendo o prefeito Zeno Belli (PSD), indicado por Celso Ramos em 1962; Sebastião Tomio; José Bonus Leite Carroso (PTB); Sergio José Colombi; Zenor Francisco Sgrott; Ademir Luis Maestri e Nilo Barni. O leitor vai sorrir ao conhecer a história do prefeito que foi entregar um peru no palácio de Celso Ramos, o amor de um médico que atendia sem cobrar consultas dos moradores, o analfabeto que queria ser delegado de polícia, o gol inesquecível de Mario Gianesini...
Sinto-me, agora, orgulhoso em narrar estes fatos, provocando o leitor a uma gostosa e animada leitura do livro. E, acima de tudo, em apadrinhar seu autor, Luiz Gianesini, um moço que tem orgulho das terras de Botuverá.
Aloisius Carlos Lauth

Nenhum comentário:

Postar um comentário